Este projeto é minha primeira fics então peço desculpas aos leitores caso encontrem algum erro de português.
A narrativa estará centrada principalmente sobre os filhos de Inuyasha e Kagome a saber Shiroyasha,o protagonista e Ayume,sua irmã mas também sobre seus companheiros Ryou e Sakura.
Os pensamentos dos personagens estarão entre aspas, em negrito e em itálico.
As palavras estrangeiras contidas no texto terão seus significados explícitos nas notas finais .
Espero que gostem desta história pois sempre darei o meu melhor para satisfaze-los.
Desde já tenham uma boa leitura!
Capitulo um: Lembranças
O jovem fitava o céu pensativo. Mas seus olhos não vislumbravam o brilho das estrelas em meio ao espaço infinito. Eles viajavam pelas lembranças de uma noite igual aquela em que um erro havia custado à vida da única pessoa que chamava de amigo. Shiroyasha ainda podia escutar os gritos de desespero das pessoas em meio aos caos e se lembrava nitidamente do rosto do jovem que jazia em seus braços. Enquanto morria Daisuke não expressava raiva ou ressentimento, mas a pura serenidade preenchia cada traço em sua face e sustentou aquela expressão até seu ultimo suspiro, quando sua alma já partia para uma nova existência,uma nova encarnação. E estando ali sozinho, naquela imensidão, imerso em pensamentos, ele ainda não acreditava que o rapaz que havia lhe oferecido sua amizade mesmo sabendo que ele era um hanyou não fazia mais parte daquele mundo. Seu único e melhor amigo.
-Me perdoe - Ele sussurrou para o vazio cheio de arrependimentos, esperando que aquelas palavras sinceras pudessem alcançar seu amigo onde ele estivesse.
-Para quem você esta pedindo perdão Shiroyasha?- Perguntou docemente uma voz conhecida ao mesmo tempo em que sentiu o toque suave em seu ombro. A garota que sentava ao seu lado parecia um tanto preocupada e talvez fosse à única além de seus pais, a saber, o que ele pudesse está sentindo.
- Ayume
- Você sabe que não foi sua culpa - Exclamou Ayume ao ler os sentimentos contidos no olhar desolado do irmão - Daisuke sabia o que estava fazendo.
-Eu não estou ressentido pela a morte daquele idiota, você entendeu?- Ele replicou grosseiramente repelindo a mão da irmã de seu ombro, tentando assim esconder o que realmente sentia, pois não agüentava o olhar de pena que as pessoas o enviavam nem o discurso épico de que a morte de seu amigo não era sua culpa- EU NÃO ME IMPORTO.
E se virou bruscamente, dando de costas, pois não queria que ela visse a dor em seus olhos.
- Shiro - A garota disse o nome do irmão carinhosamente e acariciou cuidadosamente aqueles cabelos lisos e prateados que ela sempre puxava quando ficava estressada - Eu te conheço.
- Ayume
- Eu sei, vou te deixar a sós, mas saiba que não precisa mentir para mim - E dizendo isso beijou ternamente a cabeça do garoto e se retirou, dirigindo-se para o vilarejo.
E enquanto Ayume se distanciava Shiroyasha a observava congelado no mesmo lugar, desejando no fundo de sua alma que a roda do destino girasse para trás e ele pudesse refazer o seu passado. Mas ele sabia que seu desejo nunca se realizaria. Daisuke estava morto e nada mudaria isto.
"Daisuke me perdoe quando você mais precisava de mim eu não pude salva-lo, agora você está morto."
E suplicando aos deuses que aquele pensamento sincero de perdão fosse tão forte que pudesse transpassa o mundo material Shiroyasha se levantou e dirigiu-se solitário para o único lugar em que ele podia descansar em paz - para sua floresta.
Ryou acordou atordoado ao ouvir o som estridente de seu despertador. Olhou ainda confuso para os números brilhantes no display. Era 08h00min da manhã e a contragosto ele deveria deixar sua cama confortável para ensaia sua estréia espetacular como o novo vocalista da banda da escola. Mesmo estando feliz por consegui aquele feito louvável não se sentia nem um pouco empolgado naquela manhã. Talvez fosse o efeito daquele "pesadelo" assombrando sua mente ou talvez fosse apenas à farra da noite anterior que o deixava tão indisposto. Mas não importava o motivo de seu desanimo ainda assim sentia que de alguma forma não pertencia aquele lugar.
