Disclaimer: Death Note não me pertence. Eu estaria aqui, escrevendo uma fanfic se esse animê de sucesso fosse meu? Uma questão de lógica, né?

Estória I - A morte para quem a vê

Nate River estava coberto por livros de todos os tipos, porém, ainda insatisfeito. Não achava nada de novo na tão conhecida biblioteca. Já estava cansado, entediado, aborrecido. Nada lhe era mais novo, nem o mais caro dos presentes ou a mais nova das invenções. Sua vida não passava de jantas, livros e mimos. Nate era um órfão em um castelo cheio de freiras carinhosas e gentis. Nunca havia conhecido ninguém além delas, nunca havia saído daquele castelo. Era um brinquedo intocado. Um anjo imaculado. Um santo encarnado no corpo de uma criança.

- Um objeto perfeito a ser admirado. – Nate completou o próprio pensamento.

Fechou o livro que estava lendo. Não passava de estórias de traição e morte. Olhou em volta à procura de algo que lhe chamasse a quase extinta atenção. Um livro. Um grosso livro de capa preta e letras douradas. Ficou alguns segundos fitando-o até levantar-se para alcançá-lo.

- ... Pesado. – sussurrou ao sentir o peso do livro. Leu o título do livro se desanimando logo em seguida. Leu novamente para se interessar, desta vez em voz alta. – A... vida de Isabelle. – soltou outro sussurro. – Na antiga Alemanha, a família imperial foi consagrada com o nascimento de sua primeira filha... Preocupados com o seu futuro...

"Humph. É tudo mentira. Eles me odiavam, só queriam que eu não desse trabalho no futuro."

Nate olhou para os lados tentando adivinhar de onde vinha àquela voz. Nem uma respiração. A imensa porta da biblioteca aberta como sempre, nenhuma sombra saia dali. Resolveu esquecer. Como as freiras já lhe disseram uma vez: mente vazia é fábrica para o diabo. Estava apenas imaginando. Voltou a ler o livro em voz alta, assim se concentrava melhor.

-Hm... com seu futuro resolveram prometê-la em casamento com o filho...

"Qual o seu nome?"

O albino arqueou levemente os sobrolhos. Ouviu perfeitamente uma voz feminina. Talvez fosse Maryllin querem pregar-lhe uma peça. Só podia ser isso.

- Maryllin? Se for você, por favor, pare.

"He he! Qual o nome?"

Se era para brincar tudo bem. Não admitia perder nenhum jogo e sua amiga sabia disso.

- Qual é o seu? – perguntou desinteressado.

"Tudo bem, se é assim... Isabelle. Isabelle Belshoff ."

- Isabelle...- disse o albino lentamente. Olhou a capa do livro que estava lendo antes de ser interrompido. Foliou-o um pouco. – Isabelle Belshoff.

" Viu? Sou famosa. Já disse o meu, agora é a sua vez."

- Como veio para aqui? – perguntou olhando para o nada, ainda procurando de onde vinha àquela voz.

"Você me tirou daquela estante empoeirada. Agradeço-lhe muito."

- Oh! Você fala. – disse Nate surpreso, para o livro.

"Não! Sou eu. Aqui, ó!"

O menino olhou para a sua frente e viu uma menina um pouco mais nova que ele. Cabelos loiros em graciosos cachinhos; olhos azuis e corpo pequeno enfiado num belo vestido típico do século XII. Ela encarava impaciente um Nate curioso.

- Então, qual o seu nome?!

- Nate...

- Nate? Estranho. Você não vive aqui sozinho, vive? É um castelo bem grande, acho.

- Sim, é. E não, não moro sozinho.

- Com quem então? – perguntou foliando um livro qualquer.

O albino ficou observando a menina com o livro na mão. De uma vez por todas estava enlouquecendo. Impossível alguém que está provadamente morto segurar algo material. Só esperava que ela não pertencesse mais a este mundo. Melhor mudar de pensamento.

- Com as freiras.

- É? Elas são legais?

- Sim. Gosto muito delas. – respondeu enrolando uma mecha do cabelo que indicava a grande falta de melanina.

- Hmm... Acho que vou morar aqui.

- Não creio que seja uma boa idéia.

- Hein? Por que não?

- Você... não deveria estar morta?

- Mas se estou aqui de que importa? Pode me ver, não? Então todos poderão também.

- Se você acha... – olhou para o livro sobre a mesa. – Mas e o livro?

- Ele apenas me aprisiona. Este livro só conta mentiras da minha vida. Mentiras estas que só foram escritas para a realeza alemã não perder a admiração. Agora você me libertou, Nate. Estou livre destas mentiras.

