DDT6: FANTASMAS QUE SE VÃO
Capítulo 1
AUTORAS: Lady K & TowandaBR
DISCLAIMER: Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions (não venham nos pentelhar).
GÊNERO: Aventura, romance, mistério, terror, intrigas, comédia, drama e umas cenas calientes (quem sabe?). Eu sei q ninguém liga p/ esses avisos, MAS, fiquem fora desta fic, crianças! Não nos responsabilizamos por qualquer dano psicológico ou moral. lol.
AVISO IMPORTATÍSSIMO: Esta fic é parte da série Depois da Tempestade, composta de DDT1: Páginas Perdidas, DDT2: Desvendando o Passado, DDT3: O Retorno de um Velho Amigo, DDT4: Segredos e Verdades e DDT5: Nossas Vidas na Outra Vida.
COMMENTS:
Após milhares de pedidos desesperados nas minhas outras fics e em DDT5, eis que a dupla Trex-dinâmica (Lady K & Towanda) retorna com DDT6!
Como sempre, as regras da nossa brincadeira continuam as mesmas: vocês deixam milhares de review e nós postamos, se não, fazemos greve :D
Esperamos que gostem, meninas!
No final de DDT5
Conversaram um pouco mais até que escutaram, mais uma vez, o som do elevador, para onde se dirigiram.
Abigail ficou ali, olhando a filha, praticamente ignorando a presença da herdeira, que foi a primeira a sair, e de Challenger, que vinha logo atrás, enquanto Verônica parecia incapaz de se mover. As duas ficaram paradas, se olhando sem saber o que fazer por algum tempo, até que a protetora quebrou o silêncio ao se dirigir a Marguerite e George.
"Olá, senhorita Krux. Professor Challenger. É um prazer finalmente conhecê-los."
"O prazer é meu, senhora Layton." – Marguerite queria conversar mais um pouco com aquela mulher de quem ouvira falar desde que chegara ao platô, mas sabia que não era a melhor hora.
Abigail aproximou-se de Verônica que, devagar, havia finalmente saído do elevador.
"Você cuidou muito bem da casa da árvore, filha." – As lágrimas caíam lentamente pelo rosto da jovem. Abigail sorriu afagando seu rosto.
"Não chore, querida, ou eu vou chorar também." – obviamente a protetora já não controlava a si mesma.
Verônica queria abraçá-la, falar alguma coisa. Dizer o quanto havia sentido a falta dela, o quanto havia esperado por aquele momento. Mas só conseguiu dizer uma coisa.
"Por que você foi embora, mãe?"
(tã... rã... rã... rã... rã... Musiquinha tema e abertura de TLW... tã... rã... rã... rã... rã)
Capítulo 1
Durante todos aqueles anos, Abigail havia repassado em sua mente tudo o que poderia acontecer quando reencontrasse a filha. Ela sabia que Verônica faria aquela pergunta, mas nunca esperava que fosse a primeira coisa que ela lhe diria. Isso a pegou completamente de surpresa, assim como a forma que reagiu.
A protetora desabou em lágrimas, incapaz de conter emoções há tanto tempo represadas.
Comovida, Verônica a estreitou em seus braços.
Devagar e sem fazer barulho, os outros se afastaram.
Entretanto, quando a enxurrada de sentimentos diminuiu, deixando que o lado racional voltasse a atuar, Verônica retesou-se. Queria fechar os olhos e apenas viver com plenitude aquele momento tão aguardado, tal como havia imaginado e sonhado tantas vezes. Mas havia muitas outras coisas pendentes. Todos os segredos e o abandono. Queria ser convencida de que eram realmente necessários. Respirou fundo afastando delicadamente a mãe de seu abraço.
"Gostaria de confessar o quanto abraçar você depois de tanto tempo me faz bem." – Verônica enxugava o rosto com as costas da mão – "Mas também quero que entenda que não vou me sentir à vontade com a senhora enquanto não me contar por que foi embora... Até o Ned, que você nem conhecia, recebeu sua visita, enquanto eu..." - Verônica suspirou, tentando não parecer infantil ou tola, receando que a mãe, aproveitando-se disso, continuasse mantendo a verdade oculta ou pior - "Tenho todo direito de saber."
Foi a vez de Abigail respirar fundo.
"É justo. Eu prometo lhe contar tudo. Mas com calma."
