Título:No one loves the light like the blind man
Autora:nayla
Categoria:college ua
Classificação:R
Advertências:o grantaire bebe demais gente e o enjolras gosta de incitar revoluções, o que resulta em brigas feias com palavras feias e em muita tensão sexual não resolvida
Capítulos:5
Resumo:Grantaire e Enjolras dividem um dormitório, em outras palavras, caos.
N/A:Então rs eu ainda não li o livro e acho que essa fic deve estar um horror de tão ooc pfvr não me odeiem Tomei algumas liberdades ok baseadas a coisas que eu vi no tumblr e me fizeram surtar e tal rsrsrs Espero que vocês gostem

Dedico a fic linda pra Cah, que me surtou com eles, e para a Hannah, que eu fiz surtar com eles.

Agradecimento a xará linda e a lu por me aguentarem reclamar dessa fic, como vocês me aguentam, jesus?

E btw, essa fic já está totalmente escrita, mas eu vou postar um capítulo por semana.

Capítulo 1

Enjolras caminhava pelo prédio procurando seu dormitório, já era de noite e quase não havia ninguém no corredor pois os outros alunos já haviam se instalado. O loiro acabara se atrasando por causa do trânsito e fora para sua primeira aula de história de mala e tudo e agora não só carregava-as, como também levava cinco contatos novos em seu celular de outros estudantes que o elogiaram pelo debate que ele havia incitado na aula de história e uma mensagem de texto de um garoto chamado Courfeyac que dizia "nunca achei que uma aula pudesse ser tão divertida."

O professor, entretanto, não tinha ficado muito feliz, mas ele devia saber que, como um educador, ele deveria ensinar seus alunos a pensarem por conta própria e não a entregar-lhes suas opiniões numa bandeja de prata, especialmentequando ele era um monarquista. Enjolras revirou os olhos só de relembrar a cena e bateu na porta do dormitório cujo número correspondia com o que a mulher da secretaria lhe fornecera.

Como não obteve resposta, ele vasculhou os bolsos pela chave que recebera da mesma mulher e abriu a porta para encontrar um rapaz de cachos negros bagunçados e olhos azuis cansados, deitado no sofá, com uma lata de cerveja presa entre as pernas e duas vazias jogadas no chão. Ele nem mesmo tirara os sapatos antes de se deitar.

- Oh, oi. – O moreno olhou para ele e sorriu. Tinha algo de erradonesse sorriso.

- Você não me ouviu bater? – Enjolras franziu as sobrancelhas, sentindo-se enjoado pelo cheiro de álcool que o outro exalava.

- Não, desculpe. Eu me chamo Grantaire, mas meus amigos me chamam de R. – Ele estendeu a mão.

- Enjolras. – O loiro respondeu, apertando-a, não querendo ser mal-educado.

- Legal, você quer uma? – Ergueu a lata de para que ele pudesse ver. – Tem mais na geladeira, acabei de comprar.

- Uh, não, obrigado. – Enjolras desviou o olhar para procurar sua cama, querendo se isolar. Estava cansado e nem um pouco disposto a jogar conversa fora.

Grantaire riu.

- O que você é? Um puritano?

- Como é? – Enjolras congelou.

- Você é um puritano?

- Não, só alguém que prestou atenção as aulas de biologia para saber que álcool destrói o seu fígado.

- Odiava as aulas de biologia. - O moreno riu de novo e Enjolras decidiu que odiava a risada dele.

- Bom, boa noite para você.

- Espera! – Grantaire pediu e o loiro não soube por que realmente parou. Sentia o olhar intenso do outro queimar-lhe as costas, antes mesmo de se virar.

- O quê? – Perguntou, estranhando o silêncio.

Grantaire piscou.

- Oh, certo! – Parecia ter acabado de se lembrar que era sua vez de falar algo. – Agora eu finalmente entendi, você não é puritano, você é puro, como um anjo. – E o pior de tudo é que ele falava cada palavra, uma mais absurda do que a outra, com uma expressão séria no rosto. - Um querubim.

