A última lágrima
A chuva caía fina, molhando o semblante triste do loirinho. Max andava sem rumo, confuso com tudo o que acontecera, mas com a única certeza de que não querer voltar tão cedo. E o dia cinzento transparecia suas tristezas.
Flashback
Os garotos chegaram na noite anterior na Inglaterra, a participarem de um famoso campeonato de beyblade. Estavam hospedados numa confortável casa, por cortesia dos patrocinadores da disputa, afinal, eles recebiam nada menos do que o time campeão do mundo. Desta vez estavam sozinhos, pois os adultos, no caso, o Senhor Dickenson e o avô de Tyson, chegariam em pouco mais de uma semana, quando as preliminares terminarem.
Já havia algum tempo que Kai tratava Max mais friamente do que de costume, entretanto o problema só começara naquela manhã...
Estavam sentados à mesa, esperando pelo café da manhã que Max fazia, quando Kenny entrou, seguido por Tyson:
Que é isso, Chef? Isso é hora de acordar os outros? Ainda é de madrugada! disse, fazendo estardalhaço.
Já são nove horas, Tyson, e nós temos que treinar se quisermos vencer o campeonato.
Íí, qual é? Eu venço esses iniciantes mole, mole!
Ai, Tyson, é impossível falar com você! Kenny é vencido, jogando-se na cadeira.
Max se vira para os companheiros e sorri:
Tá pronto! vai servindo-lhes as panquecas que fizera e, quando chega a vez de Kai, pergunta gentilmente Quantas quer, Kai?
Uma. respondeu sem nem ao menos olhar o prato.
Max serviu-lhe e foi comer. A bem da verdade, as panquecas estavam muito gostosas, uma vez que o menino morava apenas com o pai e que, por isso, tivera que aprender a cozinhar. Todos conversavam bastante, exceto Kai. E Ray contava-lhes que uma vez estivera de passagem por Londres:
Que bom, Ray, assim você nos indica lugares para visitarmos.
Claro, Kenny, vai ser bom rever a cidade.
De repente o ex-shark os interrompe:
Precisamos treinar.
Tem razão, Kai. Chef concorda Mas antes precisamos lavar a louça.
Não olhem pra mim, eu já cozinhei! Max vai logo dizendo.
Bom, eu tô "cheio" demais pra limpar...
Tyson, deixe de ser folgado. Cada um deve lavar o que sujou.
Estou de acordo com o Ray. Chef o apoia.
Cada um foi lavar seu prato, só que mal começaram e já estavam brincando: Tyson apertava a embalagem de detergente contra Ray, sujando-o todo.
Ah, pára com isso, Tyson!
Max olha a cena e começa a rir.
Tá rindo do que? Ray brincou, enquanto tirava a embalagem das mãos do amigo e jogava no loirinho que, ainda rindo, tentava se esquivar.
Parem com isso, não é hora para brincadeiras! Kenny deu a bronca.
Os três trocaram um olhar cúmplice e partiram para cima do ruivinho, que não resistiu e se entregou à brincadeira. Kai aparentemente olhava a cena com desdém, mas em sua mente confusa, o que pensava era em como Max ficava mais bonito quando ria, era sempre uma risada gostosa. Porém recriminou-se por tal pensamento no segundo seguinte e gritou:
Parem de criancice! Não temos tempo pra isso.
Todos se voltaram para ele, assustados:
Calma, Kai, a gente só tava brincando. Max explicou meigamente.
Kai deu de costas, guardando seu prato e talheres, e, ao sair, ainda de costas, avisou:
Espero por vocês no salão.
Alguns minutos depois os garotos apareceram no salão, secos e de roupas trocadas. O cômodo grande continha várias cuias e equipamentos para treinamentos. Decidiram que enquanto dois lutavam em uma cuia, os outros lutavam em outra, depois trocavam de "adversário" e lutariam novamente, até todos terem lutado contra todos. A ordem definida foi essa: 1ª: Ray Vs Kai, Tyson Vs Max; 2ª: Ray Vs Max, Tyson Vs Kai; 3ª: Ray Vs Tyson, Kai Vs Max. As lutas foram demasiadamente longas, mas os resultados que se seguiram foram: na primeira rodada Kai e Tyson foram os vencedores, na segunda Ray venceu Max e Tyson empatou com Kai, já na terceira, Ray e Tyson empataram, enquanto a luta de Kai e Max não terminara ainda. Foi então que Chef chegou:
Ei, gente! Eu e a Dizzy estávamos pesquisando o... Acho que descobrimos um jeito de aumentarmos o poder de suas beyblades!
Ah, que demais! Vamos lá ver! Tyson comandou.