"Preciso saber hoje, agora."
"Por quê?" – Abi estranhou a impaciência na voz da filha.
"Porque você pode ir embora, de novo."
"Eu não vou embora."
"Mas você foi antes."
"Se você me aceitar, serei sua hóspede até que tudo esteja esclarecido." – a mulher tentou quebrar o clima pesado da conversa com um leve sorriso – "Ou posso acampar na base da casa da árvore."
"Esta é sua casa, mãe."
"Nossa casa." – respondeu segurando as mãos da filha.
Nas horas que se seguiram, todos ajudaram Abigail a se acomodar. Verônica fez questão de arrumar o quarto e a cama de casal da protetora, a mesma cama que Thomas Layton havia trazido para o platô mais de vinte anos antes. Ela realmente queria respostas, mas já havia esperado tanto tempo. Resolveu que, naquele momento queria aproveitar o prazer de, junto com a mãe e os amigos, arrumar tudo para ela, como sempre sonhara fazer. Abriu o baú ao pé da cama.
"Estas são suas coisas, mãe. Os objetos pessoais que você deixou e suas roupas."
Abi sorriu ao mesmo tempo em que pegava uma peça e a encostava no rosto.
"Está macia e cheirosa."
"Eu as mantenho limpas e arrumadas. Esperando sua volta." - Disse Verônica sem qualquer pretensão. Entretanto, Abi não pôde evitar de se sentir culpada. Sabia muito bem de seus motivos, mas nem por isso diminuía a intensidade da situação para Verônica.
No jantar, feito por Roxton e Ned, todos pareciam bem animados.
"Senhora Layton..." – começou Marguerite.
"Me chame Abigail, ou Abi. Como preferir."
"Abigail. Vai nos mostrar a saída do platô?"
"Sim. Ficarei aqui até que tudo se esclareça e depois, se assim desejarem, eu os conduzirei para fora do platô." - a notícia deixou a todos com novos ânimos.
A conversa fluía amigavelmente, ainda que recaísse principalmente sobre o tempo dos exploradores no platô, as descobertas de Challenger e suas vidas antes da partida de Londres. A protetora fazia perguntas a respeito do lugar onde vivera algum tempo. Ainda que nada tivesse sido combinado, assuntos como Avalon e os motivos de ela deixar Verônica foram polidamente evitados. Como a moça era a mais interessada e ainda não havia tido essa conversa com a mãe, nada mais apropriado que eles não se antecipassem, gerando alguma situação desagradável.
Entretanto, Verônica e Marguerite mantinham uma certa tensão. Apesar de ter aceitado as condições da mãe, a ansiedade de Verônica não fora diminuída. Marguerite, por sua vez, estava diante da mulher que foi grande amiga de sua mãe e desejava fazer algumas perguntas. O que, obviamente, não pretendia que fosse na frente de todos.
Além disso, ainda havia a saída do platô... agora tão perto.
Por fim, ambas, Verônica e Marguerite, mal tiveram tempo de pensar a respeito das lembranças reveladoras resgatadas no ritual Zanga. A respeito de Verônica, a primeira protetora, e Morrighan. Durante o caminho de volta, ficaram tão pensativas que mal conversaram a respeito e, ao chegarem, a surpresa de Abigail na casa da árvore revolucionou o rumo dos acontecimentos.
O que deveriam fazer de posse de tantas informações? Como aquelas lembranças eram importantes em suas vidas?
Verônica pensava em Erick, em Verônica e em Elora, e do quanto tiveram de se sacrificar em nome de algo que estava além de suas vidas: a proteção do platô. Teria sua mãe agido em nome disso? E quem era ela para julgar, agora que entendia os sacrifícios pelos quais a protetora teve que passar, com poucas ou quase nenhuma chance de escolha? Um destino imposto, não escolhido... um brilho de ternura passou por seus olhos ao examinar a figura elegante da protetora à mesa, que lhe sorriu.
Decidiu não se torturar mais. Estava deixando de aproveitar momentos desejados durante anos para alimentar, agora, mágoa e insatisfação. Valeria a pena permanecer presa ao passado? Não que estas não tivessem fundamento... Entretanto, preferiu esperar o momento em que ouvisse o que sua mãe tinha a dizer.
