A proposta
Hoje faz sete anos que eu e Harry nos casamos. Em todos os anos anteriores comemoramos sozinhos com um jantar seguido de uma bela noite ou apenas com a bela noite... Sete anos... Se tudo estivesse normal como nos outros anos seria hora de deixar James e Al com alguém e planejar a comemoração. Mas esse ano não será assim. A lembrança do motivo dessa dolorosa mudança não para de martelar na minha cabeça. Desde que passei a fazer entrevistas com jogadores de quadribol eu e Harry brigamos. E a última briga, curta e boba foi a gota d'água.
- EU JAMAIS DISSE UMA ÚNICA PALAVRA SOBRE O SEU TRABALHO OU SOBRE COM QUEM VOCÊ SE RELACIONA LÁ, ENTÃO VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE ACHAR QUE PODE FAZER ISSO COMIGO, POTTER. EU NUNCA RECLAMEI DA QUANTIDADE DE MULHERES QUE PASSEIAM POR SUA SALA OU POR QUE VOCÊ CHEGA TARDE EM CASA. – eu gritava para ele e por sorte os garotos não nos ouviram
- AH AGORA ESSE É O PONTO. EU NÃO POSSO DAR MINHA OPINIÃO PARA MINHA PRÓPRIA ESPOSA, WEASLEY? E TEM MAIS QUEM QUER QUE PASSE NA MINHA SALA NÃO FICA SE INSINUANDO PARA MIM COMO VOCÊ SUPÕE. O QUE VOCÊ ACHA QUE SEUS FILHOS VÃO PENSAR AO VER A MÃE DELES SE COMPORTANDO COMO UMA... – é bem difícil vê-lo enfurecido a ponto de gritar, mas quando isso acontecia, ele era um pouco assustador.
- COMO UMA O QUÊ? – eu estava
- COMO UMA QUALQUER – paft, eu não consegui me controlar e larguei um tapa no rosto dele.
- NUNCA. MAIS. FALE. SOBRE. MIM. DESSA. FORMA. É O MEU TRABALHO E EU ME COMPORTO DESCENTEMENTE. VOCÊ NUNCA QUIS QUE EU TRABALHASSE, POR QUE É UM MACHISTA IDIOTA QUE ACHA QUE EU DEVO FICAR APENAS EM CASA LAVANDO SUAS ROUPAS DE BAIXO. POIS MUITO BEM, NÃO PENSE QUE VOU LARGAR MEU EMPREGO POR CAUSA DE SEUS CIÚMES IMBECIS E NEM PENSE QUE VOU LHE PERDOAR POR ISSO. E SIM, MUITAS MULHERES FICAM SE INSINUANDO PARA VOCÊ, MAS VOCÊ É BURRO DEMAIS PARA ENTENDER ISSO E INTELIGENTE DEMAIS PARA VER COISAS ONDE NÃO EXISTE. E VÁ SE FERRAR.
Eu aparatei no quarto e encantei para que ele não conseguisse entrar. Depois disso, desabei. Sempre soube que ele não gostava de me ver entrevistar aqueles jogadores bonitões de quadribol, mas fingia muito bem que tolerava. Na última copa regional de quadridol Aldo Wood, um dos mais famosos jogadores atuais e mais belos também, me abraçou de surpresa quando cheguei para entrevistá-lo. Tiraram uma maldita foto provocando o Harry e ele aceitou a provocação. Desde aquela noite, há três meses, mal nos falamos e não dormimos no mesmo quarto. Quando estamos na frente dos outros fingimos tão bem que até Luna conseguimos enganar. Mas fora da presença dos meninos e dos outros é doloroso, principalmente por que mesmo depois desse tempo eu ainda o amo profundamente. Já não posso afirmar que sou correspondida por que ele é frio, de uma maneira que nunca achei que ele fosse capaz de ser.
- Já acabou o pré-artigo? Gina eu estou aqui... – Minha chefe e cunhada, Angelina Johnson Weasley me tirou de meus devaneios.
- Sim, claro. Tome.- estendi o protótipo de artigo sobre a copa de quadribol que aconteceria dali a algumas semanas.
