Presente do AO de Dia dos Mestres do grupo Snapetes
Presenteado/a: Nandda
Nenhum dos personagens pertencem a mim.

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Severo Snape era pura raiva, naqueles tempos de guerra Dumbledore lhe confiava sempre as piores missões que ele aceitava mesmo não compreendendo ou concordando. "Tudo para um bem maior", pensou. Contudo, o último pedido do ancião estava além da sua capacidade. Encontrava-se em uma situação esdrúxula relutando para realizá-la.

- Maldição! – Ele esbravejou enquanto se dirigia para as masmorras. Seu humor estava péssimo a ponto de descontar 60 pontos até mesmo de um sonserino.

Quando chegou ao corredor viu um grupo de alunos que já o aguardava para o início da aula e bufou ao presenciar outra discussão entre os sonserinos, especificamente Draco Malfoy e seus guarda-costas Crabble e Goyle e os grifinórios pertencentes ao famoso Trio de Ouro que agora era quase um bando. Harry, Hermione e Rony tinham ao seu lado Neville, Parvati, Lilá e uma aluna perdida da Corvinal, todos de costas para sua direção. Snape parou e arregalou os olhos não acreditando quem estava vendo, mas no momento em que Harry puxou a varinha e a encostou no pescoço de Draco ele espantou a visão de sua mente e acelerou o passo. Parou às costas de Harry.

- Ora, ora, ora como sempre apresentando seu espetáculo Potter. - Declarou olhando com asco para o jovem.

Harry se virou para a voz que tanto o perturbava em sua estada em Hogwarts, dirigindo-lhe um olhar de repulsa. Snape devolveu o olhar que o recepcionou e desviou seus penetrantes orbes negros para Draco perguntando:

- O que aconteceu aqui senhor Malfoy ?

- Como sempre professor esse aí... – sinalizou com a cabeça para Harry com um semblante de nojo - e seu grupinho estavam tentando me coagir.

- Mentira! Draco foi você quem... – a jovem foi interrompida.

- Silêncio senhorita Granger sua opinião não foi requisitada. Resuma-se a falar quando for pedido.– Declarou fuzilando-a com o olhar.

- Mas professor... – ela tentou argumentar.

- Eu já disse silêncio.- Ele sibilou - Menos 30 pontos para Grifinória por sua falta de respeito. – E virou-se para Draco.

- Continuando senhor Malfoy, estava dizendo que o senhor Potter estava utilizando da sua vantagem numérica para intimidá-lo e... – Snape foi interrompido.

- Professor. – Ela chamou.

Snape sentiu seu sangue gelar ao ouvir a voz indesejada. A satisfação em poder humilhar Harry baseado em um fato irrefutável o fez esquecer da presença incômoda. Fingir que não a ouvira foi à única solução que encontrou, continuou de costas para ela:

- Então temos uma gangue instaurando o terror na escola...- olhou para os três com um divertimento maléfico nos olhos –... liderada pelo tão aclamado Potter.- Cuspiu o sobrenome do rapaz.

Acredito... – continuou tocando o lábio inferior com o dedo indicador enquanto pensava–... que o Diretor não saiba disso. – Não disfarçando o triunfo na voz. – Nem a professora McGonagall.

- Professor. – ela o chamou de novo fazendo com que Snape que sentira o sangue gelar agora o sentia ferver de raiva. – Tenho algo a falar sobre isso.

O aborrecido professor de poções virou-se lentamente em direção a aluna da Corvinal que insistia em requerer sua atenção. Um olhar carregado de repúdia encontrou os azuis arregalados.

- O que a senhorita faz aqui? – Perguntou quase em um rosnado.

- Eu vim falar com o Neville sobre o trabalho da professora Sprout. – Ela respondeu ajeitando seus óculos em de cor extravagante e formato difuso.

- E ainda não o fez? – O professor perguntou com impaciência na voz e no olhar.

-Sim, mas vi o que aconteceu e gostaria de falar a verdade. – Luna argumentou inocentemente.

Snape sentiu vontade de azarar a jovem atrevida à sua frente, seu rosto se transformou e tanto os alunos da Sonserina quanto da Grifinória ficaram temerosos pela aluna. Ele se aproximou fechando-se em sua capa e declarou em um sussurro:

- Vá imediatamente para sua aula. – Sua voz era forte, deixou claro que era uma ordem a não ser questionada.

