A Verdade Tudo Muda
Muito aconteceu e mágoas ficaram marcadas em sua memória. O que acontece quando essa memória se perde e Ginny descobre que há coisas que não dependem de lembranças? E coisas que quando de volta à nossas mentes podem mudar toda uma vida? Draco e Ginny. (Harry e Luna, Ron e Hermione)
Capítulo 1: Fatos a se saber
Era noite e há muito esperava por seu irmão na sala comum dos Gryffindor, ele parecia nunca chegar e ela gostaria de saber a razão pela qual havia sido obrigada a permanecer ali até que chegasse. 'Diabos... Não agüento mais ficar aqui, que chatice! Talvez... Talvez eu possa procurar por ele. É o que vou fazer.'.
Ginny correu em direção à saída e deu de cara com um castelo vazio, não havia qualquer sombra da presença de pessoas e até mesmo os fantasmas pareciam se esconder. Continuou com cautela redobrada, temia que o barulho de seus passos despertasse a atenção em Ms. Norris e fizesse com que fosse descoberta. Olhava para os lados, procurava nas sombras, mas nada, nem sinal de Ron, Harry ou Hermione. 'Como pude ser tão idiota... Ele certamente se esqueceu de mim... Que saco'.
"Acho que vou dormir... É o que me resta". –deu meia volta e andou em direção ao retrato da Dama Gorda, porém em meio ao caminho decidiu-se por continuar sua procura. Estava cansada de ser sempre deixada para trás, ou melhor, esquecida para trás, aquilo não era justo, afinal recordava-se com perfeição de ter prestado grande auxilio quando invadiram o Ministério da Magia. 'Se não fosse por mim, nada de varinhas para Harry e Hermione!'.
Ainda enquanto pensava parou ao ouvir passos. Era uma única pessoa que se movimentava, e para seu grande alívio certamente não se tratava de Filch, pois quem se movia parecia o fazer também com cuidado. 'Deve ser ele... Ah, mas vai me pagar por ter me largado até essa hora na sala comum!'. Poucos passos silenciosos para trás foram necessários para escondê-la nas sombras, atrás de uma armadura antiga.
O som se aproximou, assim como aquele responsável por ele. Era um garoto, contudo não seu irmão. Apesar de ser alto, não era tão forte como Ron e não andava com os ombros levemente curvados como ele, os cabelos claros não eram vermelhos, mas sim loiros platinados.
'Draco Malfoy... Bem que dizem, algumas coisas ruins vêm para o bem, não é mesmo... Vai ser divertido vê-lo se assustar, o tão poderoso, rico e gostoso... Pelo menos o que se acha gostoso!'.
"Dirus Umbra..." –disse apontando a varinha para um pequeno inseto de asas avermelhadas. Imediatamente a minúscula sombra que ele projetava contra a parede se estendeu por todo o corredor, parecendo indicar a presença de algo assustadoramente grande.
Viu com prazer o menino se encolher sobre seu próprio corpo e dar alguns passos tremidos na tentativa de afastar da ameaça. Ultimamente sentia-se sádica, principalmente após algumas ameaças que lhe foram feitas por parte daquele covarde no ano anterior, agora o filho de comensal estava no último ano se preparando para ser igual a seu pai.
"Magis..." –fez com que a sombra aumentasse ainda mais.
Malfoy parecia a cada segundo mais assustado e ao andar para trás tropeçou em uma pedra protuberante no chão, continuava a desesperadamente esfregar os pés para se mover o mais rápido possível para um lugar longe daquela sombra, contudo esfregava o sapato bem envernizado sobre o tecido de sua própria capa e portanto não conseguia se mover. Sua pele antes branca agora estava pálida e seus olhos muito abertos. 'Um comensal como esse é o maior sonho de qualquer auror. Patético'.
Saiu das sombras e com pouca força esmagou a pequena criatura, fazendo com que o feitiço se extinguisse e a sombra desaparecesse. Observou-o apavorado com um sorriso vitorioso em seu rosto, era incrível como ele conseguia passar de valentão para um verme inofensivo em tão pouco tempo. 'Belo verme... Bonito demais para ser tão covarde.'.
