Era tudo tudo agonia.

Você, caro leitor, deve estar imaginando uma cena de guerra , mas não é. Não. Entenderá...

05:30 p.m

Feliciano ainda dormia(que novidade) e eu já estava pronto. Havia olhado em meu quadro de tarefas e concluido que hoje seria um péssimo dia. Sempre é. Mas tarefas são tarefas.

Fui ao pátio, onde todos já se apresentavam em fila. Um soldado me saudou e entregou a chamada. Fui dizendo os nomes sem levantar a cabeça. Bastava um olhar meu, um olhar que eu não tenho hoje por motivos que ainda não compreendo(assunto para outra fic), que o medo aparecia na face de qualquer um. A chamada ia correndo bem, mas…:

- Polônia.

-…

Nenhum som. Nenhuma voz sequer.Não repito um nome duas vezes. Levantei a cabeça e um pavor silencioso brotou. Respirei fundo e caminhei lentamente até parar na frente do individuo. O mesmo se encontrava mudo, calado. Seus olhos não encontravam os meus e seu rosto escarava longe, virada, como se tivesse repúdio, segurei seu queixo e direcionei sua cara para mim. Finalmente falou:

- O que foi?- falou com uma voz abafada. Tinha a impressão de que era para me intimidar.

Pobre criatura. Confesso que ri, não, gargalhei.

-Como você é teimoso, meu caro.- o sarcásmo era tângível.- Continua abusando, não é?

-Não falo, muito menos obedeço ordens de um cã…

Nesse meio tempo já havia pego-o pelos cabelos e atirado seu frágil corpo na parede. Sangue escorria. A expressão dos outros era indescritível. Uns era de puro pânico, outros de raiva. Roderich parecia que ia ter um treco.

-Adoro o jeito como você trata Feliks, meu caro Alemanha!

Tal frase veio acompanhada de palmas suaves e um risinho. Não havia dúvidas sobre quem era meu locutor. Sem me virar, disse:

-Bom dia, Ivan.

-Bom dia , Ludwig- aquele tom, comparado com o meu era de dar pesadelos.

Feliks tossiu sangue, mas insistiu:

-Vocês são dois monstros. Isso que vocês são!!!MONSTROS!

Como se nenhumde nós tivesse escutado me virei à Rússia pensando "Polônia, infelismente você não é o único, nem o primeiro a pronunciar tais palavras".

-UM! Alemanha! Tenho uma idéia!!! Podemos brincar com Feliks! De uma maneira bem diferente.

Dispensarei explicações do significado de "brincar" no vocabulário de Ivan, certo? Respondi sem nem um sentimento, nenhum sequer:

-Sim, qualquer alternativa me serve.- para não me estressar logo de manhã…

Rússia susurrou em meu ouvido. Devo dizer que a "brincadeira" é bem….Rússia. Cruel. Cruel demais...