- Você estava tão distraída... Está com algum problema? – ela quis saber com um ar de preocupação
- Não... É só que hoje é meu aniversário de casamento e eu estou pensando em algumas coisas... – respondi sorridente, me odiando por enganá-la.
- Hum... Então teremos festa particular hoje. Harry ao menos se lembra? Por que aquele paspalho do seu irmão precisa do lembrol todos os anos... – a velha Angelina sempre brigando com o George...
- Ah lembra sim... Não vai ser hoje, tenho que acabar os trabalhos depois é que devemos pensar em comemorar.
- Nada disso. Você me entrega o que está faltando na semana que vem. Tudo está com duas semanas de antecedência e você tem trabalhado tanto. Divirta-se. – Angelina me dando folga era algo muito raro. Ah como eu adoraria em outras épocas essa folga...
- Se é assim... Mande George tomar juízo e um beijo para Roxanne.
Ela assentiu e saiu. Droga, eu e minha boca grande. Se eu tivesse ficado calada não teria que passar essa noite lembrando que poderia estar fazendo coisas realmente interessantes, além de trabalhar.
* H*&*G*
Após sair do trabalho, deveria encontrar com Mione para saber coisas sobre a organização da Copa Mundial de Quadribol. O Caldeirão Furado continuava cheio de bruxos curiosos e fofoqueiros, ou talvez o fato de eu ser Ginevra Potter despertasse a curiosidade deles. Uma inevitável pergunta surge na minha mente agora, como vai ser quando eu não for mais Ginevra Potter... Ao menos um rosto agradavelmente conhecido estava lá. Hannah Abbott, ou melhor, Longbotton, já que ela e Neville finalmente se casaram. Ela me arrumou uma mesa bem escondida e protegida com feitiços anti bisbilhoteiros e falou
- Achei que tinha nos esquecido... Como vai o Harry e os meninos?
- Bem...Eh... Mione por acaso já apareceu aqui? – mudar de assunto à simples menção do nome Harry tinha se tornado a minha especialidade.
- Ainda não. Algum problema? Quer beber algo, temos a mais nova marca de hidromel...
- Estamos tentando evitar problemas... A copa... Hidromel me parece bom. – Hannah é sempre adorável e num dia normal ficaríamos conversando vários minutos. Acontece que dia normal é algo distante de minha realidade. Antes que Hannah trouxesse a bebida Hermione chegou. A roupa de trouxa que ela vestia deixava bem aparente a gravidez de quatro meses.
- Desculpe o atraso. Mamãe não queria me deixar sair.
- Ok! O que temos então? – ir direto ao ponto e evitar que ela percebesse que nada de errado estava acontecendo, por que ela com certeza lembraria do meu aniversário de casamento.
- A organização partirá da idéia de deixar os inimigos muito distantes para evitar acidentes como os da copa passada. Não queremos ver franceses e alemães se matando. O ministério pretende montar um detector de intenções para identificar os vândalos o mais rápido possível.
- O que tem eles? Os vândalos? – Hermione e as expressões trouxas que ninguém conhece... Ela riu.
- São pessoas que vão aos jogos com a intenção de bagunçar e destruir a paz e a harmonia local.
- Você podia simplificar...
Hannah chegou com o famoso hidromel e conversou alguns minutos com Hermione. Enquanto isso eu pensava numa maneira de não ir para casa hoje, para não ter de encarar Harry e fingir que hoje era mais um dia comum. O meu limite estava quase atingido. Talvez visitar mamãe... Não ela desconfiaria. Droga por que as pessoas não podem ser normais e esquecer as datas?
- GINA! – a voz estridente de Hermione me tirou dos devaneios. – Hannah estava dizendo que acha que está grávida. Não é maravilhoso?
- Sim, ótimo. Neville já sabe? Parabéns! – meu falso entusiasmo convenceu Hannah, mas Hermione já começava a me encarar desconfiada.
- Não. Eu quero ter certeza! – alguém a chamou na recepção, me fazendo ficar sozinha com Hermione. O assunto não seria mais a copa. Seria eu e logo Harry estaria incluído. Eu jamais consegui mentir para aquele olhar inquiridor de Hermione.
