Novos caminhos

Saori sorria, feliz, durante o almoço e todos perceberam que havia algo a mais para seu contentamento. Afrodite foi o primeiro a arriscar:

Saori, podemos saber por que está tão animada?

A jovem olhou para todos os cavaleiros sentados à grande mesa. Apenas os de ouro, além de Shiryu, Hyoga e Seiya, sentavam-se ao seu lado, os de prata, o resto dos de bronze e todos os outros funcionários ficavam dispersos pelo salão de refeições do Santuário. Sorriu mais uma vez e respondeu a pergunta, matando a curiosidade de todos:

Tem razão, Afrodite, eu estou muito alegre. Como vocês sabem, há mais de um que não temos notícia de Ikki.

Sim, é verdade. Shiryu concordou Da última vez que ele se comunicou conosco, estava namorando Esmeralda. Gostaria de saber se ainda continuam juntos.

Então, creio que saberá em breve, Shiryu.

O que quer dizer com isso, Saori? Seiya perguntou.

Há umas duas semanas descobrimos o paradeiro de Ikki e, obviamente, entrei em contato com ele. Depois de muito conversarmos, o convidei para vir morar aqui no Santuário com vocês e ele aceitou.

O que? Ikki aceitando manter uma vida estável! Hyoga surpreendeu-se com a atitude do amigo.

Ikki já é um homem, tem suas responsabilidades agora, acho que seja natural querer uma vida estável e sem perigos. Atena ponderou E, por essa razão, ele deve chegar ainda esta semana, ou melhor, eles.

Eles? Miro ergueu uma sobrancelha.

Ah, sim, Ikki está trazendo uma pessoa. seus olhos brilharam de emoção.

Quem? Esmeralda? Uma nova namorada? Aldebaram inquietou-se.

Isso só Ikki poderá responder. Até lá, fiquem apenas tentando adivinhar.

Hei, isso não é coisa que uma Deusa fale! Seiya fez careta e todos riram.

Aquele dia começara alegre e terminaria assim. Todos estavam muito contentes com a volta do cavaleiro de Fênix, principalmente seus amigos de bronze que conviveram com Ikki mais que os outros e sentiram dobrado a sua falta durante todo esse tempo.

Saori... Seiya ajeitou-a melhor entre seus braços, depositando-lhe um beijinho no topo da cabeça Hoje a tarde estiveram carregadores aqui, levando caixas e até umas malas para o nosso dormitório.

A jovem de cabelo roxo beijou suavemente os lábio vermelhos do japonês, abraçando-o e deitando sua cabeça em seu colo.

Você quer saber o que era, não?

Bem, é...

Sorriu, conhecia muito bem seu namorado curioso:

Estes moços trouxeram as coisas de Ikki, porque seu vôo atrasou e ele provavelmente só chegará amanhã. Como a viagem é muito cansativa, achei melhor que seus pertences já estivessem aqui, pois ele ficará mais confortável e poderá descansar.

Ikki pegando vôos já é algo incomum, mas eu não podia mesmo imaginar que ele tivesse tantas coisas assim. Seiya comentou, mas tratou de deixar esse assunto para outra hora. Mas você, hein, sempre pensando nos outros! Acho que merece uma recompensa por ser tão boazinha.

Sorriu maliciosamente, atacando sua boca aveluda e deitando-se por cima dela novamente. Saori gargalhou diante de seu divertido amante insaciável e entregou-se àquele que tanto confiava.

A lua prateada brilhava cheia no céu, banhando o azul escuro da noite. Num cume em uma das florestas do Santuário, dois casais admiravam a beleza da cena, o cheirinho de terra fresca pairando no ar. Aioria estava sentado, abraçado à Marim, que se deitava confortavelmente em seu peito largo, segurando as fortes mãos que a envolviam entre as suas.

Ahh... Como isso é bonito! a amazona suspirou, largando-se mais ainda no corpo de seu namorado.

É mesmo, a vista daqui é incrível. Marisa deitou a cabeça no ombro de Shura, deixando que suas mechas douradas caíssem como uma cascata sobre o peito do espanhol.