Enjolras só conseguiu olhar para ele sem saber o que responder por alguns minutos, mas acabou por suspirar fundo, balançando a cabeça negativamente.

- Você está bêbado.

Grantaire sorriu para ele e abaixou a cabeça numa mesura extremamente exagerada, como se tivesse acabado de ouvir um elogio e Enjolras se perguntou se sobreviveria a quatro anos convivendo com esse cara diariamente.

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Enjolras conseguiu amigos com uma facilidade tremenda, até porque não foi só a história do debate que se espalhou pela faculdade inteira, mas também o jeito como o professor oferecera passar Enjolras com dez se ele não frequentasse mais as aulas para não desafiar sua autoridade.

O loiro ganhou também uma segunda sombra.

- Não acredito que você vai realmente denunciá-lo. – Grantaire seguiu-o até a coordenação. – Merda, você realmente vai...

- Eu não quero ter uma nota no meu CR que eu não ganhei por merecimento.

- Mas você mereceu! Você acabou com a raça de um professor em um debate político e... Droga, você é louco!

- Eu sou ético, existe uma diferença. – Enjolras revirou os olhos.

- Não, não existe. Você é maluco.

- Bom, então é melhor que você mantenha distância. – Enjolras suspirou fundo.

Grantaire riu.

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Na terceira semana de aula, os cinco minutos de fama de Enjolras já tinham se esgotado, juntamente com a maioria de seus novos amigos. Ficaram apenas oito, sem contar com seu colega de quarto, e contando com Éponine, quem ele acreditava que simplesmente seguia Marius onde quer que ele fosse.

O professor de história foi substituído por uma estagiária que aparentemente sabia menos ainda e Enjolras se viu obrigado a trancar a matéria, (depois de ter ouvido de Grantaire sem parar que deveria ter aceitado o dez,) na esperança de encontrarem um substituto melhor no semestre seguinte, o que o deixava com a segunda a tarde livre.

- Bom, algum dia você vai ter que cursar essa matéria, você precisa dos créditos. – Bossuet riu. Tinham se encontrado todos no dormitório do loiro para conversar e roubar as cervejas de Grantaire, que obrigou-os a dividir a grana com eles. – Vai ter que se contentar em assistir aulas com um professor que sabe menos do que você.

- Ou você devia ensinar essa matéria. – Courfreyrac sugeriu.

Grantaire foi o único quem riu.

- Eu assistira. – Marius respondeu, ele cursava inglês e pretendia ser um professor, mas um professor bem diferente desse de história.

- Eu também e não sei porque, já que faço medicina! – Joly franziu as sobrancelhas, sendo incentivado pela mão de Combeferre em seu ombro.

Um a um todos os amigos assentiram, cientes de que, pelo que viram no vídeo do debate na internet, aprenderiam mais com ele do que com qualquer outra pessoa.

Enjolras corou.

-Eu preferiria não tornar isso algo oficial já que eu não tenho um diploma oficial nem nada, mas eu adoraria compartilhar o que eu sei.

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A nova aula de história, ministrada naquele mesmo dormitório, todas as segundas a partir das 13h, logo se tornou uma aula de política.

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Enjolras era muito bom em seus discursos, talvez porque acreditava fervorosamente em cada palavra que deixava sua boca, e ficou ainda melhor quando Jehan começou a ajudar a escrevê-los, a escolher as palavras certas, poetizando-as, para alimentar não só as cabeças, mas também os coração daqueles que a escutavam.

Eles queriam mudar o mundo, mas começariam tentando mudar o pensamento de outros estudantes, e logo começaram a distribuir panfletos, cujo design fora todo criado por Grantaire, pelos corredores da faculdade.

- Vamos ver depois se as pessoas comparecerão a nossas reuniões por causa da sua revolução ou para recrutar meus serviços como designer freelancer. – Ele sempre dizia, com aquele sorriso torto no rosto;

Enjolras nunca se dignava a responder.