Ela esticou a mão para pegar a salada e, momentaneamente, tocou a mão de Malone que havia esticado a mão para fazer o mesmo. Ambos se olharam por uma fração de segundos. Constrangido, ele desviou o olhar seguida. Verônica ainda esboçou um discreto sorriso, que aqueceu o coração do jornalista.
Edward Malone. Outra questão a se resolver. Estava magoada com ele por ter guardado o segredo ou por Abigail ter falado primeiro com ele ao invés dela, sua única filha?
Tentou parecer natural e participar da conversa. Ainda havia muito a ser revelado antes de qualquer decisão.
Marguerite, apesar de atenta ao que todos falavam e exibir sempre um de seus belos sorrisos, tinha os pensamentos muito distantes dali. Séculos antes, quando era Morrighan.
Para a morena, era inevitável não fazer comparações e traçar paralelos do passado com o presente. Na verdade, acreditava que Roxton pouco havia mudado: permaneceu o mesmo homem honesto, leal, gentil e sensível, apesar de se tornar um leão quando precisasse defender aqueles a quem amava. Já ela... claro, poderia culpar as circunstâncias desastrosas de sua a infância solitária, o mundo sórdido da espionagem, seu destino... mas até quando?
Pareceu-lhe que nesta existência ficou ainda mais marcado o papel de Roxton: um protetor, alguém com quem ela aprenderia valiosas lições. No entanto, comparando-o a Guilherme, lhe pareceu que John não demonstrara características que eram visíveis na presença de Morrighan. Seria porque Morrighan sabia se entregar e amar, ainda que isso tivesse um preço, ao qual ela se dispôs a pagar?
Com Marguerite, haviam os eternos segredos. E mesmo quando já não existiam mais, surgiu a história de Lady Elizabeth Roxton tomar parte em seu sequestro.
Justo ela, que sempre dizia construir seu destino, percebeu que havia sido conduzida todo o tempo. Conduzida cegamente. Até quando?
Após vários dias aguardando uma resposta, esta finalmente chegou. Quando o telefone tocou, Anne já tinha certeza do que se tratava.
Sentada na elegante cadeira na frente da propriedade, tomava seu chá tranquilamente. Ouviu a movimentação dentro da casa e, depois de alguns minutos, o marido apareceu.
"Querida, o advogado tem novidades para nós. Precisamos ir ao seu escritório agora mesmo."
Pouco depois, o casal Mayfair estava acomodado nas poltronas feitas de madeira nobre e assento aveludado que faziam parte da fina decoração do escritório dos Thompson & Thompson, o grupo de advogados que administrava o legado Mayfair.
"Viemos assim que recebemos sua ligação, Sr. Thompson. Agradecemos sua eficiência." - Leon foi o primeiro a se manifestar.
"Não há o que agradecer, Sr. Mayfair. Nossa família trata de seus negócios há gerações e é o mínimo que eu poderia fazer." - o homem ruivo e baixinho ajeitou os óculos e começou a colocar alguns papéis sobre a mesa - "Acredito que ficarão muito felizes com minhas descobertas."
Apreensiva, Anne tomou algumas folhas nas mãos, examinando-as.
"Sr. Thompson, será que realmente entendi o que estão dizendo suas anotações?" - ela perguntou.
"Perfeitamente, senhora. É possível revogar os termos do contrato familiar, como a questão do sobrenome permanecer com as mulheres. Claro, isso é possível porque a senhora assim o solicitou. Já deve ter ouvido falar de pessoas que deixam seus bens, ao falecerem, a animais, por exemplo? Bem, isso não significa que a vontade do falecido prevalecerá, pois os herdeiros têm todo direito de contestar e é praticamente causa ganha. O mesmo caso é o contrato de sua família. Algo muito antigo que, até o momento, nenhum Mayfair contestou. Mas como agora há o interesse..."
"No momento, não me interessa tanto a questão do sobrenome. Mas a pensão que minha irmã recebe desde que se casou e os bens que estão em seu poder." - ela prosseguiu.
"Quanto aos bens, não há a nada a fazer. Foram entregues a ela como parte da herança deixada por seus pais ao falecerem. Entretanto, a pensão não é algo legal, visto que sua irmã, ao casar-se, perdeu qualquer direito a essa quantia. Podemos fazer com que devolva com juros."