"Pare de pensar besteiras Ryou, qual o seu problema?"
E se recriminando mentalmente ele entrou no banheiro e deixou que toda a tensão que sentia naquele momento fosse levada pela água que descia como cascata pelo seu corpo. Então ele escutou uma batida irritada na porta de seu quarto.
- Ryou é bom você se apressa ou vou te deixa aqui.
- Eu já estou saindo do banho sua idiota.
- Anda logo fedelho eu não sou obrigada a esperar vossa senhoria.
- Tá, tá - Ele replicou enquanto se enxugava - agora vê se para de espanca a porta do meu quarto.
- Eu quero ver o senhor lá embaixo em cinco minutos entendeu?
- Entendi Srtª manda chuva. Agora dava para deixar eu me arrumar em paz?
- Cinco minutos e nenhum segundo mais você esta escutando Ryou?
- Eu não sou surdo, porra.
- Espero que não seja mesmo - Sakura respondeu e se encaminhou para a cozinha no andar inferior.
- Arf Sakura acordou de TPM hoje! - Exclamou Ryou vestindo uma camiseta preta com gola V. Ele sabia que sua irmã era uma pessoa legal, mas tinha dias que ele desejava que ela levasse o coice de uma mula. Enquanto pegava sua jaqueta no guarda-roupa ficava imaginando as causas para tamanho mal humor. Então ao observar a luz mórbida do sol que entrava pela janela de seu quarto, ele teve um vago pressentimento que iria precisar de um guarda-chuva e de um saco extra de paciência para atura as manifestações do humor demoníaco de sua irmã.
O pior era que o lado maligno da sua irmã não o preocupava tanto quanto as vagas lembranças de seu sonho. Não sabia o motivo para ter sempre o mesmo pesadelo e as insinuações sem lógica de seu avô ainda o deixavam incomodado. Mesmo não acreditando naquela baboseira irritante de reencarnação não haveria razão ou lógica para aquele assunto desperta aquela sensação nele. E o que tinha nenhuma lógica ainda, era que havia tendo aquele sonho todas às noites após o acidente que provocara a morte de seus pais, mas o que o deixava mais agonizado era que sonhava constantemente com as mesmas coisas.
"Por que você dá tanta importância a este sonho Ryou?"
Aquilo já estava enlouquecendo-o aos poucos e não conseguia nem se quer esquecer daquilo por um segundo, pois no sonho ele jazia quase morto nos braços de uma pessoa, e aquela pessoa gritava o seu nome desesperadamente, mas ele não conseguia responder, porque correntes prendiam o seu corpo e o arrastavam para longe da voz que o chamava. O estranho era que ao acorda nunca se lembrava do rosto da pessoa e quanto mais tentava lembrar, mais se esquecia.
"Por que não consigo lembrar o seu rosto?", ele sempre se indagava e nunca achava a resposta, porque não havia resposta racional para aquela pergunta.
"Vamos lá Ryou você tem coisas mais importantes para fazer do que dá importância a sonhos bobos."
E com este ultimo pensamento dirigiu-se para a conzinha antes que sua irmã tivesse outro surto repentino de raiva e cometesse uma suposta tentativa de assassinato contra sua pessoa.
Chegando a conzinha sua irmã estava entretida lendo uma revista sentada ao lado de seu avô. Sabato Yamamoto era um indivíduo que a primeira vista você chamaria de chato e irritante, mas Ryou e Sara sabiam que por trás daquela fachada de senhor durão e responsável morava um jovem de 84 anos que adorava artes marciais e que de vez enquanto tinha umas idéias malucas e revolucionarias que faziam os netos ficarem atônitos com tamanha ousadia.
- Bom dia jii-chan! - Ryou cumprimentou Sabato carinhosamente e beijou seu rosto com delicadeza antes de se senta ao lado oposto á sua irmã.
- Hum... Bom dia puxa saco - Sabato respondeu se fingindo irritado – isto são horas do senhor acorda?
- Desculpa velhote, mas como todos os adolescentes eu devo ser rebelde e irresponsável afinal de contas devo manter os padrões – Ryou respondeu calmamente enquanto pegava algumas torradas amanteigadas.
- Que padrões? Os de sem vergonha? - Replicou sua irmã lhe enviando um olhar dividido entre o diabólico e o provocante.
- Calma dona chata eu só estava brincando - Ele rebateu se servindo com uma caneca de chocolate quente.
