Oi! o/ Essa é primeira vez que escrevo uma fanfic (na verdade é a primeira coisa que escrevo sério e_e), portanto não sei o que acharão da historia (nem sei se alguém vai ler isso aqui, sinto como se estivesse escrevendo para ninguém '-'). Depois que terminei de escrever essa fic eu re-li e gostei do resultado, mas talvez vocês possam achar corrido ou chato... mas a historia é assim mesmo, só estou avisando antes de tudo.
Essa fic é Drarry e baseada em How I Met Your Mother, especificamente o espisódio especial "How Your Mother Met Me". Eu quis me basear nisto porque: 1. Simplesmente amo essa série *-*; 2. A historia de que tipo de pessoa o Ted teve que se tornar para finalmente conhecer a mãe de seus filhos é muito genial! Claro que não é uma cópia, eu adicionei coisas diferentes na historia que escrevi.
Aliás, me desculpem qualquer erro na história, tanto em ortografia quanto em coerência. Eu escrevi isso tudo sem ajuda de ninguém e não tive ninguém para quem mostrar para dar opinião, então com certeza haverá alguns errinhos hehe. A fic era pra ser inicialmente uma One Shot mas ficou meio grandinha, dividi então em quatro capítulos. Os dois primeiros serão mais corridos mas os dois últimos serão mais pausados.
Enfim, vamos a fic! Aproveitem ^^
Chapter I: Ready to move on?
Londres, 31de julho; Pub Três Vassouras West.
— O quê? Não acredito que fui tão estupida! Esperem aí, já estou indo.
Hermione desligou o telefone, já saindo do bar e se adiantou para pegar um Taxi. A noite estava uma confusão e o fato de estar atrasada por que estava comprando um presente de última hora para o amigo a deixou distraída quanto ao local marcado para comemorarem.
— É aqui! É aqui! Por favor, pare. — disse ao motorista, apontando o bar logo em frente. Saiu apressadíssima com as sacolas na mão, correndo para porta do pub, entrando sem tomar cuidado e tombando em todos que apareciam na sua frente até chegar à mesa onde estavam seus amigos.
— Eu sinto muito muito muito mesmo — disse ofegante e risonha — eu tinha ido no bar do outro lado da cidade. Eles tem todos os mesmo nome e acabei me confundindo.
— Menos mal, estava começando a achar que havia se esquecido de mim. — Harry disse com ar brincalhão.
Aquele era o aniversário de 21 anos de Harry, e haviam marcado de comemorarem no Pub Três Vassouras Est de Londres. Harry chamou todos os seus amigos mais próximos, e claro, sua namorada.
— Onde está Gina? Pensei que só eu estava atrasada. — Hermione perguntou, depois de já ter pedido as bebidas. Foi Ron quem respondeu.
— Ela disse que perdeu o taxi, ou não conseguiu um... alguma coisa assim. Mas tenho certeza que ela tá é comprando o presente de Harry de última hora. — Ron disse e depois se virou para Hermione — Aliás, tenho certeza que você se atrasou por isso também.
— Ah, mas Gina sempre capricha no que me dar — Harry disse — Ano retrasado ela me deu uma réplica exata em miniatura da armadura do Iron Man, e ano passado ela me deu um conjunto completo para uma banda de um homem só, incluindo os pratos de joelho.
— E isso são coisas que você quer?
— Não Hermione, isso são coisas que eu PRECISO.
Enquanto todos riam da conversa, o telefone de Ron começou a tocar. — É o número da Gina — disse o ruivo ao perceber o celular tocando — Harry, você quer atender?
Harry pegou o aparelho e saiu do bar para falar com Gina. Mas ao atender, a voz que saiu não era da sua namorada. Era a voz de um homem que logo se identificou como médico, e estava ligando do celular de Gina de algum lugar barulhento. Havia acontecido um acidente.
— Não, não. Aqui é Harry Potter, namorado dela... acidente?
E então lhe foram ditas as palavras que mudaram sua vida.
