Titulo: Lembranças de uma Paixão .

Autora: Carole Mortimer.

Adaptadora: Jennifer.

Shipper: Edward e Bella.

Gênero: Romance, UA, lemons, drama.

Censura: NC-17

Sinopse:Olhos cinzentos, frios e cruéis olhos cinzentos...e lençóis de seda. Eram essas as lembranças que Isabella guardava de seu grande amor. O homem que a havia retirado de uma festa, sete anos antes, para levá-la a viver seus únicos momentos de paixão e prazer sensual.

Agora o destino o trazia de novo a sua vida, para seu mal ou para seu bem. E, pelo jeito, ele não mudara nada. Ainda era o homem arrogante que um dia ousara lhe oferecer dinheiro por instantes de amor.

OoOoO

CAPITULO I .

Olhos frios, olhos cinzentos, cruelmente frios e lençóis de seda. Eram essas as lembranças que Isabella guardava de seu grande amor. E como continuavam vivas!

- Isabella? Isabella! - Jacob repetiu com impaciência tentando fazê-la prestar atenção na conversa - Perguntei se você concorda com o primeiro encontro amanhã a tarde. Sei que está terminado o retrato da sra Gilbraith e ...

- Terminei hoje - ela revelou, interrompendo-o com certa relutância - E acho que não quero começar outro quadro agora. Penso em tirar férias.

Jacob ficou tão surpreso com a idéia, que seu rosto de traços perfeitos não conseguiu disfarçar o desapontamento.

- Agora não, Isabella!

Aos trinta anos Jacob aparentava exatamente o que era: um homem de negócios bem-sucedido. Vestia-se impecavelmente e não gostava do preconceito que se tinha contra arte, além de detestar a idéia de que artista e marchands eram todos uns boêmios. Ele certamente, era a exceção que confirmava a regra.

- Sabe quem vai pintar agora? - perguntou, como se não acreditasse que ela estava mesmo desprezando um trabalho como aquele.

- Claro que sei!

Isabella conhecia muito bem o próximo trabalho que deveria fazer e não gostava nem um pouco da idéia.

- Tania Denali! Você vai pintar Tania!

- Já disse que sei Jacob - repetiu Isabella, sem demonstrar o mínimo entusiasmo.

Ele insistia no assunto, tentando dar-lhe um pouco de ânimo. Isabella não podia desistir logo agora! Sentia-se mal só de pensar no autor da encomenda, mas mantinha-se fria e controlada, como se não tivesse nada a ver com isso.

Isabella era muito reservada, do tipo que só revela suas emoções para os mais íntimos. E seu círculo de amigos era bem pequeno, não incluía sequer Jacob, o marchand que conhecia há cinco anos e que a promovera no mundo das artes plásticas.

Ele tinha que se contentar com a beleza física de Isabella, com os cabelos loiros e sedosos que lhe caíam nos ombros, os olhos verdes e frios que escondiam mil segredos, o nariz pequeno e reto e dado a sardas nos meses de verão, a boca perfeita, os lábios carnudos sempre realçados com um brilho sabor pê era alta, esguia e costumava usar roupas bastante descontraídas, como batas soltas e jeans. E não se considerava boêmia.

- Eu sei quem recomendou o trabalho, Jacob - ela respondeu secamente, contente por conseguir controlar as emoções. Havia aprendido bem a lição.

- Foi Edward Cullen! - Jacob apenas confirmou o que Isabella já sabia - Ele me telefonou sabe? Quase nem acreditei!

Isabella entendia muito bem aquele espanto, pois já sentira a mesma coisa.

- E ele quer que eu pinte o retrato da sua atual amante?

- Isabella!

- Como quer que eu a chame? - a voz soava com ironia - É público e notório que eles moram juntos a mais de um ano.

- Não acho que vivam juntos ...

A gargalhada de Isabella interrompeu a frase de Jacob.

- Mas que homem puritano! - ela brincou - Não importa se moram juntos ou não, o fato é que continuam sendo amantes.

- Acho que não devemos discutir os problemas pessoais de um cliente promissor.

- Longe disso meu caro Jacob. É que não estou certa se quero fazer esse trabalho - E só ela saberia por que não gostaria de ter que pintar aquele retrato.