- Você não leva nada a sério Ryou este é o seu problema.
- Pelo contrario irmãzinha eu sou um poço de seriedade.
- Arf você é inacreditável.
- Vocês dois poderiam me dá uma trégua - Sabato exclamou.
- Claro jii-chan, mas primeiro temos que exorcizar...
- Ryou!
- Tá eu vou dá uma trégua. Tudo bem irmãzinha?
- Como você pode ser tão cara de pau Ryou? - Sakura perguntou provocativa.
- Viu jii-chan, eu pelo menos tentei.
- Desisto - Sabato suspirou e se retirou da mesa.
- O que eu fiz de errado? – Ryou se perguntou.
- Você nasceu - Sakura respondeu.
- Ah falando sério nee-chan dava para cessa este fogo cruzado?
- Eu realmente não ouvi isto!
- Nee-chan!
- Tá bom fedelho, agora anda logo que já estamos atrasados.
- Tá, tá eu já terminei - Ele replicou limpando a boca com um guardanapo - Satisfeita?
Então Sakura o encarou friamente o que significava com clareza que era melhor ele parar com as provocações ou iria se arrepender amargamente. Mas Ryou sabia o momento certo para se conter e aquele era um deles.
- Tudo bem mana eu prometo cala minha boca.
- Espero ou eu mesmo calo ela.
- Ok, eu estou me dando por vencido!
- Ah cale logo esta boca!
- Nossa minha voz te irrita tanto assim? - Ele perguntou abrindo a porta da sala.
- Você quer mesmo que eu responda está pergunta? - Ela perguntou ao passar por ele.
- Acho que não - Ryou respondeu com um leve sorriso estampado em sua face.
- Ryou anda mais e fale menos - Ela replicou enquanto entrava no carro.
- Mas eu já estou aqui - Ryou exclamou entrando em seguida.
- Coloque o sinto!
- Eu não sou uma criança!
- Mas às vezes parece! - Ela rebateu enquanto prendia o sinto de motorista ao redor do corpo.
- Você está exagerando nee-chan!
- Mesmo que esteja você poderia levar as coisas mais a sério.
- Arg me dá um tempo!- Ele exclamou ligando o som.
- Que ousadia é esta? - Ela perguntou dando a partida.
- Arf Sakura me deixe pelo menos meche no som!
E para sua sorte Sakura não contestou. Enquanto estivesse com a boca fechada poderia ouvir o que quisesse, mas a música não era um problema, pois apesar de divergirem em diversas questões sua irmã parecia compartilha o mesmo gosto musical, então ele se sentia a vontade para troca de estação. O melhor era que o trânsito de Tókio não estava movimentado e chovia calmamente o que proporcionava uma viagem tranqüila até a casa de seu amigo, Kazami.
Ryou e Kazami se tornaram amigos a primeira vista e o engraçado é que não demorou muito tempo para que desenvolvessem um vinculo de afinidade que se tornou bem comentada pelos integrantes da banda. Afinal Kazami havia criado a banda e pelo que soubera o guitarrista nunca havia gostado tanto de um vocalista antes o que o deixava meio sem graça.
Ao se aproximarem da esquina onde se situava a casa de Kazami ele avistou o templo Higurashi. Não sabia o porquê, mas aquele templo despertava sua curiosidade, pois sempre que chegava perto daquelas escadarias sentia como se algo o chamasse. Como se alguém estivesse a sua espera - no outro lado daquele portal.
Era uma manhã maravilhosa de verão e o sol brilhava majestosamente sobre o céu, mas para Shiroyasha era apenas mais um dia monótono em que suas lembranças o atormentavam. Ele não sabia o motivo, mas aquele lugar era o único em que encontrava paz. O tumulo de seu melhor amigo, Daisuke parecia intacto apesar do tempo. Haviam se passado três anos desde aquele momento, porém a culpa e o ressentimento ainda estavam presentes em seu coração. No entanto quando visitava aquele memorial se sentia livre da escuridão que emanava dos recantos obscuros da sua alma e mesmo que por pouco tempo sentia uma presença ao seu lado.
- Daisuke - Exclamou solenemente se ajoelhando sobre o lugar onde agora jaziam os ossos de seu fiel companheiro e o que o deixava mais triste era que não havia mais a possibilidade de agradecê-lo. Não havia mais a possibilidade de dizer como era grato por ter se aproximado dele, mesmo sendo um hanyou e principalmente por aceita-lo como seu melhor amigo.