Shura acariciou-lhe a face oposta, pousando sua mão em seu ombro, a fazer-lhe leves carícias. Abaixou um pouco a cabeça, colocando-a sobre a da grega, que ronronou como uma gatinha, e subiu a mão para seu cabelo, entretendo-se nele.

Lá da cidade quase não se vê a lua. Acho que esse lugar é mágico.

Aioria riu, balançando a cabeça para trás.

Você diz isso, Marisa, porque vive aqui há pouco tempo. Logo, logo vai perceber que aqui nunca foi nenhum castelo encantado.

Realmente, a vida dos cavaleiros nunca fôra fácil, tinham que passar a infância treinando para sujarem suas mãos de sangue quando adultos.

Pode até ser, mas foi aqui que eu encontrei o amor e, por isso, não importa o que aconteça ou o quão difícil seja, este será sempre o melhor lugar do meu mundo.

Shura ouviu as palavras emocionado, não esperava por aquela declaração de sua namorada, ela costuma ser reservada e não era de falar coisas melosas ou sentimentais em público, só mesmo quando estavam os dois as sós. Abraçou-a ao mesmo tempo em que a beijava ternamente, depositando naquele gesto um pouco da sua paixão.

Impulsionados pela cena dos amigos, Aioria e Marim se entregaram a um beijo quente e amoroso, correndo as mãos pelos seus corpos e cabelos.

Lá em cima, a lua cintilava com mais força do que nunca, ofuscando os brilhos das estrelas, sendo senhora da noite.

Espiava de um lado e do outro, atento a qualquer passo que pudesse descobri-lo. Dessa vez quase fôra pego escapulindo do Santuário depois de seus portões serem fechados. Mas esse era o melhor momento para se encontrarem, longe da vista de alguém de dentro. Por fim, suspirou aliviado, recostando-se ao tronco da árvore e puxando o corpo delicado para um beijo faminto.

Ah... Saga.. Por que faz isso comigo? gemeu, revirando a boca para beijar-lhe o restante da face.

Hum...

Você... Hum... Sabe que nunca podemos ir até o fim.

Ahh... enterrou seu dedos compridos no cabelo negro de Helena Mas eu queria... Ah, Zeus, como eu queria te ter pra mim!

Não podemos, você sabe... seus olhos azuis encheram-se de água, odiava não poder revelar a todos seu romance.

Shhiii... pôs um dedo em seus lábios vermelhos e carnudos Não, não chore, meu amor... Pelo menos ainda podemos nos ver... Nunca vou te deixar sozinha, eu prometo.

Os dois se beijaram com volúpia, com uma necessidade que não se cumpriria. Saga sabia que se descobrissem tudo, seriam punidos, pior, nunca mais se encontrariam. Entretanto não deixaria que soubessem, não se permitiria perder Helena, seu único e verdadeiro amor.

O sol não estava muito forte, o que era ótimo para os cavaleiros, pois podiam treinar sem grande cansaço. De repente sentiram um cósmo conhecido se aproximando, o que fez Saori levantar-se de seu salão e descer a escadaria e os três cavaleiros de bronze, que eram os mais chegados a Ikki dos outros oito cavaleiros, deixassem seus treinos para recepcionarem o amigo que chegava.

Pararam, alegres, em frente ao grande portão que delimitava o Santuário. Um olhar ansioso percorreu os jovens, finalmente iriam reencontrá-lo novamente. Talvez pudesse parecer que não se importavam muito com o companheiro, que sempre fôra a ovelha desgarrada, mas a verdade era que ele fazia falta, e muita, era muito querido pelos amigos.

Escutaram o barulho de um carro estacionando ali à frente, provavelmente era o táxi de Ikki. Seiya resolveu quebrar o silêncio:

É, parece que finalmente vamos saber quem é essa pessoa misteriosa que o Ikki trouxe.

Nossa, filho, você já está famoso por aqui! Ikki sorriu, parado à porta, pegando a todos de surpresa.

Os olhos dos quatro voltaram-se para o bebê que Ikki segurava no colo.

Eh... E-e-e... O-o-o... Seiya estava sem palavras, atônito.

Ikki... nem mesmo Shiryu conseguia entender o que acontecia.

Ikki... De quem você roubou essa criança?

Eu não o roubei de ninguém, pato. Ele é meu filho de verdade. ajeitou melhor a mala que trazia pendurada em seu ombro e a bolsinha de bebê que segurava com uma das mãos.