Harry acabava de chegar em seu apartamento, sozinho, depois do velório de Gina e Arthur Weasley. Os dois haviam sofrido um acidente de carro enquanto estavam indo para o aniversário de Harry. O senhor Weasley apenas estava acompanhando Gina até o local e depois iria embora, pois, mesmo Gina tendo 19 anos, ainda era tratada como um garotinha pelo pai que tinha o típico medo pela segurança da filha. Mas o destino quis ser cruel aquele dia. As coisas não poderiam ser piores, e agora Harry estava sozinho, no apartamento que dividia com Hermione.
Observou a caixa embalada para presente em cima da mesinha de centro, rodeada de lenços de papel molhados. Sentou-se no sofá, pegou a caixa, abriu-a, retirou um pequeno ukelele marrom e passou os dedos nas cordas, o presente que Gina havia comprado para ele e deixado em seu apartamento como uma surpresa. No cartão que acompanhava o presente, Harry leu e releu dezenas de vezes a mesma frase, escrita com a doce caligrafia da namorada: "Para que seu café-da-manhã não precise cantar mais sozinho. Com amor, Gina." Ele se lembrou de todas as vezes que pegava os bolinhos do café-da-manhã e fingia que eles tinham vozes: Harry fazia uma vozinha estranha e cantarolada que fazia Gina sorrir sempre. E agora, ao lembrar de seu sorriso, seu coração se apertava. Nunca mais iria tocar, nunca mais iria cantar. Nunca mais iria amar. Foi isso que Harry jurou para si, antes de se encostar no sofá, fechar os olhos pesados e dormir.
Dois anos depois.
— Harry, isso já está ficando ridículo! Você já está sentado nesse sofá já fazem dois anos! Está na hora de dar uma saída não acha?
— Não seja exagerada Hermione — disse ao ver a garota saindo totalmente arrumada do quarto — Eu não fiquei sentado aqui por dois anos inteiros. E eu estou trabalhando duro! Já estou quase terminando meu quadro de robores disputando atletismo... eu acho. É uma época muito corrida.
— Eu sei que não está sentado ai literalmente por dois anos, só estou dizendo que já faz muito tempo que não sai para se divertir.
Harry desviou o olhar de Hermione quando esta sentou ao seu lado, mas a garota não se intimidou.
— Você é meu melhor amigo, Harry, e eu não posso imaginar passar pelo que você e Rony passaram. Mas já fazem dois anos desde que Gina nos deixou. Está na hora de ir lá fora é procurar alguém especial de novo.
— Não sei Mione...
— Vamos lá Harry, estamos na época dos vinte! E hoje é dia de são Patrício, o feriado do meu povo!
— Mas você não é irlandesa.
— Viciados em Cerveja! Agora vamos lá comemorar! Todos estão num clube irlandês no centro, está tendo uma festa lá. — Ela já estava se levantando quando Harry a segurou — Por favor, não me faça sair... Hmm... vai chover hoje.
Então Hermione pegou um guarda-chuva amarelo que estava pendurado atrás da porta e disse:
— Então traga seu guarda-chuva.
Harry não teve outra opção senão ir.
— Eu sabia que não devia ter vindo. Eu estou muito apertado e olha o tamanho dessa fila pro banheiro! Se aqui já está fedendo a urina, como será que está lá dentro? Não quero nem descobrir. — Harry exclamou para Rony que o estava acompanhando na fila.
— Nem pensar cara! Você chegou aqui não faz nem uma hora! Vem, segura aí e vamos atrás da Hermione.
— Vai chama-la pra ir embora conosco?
— Quem disse que vamos embora? Hunf! Na verdade... — Ron disse, parecendo de repente constrangido e ansioso. Harry franziu o cenho diante dessa reação do amigo — na verdade eu vou pedir a Hermione em namoro.
Harry não sabia se Ron esperava uma reação alegre de sua parte, pois tudo que fez foi dar um olhar cético na direção do ruivo, que deixou os ombros caírem ao ver a sua expressão.