- Você gostava mesmo desse humano!
Shiroyasha se voltou para trás e se deparou com a figura que observava a poucos metros de distância. Encostado tranquilamente sobre o tronco de uma árvore e com o olhar indiferente encontrava-se o hanyou mais respeitado e temido no vilarejo de Kaede.
- Chichi-ue?
- Feh porque esta cara de idiota? - Inuyasha replicou caminhando em direção ao filho.
- Você estava me seguindo?
- Não fale besteiras!
- Então o que veio fazer aqui?
- Isso não é da sua conta!
- Chichi-ue...
- Escute garoto não quero discutir contigo, preciso que me faça uma promessa...
- Mas que conversa é...
- Não me interrompa moleque, quero que você prometa cuidar de sua mãe e de sua irmã para mim.
- Mas que absurdo é este?
- Arg não se faça de desentendido.
- Não irei prometer nada sem uma explicação!
- Não te devo explicações!
- Me deve sim!
- Escuta aqui moleque...
- Escuta aqui você, não vou prometer uma coisa dessas sem me dizer onde está indo!
- Agora já chega... Eu não sou...
- Chichi-ue, mas como posso fazer isto?
- Apenas faça!
- Não.
- Olha aqui garoto eu não sou uma criança e o que pretendo fazer não é da sua conta, então prometa!
- Mas...
- Você confia em mim? - Inuyasha o interrogou fitando intensamente os olhos confusos do filho.
- Sim... Mas...
- Shiroyasha - Ele pronunciou o nome do filho com ternura colocando a mão direita sobre o seu ombro - Prometa!
- Eu. Eu... Prometo - Shiroyasha exclamou atordoado em meio a uma onda de sentimentos que o pai lhe transmitia e pela primeira vez em anos aquela pessoa lhe esboçava um sorriso - que no fundo ele sempre desejava.
Enquanto caminhava em direção a cabana de Kaede-baba Shiroyasha não conseguia esquecer o estranho encontro com o seu pai. Ele havia o forçado a fazer um juramento que não tinha sentido. Para piorar não se sentia nem um pouco a vontade em contar para mãe que o pai havia partido para sei lá a onde sem dizer uma única palavra sobre guando voltaria ou sobre o que estava prestes a fazer.
"Merda porque chichi-ue tinha que complicar tanto?"
Contudo apesar de discorda constantemente com o pai tinha que admitir que houvesse herdado o jeito reservado dele e de alguma maneira se sentia seguro em relação ao pai estar fazendo a coisa certa, porém o que o deixava inquieto era não ter o conhecimento sobre o que ele pretendia agindo daquela forma tão misteriosa. Mas poderia fazer o que? Apenas competia cumprir sua palavra e para começa teria que enfrentar o gênio demoníaco de sua mãe o que deixava tenso, porém era moralmente correto e não poderia desconsiderar o que era certo. No entanto quanto mais pensava no assunto mais apavorante lhe parecia.
"Ah eu estou morto."
Com certeza sua mãe teria um ataque de nervos, mas ele não estava muito a fim de adivinhar a reação dela, pois ele já havia presenciado seus momentos de cólera, portanto já tinha aprendido muito com os massacres que o pai sofria e pelo que ele se lembrava nas discussões familiares seu pai sempre levava o pior o que significava uma rodada de gritos arrasadores mesclado a uma seção direta de caras emburradas. Quanto mais pensava nas brigas entre seus pais não pareciam mais tão ameaçadoras, mas pelo contrario eram de certa forma engraçadas.
Então ele se lembrou de um momento inesquecível em sua infância. A manhã em que seu pai havia lhe pedido desculpas pela primeira vez.
- Shiroyasha SENTA! - Kagome ordenou
- Mas mãe...
- Você ousa me desobedecer?
- Er... Não...
- SENTA!
Shiroyasha nunca havia visto a mãe tão estressada por isto não esperou um terceiro "senta", pois tinha certeza de que seria muito pior se a desobedecesse novamente.
- Inuyasha peça desculpa a ele agora! - Ela emendou dirigindo-se a terceira pessoa que se encontrava presente.
- Eu não vou me desculpa com um idiota!
- INUYASHA!
- E eu não quero suas desculpas! - Shiroyasha replicou asperamente.
- Escuta aqui moleque...