Antes que Luna abrisse a boca e acabasse devorada pelo professor, Hermione a beliscou e sinalizou para que ela fosse embora. A jovem que aparentemente não tinha noção do que poderia acontecer, tentou contestar a amiga da Grifinória, mas o olhar incisivo da amiga a fez acatar a ordem do professor. Despediu-se dos amigos e se foi.

O professor aliviado por ter se livrado da presença incômoda voltou-se para os alunos amedrontados que aguardavam sua ordem:

- Entrem todos em silêncio. – sibilou.

Um por um entraram na sala de aula sem nem ao menos olhar para o lado, enquanto o professor parado ao lado da porta observava todos passarem. Quando o último aluno entrou Snape se virou para entrar e parou ao ouvir uma voz conhecida gritá-lo:

- Professor não me atrasarei hoje à noite – e os passos se tornaram mais distantes. Um Snape lívido voltado para dentro da sala não se virou para vê-la. Ao passar fechou a porta em um estrondo e caminhou rápido até o púlpito, voltou-se para classe e viu todos os alunos estáticos o olhando.

- O que estão esperando, peguem seu material e continuem a poção da aula passada! – Nenhum movimento – O que estão esperando!? – Esbravejou e todos se movimentaram ao mesmo tempo indo até os armários para pegarem seus materiais. Snape respirou fundo e sentou-se na cadeira para corrigir as redações das outras turmas, tentando esquecer a tarefa que teria mais tarde naquele dia.

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O mal-humorado professor de poções comeu pouco, não conseguia parar de pensar na tarefa que Dumbledore o incumbira, o que o aguardava após o jantar. Estava perdido em seus pensamentos, lembrando-se dos argumentos utilizados pelo Diretor para que ele desse aulas de Oclumência para a senhorita Lovegood e não ouviu quando o ancião ao seu lado o chamou:

-Severo? – Repetiu Dumbledore.

O homem Voltou a realidade e respondeu sem olhá-lo:

- Diga Alvo.

- O que o leva para tão longe de nós? – Perguntou o Diretor sabendo qual provavelmente era a resposta.

- Não sabia que a sua preocupação com a minha pessoa se estendia ao que eu como ou o que deixo de comer. – Respondeu de forma azeda.

- Severo sabe que me preocupo com você e com essa mania de fazer jejuns desnecessários. – Retorquiu calmamente Alvo.

- Poupe-me das suas preocupações paternas. – Replicou com aspereza.

- Já que falou em preocupação, sei que tratará a senhorita Lovegood da melhor maneira possível. – Alvo declarou direcionando um olhar a Snape de que não permitiria maus tratos a aluna da Corvinal.

- Você deveria pedir a ela que me poupasse da daquela presença que não anseio em minha sala de aula. Por Merlin Alvo! O que pretende com isso? – Perguntou esperando uma resposta coerente.

- Você descobrirá. – O Diretor declarou antes de dar uma garfada.

- Por favor Alvo! – Snape levantou e se retirou do salão principal pela porta lateral, não queria encontrá-la antes da hora.

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Na hora marcada pelo Diretor Snape ouviu uma batida na porta e se contorceu de desgosto ao imaginar quem era.

- Entre. – Ele permitiu sem levantar seus olhos para recepcioná-la.

Luna abriu a porta com o olhar perdido de sempre, pareceu não saber o que estava fazendo ali. Caminhou até a frente da sala com os olhos esbugalhados, parou defronte a mesa do professor que estava de cabeça baixa e falou:

- Boa noite professor.

- Sente-se senhorita Lovegood. – Foi o que ouviu como resposta.

A jovem permaneceu de pé de frente ao homem que queria manter-se longe dela, fixou seus olhos no cabelos negros que caíam por cima do rosto do professor, formando uma cortina. Ela ouviu parar o som da pena riscando no papel, mas nenhum movimento em direção a ela foi feito.

- Já falei para sentar senhorita Lovegood. – Ele levantou a cabeça encarando-a – O que faz ainda parada em frente a minha mesa? – Perguntou o professor descansando sua cabeça sobre as compridas mãos unidas debaixo de seu queixo anguloso.

Em silêncio a jovem andou para trás até bater em uma carteira e sentar-se.