— Você é apaixonado por ela desde o colegial e agora que vai pedi-la em namoro? Tomara que ela diga não.
— O que? Harry!
— Ok, ok, Só estou brincando — disse ao ver Rony ficando com raiva — Mas porque criou coragem só agora Ron? Você não acha que devia ter dito antes? Hermione pensa que você nunca foi afim dela porque você nunca disse nada, sabia?
— Mas você acha, falando sério cara, que eu tenho chances com ela? Por que Harry, eu não saberia o que fazer se ela dissesse não.
— Acho que você tem que arriscar para saber. — ele sabia que a amiga também gostava de Ron e que aceitaria namorar com ele, mas tinha que por um pouco mais de pressão no amigo.
— Isso não é muito animador, mas vou arriscar. Eu amo ela.
— Você disse o que? Que a ama? Disse isso em voz alta? Acho que já deve estar bêbado, haha!
— Acho que sim — Ron sorriu.
— Mas você ainda não me respondeu: Por que você vai pedi-la em namoro só agora?
Ron pensou um pouco antes de falar. Não era comum que falasse de coisas sentimentais e abstratas, mas aquilo fazia tanto sentido para ele agora que não achou mal contar. E também, Harry era seu melhor amigo.
— Bem, faz alguns meses sabe? Eu estava visitando meu pai e Gina e... — Harry desviou o olhar ao ouvir o nome de Gina — ...e percebi que mesmo a vida parecendo uma longa jornada, na verdade ela não é. Para nós ela pode acabar daqui há uns 60, 70 anos ou pode acabar daqui a duas horas. Não podemos controlar o destino, ele nos controla. Daqui a 7 ou 8 anos vamos estar fazendo trinta e as coisas vão mudar: a vida vai ficar corrida, o tempo vai passar rápido e tenho certeza que vou me arrepender de não ter feito nada do que queria ter feito enquanto era jovem... mas ainda não estou lá, Harry! Ainda estou na época dos vinte e não quero desperdiçar nada mais. Não quero ver a vida passar diante dos meus olhos e não aproveitar nada. Aliás, também acredito que se Hermione nunca ficou com ninguém por muito tempo assim como eu, significaria que talvez o destino queira que fiquemos juntos.
Harry nunca ouvira Ron falar desta forma.
— Sinto muito por estar fazendo você ouvir isso Harry, mas você perguntou. Aliás, é a única pessoa pra que digo isso.
— Tudo bem Ron, porque na verdade eu estou impressionado. Sério! Nem acredito que tudo isso saiu dessa cabeça dura — Harry disse sorrindo para o amigo e dando um tapa leve em sua cabeça — Vou te dizer a verdade logo, você tem todas as chances com Mione! Tenho certeza que ela vai ficar com você. — e acrescentou dando uma piscadela.
Isso fez os olhos de Ron brilharem. Puxou Harry pelo braço e o levou em direção ao bar onde Hermione provavelmente estaria. — Vem Harry, vamos atrás dela!
— Mas por que eu tenho que ir? Não é melhor você fazer isso sozinho?
— Você acha mesmo que eu vou te deixar aqui sozinho pra você fugir da festa e ir embora? Não mesmo! Vem logo!
— Eu prometo que não vou embora cara!
— Vem logo, Harry!
— Ron!
— Tudo bem! Mas nos espere na pista de dança.
— Que? Haha! Obrigado, mas não, obrigado. Não sei dançar e não quero ficar lá, prefiro esperar aqui.
— Na porta do banheiro fedorento? Harry, você não ouviu o que eu disse ainda agora? Somos jovens, mas não pra sempre! A garota da sua vida pode estar ali na pista de dança, ou pode estar sentada nas mesas, ou pode estar ali no bar esperando para você esbarrar nela. Se você não se mexer, ela vai acabar esbarrando em qualquer outro cara.
— Duvido muito disso, mas eu vou te acompanhar até o bar. Melhor do que estar naquela pista.
— Você que sabe então. Vamos.
