Sanji estava consciente dos seus actos na noite passada, ele e Zoro, aquele kuso-marimo que para sua infelicidade também fazia parte da tripulação do chapeu de palha, tinham tido relações sexuais.
Mas não porque nutriam algum sentimento, fora disso, cruzes, mas devido a uma noite de festa levada ao limite, teria de ser pois que outra coisa poderia explicar os factos?
O cozinheiro olhou para o lado, Zoro dormia profundamente no meio do chão, como seria de esperar dele. Aquele seu roncar monótono e perfeitamente audível, sobrepunha - se sobre o doce bater das ondas a bater na madeira. Levantou - se lentamente pois o seu corpo estava todo dorido e movia - se com bastante dificuldade, maldito monte de algas ambulante poderia ter sido mais gentil. Olhava agora em redor, o quarto estava uma plena confusão, as roupas de ambos estavam espalhadas, as fotografias emolduradas haviam caído da prateleira, o que acabou por dificultar a demanda do cozinheiro em busca da sua roupa. Encontradas as suas peças de roupa perdidas, começou por vesti - las, ao apertar a sua camisa de seda azul, comprada ainda trabalhava ele no restaurante flutuante Baratie, sequências de imagens mentais surgiam na mente dele. Nada de muito agradável para a sua vista e para os seus ouvidos devido ao facto das imagens virem acompanhadas dos respectivos sons.
Tinha marcas no pescoço e por todo o abdómen, que lhe iriam dar um trabalho imenso a esconder do resto da tripulação.
Sanji tinha de sair do quarto do espadachim, rapidamente e sem ser visto, se havia coisa que dispensava eram questionários, acerca do porquê de lá se encontrar. Aproximou - se da porta e no preciso momento em que iria abrir a porta, ouve um estrondo, e sente um enorme arrepio na espinha. "Seria Nami? Robin? Algum dos outros tripulantes?" Apenas desejava que não fosse nada demais, alguma gaivota com um sentido de orientação parecido com o do espadachim, e que tivesse ido contra o barco. Olhou para trás, afinal havia sido culpa de Zoro, que acordara e o estrondo fora provocado por uma cadeira que ele fizera cair. "Maldito Marimo, prega - me cada susto".
O espadachim levantou - se, e estava nu, sem uma única peça de roupa a cobrir aquele corpo, firmemente esculturado em horas de treino intensivo, evitando assim umas das coisas que evitava ver uma segunda vez na sua vida. O espadachim aproximou - se lentamente do cozinheiro e agarrou bruscamente o pescoço deste, fazendo o respirar com enorme dificuldade. Debatia - se furiosamente mas em vão, por isso apontou o dedo indicador da mão esquerda para baixo e disse dificilmente:
-Faz um favor há humanidade e veste alguma coisa?
-Ontem não te ouvi queixar. - Zoro aproximou - se ainda mais do cozinheiro até o seu corpo roçar no deste e sentir o seu lento respirar.
- Mais uma sobre esse assunto e considera - te um homem morto. Percebeste, marimo?
Zoro acenou positivamente. Sanji abriu a porta e espreitou, o corredor estava vazio como um deserto nem alma viva pairava, o que significava que estariam todos a dormir, o que não seria de admirar pois o pequeno - almoço apenas seria servido dali a uma hora. Saiu do quarto, a atmosfera no barco era serena, podendo voltar a ouvir - se o doce bater das ondas. A forte e adocicada maresia invadia - lhe o nariz, superando o cheiro a tabaco que governava nas suas roupas.
Entrou na cozinha, o chão estava imaculadamente limpo, tal como o havia deixado no dia anterior, o que fazia o sol matinal, reflectir os raios e dar um ambiente paradisíaco ao lugar. A mesa tinha manchas de rum e sake, prova dos acontecimentos da noite passada. Dirigiu - se à banca e pegou num bocado de pão e começou a parti - lo. Tentava acima de todo afastar os pensamentos de Zoro, e do que se tinha passado na noite anterior, mas a presença deste dificultava - lhe as coisas. Havia - se sentado no canto da mesa pegado numa maçã e começado a comer calmamente. Sanji sentia que os olhos do outro estavam cravados nas suas costas mas enganava - se pois:
-Oi kuso Cook, tens as calças sujas e penso que seja com algo que me pertença.