Snape largou a pena e se levantou dirigindo-se para frente da mesa da aluna:

- Sabe o porquê de estar aqui? – Perguntou enquanto cruzava os braços.

A resposta não veio. Ele a inquiriu com o olhar e aproximou-se, porém um declaração inesperada o fez enrijecer.

- Seus cabelos são realmente muito oleosos. – Ela declarou sem desviar o olhar do professor.

O homem exclamou:

- O quê! – perguntou em seguida – De que diabos está falando menina?

- Que o seu cabelo é muito oleoso. Eu sempre ouvi comentários, mas nunca tinha estado perto suficiente para verificar. – Luna declarou ajeitando seus óculos.

- Como ousa falar algo desse tipo? – seus lábios se tornaram uma estreita linha – Menos 40 pontos para Corvinal.- Ele declarou sentindo vontade de azará-la novamente.

A aluna se espantou ao ouvir a perda dos pontos.

- Por que professor? – Ela perguntou.

- Por que? Por que? – O controle estava escorrendo por entre seus dedos - A senhorita falta com respeito comigo e não sabe o porquê de ter perdido 40 pontos!? – a voz de Snape era cada vez mais baixa. Luna já tinha visto o professor falar daquela forma com seus amigos e sabia que estava em maus lençóis.

Abaixou a cabeça sem mais questionar.

O homem à sua frente respirou fundo respirou fundo e perguntou:

- Voltando à questão inicial, a senhorita sabe porque está aqui?

Um sinal de não com o balançar da cabeça foi a resposta.

Ele revirou os olhos não acreditando no Dumbledore tinha feito. Teria também que explicar a aluna o motivo das aulas. Pigarreou antes de começar a explicar:

- Ahã... o Diretor acredita que devido a sua proximidade com o senhor Potter é necessário que esteja preparada para caso....- outro pigarro- ahã... caso seja capturada por comensais.

Luna levantou a cabeça olhando para o professor querendo não acreditar no que ouvira.

- Eu! – Declarou sem acreditar.

- Sim, a senhorita. – Ele informou.

- Mas...eu acho que o Rony e a Hermione são mais próximos deles e... então eles correm mais risco. – Luna argumentou.

- Sim, mas o senhor Weasley e a senhorita Granger já estão melhores "preparados" para situações de riscos – Enfatizou com deboche a palavra preparados.

- A questão do meu pai fazer declarações contra Voldemort – Snape se arrepiou ao ouvir o nome – não me deixa também em risco? – A jovem perguntou.

Snape sabia que sim, porém não queria atribuir nenhum culpa a Xenofílio Lovegood, preferiu atribuir tudo a Harry.

- Não possuo essa informação senhorita. Vamos começar a aula.

Luna se levantou saindo detrás da carteira, enquanto via o professor aproximar-se dela.

- Professor,posso fazer mais uma pergunta? – Ela pediu.

- Já o fez. Pode fazer a segunda. – Ele declarou parando a uma cera distância da aluna.

-Se eu como amiga do Harry estou tomando lições de Oclumência, quer dizer que todos amigos dele também terão essas aulas?

- Provavelmente sim. – Ele respondeu não do rumo da conversa.

- Então quer dizer que Neville tomará lições de Oclumência com o senhor? – Ela perguntou quase rindo.

Snape fez uma careta ao lembrar-se daquilo e respondeu:

- Sim.

Luna sorriu fazendo seus olhos azuis brilharem. O professor notou o quanto a aluna ficara bonita com o sorriso. Interrompeu a contragosto o sorriso:

- Creio que agora podemos começar a nossa aula. – Declarou - A senhorita tem alguma noção do que é a arte da Oclumência?

- Eu.... – Foi interrompida.

- Imaginei que não. Potter e seus amiguinhos não conseguem entender a sutil arte da Oclumência, sempre priorizando os músculos ao cérebro. – Desdenhou – Contudo, não acreditei que corvinais se comportassem também de tal maneira. A decepção perpassa meu coração senhorita, pensei que vocês priorizassem o que os grifinórios depreciam.

Luna nada falou.

Snape continuou diante do silêncio da aluna:

- Um oclumente impede que outros bruxos que utilizam o feitiço Legilimens de verem suas lembranças. Tentarei ensinar a você o que o seu amiguinho Potter não conseguiu aprender, um completo desperdício de tempo. – Pegou a varinha - Espero que não faça o mesmo.