- Por que não? - Jacob perguntou, meio desapontado, e segui-a até a janela, onde Isabella se encostara - Sem dúvida Tania Denali dará um belo quadro.

Verdade. Ninguém podia negar que a atriz era uma mulher muito bonita. mas para chamar a atenção de Edward, o magnata greco-americano, só podia ser assim mesmo.

Edward Cullen tinha a fama de andar sempre acompanhado de mulheres belíssimas, e seu caso com a ruiva Tania já durava algum tempo. Bem mais tempo do que o romance que tivera com Isabella.

Edward podia atrair a mulher que quisesse, mesmo sem seus milhões de dólares.

Alto, moreno, com uma aparência extremamente sedutora na plenitude de seus trinta e oito anos, ele era irresistível. E tinha olhos cinzentos. Olhos cinzentos cruelmente frios.

- Trabalhei demais esse ano, Jacob, e gostaria de tirar umas férias.

- Você não pode esperar mais um mês?

- Não sei...

- Vamos lá Isabella! Na verdade, eu já disse ao sr. Cullen que você estará livre amanhã as duas da tarde. Tudo bem?

- É um pouco tarde para perguntar isto, não? - os olhos dela mostravam raiva e indignação - Você poderia pelo menos ter me consultado antes não acha?

- Eu bem que tentei. Liguei várias vezes, mas não a encontrei.

Isabella deu um suspiro de impaciência. Conhecia Jacob muito bem para não engolir as desculpas dele.

- Você sabe que tiro o fone do gancho quando estou trabalhando, porque não gosto de ser interrompida. Mas acho que podemos dar um jeito nesse encontro com o sr. Cullen. basta dizer a ele que não me encontrou e que portanto o compromisso foi cancelado. Que tal?

- Impossível. ele é o tipo de homem que não espera muito tempo.

Ela suspirou. Conhecia muito bem a arrogância de Edward Cullen e sabia que o afável Jacob não seria páreo para ele.

- Irei ver a srta Denali amanhã.

- E o sr. Cullen também. Ele quer conhecê-la.

- Jacob...

- Eu sei que você não gosta desse tipo de coisa e prefere conhecer apenas a pessoa que vai pintar. mas ele encomendou o trabalho e vai pagar muitíssimo seguida Jacob falou numa quantia que fez Isabella arregalar os olhos.

- Mas meu preço não é tão alto assim!

- Foi o que ele ofereceu.

- Mas é muita coisa!

- Você nunca trabalhou com Tania Denali, querida. Sabe, me disseram que não é uma experiência muito agradável. Cada tostão será muito suado.

Todo mundo conhecia a natureza explosiva da atriz, através das fofocas das colunas sociais. E Isabella imaginava que Edward Cullen deveria se divertir com o desafio permanente de domar tão linda fera. Esse tipo de mulher combinava muito bem com o espírito autoritário dele.

Mas, fosse como fosse, não seria honesto receber uma soma altíssima para pintá-la; esse era um ponto de honra para Isabella.

- Ouça, Jacob, não me importa como a srta. Denali é ou deixa de ser. Quero que seja cobrado o preço normal.

- Mas Isabella...

- Não abro mão disso Jacob - concluiu ela, dirigindo-lhe um olhar extremamente frio.

Ele encolheu os ombros, com resignação. Sabia que não deveria insistir para que ela mudasse de idéia, principalmente levando-se em conta que a primeira batalha havia sido ganha, ou seja, conseguira que Isabella pintasse o retrato.

- Mas pelo menos você está disposta a ver Edward Cullen?

Rever Edward, após sete anos, era a última coisa que Isabella desejava, mas ninguém poderia acusá-la de ser uma pessoa sem coragem. E coragem era algo de que precisaria muito para encontrar Edward Cullen.

- Está bem, eu o verei. Agora, ao trabalho! Você não quer dar uma olhada no retrato da sra. Gilbraith e enviá-lo ao escritório do marido? Parece que ele quer dar de presente de aniversário - Ficou pensativa por um instante e arriscou, curiosa - Você sabe por que querem um retrato da srta. Denali?

- Talvez por causa da estréia de Corações Perdidos, no próximo mês. Estão falando que Edward Cullen está produzindo a peça.

Jacob a seguiu até o ateliê, para ver o retrato de Melissa Gilbraith. Isabella o tinha feito a partir de alguns encontros informais com ela, que não sabia de nada. E, mesmo com esse contato mínimo, a pintura estava perfeita.