Todos, exceto Saori que sabia da história, estavam pasmados com a situação. Quando a amiga lhes avisara que Fênix traria uma pessoa, eles imaginaram que seria Esmeralda, ou então outra mulher qualquer, mas jamais poderiam imaginar que se tratava de seu filho. Aliás, jamais imaginariam que Ikki pudesse ter um filho.

Atena deu um passo à frente, sorrindo sinceramente:

Ikki, que bom que está de volta, fico muito feliz.

Obrigado, Saori, senti saudades. olhou para baixo, não gostava de sentimentalismo.

Peraí! Eu não estou entendendo nada! Seiya gritou, colocando a mão na cabeça.

Parece que vocês estão mesmo assustados com isso. riu, divertindo-se Bem, se eu puder entrar e dar a mamadeira para o meu filho, eu conto tudo a vocês.

Claro, por favor, venha conosco. Saori foi à frente, sendo seguida pelos amigos, que olhavam embasbacados para o mais velho.

Seguiram por um caminho não muito longo, até chegarem à uma grande casa completamente retangular que possuía dois andares. Entraram, havia um corredor com várias portas, entre algumas delas existiam vasos com plantas bem esverdeadas, nas paredes, quadros pequenos pendurados. No fim do corredor havia uma escada que levava ao segundo piso, por onde eles subiram no mais completo silêncio.

Talvez estivessem surpresos demais para qualquer reação, ou então estivessem esperando o momento mais propício para fazer as devidas perguntas. O fato é que apesar de estarem espantados com aquele bebê que Ikki dizia ser seu filho, não lembravam-se de espiá-lo. E não era porque o bebê estava quieto de modo a fazer-lhes esquecerem de sua presença, uma vez que ele se encontrava a produzir gostosos sons fininhos. Muito provavelmente não o queriam olhar porque estavam perplexos e não conseguiam aceitar a realidade, fugindo dela dessa maneira que encontraram.

Chegando lá em cima, em um corredor igual ao debaixo, Saori abriu a segunda porta da esquerda e deu passagem a Ikki, entrando logo em seguida. Shiryu, o último a entrar, fechou a porta. O aposento já estava mobiliado, onde estavam era a sala e, no meio dela um jogo de sofá amarelo se dispunha sobre um tapete, uma mesinha de centro de vidro no meio deles e alguns detalhes enfeitavam as paredes do cômodo, além de uma mesa de telefone marrom com o mesmo sobre ela no canto adjacente ao sofá. Uns passos mais atrás levavam a uma grande janela encoberta por uma longa cortina de renda branca, encostada à ela, uma escrivaninha com um vaso de vidro e lírios artificiais. De um dos lados da cortina, que ficava entre duas paredes opostas , haviam duas porta, uma que levava à cozinha e, a rente ao fim da casa e a poucos centímetros da escrivaninha, ao banheiro; do outro lado, mais duas portas que levavam aos quartos. Em suma, o recinto era pequeno, mas confortável.

Ikki reparou nas malas ao canto da sala, mas nem sinal das caixas que mandara.

Espero que não se incomode de ser no segundo andar, estes são os únicos apartamentos com dois quartos. Saori sentou-se num dos sofás, sendo imitada pelos outros Não mexeram nas suas malas, mas pedi para que montassem o que você enviou, como o berço e a banheirinha, para caso de você precisar usá-los de imediato.

Obrigado. assentiu com a cabeça, Saori pensara em tudo.

Tirou a mala que estava ao ombro e a depositou sobre o sofá, depois colocou a que carregava na mão sobre o mesmo e retirou uma mamadeira quase cheia. Pingou um pouquinho de leite na sua mão, constatando que não estava frio e ainda podia ser bebido.

Só então todos repararam no bebê e nos barulhinhos que ele fazia.

Prooonto, aqui está. Ikki falou carinhosamente, virando o bebê em seu colo e dando-lhe a mamadeira, pois já era a hora de alimentá-lo.