Seu pai parou imediatamente, pois sua mãe lhes enviava um olhar frio e amedrontador que significava um "parem com isto agora ou não arcarei com as conseqüências".
- Peça - Kagome ordenou olhando diretamente para os olhos de Inuyasha.
- Não! - Ele rebateu cruzando os braços.
- Você tem certeza disso? - Ela perguntou pegando alguma coisa escondida sobre a manga direita de seu quimono.
- Ah você não... - Inuyasha exclamou atordoado olhando para o nenju do Katodama.
- Você duvida? - Kagome o interrogou com um sorriso sínico em sua face.
- Ah merda... - Inuyasha resmungou aborrecido e em seguida olhou diretamente para o filho que não estava entendendo nada - Desculpa fedelho - Então se virou novamente para sua esposa - Satisfeita? - Perguntou com a cara fechada.
Dois dias após aquele momento ele finalmente havia descoberto o mistério sobre o nenju do Katodama através de Kaede que o havia contado que sua irmã Kikyou, a encarnação passada de sua mãe havia criado aquele rosário para que pudesse conter o espírito de Inuyasha a fim de que ele se comportasse e não machucasse as pessoas sem necessidade, mas quem realmente o usou foi Kagome para deter seu pai de arrebata a Shikon no Tama.
- Mas porque mama o guardou? – Ele perguntou curioso.
- Apesar de sua mãe não precisar usá-lo mais de alguma forma ela se sente ligada com aquele nenju por isto o guardou por tantos anos, mas creio que ela ache que ele possa ser útil novamente.
Nesta parte Shiroyasha lembrava muito bem de ter ficado com suas orelhas em pé, pois não queria imaginar para quem aquilo seria útil novamente, mas ele tinha uma vaga impressão de que já sabia a resposta. Sua mãe pretendia usá-lo nele caso fosse necessário e aquilo lhe causava pesadelos.
"Espero que ela nunca precise usar aquela coisa"
Mas ao entrar na cabana sentiu um súbito arrepio.
- Shiroyasha? - Kagome exclamou surpresa - o que veio fazer aqui?
- Um filho não pode ver sua mãe? - Ele perguntou seco.
- Shiroyasha, eu não te conheço há pouco tempo, você não viria aqui só para me ver se alguma coisa não estivesse errada.
- É isto que você pensa de mim? - Ele rebateu fingido - se magoado.
Sua mãe o encarou por alguns segundos.
- O que você quer me dizer? – Ela perguntou diretamente.
- Hora uma mãe teria um pingo...
- Não foi isto que eu perguntei.
"Por que ela tem que ser tão direta comigo?" ele se perguntou mentalmente.
- Mãe é que... Chichi-ue...
- Eu sei - Kagome o cortou no mesmo instante.
- Hã? - Ele exclamou atordoado.
- Já imaginava que ele faria isto, francamente seu pai às vezes me impressiona.
- você sabe para onde ele foi?
- Apesar de ele teimar em me esconder isto? Claro que sei.
- Mas então...
- Você já deve ter notado, mas seu pai é super protetor Shiroyasha além do mais ele confia em você, pois vocês são iguais.
- Olhe aqui eu não me pareço nem um pouco com aquele...
Mas ele parou imediatamente, pois sua mãe lhe enviava uma cara que significava um me dá um tempo eu já ouvir este discurso antes.
- Shiroyasha eu não quero discutir com você - Kagome disse enquanto colocava sua aljava de flechas sobre as costas.
- Você pretende segui-lo? - Ele a interrogou curioso.
- Não
- Então por que...
- Venha comigo - Kagome exclamou enquanto pegava o arco de sacerdotisa.
Shiroyasha a seguiu em direção a floresta onde seu pai havia sido selado por cinqüenta anos até que sua mãe quebrasse o selo que o prendia a jidaiju. Ele não sabia o motivo para tal atitude, mas ele a conhecia bem então tinha uma boa razão para levá-lo aquele local.
- Shiroyasha você está sentindo isto? - Ela o perguntou enquanto se aproximava da Goshin Boku.
- Hã...
- Como seu pai você é um hanyou por isto pode sentir a energia que emana dessa floresta.
- E daí?
- Você deve ter percebido, a energia demoníaca em volta dessa floresta está aumentando e eu às vezes eu me pergunto o motivo.
- É isto que a preocupa?
- Shiroyasha não seja arrogante, claro que isto me preocupa, mas, além disso, ultimamente sinto a jidaiju inquieta.