Talvez o retrato de Tania Denali também pudesse ser realizado assim, de longe.

Isabella sabia que a atriz estava ensaiando a peça Corações Partidos para uma temporada no teatro West End, e não seria surpresa se o apaixonado amante Edward estivesse financiando a montagem. Afinal, isso não significaria qualquer abalo em sua imensa fortuna.

- Que bom ter um amante rico e dedicado não? - comentou ela, com uma malícia que não lhe era peculiar.

Jacob abriu um sorriso matreiro.

- Quer um ? É só pedir!

- Você não é rico e eu não estou afim de amantes, prestativos ou não.

- Certo princesa, mas vou continuar tentando. Quem sabe um dia você deixe de ser teimosa e me aceite - Admirou o retrato de Melissa Gilbraith - Mas está ótimo! Parabéns!

Por alguns minutos discutiram os méritos do retrato e Isabella tentou se convencer de que aquele era um dia como tantos outros em sua vida. Só que não era e ela sabia disso. por isso logo que Jacob saiu, as lembranças voltaram a povoar-lhe a mente.

Lembranças dolorosas de um homem chamado Edward Cullen... Recordações que iam além de cruéis olhos cinzentos e de lençóis de seda sobre a larga cama. Esses fantasmas invadiam-lhe a mente, tirando sua paz de espírito.

Ela não queria ir aquela festa e não teria mesmo ido se a amiga Rhea não tivesse conseguido convencê-la. ambas nunca se haviam dado muito bem com a anfitriã, Lauren Daniels, desde a época em que eram colegas de internato na Suíça. mas a tentação de conhecer a casa da moça fora grande demais.

Lauren era americana de origem grega e gostava de esnobar as colegas com histórias fabulosas sobre a riqueza da família. Sua mãe era milionária, irmã mais velha de um grande magnata do petróleo, e havia casado com um dos filhos da riquissíma família Daniels.

Lauren vivia falando nisso com ar superior e se julgava uma privilegiada. Por essa razão, Isabella e Rhea tinham encarado o convite para a festa oferecida pelos Daniels como uma piada, e foi com esse espírito que resolveram ir.

Elas riam muito quando chegaram a mansão dos Cullen, o ramo materno da família de Lauren.

- Acho que Lauren convidou metade de Londres! - Rhea comentou entre risos ao entrarem no grande salão completamente lotado, por onde circulava um verdadeiro batalhão de garçons.

- Talvez eu...

Isabella parou de falar ao ver um homem atraentíssimo do outro lado da sala. Parou até de respirar. Nunca vira alguém como ele.

- Isabella? querida, o que houve?- Rhea chamou-a com impaciência, querendo saber o que estava acontecendo.

Com esforço, ela pousou o olhar deslumbrado na amiga.

- É... aquele homem ali! Quem será? Sem dúvida não esteve no colégio com a gente... - gracejou, tentando amenizar o impacto que ele lhe causava.

Claro que Edward Cullen não freqüentara a escola, pois num internato feminino não caberiam rapazes. Além disso, havia a diferença de idade! Ele devia ter cerca de trinta anos e as moças não haviam saído dos dezenove.

Isabella observou Rhea virar-se para olhá-lo e imaginou se a amiga conseguiria resistir aos cabelos negros, às sobrancelhas da mesma cor realçando olhos cinzentos, penetrantes, ao nariz longo, reto, e à boca carnuda, bem feita, que agora sorvia um drinque certamente mais forte que o champanhe borbulhante que as demais pessoas tomavam. O terno escuro e a camisa branca de seda que ele usava pareciam apenas uma tênue camuflagem para o corpo atlético, e a altura, de um metro e oitenta mais ou menos, certamente contribuía para dar-lhe aquele ar de força e arrogância.

Isabella, ou Bella, como os amigos a chamavam, nunca se impressionara com um homem daquela maneira.

- Ele está tão sozinho que parece que a namorada o abandonou ali - brincou, para disfarçar o deslumbramento.

- Duvido que alguma mulher consiga fazer isso - Rhea retrucou calmamente.

- Também duvido.

Isabella deu mais uma olhada. Ele pegara outro copo de uma bebida que parecia uísque e o tomava como se fosse um remédio ruim.