- O que está havendo com você? Definitivamente não está parecendo alguém de aniversário de casamento hoje.
- Não é nada, eu só estou preocupada com a copa. – Rony bem que poderia fazer uma utilidade na vida e aparecer agora...
- Por quê? Você vai só fazer entrevistas, a parte suja é conosco... – ela respondeu sorridente e emendou a pergunta – Por acaso você e Harry andaram brigando?
- Não.
- Não minta.
- Já disse que não e não estou mentindo.
- Por acaso andaram brigando em um passado recente?
- Não.
- Ginevra Weasley Potter não minta para mim! E não se deixa perguntas de uma grávida sem resposta. – Droga, ela tinha que apelar.
- Ok! Você venceu, apenas porque eu não acho interessante ficar com furúnculos de dragão no rosto. Nós brigamos há quatro meses e desde então não nos falamos, a não ser o necessário e fingimos estar tudo bem na presença do outros. Satisfeita?
- Por Santa Bridget, vocês nunca brigavam sério... O que houve exatamente? – Hermione estava visivelmente espantada... O 'casal perfeito' brigando feio era algo para capa de todos os jornais de fofoca. Contei a ela o que aconteceu e o que fiz na última briga, disse também que foi uma decisão silenciosa de ambos não nos falarmos mais ou sequer pedir desculpas. Nós temos o defeito de não se curvar quando temos certeza que estamos certos. Este é o problema.
- Você não tentou falar com ele? Sei lá, tentar esclarecer as coisas às vezes resolve. Tenho certeza que se você dissesse como se sente quando ele desconfia de você, ele entenderia.
- Não acho. Rony deve ter ensinado a ele como ser um legume insensível... Eu acho que vamos acabar nos separando de vez, Mione. – era a primeira vez que eu admitia isso em voz alta. Foi doloroso, mas eu deveria começar a conviver com isso.
- Você vai mesmo deixar isso acontecer, sem ao menos lutar? Gina você ainda o ama. Depois de tantas coisas para conseguirem ficar juntos... Gina, você tem dar o braço a torcer dessa vez.
- Ah tá! Aí depois de quatro meses eu chego de joelhos e falo 'Harry, querido, eu fui uma estúpida e você estava certo, me desculpe e vamos voltar ao normal' – o descontrole já estava bem visível em mim.
- Não. Eu realmente esperava um pouco mais de criatividade de sua parte. Quando eu e Rony brigamos
- Seria melhor se você dividisse entre quando eu e Rony não brigamos e o resto do tempo... – ótimo, o meu senso de humor negro estava cada dia melhor.
- Muito engraçado! Bem, quando nós brigamos sério eu costumo usar algo mais do que o meu talento com as palavras... Se você me entende... – ela me olhou com malícia. Agora ela tinha me assustado. Ela estava mesmo sugerindo que os problemas podem ser resolvidos com recursos além das palavras?
- Você está sugerindo que eu tente resolver os meus problemas com sexo?
- Sim.
Eu ri, como não fazia há semanas desde a última vez que estive com George. Aquela era Hermione 'Racional' Weasley sugerindo para mim Ginevra 'Não pense' Potter, que resolvesse meus problemas com sexo. Merlim deve estar adorando esse novo mundo dos contrários que me foi destinado.
- Já parou com a gracinha? – eu perguntei com a respiração entrecortada do riso.
- Não é gracinha, Gina. Você poderia sugerir algumas sessões de sexo e depois uma conversa franca para decidir tudo. Ora, a parte do sexo não seria nenhum sacrifício.
- Acho que meu sobrinhozinho já está torrando os seus miolos antes mesmo de nascer. Ficou doida? Como, em nome de Morrigan, eu iria propor isso a ele? Acho que você não entendeu que quatro meses sem se falar significa que não tinha sexo também.
- Eu entendi. Ah como vai começar eu não sei. Use a sua criatividade. Eu costumo pensar rápido e sempre dá certo.
- Por favor, não me fale de detalhes. Eu acho que vomitaria se ouvisse esses detalhes sobre Rony.