Os dois seguiram em direção ao bar. Em um trajeto meio complicado pela quantidade de pessoas que estavam no meio da pista dançando, Harry acabou perdendo Ron e, perdido no meio da multidão, acabou decidindo sair dali e contornar a pista para chegar ao bar. Seria mais demorado mas também seria melhor do que passar no meio daquele monte de pessoas suadas e pulando.
Porém, quando estava quase saindo do meio da multidão, Harry se chocou com alguém que vinha na posição contraria. Seus óculos caíram no chão do clube e Harry entrou em desespero: como acharia seu óculos no meio daquele monte de pés que não paravam de se mexer? Mas, antes de se abaixar para procurar, sentiu alguém deposita-lo em suas mãos.
— Da próxima vez tenha mais cuidado, Potter!
— Malfoy?! — exclamou pondo os óculos no rosto e finalmente conseguindo distinguir algo. Na sua frente viu ninguém mais do que Draco Malfoy. Próximo demais de si, o olhando de cima a baixo como se o examinasse.
— Você está bem? Você bateu em cheio em mim. Doeu sabia?
Harry só podia franzir o cenho diante da fala do loiro. Será que era mesmo Malfoy? Parecia muito educado.
— Não está se lembrando de mim?
— Errh... eu... aahm — Era tudo que o moreno conseguia falar. Ficou imaginado a cara de lerdo que teria naquele instante, então tratou de se recuperar e falar algo enquanto Malfoy levantava uma das sobrancelhas, estranhando sua reação.
— Bem, me desculpe, eu não vi por onde estava indo. Na verdade eu estou meio perdido aqui dentro. — disse coçando a cabeça meio contrariado com essa situação; Malfoy parecia legal — e obrigado por pegar meus óculos, não saberia o que fazer sem eles.
— Pelo visto continua tão lerdo quanto na época de Hogwarts, Potter. O que faz perdido feito uma criança? Esse local é pra adultos sabia? — Malfoy disse sorrindo e Harry achou que tinha sido bom demais pra ser verdade achar que Malfoy amadureceria depois de tantos anos. O importunava desde a escola, porque não o importunaria até onde o visse, mesmo anos depois?
— Olha Malfoy, obrigado pelo meu óculos. Se divirta. — Harry disse seco e direto, indo em direção ao bar. Mas não imaginava que o outro o seguiria.
— Ei, oh, não sabia que ficaria com raiva! Me desculpa, Potter!
Harry não deu atenção a ele, porém Malfoy já estava ao seu lado e se prostrou a sua frente o obrigando a parar.
— Eu mudei bastante do colegial pra cá, okay!? Só quero... conversar um pouco.
Harry o olhou cético.
— Não acredita em mim? Pois bem! Vou provar pra você! — Malfoy se pôs ao seu lado e perguntou: — Posso lhe pagar uma bebida?
Harry, meio desconfortável com a insistência de Malfoy, olhou ao redor: a sua direita estava a pista de dança, cheia de gente, a sua esquerda estava a fila para o banheiro ainda enorme e, num canto do clube, mais à frente, estavam Hermione e Ron se... beijando! Como não queria presenciar essa cena e nem entrar na pista, resolveu aceitar o convite de Malfoy. Não ia fazer mal algum talvez.
— Certo, vamos.
— Você realmente terminou com ela no dia do aniversário dela? Pelo telefone? — disse um Harry um pouco bêbado com cara de espanto. — Essa é a pior coisa que alguém faria... Essa é pior coisa que você já fez na vida Malfoy! — disse em tom duro, porém um segundo depois começou a rir sem parar, sendo seguido pelas risadas de Malfoy, também meio bêbado.
— Ai ai, mas o que eu podia fazer? Nós só estávamos juntos a três meses, e depois que eu descobri que isso tudo era só por fazer ciúme no ex, terminei mesmo! Draco Malfoy nunca será tapa buraco de ninguém! — disse Malfoy estufando o peito e depois virando o copo de whisky garganta abaixo como se fosse água.