- Ainda não sabe quem ele é, Bella?

- E por que eu deveria conhecê-lo ? - Encolheu os ombros e olhou para a amiga com curiosidade. - E você, Rhea? Conhece?

- Não pessoalmente.- E, acrescentou, abaixando o tom de voz: - Bella, esse é Edward Cullen.

- Edward Cullen? Mesmo? - O interesse dela aumentou. Fitou novamente o homem, que agora a olhava fixamente.

- Oh, meu Deus! - Isabella murmurou, desviando o olhar bruscamente, na tentativa de afastar-se daqueles olhos penetrantes e irônicos.

- O que foi agora? - Rhea fitou-a preocupada com o nervosismo da amiga. - Algo errado?

- Ele olhou para mim! - ela explicou baixinho, sem saber por quê. - Meu Deus, eu me senti completamente nua com aquele olhar! - O corpo inteiro tremia. -Foi a experiência mais erótica da minha vida. A amiga não conteve uma gargalhada.

- Bella! O que deu em você?

Isabella sabia que não se portava muito bem. Parecia uma menininha encantada com o primeiro namorado. Mas o fato é que Edward Cullen não era um homem comum, como não era comum ou normal a impressão que causara nela.

Isabella ainda tremia por causa do impacto daquele olhar profundo e percebia, de soslaio, que ele agora só estava interessado em seu copo de uísque.

- Sabe, Rhea, ele me olhou e eu... Ai, foi uma sensação estranhíssima!

- E também muito perigosa - alertou a amiga. - Fique longe dele,Bella.

- Ah! Estão aqui, meninas?- Lauren interrompeu a conversa para saudá-las efusivamente.

- Sim, estamos aqui - Rhea respondeu num tom de mofa.

- Grande festa, Lauren.

- Também acho. Até o tio Ed apareceu! -Olhou na direção dele. - Embora com um mau humor que vou te contar! Seria até melhor não ter vindo. Coitado, recebeu péssimas notícias hoje.

- Ah, foi? - Rhea perguntou, curiosa.

- Nada de grande importância. Bem, divirtam-se, queridas.- E Lauren saiu para cumprimentar outros convidados.

- Hum... - Rhea murmurou, pensativa. - Ela cortou a conversa bem rápido, não? O que teria acontecido para deixar preocupado assim um homem como Edward Cullen?

-Lauren disse que não era nada importante.

-Ela fecha muito bem a boquinha quando se trata de proteger a família. Ninguém sabia que o irmão dela tinha problemas com a polícia até os jornais publicarem o escândalo, lembra-se?

- Duvido que com Edward seja algo parecido.

- Também duvido. Um homem como ele não deve andar envolvido com drogas. Mas, se há alguém aqui afogando as magoas, esse alguém certamente é Edward Cullen.

Isabella ficou nervosa. Não podia imaginar um homem como aquele afogando as mágoas em copos de uísque. No entanto comentou, mais para falar alguma coisa:

- Parece que até os milionários têm problemas, não?

- Têm mesmo. - Rhea sorriu. - Mas vamos esquecer Edward Cullen e aproveitar a festa.

Esquecer Edward Cullen não era uma tarefa fácil. Mas, aceitando a sugestão da amiga, Isabella acompanhou-a à outra sala de recepção e até dançou animadamente quando foi convidada. Seus pensamentos, entretanto, não deixavam aquele belo homem que continuava a beber uísque como se fosse água. Ela quase não conseguia conter a curiosidade sobre o que o estaria perturbando. E ele não parecia ser uma pessoa que se deixava perturbar facilmente.

Conseguiu vê-lo de novo, ao retomar do banheiro do andar superior. Ainda estava parado, olhando as pessoas, com o copo de uísque na mão. Quando ela chegou ao último degrau da escada, encarou-a, como se tivesse notado que era observado. Ao encontrar aqueles olhos frios, Isabella sentiu um arrepio percorrer-lhe o corpo.

Não conseguia imaginar por que aquele homem a afetava tanto, a ponto de fazê-la parar, petrificada, no lugar onde se encontrava.

Edward Cullen sorveu o restante do uísque lentamente, colocou o copo sobre uma mesinha próxima e caminhou na direção dela. Os olhos de Isabella se arregalaram quando Edward parou na frente dela, tão próximo que o cheiro de sua loção de barba a deixava zonza.