- Você acha que...
- Talvez.
Shiroyasha fitou a arvore com intensidade.
- Mas porque agora?
- Eu não sei - Kagome suspirou exausta.
- Então Chichi-ue...
- Não, mas devo admitir que ele também esteja preocupado, por isto acha que este seja o momento certo.
- Momento certo para o que?
- Você saberá guando ele voltar.
"Porque eles fazem tanto mistério?" Shiroyasha pensou com impaciente.
- Filho - Kagome exclamou - mas eu não o chamei aqui para isto.
- Hãn?
- Eu quero fazer um pedido.
- Feh você quer que eu a ajude a acabar com um Youkai?
- Sim, mas não me referia a isto, quero que você destrua a Saburedaru.
- Você enlouqueceu?
- Escute aqui Shiroyasha, está espada que você carrega é uma espada demoníaca.
- Mas Tessaiga também é uma espada demoníaca
- Não confunda as coisas, a espada de seu pai foi feita para proteger, mas esta espada que você carrega foi feita para destruir.
- Mãe eu sei que...
- Shiroyasha você tem que apreender a se desapegar desta espada, pois todas as pessoas que a desejam são consumidas por sua lâmina. Quando Daisuke lhe passou esta espada estava confiando que você colocaria um fim a seu legado.
- Mama eu não vou...
- Meu filho esta espada bebe o sangue de quem a possui, realmente acha que seria diferente com você?
- Não, mas...
- Esta espada irá possuí-lo se continuar confiando em seu poder.
- Eu sei...
- Daisuke queria que você a destruísse.
- Mãe você acha que eu...
- Filho eu não acho nada eu tenho certeza, está espada já esta possuindo sua alma e será mais difícil para você se livrar dela se continuar agindo desta forma.
- Mãe... Eu... Eu... Nunca deixaria uma espada me controlar.
- Lembrasse que está espada matou Daisuke não o Youkai que a desejava.
- Mas...
- Filho só quando a lâmina desta espada for consumida pela terra a alma de seu amigo ficara em paz. Você deve isto a ele.
Shiroyasha não replicou, pois por mais difícil que fosse ele tinha que admitir que sua mãe estivesse com a razão. A Saburedaru era uma espada demoníaca que consumia o sangue de humanos e Youkais e deveria ser destruída, mas para isto quem a possuísse deveria quebrar sua lâmina, porém já havia tentado partir a espada diversas vezes e nunca conseguia sequer fazer uma rachadura no metal.
- Quero que saiba meu filho - Ela exclamou enquanto caminhavam - Que sei o quanto é difícil para você, mas sei que fará a coisa certa.
- Vocês não deveriam confiar tanto em mim.
- Por que não confiaríamos?
- Não sou tão forte como Chichi-ue e nem chego aos seus pés.
- Filho se você pudesse ver o que eu vejo quando eu olho para você não diria estas coisas.
- Você só diz isto porque é minha mãe.
- Você quer mesmo me acompanhar?
- Claro, mas você vai ficar me devendo.
- Sempre fico - Kagome exclamou com um sorriso.
E naquelas horas Shiroyasha concordava com a irmã: não existia um sorriso tão belo no universo que o sorriso de sua mãe. Então ele continuou a acompanhá-la e não se recusaria a segui-la mesmo que o pai não o força-se a sua promessa, pois no fundo se sentia no dever de proteger aquela pessoa tão amável que sempre estava ao seu lado mesmo guando ele não desejava sua presença.
Notas finais :
Segonku jidai - Época de guerras civis do período feudal japonês
Jidaiju - Árvore das eras.
Goshin boku - Árvore deus.
youkai - Demônio
Hanyou - meio-youkai
youki - energia youkai.
Chichi-ue - pai.
Mama - mamãe
jii-chan - forma carinhosa de se dizer vovô.
Nee-chan - forma carinhosa de se dizer irmã.
baba - forma de se dizer velha.
Nenju - Rosário.
Katodama - Convicção que poderes misticos abitam em nomes e palavras segundo a mitologia japonesa. Também são as "pedrinhas" que constituem o colar do Inuyasha.
Chan - terminação carinhosa que corresponde a "querido".
Sama - terminação respeitosa que corresponde a "senhor".
Saburedaru - "Sabre da lua de sangue",espada de Daisuke.
Espero realmente que tenham gostado!
Estou esperando os comentários e as criticas ^^
