Regina estava sentada em frente à uma montanha de documentos. Como cuidar de uma cidade era tedioso! Se soubesse como era burocrático ser prefeita, teria declinado do cargo na primeira oportunidade. Ela estava relendo um documento quando o celular tocou e ela sorriu ao ver o nome do marido piscando na tela.
"David!"
"Baby, vou me atrasar um pouco para o jantar."
"Está tudo bem?"
"Sim, meu amor. Deve ser apenas um indigente que cruzou nossa fronteira."
"Me mantenha informada, xerife."
"Eu manterei, querida prefeita."
Mais tarde, quando saía da prefeitura, decidiu passar pela lanchonete da Granny. David iria demorar, então ela tinha tempo para tomar um café reforçado, com uma dose dupla de marshmallow. O pensamento a fez salivar. Assim que entrou no estabelecimento, esbarrou em algum cara parado na frente da porta.
Ah, esse povo de Storybrooke. Quando iam aprender a não ficar no meio do caminho?
"Perdão, Mi-lady."
Assim que o homem se virou para ela, ela analisou a fisionomia dele e podia dizer que era muito, muito bela. Olhos verdes, um sorriso atrevido, cabelos castanho-escuro, ou marrom talvez. Sotaque britânico.
"Ficar na frente da porta não é uma atitude inteligente, dear. Você poderia me dar licença?"
Ele continuava parado na sua frente, com um sorriso no rosto. Ela o encarou, impaciente. Ele a analisou de cima à baixo, e então estendeu a mão para que ela passasse, com elegância.
"Perdão novamente, senhorita...?"
"Prefiro que me chame de Prefeita."
"Ah, sim... a famosa prefeita."
Regina voltou a encará-lo. Com uma sobrancelha erguida, retrucou:
"Famosa?"
"Olá!"
Uma voz feminina os interrompeu.
"Quem é sua amiga, Robbie?"
"Essa é a prefeita, amor. Esta é a minha esposa Marian."
Marian sorriu para ela, efusivamente, abraçando-a. Regina sorriu de volta.
"Me chame de Regina."
Robin a olhou, desconcertado.
"Vocês vão ficar ou estão de passagem?"
"Pretendemos morar aqui."
Regina sorriu para a moça simpática à sua frente e notou que Robin havia fixado os olhos nos seus lábios, mas preferiu ignorar.
"Preciso ir senão me atraso para jantar com o meu marido. Vocês irão conhecê-lo, é o xerife daqui. David. Por favor, fiquem à vontade e me digam se precisarem de alguma coisa. E sejam bem-vindos à Storybrooke."
Regina foi até o balcão e pediu seu café.
Logo atrás, Marian abraçou o marido e comentou:
"Gostei dela."
Robin não respondeu, mas manteve os olhos na morena encostada no balcão. Ele também gostara. Talvez até demais.
"Alguém em casa?"
David colocou a jaqueta sobre a mesa da entrada e seguiu na direção da cozinha, mas encontrou o cômodo vazio. Antes de se virar, foi surpreendido por um par de mãos delicadas que cobriram seus olhos. Ele sorriu enquanto sentia os lábios da esposa na sua nuca e a voz potencialmente sensual que sussurrou:
"Odeio quando você me deixa esperando..."
David se virou e a puxou para ele, mãos fortes pressionando aquele corpo pequeno contra ele.
"Você acha que eu queria ficar mais tempo longe de você?"
Os lábios dele viajaram para o pescoço dela, e ele foi guiando-a até a parede, onde a prensou. Regina apenas ergueu a cabeça, dando-lhe total acesso à área. David beijou toda sua extensão, dando pequenas mordidas entre os beijos, se deliciando com os pequenos gemidos que conseguia.
"David..."
Ele enfiou as mãos no cabelo dela, e a beijou, firme e imperativo, sua língua invadindo com autonomia a boca dela. Um beijo intenso e necessitado, que ela correspondeu à altura, contorcendo-se por baixo dele, as pequenas mãos fincadas no quadril dele, puxando-o, querendo mais contato, mais pressão, mais intensidade.
Assim que ficaram quase sem ar, eles pararam. David a soltou e ela pode se arrumar novamente.
"Eu adoraria deitar você nessa mesa e tomar posse do seu corpo todinho, mas temos convidados para o jantar."
"O quê? David Nolan! Por que não me avisou antes?"
"Desculpe, amor. Eu prometo, eu compenso este erro mais tarde." E com isso, ele depositou um beijo molhado no pescoço dela.
Sorrindo, Regina voltou para a cozinha.
"Ao menos posso saber quem são nossos ilustres convidados para esta noite?"
"Um casal novo aqui na cidade, chegaram hoje. Acho que o moço se chama Robbie, algo assim."
"Robin. E sua esposa, Marian."
"Você os conhece?"
"Eu os ví na Grannys."
"Bem, eles chegam em uma hora. À primeira instância, o que achou deles? Serão um problema?"
Regina podia sentir que David estava sorrindo atrás dela.
"Não, absolutamente não, dear. Eles são encantadores."
Regina não podia dizer que o cara era atraente, e muito menos que ele havia demonstrado ter sentido o mesmo por ela, encarando-a descaradamente na frente da própria esposa. E acima de tudo, não podia dizer que havia gostado da sensação.