- Estou pensando em sair desse hospício. Quer vir junto? - A voz dele era tão grave e convincente que a deixou abalada e muda. - Quero ir embora. E quero que você venha comigo!

Isabella ficou completamente atônita com o que ouviu e começou a imaginar aonde ele poderia levá-la.

- E então?

- Sr. Cullen...

- Você me conhece! Com quem estou falando?

- Bella... Bella Swan.

- Bem, Bella Swan, que ir ou não ? - O tom era sarcástico.

- Bem, eu vim com uma amiga...

- O convite foi só para você- retrucou ele, com impaciência. E posso mudar de idéia num minuto. Decida-se logo.

Um homem arrogante, aquele. Mas Isabella queria sair com ele e sabia que se arrependeria se não saísse.

- Eu... gostaria de avisar minha amiga que já vou.

Ele balançou a cabeça rapidamente, como se não visse razão para isso.

- Espero por você lá fora.

Todos os pedidos de Rhea foram inúteis. Em cinco minutos Isabella entrava no luxuoso carro esporte de Edward, tão poderoso quanto o dono. Enquanto dirigia, ele não falava nada e mantinha no rosto um ar distante. Estacionou em frente a um luxuoso prédio de apartamentos no centro da cidade, e, com a mão no ombro de Isabella, conduziu-a ao interior do edifício.

Pela primeira vez ela se apercebeu do fato de que tinha saído da festa com um homem que não conhecia, e que, apesar de irresistível, era ainda um enigma.

- Sr. Cullen... - tentou falar, enquanto subiam pelo elevador. - Acho que...

Suas palavras foram cortadas pelos lábios de Edward, que engoliram os seus num longo beijo. Ela sentiu o corpo forte apertá-la contra a parede do elevador, seu sexo comprimir-se contra o dela numa clara demonstração de desejo, de paixão.

Isabella não se lembrava de quanto tempo a porta do elevador ficou aberta na entrada da cobertura. A única coisa de que se recordou foi que Edward a pegou nos braços e a carregou para dentro, colocando-a delicadamente sobre a linda cama coberta de lençóis de seda. E que lhe tirou toda a roupa.

Ficou ali, nua, observando-o despir-se, sentindo-se incapaz de lutar contra o inevitável. Sabia desde o momento que o vira no salão que seu destino pertencia àquele homem; pois não podia lutar contra um caso de amor à primeira vista.

Entregaram-se sem dizer uma só palavra, apenas deliciando-se com o prazer que podiam proporcionar um ao outro. E Edward provou ter uma grande experiência pela maneira como a levava ao êxtase, preparando-a com imensa paixão antes de possuí-la. Isabella não soube se gritou em cada momento de posse, embora a dor dilacerante que sentiu pudesse justificar isso. Depois, tudo começou a girara sua volta.

E aí foi tomada pela paixão, uma sensação forte que ela não pensou que existisse e que a deixava louca. E ele sentia isso também, pois gemia de prazer.

Depois, logo que se satisfez, afastou-se dela sem muita explicação, e o prazer que se espelhava no rosto foi imediatamente substituído por uma espécie de tédio. Olhou-a demoradamente com desprezo e falou:

- Você deve ser uma das convidadas especiais de Lauren,não?

Isabella não conseguia imaginar por que Edward se dirigia a ela com tanto desprezo, após um encontro tão arrebatador. Quase sem querer, puxou o lençol até o pescoço para cobrir o corpo nu enquanto ele exibia sua nudez como um gato ao sol. Ela umedeceu com a ponta da língua os lábios inchados e sentiu o corpo todo dolorido.

Ajeitou-se e perguntou:

- Como adivinhou que sou colega de Lauren?

- Não foi difícil - retrucou ele secamente, levantando-se com movimentos sensuais. Pegou o paletó do chão e tirou do bolso uma cigarreira e um isqueiro. - Você se importa que eu fume?

- Não. Fique à vontade.

Ela mentia. Na verdade, detestava o fumo. Mas sabia que ele pedira sua permissão apenas por formalidade, pois não se incomodaria com a resposta.

- Você se perturba com o fato de eu conhecer Lauren?

- De maneira alguma. Minha querida sobrinha pode convencer os pais, de que é uma mocinha inocente, mas a mim não.