Mas ninguém veio além de uma garota chamada Musichetta, mas ela não contava porque ela era namorada do Joly, ou do Bossuet, era difícil de dizer. [2]

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Mesmo falhando em atrair novos simpatizantes, Enjolras conseguiu marcar um protesto, criando um evento no facebook, o que provou ser um pouco difícil porque nem um perfil ele tinha. Claro que todos os amigos marcaram de se encontrar para criar um para seu novo líder, discutindo fervorosamente sobre qual foto seria a mais adequada, qual imagem escolher para a capa, quais páginas ele deveria seguir e o que curtir, comentar ou compartilhar, enquanto Enjolras sentava em sua própria cama, com a cabeça nas mãos, muito ocupado querendo morrer.

Só deixaram com que ele visse seu perfil no dia seguinte e, por mais que o loiro não quisesse dar-lhe o gostinho de admitir que estava curioso, mal conseguia conter-se de ansiedade. E medo, também. Foi com uma grande surpresa que percebeu que sua página parecia... Normal. Bom, pelo menos normal o bastante, considerando o quão ruim ela poderia ter saído.

- Uh, o que é toda essa coisa de "cada curtida doa um dólar para salvar..." – Ele franziu as sobrancelhas.

- Bom, é assim que se faz política no facebook. – Bahorel respondeu, dando de ombros.

Enjolras franziu as sobrancelhas.

- Então as pessoas ao invés de saírem para as ruas para fazer a diferença ficam trocando fotos ou citações no conforto de suas casas esperando que qualquer outra pessoa faça o que elas têm preguiça de fazer? [1]

- Você sempre pode deletar essas coisas. – Combeferre deu de ombros, tentando amenizar a situação;

- E essas fotos de gatinhos?

- Nada, eles só são realmente fofos. – Courfeyrac respondeu com um sorriso, recebendo sinais de confirmação de todos os outros amigos. Enjolras não teve coragem de dizer que pessoalmente ele gostava mais de cachorros e sentiu-se obrigado a curtir pelo menos uma foto de filhote de gato uma vez por mês do perfil de Courfeyrac a partir de então.

- Bom, adorei a capa. – O loiro mudou o assunto. Era um desenho de aquarela de pessoas lutando em uma barricada na revolução francesa todo em vermelho e preto e era muito bonito. – Onde vocês acharam isso?

O silêncio que recebeu em resposta o fez perguntar de novo.

- Onde vocês...

- De nada.

Virou-se para encarar Grantaire, que estava novamente deitado no sofá, com os pés pra cima. O moreno usava uma camisa branca sem manga que já estava completamente suja de tinta, assim como seus dedos. Jehan estendeu o desenho que o moreno tinha feito para Enjolras.

- Você fez... fez isso? – Enjolras sentiu-se gaguejar e se odiou por isso. – Você é muito bom desenhista.

- Bom, eu tinha que saber desenhar, pelo menos um pouco para passar pra cá, não? – O moreno riu. – Eu já tinha começado a rabiscar algo desde que... – Pausou e pensou melhor. – Já estava quase pronto o rascunho então, não foi tão difícil. E ainda terminei em tempo recorde essa madrugada.

Enjolras assentiu com a cabeça deixando o assunto morrer e voltar para como poderiam melhorar o seu perfil. Mas o loiro mesmo não conseguiu se focar na discussão, ainda estava segurando o desenho de seu colega de quarto e pensando que não era nada demais.Egocêntrico como era, Grantaire provavelmente adorou a chance de desenhar a capa do facebook de alguém, então não era nada importante, não era nada com o que se preocupar, e o fato dele ter virado a noite fazendo isso também não significava nada.

Ele deixou o desenho em sua cabeceira, esperando que o outro viesse pedí-lo de volta. Grantaire nunca pediu e o loiro guardou-o.

Continua...

N/A:[1] - A cah linda me deixou roubar essa idéia dela ok

[2] a Musichetta é namorada do Joly E do Bossuet ok caso vocês queiram saber pq tio victor hugo achava super normal threesomes