Max, você se incomodaria se a gente... Ray voltou-se para o amigo.
Claro que não. Daqui a pouco eu vou também, tá?
Tá. concordaram e saíram correndo, acompanhando o ruivinho.
Mal saíram e zás! a beyblade do loirinho foi arremessada longe. O garoto abriu a boca em exclamação e foi pegá-la:
Puxa, Kai, você é muito bom!
O que você pensa que está fazendo? Max olhou com uma cara desentendida, então Kai continuou Você perdeu todas as partidas, nem está treinando! Por acaso acha que isso é alguma brincadeira? Kai estava muito sério Se não leva isso a sério, é melhor desistir.
Max ficou olhando, atônito:
Kai... Por que está me dizendo isso?
Porque alguém tinha que dizer. Não é justo que a equipe perca algum campeonato por sua causa.
Mas...
"Mas" nada. Você não sabe lutar beyblade, é um perdedor.
Os olhos do loirinho se encheram de água, o que deu motivo para Kai continuar:
E ainda por cima é um chorão, infantil, que nem agüenta escutar umas verdades. falava com desprezo.
Eu pensei que fossemos amigos. disse de cabeça baixa, a voz chorosa.
Amigos? Ora, por favor, não me faça rir! Eu nunca seria amigo de alguém como você.
Max fechou os olhos e, ao abri-los, estavam mais azuis do que nunca, derramando lágrimas. Kai sentiu-se mal por fazê-lo chorar, mas manteve a postura rígida. O loirinho saiu correndo, passando rápido pelo ex-shark. Um frio percorreu a espinha de Kai ao vê-lo na quele estado, correndo ao seu lado. Abaixou a cabeça, agora já estava feito e assim era melhor.
O loirinho saiu da casa, correndo sem rumo pela rua, esbarrando em qualquer um. Só queria ir para longe, só isso... Grossas lágrimas escorriam por sua face e só não se confundiam com as gotas de chuva porque estas eram frias e sem sentimentos.
Tentava raciocinar direito, mas não conseguia. Não queria acreditar no que acontecera: pela primeira vez gostava de alguém, amava. Contudo, para seu infortúnio, esse alguém não o correspondia, ao contrário, o odiava. E isso doía demais. Ele amava Kai, faria de tudo por ele, mas essa nova revelação partira seu coração em pedaços.
Fim do Flashback
Todos estavam preocupados, pois o garoto saíra há horas, sem avisar aonde ía e ainda não voltara.
Gente, eu tô ficando preocupado. Tyson falou O Max não é disso.
É verdade. E único que talvez saiba de alguma coisa não quer falar com ninguém.
Antes do Kai se trancar no quarto, ele avisou que o Max saiu sem falar nada. Ray lembrou.
Ah, claro! Tyson imitou Kai, passando tão rápido por eles quão rápido falava, ao responder a pergunta de Kenny de onde o loirinho estava "Saiu". Aí eu pergunto pra onde: "Não sei". Que bela explicação!
Ele é assim mesmo, Tyson. Agora só nos resta esperar o Max voltar, que está chovendo e creio que por isso ele não demore muito. Kenny ponderou.
Foi o que fizeram: esperaram. Aproveitaram o tempo para treinar, tomaram banho, conversaram. E nada de Max voltar.
Quando deu por si estava num lugar muito feio, mas estava tão cansado que se recostou a uma parede e descansou. Ao seu lado havia uma grande lixeira enferrujada, mais à esquerda uma escada de incêndio ocupava um prédio velho e sujo, da onde podia-se ouvir gritos de uma mulher com um homem e, mais alguns passos à sua diagonal havia um Pub, que aparentemente ainda estava vazio.
Respirou fundo. Não queria voltar, mas também não podia fazer isso com os amigos, não era certo preocupá-los daquele jeito e muito menos sumir sem nem avisá-los. Eles já tinham feito muito por si e, abandoná-los sem uma explicação que fosse, seria, no mínimo, grosseiro e ingrato. Era melhor voltar e comunicá-los de sua decisão de sair da equipe. Por mais que gostasse de beyblade, não conseguiria ficar perto de Kai, sabendo que ele jamais teria uma chance. Deu meia-volta e pôs-se a andar.
Nesse exato momento três homens de uns dezenove anos dobraram a rua, logo atrás de Max. Um deles se manifestou:
Ei, garoto, aonde vai com tanta pressa?
Max levou um susto ao perceber alguém atrás de si e voltou-se para a voz, percebendo que não era apenas um. Todos tinham um visual esquisito, cheio de tatuagens e piercings.
A lugar nenhum, só estou caminhando.