Isabella concordava com isso, mas não achava conveniente entrar em detalhes sobre a vida de Lauren.

- O que tem o comportamento dela a ver conosco?

Ele deu uma risada dolorosamente irônica.

- Use a sua imaginação, Bella Swan. Seu desempenho foi, digamos, um tanto mecânico, mas sei que pode ser melhor.

- Não entendi... - Ela empalideceu de vergonha diante da menção de sua inexperiência na cama.

- Um desconhecido chega para você numa festa e pede para que saia com ele. Você concorda e agora pergunta como eu sei que conhece Lauren! - falou ele com dureza, colocando o robe negro de seda que estava sobre uma cadeira. - O que é você, hein? Um prêmio de consolação oferecido por minha sobrinha?

As palavras soaram como um insulto para Isabella, que ficou ainda mais pálida e confusa.

- Prêmio de consolação? Que história é essa?

- É o tipo de coisa que a jovem Lauren Daniels aprontaria. E estou contente por ela ter arranjado alguém como você. Se tivesse arrumado uma mulher que se parecesse com minha esposa, eu não teria me interessado nem um pouco.

Isabella sentiu como se tivesse recebido um tapa na cara.

- Sua... sua esposa?

- Quer fazer o favor de parar de representar, Bella? Entendo que Lauren tenha pedido para você me ajudar a esquecer que minha esposa enviou hoje os papéis do divórcio. Tudo bem, ajudou mesmo. Agora tire o seu lindo corpinho de minha cama. - Abaixou-se e deu-lhe um tapa forte nas nádegas. - Foi bom, mas agora não preciso mais de você.

Isabella nunca se sentira tão humilhada. Até aquele momento não fazia idéia de que ele havia interpretado mal suas olhadinhas inocentes na festa, mas agora entendia a maneira arrebatada como a possuíra. E as más notícias que Edward Cullen recebera eram o pedido de divórcio!

A única coisa que conseguiu fazer foi olhar para ele, sem saber como se defender das acusações. Era óbvio que Edward deveria achá-la tão promíscua quanto Lauren, imaginando que as duas haviam planejado aquilo tudo.

Também era óbvio que havia confundido sua virgindade e inexperiência com uma reação mecânica ao ardor erótico. Como então poderia contar-lhe que se apaixonara à primeira vista? Que ele fora o primeiro? Não, nunca poderia contar-lhe isso, principalmente porque fora considerada apenas uma diversão, um passatempo.

- Vou tomar um banho, Bella. Pode usar o outro banheiro se quiser. Mas quando eu voltar não quero encontrá-la aqui, certo?

Pegou novamente o paletó, tirou do bolso uma carteira de couro, de onde tirou várias notas, e as colocou em cima da mesinha de cabeceira.

- Chame um táxi. Não pretendo levá-la e não quero que ande por aí sozinha a essa hora.

- Por favor...

- Não é suficiente? Quer mais?

- Sr. Cullen, ouça...

- Talvez tenha razão, é pouco. Mas você não tem muita experiência ainda, garota. Eu queria apenas um pouco de complacência, mas muitos homens talvez exigissem mais. Pode me ligar quando aprender a demonstrar um pouco mais de fogo e entusiasmo- concluiu com desprezo, parando à porta do banheiro. - E não tente me roubar enquanto tomo banho. Mando prendê-la num piscar de olhos.

Fechou a porta e logo após se ouviu o barulho da água do chuveiro.

Isabella escutou tudo com grande espanto e incredulidade. Será que ele pensava que era amiga íntima de Lauren? Levantou-se lentamente e apanhou as notas que ele jogara no chão. Era muito dinheiro! Que loucura!

A humilhação a que Edward Cullen a submetera era algo que Isabella jamais conseguiria esquecer. Nunca fora tratada com tanto desprezo. E agora, sete anos depois, aquilo ainda a abalava. Quanto a Edward, na certa nem se lembrava da existência dela.

A notícia do divórcio chegou aos jornais poucos dias após aquele encontro; comentavam que a esposa o acusava de adultério.

Após a experiência que tivera com ele, Isabella acreditava que a mulher merecia mesmo os milhões de dólares que exigia. Na verdade, qualquer pessoa que conseguisse suportar aquele homem por quatro anos merecia tudo.

