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Necessidades sombrias

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Adaptação

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Resumo

Um guerreiro vampiro consumido pela loucura, preso na guarida de outro mundo com uma tentação que ele somente pode ver. Essa beleza deseja que ele parta. O guerreiro não pode abandoná-la. Permitam que o jogo comece… Ela é Kagome Higurashi, uma bailarina famosa em princípios dos anos 1900, transformou-se em um fantasma na noite em que foi assassinada. Agraciada com poderes, mas invisível para os vivos, ela freqüenta seu amado lar, espantando para longe qualquer delinqüente, até que ela se encontra com um desumano imortal mais aterrador que ela mesma. Para impedi-lo de machucar outras pessoas, os irmãos de Inuyasha Takahashi o encarceraram em uma casa abandonada. Ali somente Inuyasha pode ver a bailarina com a selvagem cabeleira escura, que parece decidida a conduzi-lo mais dentro da loucura. A deliciosa criatura o inflama com o desejo, deixando seu corpo atormentado com a luxúria e sua alma rasgada quando ele mesmo se encontra cobiçando-a fervorosamente para si mesmo. No entanto, quando Inuyasha tivesse a possibilidade de ganhar Kagome e reclamá-la completamente, a maldade o rodearia e ela? Uma vez que ele retorne à brutalidade de seu passado para protegê-la, sucumbirá ele às necessidades sombrias que se agitam em seu interior?


Prólogo

Nova Orleáns

24 de agosto 1927

Vou matar-te por me rechaçar... .

Lutando para bloquear as lembranças da última ameaça de Bankotsu Ookami, Kagome Higurashi se situou na parte superior da escada e olhou pelo salão de baile.

Como se embalasse um bebê, ela sustentava um buque de rosas envoltas em seda. Eram presentes de alguns dos homens que estavam na multidão da festa abaixo, uma mistura de vários tipos, jovens, clientes ricos e repórteres. Uma brisa sufocante dos pântanos deslizou através do espaço, levando a pressão da música da orquestra de doze peças no exterior.

... Pedirá por minha misericórdia.

Ela reprimiu um calafrio. O comportamento de seu ex-noivo se tornou mais arrepiante, seus presentes de desculpa mais extravagantes.

A prolongada negação de Kagome a dormir com Bankotsu o tinha frustrado e zangado, mas a ruptura de sua relação o tinha enfurecido.

Olhar em seus olhos pálidos no princípio desta noite... Ela se deu uma sacudida interna. Tinha contratado guardas para este evento. Bankotsu não poderia chegar nela.

Um admirador, um banqueiro bonito de Boston, se fixou nela e começou a aplaudir. A multidão se uniu a ele, e em sua mente ela teve a visão de um pano de fundo que se levantava. Com um sorriso lento, amável, disse: ─ Bienvenue[1] a todos vocês. ─ e logo começou a descer a escadaria.

Ninguém detectaria sua ansiedade. Ela era uma bailarina treinada, mas sobre todas as coisas, era uma artista. Ela trabalharia esta sala, dando sorrisos forçados com sarcasmo e falando brandamente e com precisão, encantando os críticos e persuadindo com sua risada até o mais sério.

Embora já lhe doessem os braços de embalar tantas flores e os flashes a cegassem continuamente, seu sorriso se manteve fixo. Deu outro passo deslizando para baixo.

Ela se amaldiçoaria antes de deixar que Bankotsu arruinasse sua noite de triunfo. Três horas antes, tinha dado o espetáculo de sua vida a esta casa. Porque nesta noite seria a celebração de seu imóvel recentemente renovado, Elancourt, a casa de família de estilo gótico resplandecia com o brilho de milhares de velas. Com sua dança tinha pagado pela minuciosa restauração de sua nova casa e todo o suntuoso mobiliário interior.

Todos os detalhes da festa eram perfeitos, e lá fora, uma lua prateada se aferrava ao céu. Uma lua de sorte.

Seu vestido para esta noite era uma versão de tom mais forte do traje que tinha usado antes, cetim negro como seu cabelo escuro. Tinha uma blusa ajustada que se atava na frente como um espartilho antigo e uma abertura na saia que quase chegava até onde sua liga segurava suas meias. Sua maquiagem era ao estilo das vampiras de Hollywood, tinha maquiado seus olhos com uma tonalidade defumada, colocou lápis de lábios vermelho sangue e as unhas pintadas de um carmesim escuro.

Sua gargantilha de pedras preciosas e pendentes compridos parecia haver custado uma pequena fortuna, mas para esta noite havia valido a pena, nesta noite todos os seus sonhos por fim se fizeram realidade.

Só Bankotsu poderia arruiná-lo. Obrigou-se a ignorar sua apreensão, amaldiçoando-o interiormente em inglês e em francês, o que ajudou a aliviar sua tensão.

Até que quase tropeçou na escada. Ele estava ali, de pé na periferia, com o olhar fixo nela.

Sempre tão perfeitamente alinhado, afrouxou a gravata, o cabelo loiro despenteado. Como tinha chegado a passar os guardas? Bankotsu era imensamente rico, o bastardo os tinha subornado?

