Santuário Hold'em

Prólogo

Após a Guerra Santa contra Hades, Atena ressuscitou os cavaleiros de Ouro. Os catorze sortudos (Kanon e Shion incluídos) se sentiram animados com a nova chance, mas logo perceberam a roubada em que se meteram. Como não havia mais Guerras Santas e a crise estava brava na Europa, a única opção de atividade para os dourados era "apenas" treinar, o que, depois de algum tempo, se tornou extremamente maçante. Com isso, os cavaleiros estavam sempre em busca de alguma coisa inusitada pra fazer. O problema é que às vezes surgiam ideias loucas, coisas que Atena nem poderia sonhar que eles estavam fazendo.

"Que tal strip-pôquer com nossas armaduras?" – Milo sugeriu quase que inocentemente.

"Milo, você pirou?! Strip-pôquer?!" – Camus estava vermelho.

"Até que é uma ideia interessante..." – Kanon disse.

"Kanon..." – Saga repreendeu.

"Que foi, maninho? Não tamo fazendo nada que preste mesmo?"

"Bem... teríamos que ver quando e como..." – Saga ficou pensativo.

"Na minha casa não dá senão Shion vai descobrir rapidinho" – disse Afrodite.

"Bom, vamos todos pra casa do Mu, então" – Aldebaran sugeriu.

"Quê? Na minha casa não rola?!" – Mu interferiu.

"Mu, deixa de ser puritano!" – Aiolia reclamou.

"Não é isso, é que o Kiki tá morando lá comigo" – Mu deu um sorriso safado que surpreendeu os outros dourados.

"Mu, até você?! O que tá acontecendo com o mundo?!" – Shaka já estava pregando o apocalipse dos bons valores.

"Shaka, meu amigo,é uma simples diversão entre amigos" – Mu sorriu e Shaka bufou.

"Bom, já que não pode ser na casa do Mu, vai ser na minha" – Aldebaran declarou – "Quem vai?"

Todos levantaram as mãos, menos Camus e Shaka.

"Mestre Dohko, até você?!" – Aiolos se assutou.

"Vocês se esquecem que em alguns aspectos eu ainda tenho 18 anos" – Dohko sorriu.

"Vamos pinguim, vai ser divertido" – Milo deu uma piscadinha.

"Participar dessa pouca vergonha? Nem um pouco!"

"Hehe, o pinguim tá com medo de perder e mostrar a bundinha" – Mask caiu na risada.

"Pro seu governo, Máscara da Morte, fui campeão de pôquer na França!" – Camus se sentiu desafiado.

"Então prove" - O simples desafio de Afrodite fez Camus se juntar a turma do pôquer rapidinho.

"E o que fazemos com você, Shaka?" – Aiolia já estava pensando em maneiras de convencer o homem mais próximo de Deus.

"Me deixem em paz, não vou participar dessa sujeira"

"Mais um que tá com medo de mostrar a bundinha, haha" – Mask provocou.

"Ora seu! Vamos lutar que nem cavaleiros pra eu te mostrar quem está com medo" – Shaka caiu que nem patinho na provocação do outro.

"Bem, na minha época, Shaka, pôquer era jogo de gentleman" – Dohko fingiu um sotaque inglês ao falar a última palavra.

"Resumindo Shaka, se você se acha o bonzão, vem jogar com a gente e provar como Vossa Santidade é superior a nós" – Aiolia pegou num ponto que ele sabia que atingiria Shaka; ele sabia que o virginiano não resistiria a ter uma chance de provar para o resto como ele era divino. E funcionou.

"Pois bem, então, eu entro no jogo. Se essa é a única alternativa pra livrá-los do mau caminho, eu não titubearei" – Shaka falou todo galante e o resto do grupo riu da falta de habilidade social do virginiano.

"E quem vai embaralhar as cartas e distribuí-las?" – perguntou Shura.

"Posso chamar a Marin pra fazer isso" – Aiolia sorriu.

"Vai mesmo colocar sua mulher no meio dos marmanjos pelados?" – Aiolos perguntou horrorizado.

"Sendo que a maioria desses homens ou é gay ou assexuada, não vejo nenhum problema" – Aiolia deu de ombros.

"Então, combinado, sexta-feira à noite na minha casa?" – Aldebaran chamou o grupo.

"Fechado!"

*SH'em*

Naquele dia, Marin passou na casa de Leão para passar a noite com Aiolia, que, claro, aproveitou a oportunidade para falar com ela sobre os planos dos dourados.

"Amor, posso te pedir um favor?" – Aiolia pediu todo carinhoso.

"Não é pra reconciliar você e o Aiolos de novo, né Aiolia?"

"Não, é que a gente vai jogar strip-pôquer e a gente precisa de alguém para embaralhar as cartas e ser a 'juíza' do jogo"

"Ah, sei..." – Aiolia ficou temeroso com a reação de sua amada.

"Você topa?"

"Claro que sim! Sei que se não houver nenhum tipo de moderador ali, aquele negócio vai virar bagunça!" – Marin sorriu.

"Calma, amor, somos todos crescidos"

"Sei... Corpo de vinte e cérebro de dois"

Aiolia riu e beijou a amazona. E depois, bem, cá entre nós, não interessa :P

*SH'em*

Na sexta-feira seguinte, todos os dourados se encontraram na casa de Aldebaran levando suas armaduras. Marin também estava por lá e trazia um papel no qual estavam escritas todas as regras desse jogo maluco.

"Bem, suponho que você já saibam jogar pôquer" – Marin perguntou só pra ter certeza.

Todos assentiram.

"Então prestem atenção nas regras especiais desse jogo: Na primeira rodada, vou dar as cartas na sequência de casas zodiacais; o primeiro será Mu. A partir da segunda, vou dar as cartas a partir do vencedor e seguir a ordem das casas. Depois que as cartas forem dadas, na mesma ordem, vocês me dizem fold ou call. Quem disser fold não vai perder roupas, mas não participa da rodada; quem falar call, no entanto, corre esse risco, mas tem chance de ganhar a rodada. Vocês podem dar raise quando quiserem; o raise, nesse jogo, é colocar uma peça adicional de roupa em risco. Depois do flop, vocês podem dar check ou bet. Check mantém o número de roupas apostadas e bet funciona de maneira parecida com o raise. A mesma coisa acontece depois do turn e do river. Vocês podem desistir quando quiserem depois de terem apostado, mas terão que retirar o número de peças que foram apostadas. Quem ganhar a rodada não perde roupas."

Os cavaleiros ouviam cada detalhe da explicação.

"Quando um cavaleiro ficar totalmente nu, o jogo acaba. O cavaleiro que deixou o outro nu tem o direito de mandá-lo fazer qualquer coisa que quiser. Se quiser incluir outros cavaleiros no "trote", o vencedor poderá fazê-lo. Como vocês são em treze e demoraria demais até a gente chegar a um vencedor, decidi fazer um torneio. A cada sexta, vocês se encontram pra jogar e um de vocês é eliminado. O eliminado não participa dos jogos restantes, e os jogadores são zerados, ou seja, se um cavaleiro perder seu elmo numa sexta, na outra ele vai começar com a peça de novo. Alguma pergunta?"

Camus ergueu a mão – "Qual a ordem das peças?"

"Elmo, braço esquerdo, braço direito, perna esquerda, perna direita, corpo, calça e cueca. Mais alguma?"

Aiolos ergue o braço – "Meu arco conta como vestimenta?".

"... Não" - Marin ¬¬' – "Mais alguém? Não? Sendo assim, que comecem os jogos!"