O tempo todo em que o mais velho aparecera, estivera com o pequenino encostado com o rostinho e corpo no seu peitoral, impedindo que os demais pudessem vê-lo. Agora que ele dava-lhe de mamar, puderam ver como era seu filhinho. Diferente de tudo o que conseguiram imaginar naqueles minutos de como seria o menino, era ele. Um filho de Ikki, acharam, deveria ter os traços fortes, a pele morena e uma carinha de zangadinho. Mas, ao contrário, seu rostinho denunciava uma pele branquinha como o leite que bebia, seus traços eram bem delicados e suaves, tinha grandes olhos verdes-azulados, o cabelo, como já tinham percebido, era verde e curtinho, seu nariz era pequeno, sua boquinha aveludada tinha um contorno perfeito, suas mãozinhas eram fofinhas e com dedinhos compridos, sua carinha transmitia uma sensação boa de paz e alegria.

Oh, ele é tão lindinho! Saori não se conteve, seus instintos maternos falavam mais alto Como ele se chama?

O nome dele é Shun, foi Esmeralda quem escolheu.

Esmeralda? pensou rápido Shiryu Então ele é o filho de vocês?

Exatamente. De Esmeralda e de mim.

E onde está Esmeralda? Hyoga perguntou, curioso.

Ikki abaixou a cabeça, com dor:

Infelizmente ela não se encontra mais entre nós.

Um incômodo silêncio instalou-se no ambiente. Os quatro firam sentidos com a perda do amigo, sabiam que ele a amava muito e que estava sofrendo muito com a sua falta. Mas o próprio Ikki tratou de falar, não queria ficar se torturando nesse dia que prometia ser feliz, era o seu reencontro com seus melhores amigos e o início de uma nova vida, e não queria que começasse assim.

Bem, eu acho que vocês querem saber sobre tudo, não? sorriu, chamando os olhares para si.

Shun virou o rostinho para os lados, enjoado do leite. Ikki sorriu novamente e pôs a mamadeira de volta na bolsa, retirando um colorido paninho macio e limpando delicadamente a boquinha do bebê, que mexia as mãozinhas sem parar.

Percebendo a cara de Saori, Ikki perguntou, rindo, o que, aliás, estava fazendo mais do que fizera durante os anos que se conheciam:

Quer segurá-lo, Saori?

Eu adoraria. corou um pouco percebendo o quão óbvia estava sendo.

Cuidadosamente, o homem lhe passou o filho e voltou a sentar-se. A jovem se desmanchou assim que pegou aquela criatura tão fofinha, segurando-o com muita atenção, pois estava meio temerosa.

Fênix ajeitou-se melhor no sofá, cruzando as pernas e passando um braço por detrás da cabeça.

Como vocês sabem, Esmeralda e eu morávamos juntos. Nós éramos muito felizes e vivíamos mudando de um lugar para o outro. Um dia, há mais ou menos um ano e meio, quando fomos morar numa ilha chamada Ilha de Andrômeda, Esmeralda contou-me que, como não estava muito bem nos últimos dias, fizera um exame e nele dera que ela estava grávida. No começo eu fiquei um pouco assustado, afinal, nós éramos muito jovens, eu ainda nem tinha completado 20 anos, mas depois me empolguei com a idéia de termos um filho. Íamos sempre a um médico na encosta da Etiópia, que era muito bom, por sinal, para fazer exames, ver como estava a gravidez e essas precauções que tem que se tomar. Tudo corria muito bem e nós ficávamos cada vez mais contentes com essa gestação. Tínhamos tantas coisas a fazer, tantas providências a tomar, que o tempo acabava passando mais rápido do que gostaríamos e, com isso, ficávamos sem tempo de avisá-los sobre a novidade. Então, lá pelo quinto mês, decidimos, ou melhor, Esmeralda quis, fazer uma surpresa a todos vocês.: voltaríamos para o Japão após o nascimento e mostrarmo-lhes a "novidade".

Ouviam a história hipnotizados, envolvidos pelos acontecimentos narrados. Seiya se remexia no sofá, ansioso, Hyoga nem se movia e Shiryu escutava cada palavra com atenção, um braço apoiado no sofá e a mão a servir de encosto da cabeça. Saori, que conhecia os fatos que Ikki contava, distraía o bebê que estava calado, como se entendesse o que acontecia, mas sem perder o respeito pelo amigo, que já chegava à parte triste da história.