A preocupação dela agora era saber se ele reconheceria em Isabella Swan, a famosa retratista, a jovem Bella Swan, a quem uma vez humilhara tanto.

Essa preocupação começou a aumentar a partir do momento em que ela passou a esperá-lo em seu apartamento, para falar sobre o retrato de Tania Denali. Se Edward não se lembrasse de nada, Isabella poderia até suportar o encontro com alguma dignidade. Mas, se a reconhecesse... as conseqüências seriam realmente desastrosas!

Quando a campainha soou, pontualmente, às duas da tarde, Isabella respirou fundo e deu uma olhada no espelho. O jeans e o camisão azul haviam sido escolhidos a dedo: ela sentia necessidade de usar algo que nem de longe lembrasse o sofisticado vestido preto da noite em que conhecera Edward.

Ela mudara muito naqueles sete anos. Os cabelos agora estavam mais curtos, o rosto levemente arredondado tornara-se anguloso, enfim, o jeitinho de adolescente de outrora tinha sido substituído por um ar de mulher madura.

Ao abrir a porta, Isabella dirigiu o olhar para Tania Denali, ignorando o homem arrogante parado ao lado dela.

Apesar disso, sua presença inquietante a abalou e a fez experimentar as mesmas sensações loucas de sete anos atrás.

Tania Denali era tão bonita quanto nas fotos, embora, seus lindos olhos castanhos parecessem desconfiados ao pousar em Isabella, estudando-lhe a beleza. Mas o ar de desprezo que a dominou em seguida demonstrou que considerava a, retratista uma mulher sem graça nem importância. Melhor. Quanto menos as duas se envolvessem, mais depressa o trabalho estaria terminado.

Apesar disso, Isabella não estava muito segura de que o comportamento da atriz permaneceria aquele. Ela parecia um tanto perturbada com o interesse que Edward havia demonstrado por Isabella. O olhar de admiração com que a examinava dos pés

à cabeça demonstrava esse interesse.

Edward pouco mudara nesses sete anos. Os cabelos negros apresentavam agora alguns fios brancos, o cinismo em sua expressão aumentara, mas de um modo geral era o mesmo homem irresistível pelo qual Isabella se apaixonara. Ela teve aquela mesma sensação de arrebatamento ao vê-lo, embora aparentemente se mantivesse fria e desinteressada.

- Tem alguma idéia de como quer o retrato? - Fez a pergunta a Tania Denali e não se surpreendeu ao ouvir Edward Cullen responder:

- Sabemos exatamente que tipo de retrato queremos, srta. Swan. É uma exigência da peça da qual a srta. Denali está participando. Será um presente de final de temporada.

- Entendo - disse Isabella em tom profissional, sem demonstrar a emoção que sentia ao ouvir a voz sensual de Edward.

- Você tem exatamente um mês para fazer o quadro, srta. Swan, pois precisamos dele para a estréia da peça.

- Está bem. Vou me esforçar ao máximo para isso.

- Acredito que sim.

Ela negou-se a retribuir o olhar lânguido dele, virando-se deliberadamente para a atriz, que se havia acomodado no sofá.

- Quando gostaria de começar a posar, srta. Denali?

- É realmente necessário? - perguntou a atriz, num misto de raiva e tédio. - Uma fotografia não seria suficiente?

Isabella fez que não com a cabeça, sem deixar de perceber um par de olhos cinzentos fixos nela. Aparentemente aqueles olhos não davam o menor sinal de reconhecê-la; apenas admiravam a bela mulher que ela era agora.

- Sinto muito, mas não trabalho dessa maneira. Mas posso indicar uma pessoa...

- Não - interrompeu Edward. - Quero que você faça o retrato.

- Oh, Ed, por favor! - Tania virou-se para ele com impaciência, fazendo um biquinho provocante. – Vou ter que me sentar aqui durante horas e morrer de tédio?

- Sim, vai. Por quê?

- Prefiro passar esse tempo com você - disse Tania num tom sensual, pousando a mão na coxa dele.

- Virá aqui todas as vezes em que a srta. Swan precise de você!

- Mas Ed.. .

- Tania! - Ele pronunciou o nome sem levantar a voz, pois seu tom era suficiente para silenciar a amante.