Agora foi a vez de Hermione rir.
- Por favor, Gi. Tente fazer alguma coisa. Você vai se arrepender por si mesma e pelos meninos se algo acontecer.
- Ok. Eu juro que vou tentar.
* H*&*G*
Eu sempre chego em casa mais cedo do que Harry, por que meu trabalho costuma ser um pouco mais rápido quando não estamos em temporada de jogos. Já havia pego James na escola e deixado Albus para brincar com Rose. James brincava em um canto da sala enquanto eu acabava com o preparo do jantar e tomava banho. Feito tudo isso fiquei vendo TV e inconscientemente procurando uma idéia para realizar o que eu queria. Simplesmente chegar para ele e falar que eu estava tendo idéias malucas não era uma boa. Nós não dormimos juntos há quatro meses e há quase cinco nada além acontece. Provavelmente iria parecer que eu estava apenas desesperada e não era isso que eu queria. Droga, por que tinha que ser tão complicado, afinal? Ele é meu marido e casais fazem isso. Mas nós não temos parecido muito normais ultimamente. Meu lado racional gritava para que eu não continuasse com isso e esperasse que ele viesse me procurar para conversar. Mas o meu lado irracional dizia que se eu não fizesse nada meu casamento ia pro brejo junto com a vaca que os trouxas falam. Provavelmente meu corpo estava demonstrando que meu cérebro estava em luta, por que James me interrompeu:
- Mamãe? Aconteceu alguma coisa? Você 'tá tremendo. Tá doente?
- Não, meu amor, mamãe está tentando resolver uns problemas...
- As pessoas adultas resolvem problemas assim? Paradas e mexendo muito a perna?- James perguntou de uma forma tão engraçada que eu não pude deixar de rir. Antes que eu pudesse responder Harry chegou.
- Papaaaaiii. Eu desenhei na escola hoje, quando me derem de volta vou te mostrar.
- O que você fez, Jamie?
- Nós jogando quadribol... Não vai falar com a mamãe? Ela estava tentando resolver um problema.
Ele se inclinou e deu um abraço e um beijo estalado em James. Depois olhou para mim com o mesmo olhar distante com que ele tem me olhado. Às vezes eu achava que James entendia que nós não estávamos bem, por que ele sempre forçava que nos abraçássemos ou ficássemos de alguma forma mais próximos.
- Algum problema no trabalho? E onde está Al? –Harry quis saber fingindo muito bem a curiosidade. Nesses últimos meses descobri que meu marido tem uma capacidade teatral fora do normal.
- Al está com Hermione. Não. Não exatamente. Não é nada sério. –Eu só estou tentando encontrar uma maneira de te fazer uma proposta bem indecente, seu idiota. Obviamente que eu não disse a última parte em voz alta.
- Não vai beijar a mamãe também? – James e sua capacidade de nos manter juntos...
Nos encaramos meio confusos. Então ele se dirigiu a mim e beijou minha testa.
- Nããããoooo. Assim não. De verdade. – Ás vezes James conseguia ser mesmo inconveniente e aqui estou eu culpando as crianças...
Sem me encarar ele me deu um beijo muito rápido nos lábios e de alguma forma esse beijo me fez ter uma idéia e me deu coragem para fazer o que eu estava pensando
Eu simplesmente odiava ter que fazer o que eu ia fazer agora, mas era necessário até para o próprio bem de James. Eu joguei um feitiço de confusão no meu próprio filho e outro para prender a atenção dele na TV.
- Sinto muito, querido. Mamãe tem que lutar pelo nosso bem. – Beijei o topo da cabeça dele e fui brincar de roleta russa. Espero que a bala não chegue perto de mim.