O neném era muito desejado e não víamos a hora dele nascer. Esmeralda tinha uma saúde de ferro e tudo indicava que o parto ocorreria bem e de forma natural. Quando fizemos o primeiro ultra-som e descobrimos que era um menino, confesso que fizemos planos até para quando ele se formasse. sorriu tristemente, lembrando-se que seu amor não veria seus planos se realizarem Mas ainda não sabíamos que nome lhe dar. Pensamos em vários, só que nenhum nos agradava, na verdade, ela era a mais animada com essa escolha. Numa noite do sexto ou sétimo mês, Esmeralda acordou agitada e me contou que sonhara que um anjinho viera lhe visitar e falara que o nome de seu bebê seria Shun. Ela parecia muito satisfeita com esse nome, eu mesmo também gostara, então decidimos que ele se chamaria assim. Ikki mexeu nos cabelos, tentando não se entristecer muito Numa tarde quente do oitavo mês, nós fomos ao médico da encosta para fazer os últimos exames antes do parto. Ele nos garantiu que ela estava muito bem e que deveríamos aguardar pelo seu nascimento na próximas semanas, inclusive, nós ficaríamos por lá mesmo, para que ela tivesse um atendimento mais rápido e corresse menos riscos. Entretanto, quando saímos do hospital nesse dia, um grupo armado da região surgiu no meio da multidão, disparando. Tudo aconteceu rápido demais e, como eles não tinham cosmos, eu não pude supor aquilo. Infelizmente um dos tiros acertou Esmeralda.

Respirou fundo, sentindo um aperto no coração:

Eu entrei em pânico, não acreditava que aquilo estava acontecendo! Corri de volta ao hospital, levando Esmeralda que delirava no meu colo. Enquanto avisava aos médicos que ela levara um tiro e eles a colocavam na maca, ela se agarrou à minha blusa e implorou por seu filho. fechou os olhos Eu estava em estado de choque, desesperado, tão desesperado que não vi o tempo passar, estava perdido dentro de mim mesmo e acho que me esqueci de tudo, da vida, do mundo, de Esmeralda... Só fui dar por mim quando o médico veio a me informara que o bebê escapara ileso, mas que Esmeralda não havia resistido.

Um calafrio percorreu a espinha de Saori, abandonando totalmente o bebê. Os outros três estavam estáticos, podiam sentir a dor de Ikki.

Fênix voltou a abrir os olhos, dando um sorriso de lamento, e continuou:

Aquilo foi terrível, eu perdera a única mulher que amara. Eu sofri muito com isso. não queria entrar em detalhes pessoais Desisti da vida, sem ela eu não era nada. Cheguei a ponto de me tornar mais um estranho do que um pai. Não cuidava de Shun, não me preocupava com ele, só pensava na minha dor. Sei que estava muito abalado, mas isso não é desculpa para ter "abandonado" meu filho. Me voltei contra Zeus, depois de tanto lutar para manter a paz aqui na Terra, ele me recompensava dessa forma? Podia ter sido o meu fim, senão fosse pelo Shun. preparou-se para contar o fim da história No seu quinto mês de vida, ele contraiu sarampo e, claro, estava quase morrendo. Foi então que acendeu uma luz dentro de mim, eu percebi que ainda tinha uma razão para viver, que não estava só, que ele precisava muito de mim. E, principalmente, que Esmeralda tinha partido, mas deixara um pedaço de si no nosso bebê. Por isso voltei a ser a pessoa que eu era e fiz de tudo para salvá-lo, estava determinado a não deixá-lo morrer também, mas isso não dependia mais de mim e sim do meu filhinho. lágrimas vieram aos olhos de Ikki, contudo ele se controlou para não derramá-las Os médicos disseram que era preciso um milagre para ele sobreviver e, que se caso um milagre acontecesse, para eu me preparar para enfrentar as conseqüências da doença, como cegueira, hipertensão e, não sei, até demência. Estava desesperado, precisava de um milagre! Então pedi perdão a Zeus e rezei por um milagre, meu filho não tinha nada a ver com meus erros. E esse milagre veio, em pouco mais de duas semanas Shun se recuperou do sarampo, e em mais dois ou três dias recebeu alta do hospital onde estava internado e, o mais incrível, saiu ileso, sem conseqüência alguma. Finalmente eu respirei aliviado, depois de quase morrer só de ver meu bebê sofrendo. E entendi que Zeus não estava me punindo de nada, que a morte de Esmeralda fora, como a de tantas outras gentes que morreram naquele dia, um infeliz acidente. Depois de tudo isso, passei a me dedicar a Shun como nunca, prometendo-lhe que seria o melhor pai para ele. Ele me provou com seu amor incondicional que eu seria recompensado cada dia da minha vida por isso.

