A Hero Spider 01 - A Fotógrafa e O Herói

E lá estava eu novamente, escondida com uma câmera em mãos e tirando fotos do herói sem que o mesmo percebesse.

Em um crime qualquer no Queens. Não me preocupo com isso, eu preciso de dinheiro e essa foto com certeza vai me recompensar.

Sou uma garota com 17 anos, em frente a uma câmera digital e também escondida em uma área perigosa. Meu dever agora é tirar uma foto dele, uma foto do herói aracnídeo em ação.

Sou fotógrafa e bem, só iriei conseguir realizar meu sonho se tirar essa foto. Além dessa foto me dar um emprego, dinheiro e oportunidade, eu admiro heróis.

Na verdade, queria ter tido a oportunidade de ser um. Talvez ter sido picada por uma aranha (teoricamente) ou ser rica o suficiente para construir minha própria armadura de combate.

Me escoro mais para a esquerda, encontrando o herói lutando contra o tal bandido. Observo cada detalhe daquela cena. Tiro uma foto, dou uma olhada na mesma, mas estava borrada.

A foto precisa ser perfeita. Perfeita. Saio de meu esconderijo, mas de repente escuto um tiro, tinha acertado o herói de uniforme azul e vermelho no abdômen.

- Deus! -Disse sem pensar, o tal bandido se virou para mim e me encarou com a arma apontada para mim.

- Solte essa câmera. -Disse com um sorriso maléfico no rosto. Continuo a segurar minha câmera.

Não a soltaria por nada. Meu emprego, meu sonho, meu dinheiro estavam ali. O tal homem se aproximou de mim com a arma calibre-48 apontada em minha cabeça. Estremeci.

- Solta essa câmera! -Gritou grosseiramente comigo. - Não vai soltar ? Quer morrer, é ?

- Deixa a moça! -O amigo da vizinhança o lançou teias e puxou a calibre-48 de suas mãos.

O homem focou o olhar no herói, aproveitei para tirar uma foto do Homem-Aranha. O herói o prende em uma parede com as teias.

* Click Click *

Estavam perfeitas. Sorri. E mais uma vez, o herói tinham salvado vidas, incluindo a minha.

Eu iria correr, não sei se iria causar problemas com as fotos, mas eu precisava delas.

Sinto uma mão segurar meu braço. Tentei me soltar.

- Ei! Calma! -Exclama o Aranha, o encaro. - Eu só queria saber se você está bem...

O mesmo desviou o olhar para minha câmera.

- Você é jornalista ? Os policiais irão me pegar se souberem que eu estou aqui! -Disse afobado e preocupado.

- Eu sou fotógrafa. O que você precisa se preocupar agora é com esse tiro. -Disse, o olhando de cima à baixo, o mesmo estava sangrando. - E rápido, senão pode infeccionar.

O herói voltou seu olhar para o meu rosto. Sinto o mesmo sorrir.

- Você foi bastante corajosa. -Comentou.

- Não. Eu não fui corajosa.

- É a primeira vez que vejo uma fotógrafa tirando fotos em um lugar desses. -Deu de ombros.

- Bem, o que deu medo foi ficar sem neurônios. -Disse. - Bem, herói. Eu vou indo. Tchau.

Passei a sair daquele beco do Queens, mostraria essas fotos ao "meu futuro chefe" amanhã, antes do colégio. Às 7:00 horas da manhã.

- Não quer ajuda ? -Perguntou.

- Ajuda com o quê ? Eu moro aqui perto, quem precisa de ajuda aqui é você. -O respondo.

- Faz sentido. -Disse passando a mão no abdômen, a roupa de herói estava com um furo bem grande.

O impacto e pressão de ar do tiro tinha feito aquele furo e o herói parecia um pouco desconcertado.

- Aii...-Pestanejou ao tocar no machucado. Suspirei. - Você é uma das poucas pessoas que falam normalmente comigo.

- Um mundo de heróis, pesquiso demais sobre eles, bem acho que meu psicológico não é de ficar surpreso com isso.

O herói passa a subir as paredes e tentar sumir de modo discreto, o que é um pouco difícil.

O amigo da vizinhança precisa se cuidar daquele tiro, bem espero que esteja bem.

Me direciono a uma cafeteria. Tomo um café preto e observo a movimentação do Queens.

O herói indo para casa conforme se movimentava com as teias, entrou pela janela do quarto.

E graças a àquela aranha geneticamente modificada, o tal tiro poderia se curar sozinho. Ao tomar um banho, deu seus pulos para tirar aquela bala de arma barata de seu abdômen ferido, temporariamente.

- Droga! -Disse quando passou a mão pelo abdômen, tinha posto um curativo para que parasse de jorrar sangue.

- Está tudo bem, Peter ? -Perguntou sua tia preocupada, May.

- Eu 'tô bem! -Respondeu Peter Parker, vestindo uma blusa preta. May abriu a porta de seu quarto.

May desconfiava um pouco de Peter e já tinha suas suspeitas sobre o herói aparecer e ele sumir.

- O jantar está pronto. Desce para comermos juntos. -Disse May, a mesma se sentira um pouco solitária após a perda de seu marido Ben, ainda se sentia mal por ter o perdido depois de tanto tempo casados.

Peter era sua única companhia, e May a única para Peter. O herói ainda sentia remorso pelo incidente inconveniente de seu tio, se sentia culpado. Peter agora precisava proteger May, ela é sua família, o resto dela.

Peter jantou com tia May, e em silêncio. Um silêncio desconfortante pela dor e remorso.

A vida sem Ben, não era mais a mesma.