Anne olhou para Leon, que apertou a mão da esposa com delicadeza. Um breve sorriso passou pelos lábios de ambos.
"Perfeito! Só gostaria que isso fosse feito de maneira discreta, devidamente resolvido com autoridades de sua inteira confiança, se é que me entende... Sabe que, nesse sentido, seus honorários, assim como qualquer despesa que julgue necessária, não serão obstáculos."
"Compreendo, Sra. Mayfair. Não se preocupe, o processo correrá em sigilo e, assim que tiver a sentença em mãos, voltarei a procurá-la."
Após o jantar, a herdeira viu o caçador pegar um copo com um destilado feito por Challenger e ir para a biblioteca. Ela aguardou um pouco e o seguiu.
"Posso falar com você, Roxton?"
"Claro, sente-se." - ele apontou a cadeira a sua frente.
"Sei que não temos nos entendido muito bem ultimamente, mas logo voltaremos para casa e penso que resolveremos tudo."
O homem a olhou.
"Continue."
"Sei que você tem sido paciente, e agradeço por isso, mas só preciso de um pouco mais de tempo."
"Bleing!!!" – ele imitou o som de gongo – "Lamento, Marguerite, mas o seu tempo acabou e minha paciência infinita também."
"Como é?" - perguntou confusa.
"Um dia eu lhe disse que não ia ficar eternamente esperando que você resolvesse ter um futuro comigo. Mas eu fui um tolo acreditando que finalmente isso tinha sido resolvido. Não foi."
"Roxton, eu te amo." - a declaração saiu rápida e impensada.
"Nunca duvidei disso. Mas eu quero, eu preciso, de um relacionamento maduro onde eu seja tão importante quanto a minha companheira. Sinceramente, olhando para trás, o que temos em nenhum momento disse respeito a nós, apenas a você. O espaço que sempre tive em sua vida é mínimo. Achei que eu podia conviver com isso, mas me enganei. Quando chegarmos a Londres, cada um irá para o seu lado. Se ela ainda estiver viva, resolverei as coisas com minha mãe e continuarei a minha vida. Espero sinceramente que você seja feliz na sua."
"Você não pode estar falando sério!" - ela estava incrédula.
"E por que não? Porque você veio se declarar eu deveria ficar grato, aguardando o dia em que, finalmente, num futuro, quando voltarmos a Londres, talvez, haja um lugar na sua vida para mim? Não, Marguerite. Você e, consequentemente, eu, já vivemos demais no passado. Nunca no presente para que pudéssemos construir um futuro. Para mim, já foi o suficiente."
Marguerite abriu a boca para dizer algo, mas nada saiu. Em vez disso, olhava para o caçador como se estivesse diante de um estranho. Jamais esperava por essa reação. Não querendo prolongar a situação, o olhou de cima a baixo num misto de raiva e desprezo e se retirou.
Pareceu que só então Roxton voltou a respirar. Tomou sua bebida num único gole, sentindo a garganta queimar instantaneamente.
A imagem dos olhos magoados de Marguerite o encarando permanecia em sua mente. Somente ele sabia de quanto auto-controle foi necessário para que não se levantasse e a tomasse nos braços. Mas durante sua ausência pensara muito e decidira que já tivera o bastante. Nunca a teria de forma plena e não podia mais dividi-la com seus fantasmas. Tudo se referia apenas a figura de Marguerite, seus problemas, seus sofrimentos, seus segredos... não que os desmerecesse, mas ela dava tamanha importância a isso que ele havia se anulado em meio a tudo. Tentara com todas as suas forças ajudá-la, mas havia falhado.
Sob o olhar de Abigail, Verônica terminou de ajeitar a cama da mãe. Os travesseiros, o lençol alvejado e passado com o ferro a carvão.
"Pronto."
A protetora sentou-se na cama passando a mão sobre ela. A última vez em que se deitara alí, seu Thomas estava a seu lado.
"Está confortável?" – Verônica perguntou.
"Sim. Muito obrigada."
"Se precisar de alguma coisa é só chamar. Boa noite, mãe." – a moça fez menção de sair.
"Verônica!" – Abi chamou – "Podemos conversar agora?"
CONTINUA
Mais uma rima riquíssima:
Se a periquita
De Rita
Te irrita
Deixar REVIEW não irrita
E faz outro capítulo lindo
Sair rapidito