Isabella ficou meio sem jeito com a discussão dos dois. Era óbvio que a explosiva Tania Denali tornava-se dócil quando Edward queria, pois, embora sua expressão fosse rebelde, ela não tinha mais coragem de apresentar objeções. Isabella não gostava nem um pouco da moça, mas sentia pena dela.

- Acho que só precisará vir aqui uma ou duas vezes -explicou, ignorando novamente Edward e dirigindo-se à atriz. - E por pouco mais de uma hora de cada vez. Que tal começarmos sábado de manhã?

- Tudo bem, sábado - respondeu a atriz, lançando um olhar enraivecido para Edward Cullen, que não parecia ligar a mínima para isso. - Mas acho que seria melhor à tarde. - e olhou para o amante com malícia. - Não gosto de me levantar cedo.

- Que horário prefere, srta. Swan? - perguntou Edward, ignorando Tania e tirando a mão dela de sua coxa, numa demonstração clara de que não aprovava aquela intimidade.

Isabella começou a ter a sensação de estar no meio de uma briga de amantes. Ou seria essa a maneira de Edward tratar as mulheres? Ele fora cruel e frio no passado, e talvez essas características se tivessem tornado mais marcantes com o tempo. Mas isso não era problema seu.

Por isso, tentando manter a calma, ela falou num tom frio:

- Posso trabalhar à tarde. Que tal às duas horas?

- Prefiro - ele respondeu. - Acho que Jacob já falou sobre o pagamento, não? - E levantou as sobrancelhas negras de modo desafiador, como se já soubesse que ela não aceitaria a quantia oferecida.

- É alta demais. - Ela enfrentou o desafio. - Você receberá a conta quando eu terminar o retrato e me pagará a quantia que eu estipular, se o meu trabalho for satisfatório.

- Sei que será.

- Apenas o tempo dirá.

Ela sentia que Tania Denali não seria uma modelo fácil de pintar. Além de não gostar dela, teria que amenizar o ar de dureza da atriz uma característica que ambos certamente não queriam ver retratada no quadro.

- Suas palavras foram interrompidas pelo som do telefone. Devia ser Jacob, querendo saber como fora a reunião.

- Com licença.- Sorriu para o casal antes de pegar o fone.

- Bella?

Reconheceu imediatamente a voz do pai do outro lado da linha e sentiu-se feliz, aliviada.

- Como vai, querido? - perguntou com ternura e passou a ouvir o que ele tinha a contar sobre as últimas férias.- Jantar hoje? - repetiu a sugestão feita pelo pai. - Acho ótimo!

Desligou o telefone alguns minutos depois e percebeu um ar de desagrado estampado no rosto de Edward Cullen.

- Desculpem-me. Bem, onde nós estávamos?

- Acho que já falamos tudo -. disse secamente Edward, levantando-se. - A srta. Denali estará aqui às duas, no sábado.

O casal retirou-se tão abruptamente que Isabella mal teve tempo de levá-los à porta. Admitiu sentir-se aliviada ao vê-los sair, pois a reunião havia sido tensa. No entanto, estava contente com o fato de não ter sido reconhecida.

Edward a vira apenas como Isabella Swan e sem sombra de dúvidas a havia achado atraente. Mas era só. Agora ela sabia que aquele era um homem perigoso para qualquer mulher e que nunca mais cairia em sua rede, como há sete anos atrás.

Quando o telefone tocou, meia hora depois, ela teve certeza de que era Jacob. Mas estava enganada.

- Isabella, vamos jantar hoje?

Não havia necessidade de a pessoa se identificar, pois ela reconheceu a voz imediatamente. E, mesmo confusa diante do convite inesperado, ela se manteve firme e controlada.

- Sinto muito, sr. Cullen, mas já tenho um compromisso.

- Eu sei. Mas quero que cancele esse compromisso. - Agora ela compreendia por que Edward e Tania haviam saído tão abruptamente. Na verdade, ele não via a hora de deixar a amante em casa e convidá-la para sair. Que homem arrogante, mau-carater!

- Sinto muito, mas não posso. - Ela se lembrou de que, em nenhum momento, a pessoa que ligara fora identificada como seu pai. Por isso mentiu: - Não posso frustrar meu amigo sem mais nem menos.

OoOoO

Fic nova! O que acharam? Mai um Edward difícil pra vocês.

Comentem e o segundo capitulo chega mais rápido.

REVIEWS.

KRISses