A vida dela parecia ter sido bem conturbada. Começou a foliar o livro. Muitas páginas. Muitas páginas... Por que tantas páginas para uma vida aparentemente tão curta? Havia explicações para as tantas mentiras que a pequenina disse escritas no livro? Não tinha o porquê de lê-lo. Não faria a menor diferença. Pensou mais um pouco revirando o livro. Melhor confirmar com uma pergunta.

- Quantos anos você tem?

- Tenho. Não! Tinha... Não! Err... Bom, desde que me lembro tenho dez. E você?

- ... treze.

- Então quer dizer que eu sou sua primeira amiga que é mais nova que você? Que honra.

De repente, Nate ficou paralisado. Fitou o chão como se fosse o mais bonito já visto. Pareceu em outro mundo, perdido em um espaço paralelo.
Isabelle debruçou-se sobre a mesa em frente ao albino aproximando-se de seu rosto. Os olhos curiosos procuravam alma em terra no rosto pálido do albino.

- Nate? Você está aí? – disse batendo na sua testa levemente com a mão fechada como se uma porta fosse abrir.

-... Nós... somos amigos? – perguntou ainda fitando o chão.

- Oras, e não somos?! Mas é claro que sim! Agora me responda a pergunta.

- As únicas amigas que tive são... as freiras.

- Só? Mas elas brincam? Esconde-esconde, pega-pega...

- Não gosto desses tipos de brincadeira.

- Não gosta porque nunca brincou.

- Vem. – disse ela estendendo a mão. – Vem brincar comigo.

- Mas daqui algumas horas irá ser a hora da janta. Não posso.

- Que isso. É rápido. Vamos brincar.

- Mas as frei...

- Elas vão entender. Não é bom ficar só aqui lendo livros e mais nada. Nós vamos ali e já voltamos. – disse Isabelle apontando para onde queira ir.

O menino enrolava mais fortemente a madeixa do cabelo branco. Estava confuso, nunca ficara antes. Não queria ir, mas talvez se arrependesse depois. Não faz mal sumir um pouco... Ou será que faz? Não conseguia decidir o que realmente queria.

- Não, vou ficar aqui.

- Mas lá é tão legal. Tão bonito.

- Em outra hora talvez.

- È por isso que você está sempre sozinho! Fica enfurnado nesta biblioteca porque quer! Nós vamos e é agora.

Isabelle pegou a mão de Nate e o fez levantar da cadeira em que estava sentado. Uma estranha sensação, não sentia a mão da menina. Porém na mesma em que ela supostamente o tocou, ele viu claramente para onde ela queria ir. Um calafrio na espinha. Seria medo? Mas não fazia na para se desvencilhar da pequena mão da loira.

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- Nate?

Miss Maryllin verificou se o menino estava em seu quarto dormindo. Não. Deveria ter perdido a hora por distração. Estaria então na biblioteca. Acendeu outro candelabro e se pôs a seguir pelos extensos corredores.
A noite caíra e com ela o choro das nuvens. A lua crescente brilha tristemente. Já as estrelas resolveram se ausentarem sem forças para brilharem o suficiente. Mesmo com a lua presente no céu, a Alemanha continuava escura.
E para a surpresa de Maryllin, o corredor que levava à biblioteca também estava. Um sorriso brincalhão abriu-se em seu rosto e disse em voz alta:

- Por que está lendo no escuro, pequeno? Faz mal a vista sabia?

Adentrou ao local. A expressão antes alegre mudou subitamente. Encontrou ali o corpo inerte de Nate. Correu ao seu encontro derrubando o candelabro. Colocou-o em seu colo cuidadosamente.
- Nate querido, acorde. Já está tarde, não precisa jantar hoje se não quiser. Vamos. Não me assuste assim.

Deu um leve tapa no rosto do menino para tentar reanimá-lo. Tirou a mão rapidamente como se o corpo queimasse. Levou a mão à boca. O corpo estava gélido, gélido como o inverno. Gélido como a morte.

- NATE! NATEEEEEEEEEE!!!

Nenhuma resposta. As nuvens choraram com mais intensidade. Um livro de capa preta sobre a mesa aberto em uma página qualquer. Uma página branca, sem uma letra sequer, uma página albina.

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Mas uma idéia maluca. Realmente não sei escrever uma fic de mistério, não dá para ter um calafrio com isso. Realmente não saiu do jeito que eu queria, peço perdão. Mas, por favor, comentem e aceito críticas, porém construtivas.
Era para ser centrado no Matt, mas acabou sendo o carneirinho mesmo.

Ja ne!