Seus olhos injetados de sangue queimavam com uma luz maníaca, mas ela se assegurou que não se atreveria a lhe fazer mal na frente de tanta gente. Depois de tudo, havia centenas de pessoas em sua casa, incluindo repórteres e fotógrafos.

Entretanto, não ficaria diante dele para fazer uma cena ou expor sua escandalosa história a todos. Um cliente abaixo lhe piscou um olho e seus amigos a animavam com gestos, mas não tinham idéia do que ou que era ela, e muito menos de sua ocupação anterior.

Com o queixo levantado e os ombros para trás, continuou descendo, mas suas mãos estavam apertando as rosas. O ressentimento se mesclava com o medo. Que Deus o ajudasse, ia tirar-lhe os olhos se arruinasse isto.

Pouco antes de chegar ao último degrau, começou a abrir caminho para ela. Ela tentou chamar o corpulento guarda na porta aberta do pátio, mas a multidão a rodeava, escondendo-a de maneira eficaz. Tratou de caminhar para o homem, mas todo mundo queria ser o primeiro em felicitá-la.

Quando ouviu Bankotsu empurrar às pessoas atrás dela, desculpou-se com suavidade:

Pardonnezmoi[2], só será um momento. ─ voltou-se ─Me deixem passar!

Ele se aproximava. Pela extremidade do olho viu suas mãos que procuravam algo no bolso de sua jaqueta. Será outro presente? Isto será tão embaraçoso.

Quando essa mão saiu disparada, deu a volta, baixando as flores. Metal brilhava à luz das velas. Seus olhos se abriram, Ela gritou...

Justo depois ele afundou uma faca em seu peito.

A dor... uma dor inimaginável. Ela podia ouvir a lâmina seguindo pelos seus ossos, sentiu uma força discordante na ponta que a atravessou quase até suas costas. Enquanto se agarrava a seus braços, horríveis sons surgiram de sua garganta, esses sons a trouxeram de volta ao horror.

Isto não pode estar acontecendo...

Só quando ele liberou a faca com os dedos estendidos seu corpo caiu ao chão. Botões de rosa se pulverizaram ao seu redor, pétalas flutuavam ao redor do punho que me sobressaía. Ela olhava fixamente o teto sem dizer nada enquanto o sangue quente saía por suas costas, reunindo-se a seu redor. Percebia o silêncio da sala e sentiu a angustiosa respiração de Bankotsu quando se ajoelhou ao seu lado, e começou a chorar.

Isto não está acontecendo...

O primeiro grito histérico quebrou o silêncio. Pessoas fugindo da cena, empurrões e brigas em torno deles. Ela finalmente ouviu o grito dos guardas lutando contra a multidão para passar.

E Kagome vivia ainda. Era tenaz, uma sobrevivente, ela não ia morrer em sua casa de sonho na noite de seus sonhos. Lutaria.

Bankotsu pegou o cabo uma vez mais, sacudindo a faca em seu interior. Agonia... grande... não posso suportar isto... Mas ela não tinha fôlego para gritar, nem forças para levantar os braços, muito fraca para defender-se.

Com um bramido baixo torceu a lâmina no buraco de sua ferida.

─Sente isto para mim, Kagome. ─ disse com voz entrecortada em seu ouvido. A dor explodiu, irradiando desde seu coração a cada centímetro de seu corpo. ─Sente o que eu sofri!

Muito! A tentação de fechar os olhos quase a afligiu. Entretanto, manteve-os abertos, mantendo-se viva.

─Vê quanto te amo? Vamos estar juntos agora. ─A faca fez um som de sucção quando tirou dela. Logo em seguida, finalmente encarando-a, cortou sua própria garganta de orelha a orelha.

Seu sangue tinha começado a esfriar-se no momento que um médico se agachou para agarrar seu pulso.

─Não há pulso. ─ disse a alguém, sua voz se elevou sobre a comoção. ─Se foi.

Mas ela não o tinha feito! Ainda não!

Kagome era jovem, e havia tantas coisas que tinha deixado de experimentar. Merecia viver. Não estou morrendo. Suas mãos de algum jeito se apertaram. Me nego a…!

Quando a brisa levantou uma vez mais, a visão de Kagome se extinguiu como uma vela. Não, não... ainda vivo... não posso ver, não posso ver... tanto medo.

Pétalas de rosas apanhadas pelo vento caíram sobre seu rosto. Podia sentir cada beijo frio delas.

Então... nada.


[1] Bem vindos em Francês.

[2] Perdoem-me em Francês.


Olá, cá estamos com mais uma adaptação, obrigada aos leitores de Perverse Beat e Shojo to doragon, ambas completas. Vou tentar postar duas a cada vez, por que 3 estava me enlouquecendo e ficava sem tempo para revisar direito. Desculpe por não responder as reviews, vou ver se consigo de agora em diante, a propósito me chamo Cindy.

Espero que curtam o livro, ao final revelo nome e nome de quem o escreveu ;)

Ja ne