Sei não, garoto, tu tá com cara de que aprontô alguma. Confessa, foi ou não foi?
Não, senhor. Preciso ir. virou-se para sair dali, mas sentiu seu braço ser pego.
Que foi, tá com medinha, é? o careca que até agora havia falado parecia ser o chefe.
Ihh, eu acho que a gente assustou ele! o mais musculoso do três debochou.
Por favor, me deixem ir embora. Max se preocupou com o que pudesse acontecer.
Tentou livrar seu braço daquele peso incômodo, todavia foi puxado pelo terceiro integrante, que tinha o cabelo tingido de vermelho.
Me solta! protestou, debatendo-se.
Se não o que? Vai chamar a mamãe? o careca riu, sendo seguido pelos outros.
Max percebeu que não teria jeito, iria precisar da ajuda de Draciel. Tentou alcançar o bolso de sua calça, mas então lembrou-se que deixara sua beyblade no salão de treinamentos, pois a derrubara na hora em que saía de lá. Mordeu o lábio inferior, assustado, e tentou acertar um chute no homem que o prendia, sem obter êxito.
O careca pareceu irritar-se com aquela tentativa de chute e deu-lhe um soco no estômago. Por alguns segundos Max ficou sem ar, e, depois de recuperado, tentou novamente se livrar dele, mas dessa vez o falso ruivo o segurou também e agora era praticamente impossível escapar, uma vez que eles eram maiores e mais fortes.
Quero ver agora, moleque! Cadê a sua coragem? o musculoso gargalhou, desferindo-lhe um soco no rosto.
Aiii! não conseguiu evitar um grito, a força era tanta que saía sangue de sua boca.
Hahahahaha! Os três riam, sem afrouxar as mãos nos braços do menino.
Pára, por favor... implorou, os olhos ardendo.
O que que você disse? Repete.
Pára... Por favor. falou bem baixinho.
O musculoso riu com escárnio:
Odeio esses frangotes medrosos! virou o rosto para o lado e, como quem não quer nada, socou seu peito com muita força.
Max ficou zonzo, estava com medo e sentia-se acuado, indefeso. Os outros dois torceram-lhe os braços atrás da costa, arrancando-lhe um gemido:
Ahhh! o musculoso aproveitou essa distração e socou-lhe o estômago.
Sua pernas ficaram bambas, sentiu que iria cair, confirmando-se ao perceber que eles o soltaram.
Aiihh! desabou no chão, ralando o rosto.
Estava para gritar por socorro quando sentiu-se chutado pelos três.
Hunnnnn! reuniu suas forças para levantar e sair correndo.
Como era pequeno, podia passar pelo vão que se dava entre eles, só precisava ser ágil. Entretanto, mal ergueu seu tronco do chão e um deles chutou sua barriga, derrubando-o novamente.
Ahhh! doía muito, entretanto não havia nem sinal de lágrimas, já havia desperdiçado todas por causa de Kai.
Aceitando que não conseguiria fugir, fechou os olhos, esperando por piedade. Seqüências de socos, chutes e pisões seguiram-se, em meio às suas risadas altas de pura maldade. Max estava sem forças, prestes a desmaiar. Eles perceberam e cessaram a pancadaria. O líder se aproximou e, colando a sua cara a de Max, contou:
Presentinho do Voltaire. riu, saindo de lá com os outros.
Não teve tempo para pensar em nada, muito menos de assustar, pois perdeu os sentidos logo em seguida. A chuva diminuía e lavava o rosto o corpo ensangüentado do menino, estirado ali, no chão. Sozinho.
Continua...
Pime u': Buahhhhhh! Adoro fazer maldades com o Max!
Max emburrado L': Por que você fez isso comigo?
Pime: Hã? Por que? Ah, isso é por você ter ido se intrometer lá na minha fic de Gundam Wing.
Max : Vingativa!
Pime: Sô memo :P! E cala a o bico se não cê leva mais!
Max: Levo nada, eu conheço o fim da história!o
Pime: Isso não quer dizer que eu não possa mudar ainda, depende tudo dos comentários que eu receber. Então, se você quiser ver o Max feliz e vivo, hehe, brincadeirinha, deixe um coment, senão meu lado mau pode atacar de novo.
Max T.T: Por favor, deixem!
Karina eu disse que ia aproveitar o feriado, mas o mundo dá voltas e eu só consegui mesmo escrever esse capítulo, mas pode deixar que logo, logo eu atualizo. Ah, é, viu o que eu quis dizer com "dramalhão mexicano" e "judiar do Max" ? Bom, eu digitei, não foi? Então, viu como eu não sou tão má assim:)