* H*&*G*
Harry havia chegado particularmente suado e sujo hoje. Logo ele tomaria um banho muito demorado. Eu entrei silenciosamente em nosso quarto (nosso por que deveríamos fingir para os meninos que tudo estava bem). O barulho do banho e do assovio distante de Harry tomava conta do quarto. Provavelmente hoje ele conseguiu resolver um enorme problema no trabalho, porque ele só assoviava quando estava com menos problemas. Sim, eu acho que esse é um tipo de TOC* de minha parte por que identifico cada detalhe de comportamento do meu marido, tal como o detalhe de deixar a porta do banheiro sempre aberta e eu não ter que fazer barulho com um Alorromora. Enfeiticei o quarto com um abaffiato antes de fazer o que estava pensando e só para constar tranquei a porta. De repente um surto de sanidade passa pela minha cabeça. Droga o que diabos eu penso que vou fazer invadir o banho dele e depois...? Tirar a roupa e falar o quanto eu estou desesperada por sexo não parece uma boa idéia. Se Hermione fosse boazinha teria me dado alguma dica de como agir. Ginevra Potter é agora ou agora. Sim, sim, meu lado insano já dominava novamente e sem pensar em mais nada entrei no banheiro.
Ele estava de costas para mim e nem notou minha presença. Ver a água escorrer dos cabelos negros, passar pelas costas e pernas dele fez a minha insanidade aumentar muito mais. Quanto tempo eu não o via assim e a perspectiva de perder essa oportunidade me fez ir em frente.
- Eu acho que isso já foi longe demais e se não resolvermos agora mesmo não teremos mais capacidade para continuar com esse joguinho de farsas. – eu estava surpresa com o tom de segurança da minha voz em contraste com o meu corpo trêmulo.
- Gi... O que é... – ele virou meio confuso e irritado e rapidamente puxou a toalha que estava pendurada no cabide e tentou se enrolar com ela. Eu a puxei e joguei do outro lado do banheiro. Meu marido, sete anos de casamento e treze de conhecimentos mais íntimos tentando se cobrir na minha frente era inaceitável. Eu definitivamente terei que colocar o plano b em prática.
- Acho que isso não é necessário. Eu quero lhe fazer uma proposta, mas pela sua reação acho que vou ter que apelar para o suborno.
- Eu estou tomando banho. Espere lá fora e conversaremos. – ele ainda me olhava com o misto de confusão e irritação.
- Não acho que seja muito saudável discutirmos isso lá fora, não com James aqui... – devolvi com um tom de voz e um olhar sugestivo.
- Por favor... – eu já falei o quanto Harry é idiota? Ele é um grande bruxo, extremamente poderoso e inteligente, mas quando se trata de alguns assuntos, como sexo, ele é meio tapado.
Me aproximei dele fazendo com que os nossos narizes se tocassem.
- Seja bem sincero. Você não sente a minha falta? Para não haver dúvidas, eu estou perguntando se você não sente falta de mim ao seu lado, do meu corpo, de me ter...? – eu o encarava perdida nos olhos dele. A primeira coisa que notei quando o vi pela primeira vez, a primeira pequena parte dele pela qual me apaixonei, sem fazer idéia de quem ele era. Sem ao menos saber o que era se apaixonar.
- Gina... Eu... é... difícil... – ele estava confuso e no lugar da irritação estava a surpresa.
- Eu vou achar que isso é uma resposta afirmativa. Sim, você sente. Mas é orgulhoso demais para admitir isso. Assim como eu. É hora de dar o braço a torcer. Vamos fazer um teste e enquanto isso eu te faço uma proposta. – agora eu já falava ao pé do ouvido e sentia que ele começava a reagir à minha atitude. Toquei levemente com os lábios o lóbulo de sua orelha molhada. Eu iria levar adiante, mesmo que isso custasse o fim. Queria ter o mérito da tentativa.
Lentamente comecei a passar as mãos pelo peito dele, hora com a ponta dos dedos, hora com as unhas, bem devagar... Ele suspirou e pediu
- Gina, por favor. Nós falaremos sobre isso depois, eu não acho q...- eu toquei a parte mais sensível do corpo dele, que já dava sinais de vida. Ele suspirou alto.
