Minha pequena versão de como seria a adoção do Hank.

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Naquele domingo, Sara Sidle levantou disposta. Há cinco anos havia decidido tornar-se voluntária na Associação Protetora dos animais. Adorava animais, principalmente os cachorros. E como não podia ter um, contentava-se em dedicar um dia por ano a eles, quando acontecia uma feira de doação de animais perdidos ou abandonados.

O evento seria realizado no auditório de uma das maiores lojas de departamento da cidade.

Ela vestiu uma calça jeans azul, uma camiseta preta, um tênis e o colete dos voluntários.

Saiu correndo do apartamento sem tomar café e passou um tempinho conversando com o porteiro sobre a feira antes de finalmente sair.

No decorrer do dia, dezenas de animais conseguiram ser adotados para o alívio de Sara. Só sobrara um.

Um boxer enorme que parecia tristonho sozinho no canto.

Ela se aproximou dele com cuidado e acariciou o focinho dele. Ele latiu e lambeu a mão dela fazendo-a rir.

Uma coisa fofa daquelas sozinha dava pena.

-Você deveria levá-lo já que gosta tanto dele.

Sara pulou de susto e voltou-se para ele com os olhos arregalados demonstrando surpresa.

-O que você está fazendo aqui?

Ele sorriu e apontou para o cachorro com se ela tivesse deixado escapar algo óbvio.

Ela ficou um pouco vermelha e continuou acariciando o cachorro.

-Então... Veio adotar um cachorro também? – Ele perguntou.

-Sou voluntária. – Explicou ela. – E não posso adotá-lo. Minha síndica teria uma síncope quando o visse.

-Hum... Como ele se chama?

-Hank.

Ele arqueou as sobrancelhas com o nome e colocou as mãos no bolso na calça.

-Nome engraçado.

-Yeah. Tão chato como o outro Hank. Porém bem mais dócil, fiel e educado. Você deveria levá-lo.

-Bom... – Ele murmurou parecendo desconcertado. – Eu não queria um cachorro tão grande.

"Nem com esse nome" Acrescentou ele em pensamento.

-Você não vai se arrepender. – Acrescentou ela.

-Acho melhor não Sara.

-Por favor... - Ela implorou. – Eu pago se você quiser levá-lo.

-Você parece desesperada. – Ele disse com uma careta.

-E eu estou. – Ela suspirou e abaixou a cabeça. – Se não for adotado hoje, Hank vai ser sacrificado.

Ele quase sorriu ante o tom desamparado da voz dela. Os lábios levemente trêmulos dela tinham certo poder sobre ele.

Quando ela levantou o rosto e ele viu os olhos úmidos, desistiu.

Levaria todos os cachorros do abrigo se isso a fizesse feliz.

-Está bem Sara. Eu levo o seu amiguinho.

Ela sorriu e pulou em cima dele abraçando-o.

Ele sentiu o corpo ficar tenso, mas aos poucos relaxou e retribuiu o abraço. Hank, cansando de ser ignorado, resolveu se meter entre os dois latindo e pulando em torno de Grissom.

Eles riram quando o cachorro ficou de pé e apoiou as patas dianteiras nos ombros de Grissom e começou a lamber o rosto dele.

Quando o cachorro finalmente cansou, Grissom pode olhar nos olhos dela. E o que viu ali, o deixou sem fôlego.

Há quase sete anos que ele não via tanta alegria ou amor nos olhos castanhos.

E ele soube.

Ele sempre faria qualquer coisa para fazê-la sorrir.

FIM