Luna olhou de um lado para o outro enquanto Snape falava, não dando atenção ao professor.

- Senhorita Lovegood. – Ele a chamou.

Ela parou e olhar para os lados e lhe deu atenção.

- Desculpe. Entendi o discurso, mas é que eu nunca tinha reparado que aqui tem tanto zonzóbulos.

- Zonzo o que!? – Perguntou Snape não acreditando no que ouvira.

- Zonzóbulos professor.....hum.....será que é só a noite? – Perguntava para si mesma – Deve ser, porque de dia nunca vi...olha! Olha professor, quero dizer, não se mexa tem um bem na sua roupa, espera que tentarei pegar.

Snape estava tão abismado com o comportamento anormal da aluna que ficou parado da forma que ela pediu e quando se deu conta de que ela ia em sua direção com o intuito de tocá-lo a chamou:

- Senhorita Lovegood!

Luna parou ao ouvir o tom acima do usual do professor de Poções, mas logo esqueceu-se disso ao ver o zonzóbulo voar.

- Poxa, ele se foi. – declarou triste.

- Senhorita Lovegood detenha-se antes que eu a expulse daqui!- Ele esbravejou diante da aluna parada à sua frente que ajeitou os escandalosos óculos que ameaçavam cair.

- Senhorita deixe seus devaneios para quando estiver em seus aposentos. – Declarou.

- Pegue sua varinha. – Ordenou

A aluna o fez.

- Limpe sua mente e livre-se das suas emoções, pois elas atrapalham a sua concentração. Olhe para mim, é necessário ter contato visual. Contarei até três prepare-se. Um, dois... Legilimens!

Luna deu um passo para trás ao sentir a invasão em sua mente. Snape passeava por suas memórias vasculhando cada recôndito que Luna não queria que ele estivesse.

- Pára! Pára! – Ela gritou fechando os olhos e caindo no chão de joelhos – Pára! Pára! – Ela gritou chorando.

Snape voltou à posição inicial guardando sua varinha, admirado com o que tinha visto na mente da aluna. A falta da ausência da mãe que sempre sentira desde criança, as humilhações que passara na escola devido ao seu jeito excêntrico de ser, a falta de amizade dentro da sua própria casa, a rejeição por parte do seu pai, os momentos de dor e solidão em seu quarto. O homem sentiu-se incomodado de ver tantas lembranças traziam lágrimas aos olhos da aluna que ele sempre considerou uma lunática. Compadeceu-se dela e se aproximou da jovem ajoelhada no chão frio a soluçar.

- Senhorita Lovegood. – Ele a chamou de forma educada. – Levante-se. – Ordenou.

Luna enxugou seus olhos por trás dos óculos e levantou sem coragem de mirar os penetrantes negros que a levara aquele estado.

- Pode me olhar, não treinaremos mais hoje. – Ele informou para o alívio dela que mesmo assim não o olhou.

- Ficaria grato se me olhasse. – Snape sentiu-se envergonhado pelo que tinha feito a aluna passar. Ela o atendeu.

A surpresa tomou conta do soturno professor ao ver que os olhos azuis estavam mais brilhantes do que antes. Não havia nenhum sorriso naquele rosto, porém o brilho que emanava daquelas duas pérolas compensavam a ausência.

A jovem o mirou sem medo.

- Por hoje basta, pode ir. – Ele finalizou retirando um lenço do bolso e oferecendo a ela.

- Obrigada. – Ela agradeceu pegando o lenço.

Ele se afastou permitindo que ela passasse. Ao chegar à porta Luna voltou-se:

- Semana que vem continuamos professor?

Ele parado no púlpito balançou a cabeça sinalizando que sim.

- Professor. – Ela o chamou de novo agora do lado de fora da sala.

- Eu acho que é esse seu jeito misterioso de ser que faz com que as meninas sejam apaixonadas pelo senhor.

- Boa noite senhorita Lovegood. – Ele declarou agradecendo pela escuridão da sala não deixar à mostra a vermelhidão em suas bochechas.

- Boa noite professor Snape. – Ela falou ao sorrir e logo em seguida fechar a porta.

Snape ao ver a porta se fechar também sorriu.

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N/A: Espero que tenham gostado, principalmente a Nandda. Foi um desafio e tanto. Bjoks para minha beta Thity Deluc;*Reviews são bem aceitos;)