- Me deixe terminar a conversa. Eu quero propor a você uma semana de sexo, a partir de hoje. Mas se você preferir pensar... Eu desci e tomei o membro dele com os lábios. Ele suspirou alto e se segurou na parede, parecia estar reunindo forças para me fazer parar. Felizmente ele não tinha, felizmente o meu TOC de perceber os mínimos detalhes me proporcionava o conhecimento de cada forma de enlouquecê-lo. Eu beijava desde a base até a ponta e sugava bem devagar. A cada pequeno movimento dos meus lábios ele estremecia e quando eu ia mais rápido ele suspirava alto.
- Então, você topa? – falei cada palavra entrecortada com um beijo lá.
- Eu... – ha ha ha como eu sou má... Eu não deixei que ele terminasse. Eu terminei o 'serviço'. Quando finalmente ele chegou ao ápice eu levantei para encarar os olhos turvos dele. A confusão não havia saído e a dúvida estava lá. Ele provavelmente estava com medo de dar errado ou talvez de me dizer que as coisas não se resolvem assim. Não importa agora. Ia dar-lhe um tempo para pensar. Finite Incantatem. Senti que tinha um pouco do fluido dele perto dos meus lábios. Me aproveitei disso e limpei lentamente enquanto completava
- Não precisa me responder hoje. Pode pensar sobre o assunto.
- Ssimm... – ele ainda arfava procurando fôlego. Eu saí do quarto e enquanto me recompunha para arrumar o jantar, uma dúvida me ocorreu. O que era aquele sim?
* H*&*G*
Quando ele desceu para o jantar não me olhou diretamente nos olhos e estava calado, respondia as perguntas de James com o olhar vazio, como se não estivesse ali realmente. Eu tinha conseguido, não sei ainda o que, mas algo tinha acontecido. Quando acabamos James mais uma vez falou.
- Mamãe, continua a história de ontem, por favor... – pediu colocando as mãos sobrepostas como se estivesse rezando à moda trouxa. Eu estava contando a história de como um garoto de 11 anos conseguiu se tornar jogador de quadribol em Hogwarts. É óbvio que era sobre Harry, e mais óbvio que James não sabia. Nós evitávamos expor nosso lado heróico aos meninos, por um motivo simples: era dolorosamente problemático.
- Claro, querido. Vou arrumar aqui rapidinho e já vou. Será que você poderia arrumar James para dormir? – Harry não me ouviu, ainda estava perdido nas profundezas dos pensamentos.
- Harry! James. Dormir. Enquanto eu acabo aqui você fica com ele, por favor.
- Claro. Vamos. – Não me encarou e saiu.
Quando eu cheguei ao quarto de James ele saiu rapidamente.
- Paramos na hora em que a professora diretora chega. – James lembrou ansioso.
- Bem, quando a professora diretora chegou, chamou o pequeno David para acompanhá-la, pois ela tinha um anúncio a fazer. Corredores e mais corredores de Hogwarts foram andados até que eles chegassem numa sala de aula. Advinha de quem era a aula na tal sala?
- Professor Prince?
- Sim. Mas não era para falar com o professor Prince que ela tinha levado o pequeno David. Na verdade a aula era para a turma do capitão do time da Grifinória Oliver. Ela apresentou David a ele e disse que ele estava diante do mais novo apanhador do time de quadribol. David, que estava muito ansioso achando que ia ser expulso, quase gritou de felicidade. Imagina só, ele entraria para a história como o mais novo apanhador em um time, sendo que ele jamais havia montado numa vassoura, que dirá jogado. Mas ele prometeu que iria se esforçar e depois do olhar reprovador do professor Prince, ele prometeu que iria se esforçar muito.
Não tardou muito para James dormir. Eu estava muito ansiosa para saber o que viria. Ao chegar no quarto encontrei Harry na cama que ele conjurava todas as noites para não ter que dormir em outro quarto e levantar suspeitas. Ele estava profundamente adormecido. Continuei acordada fazendo um pouco dos artigos e depois fiz o mesmo, me convencendo de que ele precisava de um tempo para processar a informação.
* H*&*G*
No outro dia, esperava encontrá-lo para me dizer algo, mas ele já havia saído. Não encontrei um recado, bilhete, nem qualquer indício de coisa nenhuma. Eu já estava certa de que tudo tinha ido pros ares.
* H*&*G*