No fim, todos respiravam aliviados. Não porque a história fosse menos comovente, mas porque Ikki amadurecera e percebera que tinha alguém a quem amar e cuidar. Os olhares voltaram-se para Shun, que agora olhava diretamente para seu pai e sorria francamente. Ikki achou, no instante que durou o sorriso, que o menino sabia o que fazia, que o enchia de coragem para continuar a vida, mas assim que ele voltou a brincar com sua mãozinhas, Ikki desistiu da idéia, pois isso Shun fazia inconscientemente. Sorriu:

Nós voltamos à vida normal, até que Saori nos encontrou e o resto vocês já sabem. Tudo o que quero é um lugar seguro para criar meu filho e um ambiente com pessoas boas, onde eu possa ensinar-lhe muitas coisas. E tenho certeza de que esse lugar aqui e que essas pessoas são vocês, meu amigos.

Todos sorriram, agora sim estavam juntos outra vez.

É isso aí, Ikki, pode contar com a gente! Seiya fez um sinal de positivo com o dedos e mostrou a língua, brincalhão.

Isso mesmo, Ikki, você está em família. Saori sorriu.

Ah, meus amigo, senti saudades!

Era primeira vez que Ikki se abria desse jeito com alguém, mas sabia que não haviam problemas, eles eram seus amigos, seus irmãos e estariam lá sempre que precisasse. Mesmo tanto tempo longe, estar ali, era estar em casa.

Continua...

Nossa, essa fanfic me animou tanto! Acho que a "normal" (que não é yaoi) que eu mais gostei de ter escrito. Ainda vão acontecer muitas coisas, muita gente vai aparecer e, claro, o baby Shun ainda vai ser o principal dessa fic. Deixa só eu dizer que a história ainda foi um pouquinho mais modificada e que essa mudanças vão aparecer no próximo capítulo que, apesar deste estar pequeno, a história do Ikki já estava cansando. E, ah! Nossa, como eu cheguei próximo de um hentai! Quem diria, hein, Nika, primeiro um lime e agora isso? Hehe. E mais um filho que eu deixo sem mãe! Credo, preciso parar logo com isso :

A Marisa é uma personagem de uma outra fic minha, que eu vou acabar colocando mesmo, porque tá bem sem nexo eu enfiar a coitada nessa história que não tem nada a ver com a original dela. "

Sim, esse Shun bebê é o mesmo Shun que vestia a armadura de Andrômeda, só que em trajes menores :P.

Shun: Reduzido a criança novamente...

Ikki :-( : Sobrô pra mim, viu!

Shun: Heeeeehhhhhh! Meu nii-san vai ser o meu papa!Yuppiiii!u

Shaka e Mu: O que você vai fazer com a gente, hein?

Pime: Hã? o.Õ Como assim?

Shaka: yaoi ou hentai.

Pime: Ah, sei lá, não pensei em ninguém pra vocês ainda...

Miro: E eu? Você vai me deixar com o meu francês?

Pime ò.ó: Vô te dá uma bicanca que cê vai voar longe! Você sabe muito bem que eu te odeio. ( (

Miro : Nhaaa... Você tá é com inveja porque eu tenho o meu Kamus.

Pime: Que mané inveja, o que! agarra o Shun Eu tenho o meu Shunbika aqui que é bem melhor que aquele lá, viu!

Shun: Ahhh, de novo não! Sai de mim! XDD

Pime correndo mais que ferrari, arrastando o Shun: Huahhuahauahuahua!

ó.ò Se você tem dó dessa menina e quer que ela se trate, mande um comentário. Quem sabe assim ela não pensa nessa hipótese.

Pime: Alguém além de mim odeia esse comedor de travessão do fanfiction? õ.õ