"Malfoy... Draco Malfoy..." –disse em tom austero e superior, assim como ele mesmo adorava o fazer ao mencioná-la como a pobretona Weasley. "Quem diria... Um mosquitinho, tão pequeno e inofensivo. Sinto não estar acompanhada por Colin... Ele adora tirar fotos e com certeza essa seria uma ótima capa para qualquer revista, não é mesmo???".
"Weasley?" –ele disse se levantando. "Acho que perdeu o amor pela vida? Sabe com quem está lidando?".
"Sei sim... Sei estar lidando com um grande e patético covarde! Acho que seu pai não gostaria de lhe ver assim, temeroso, assustado frente a um inseto.".
"Desde quando aprendeu a falar nesse tom?"
"Você melhor do que ninguém deveria saber que hás coisas que nascemos sabendo, algumas vezes não praticamos e demoramos mais a aprender, mas elas estão lá, dentro de nós, esperando ansiosamente por uma chance de se por para fora!".
"Se não soubesse quem é você, juro pequeno lixo, que seria meu mais novo ídolo. Contudo..." –ele sorriu desdenhosamente "É você somente uma pobre menina, sem dinheiro e com cabelos irritantemente vermelhos...".
"Sempre desconfiei de sua paixão pelos meus cabelos, sempre soube que invejava Ron por causa deles, parece fixação! Cuidado, Draco, isso pode ser uma doença...".
"Talvez. Eu não me importo em seu doente, na verdade isso me traz muitas esperanças... Quanto mais doente mais perigoso!".
Após ouvir essas palavras começou a rir descontroladamente após se lembrar da imagem ridícula do garoto se esfregando contra o chão de pedra na tentativa de fugir de uma sombra falsa. "Perigoso? Você?" –ela ainda ria muito.
"Qual é a graça, Weasley?"
"Lembro-me de ver você ali, caído no chão, em pânico! Sabe o que pensei? Esse é o tipo de comensal com que os aurors sonham, pateticamente covarde!".
"Você está indo longe demais!" –ele se aproximou e mostrou-lhe a varinha. "Mais longe do que devia...".
"É mesmo?" –ela encostou a sua varinha ao estômago dele. "Sabe que eu poderia ir muito mais longe nesse exato momento, o que acha? É bom o bastante para se defender?".
"Quer descobrir?" –ele aproximou seus olhos cinzentos dos dela, olhando-a com cuidado, e uma estranha admiração.
"Não é tarde para duelos?" –perguntou sem saber o que responder frente à última proposição feita pelo garoto.
"Nunca é tarde para humilhar um Weasley...".
"Malfoy..." –ela sorriu e se afastou sentindo o perfume que emanava da pele alva. "Tome cuidado com suas palavras, pois elas podem te trair um dia. Atualmente acredito que Weasleys humilham Malfoys, não é mesmo???".
"Idiota..." –o garoto disse se afastando na direção oposta da que seguira para voltar ao seu quarto.
'Idiota... Eu?' –pensou amargurada. Muito mudara desde da morte de seus pais, assassinados por ninguém mais que Lucius Malfoy. A hora da vingança havia chegado, aquele era o segundo dia de aula, estava pronta para o que fosse e principalmente, tinha na memória tudo o que há pouco tempo acontecera, com detalhes. Perdão era o que pediria após matar todos aqueles que acabaram com sua vida. 'Eu juro... Juro pela vida que a mim fora concedida!'.
Era cedo quando tudo aconteceu. O relógio marcava pouco mais de oito horas e sua mãe era a única a estar acordada. Eles entraram, cinco ou seis comensais... Sem piedade a mataram e assim que seu pai apareceu na escada lhe fizeram o mesmo... Sua lembranças daquele dia, uma semana após o fim das aulas, eram tenebrosas. Tudo o que ouvia era Avada Kevadra, e corpos que caíam no chão.
Desde a morte de seus pais sua vida mudara completamente, mergulhara em uma forte amargura que fê-la descobrir uma outra pessoa dentro de si, uma menina de personalidade forte e arisca, de olhar penetrante e de palavras inteligentes, uma pessoa que admirava e temia ao mesmo tempo, uma segunda Ginevra.
Olá pessoal, espero que tenham gostado desse primeiro capítulo... Não está muito longo pois é somente uma introdução, ainda há muito pela frente! Espero que gostem...Mandem reviews!