— Sempre orgulhoso. Algumas coisas nunca mudam, haha.
— Claro, Potter. — disse rindo.
— Sabe, sempre pensei que você fosse gay. Você não namorava com um menino em Hogwarts?
— Bem, namorava sim. Eu curto tanto homens como mulheres, não tenho preocupação quanto a isso. Se bem que isso complicou um pouco a minha vida... tive que fazer grandes mudanças sabe? Mas estou bem.
— O que aconteceu? — Disse Harry, de repente sério, porém com aquela voz meio arrastada de alguém bêbado.
— Não que isso seja da sua conta, mas, bem, esse não é o momento pra falar desse tipo de coisa. Na verdade, acho que já estou indo.
Malfoy levantou o ultimo copo de whisky e bebeu de uma vez.
— Que pena, eu estava me divertindo muito Malfoy. — Harry disse sinceramente. — Sabe, no começo, eu admito, achei que não aguentaria mais de 5 minutos sem querer te bater, como antigamente.
— Haha, Potter ninguém resiste a mim! Sou um Malfoy! — disse estufando o peito outra vez, e Harry gargalhou.
— Fez uma bela imitação de quando era mais novo.
Malfoy o olhou e Harry percebeu que o outro o olhava no fundo dos olhos. Os olhos de Malfoy eram muito bonitos. Seu perfume era muito bom. Harry teve que admitir, ficou aspirando o perfume da Malfoy o tempo todo.
— Também me diverti bastante! Nunca achei que gostaria de passar algum tempo com você. Foi realmente um prazer! Até qualquer dia, Harry! — Malfoy falou, ainda o olhando nos olhos.
— Até, Malf... digo, Draco! Tchau!
Apertaram as mãos e então Malfoy saiu. Harry franziu o cenho as costas dele: nunca imaginou Malfoy o chamando pelo primeiro nome. Talvez tudo isso fosse uma forma dele compensar e se desculpar pelos anos de perturbação à vida alheia em Hogwarts.
Harry nunca imaginou também que o encontraria depois da escola, e, na verdade, havia se sentido mais do que realizado ao sair de Hogwarts com a ideia de nunca mais ver aquele garoto loiro arrogante. Tinha que admitir a si próprio que achava que sua noite ficaria mais péssima do que já estava ao esbarrar com ele, mas, quando o outro se mostrou bastante diferente da pessoa que era antigamente, oferecendo-se para conversar e beber e falar sobre as respectivas histórias do que cada um tinha feito depois do colegial, Harry teve que repensar a respeito. Apesar de ainda mostrar ser um pouco esnobe e grosso, talvez aquilo fosse parte de quem ele é. Aliás, ele não parecia dirigir isso a Harry, simplesmente saia de forma natural, sem maldade. Ele parecia muito legal nessa noite... talvez algum dia voltasse a vê-lo. Gostaria de ter pedido o número de celular dele.
Essa mudança em Malfoy o fez pensar sobre sua vida atual: se Malfoy pode mudar tanto assim, porque ele próprio não poderia?
— Mas não sei ainda se estou preparado — disse para si mesmo.
— Harry?
O moreno se virou para o lado para dar de cara com Oliver Wood, antigo colega dele de Hogwarts.
— Não acredito! Oliver Wood? A quanto tempo! — disse, se adiantando para dar um abraço no ex-colega que segurava uma garrafa de cerveja na mão — O que você está fazendo aqui em Londres?
— Eu estou morando aqui de novo, não aguentava ficar longe dessa cidade.
Da última vez que Harry falou com Wood, três anos atrás, ele estava se mudando para Bruxelas, para estudar música, e tinha ouvido que ele havia se tornado professor.
— Ah, e quem consegue ficar longe de uma cidade como essa! — Harry disse abrindo os braços para cima de forma abrangente. — Mas bem, o que você anda fazendo?
— Bem, eu voltei para cá para continuar meu sonho de ensinar música e...
— AH MEU DEUS, Oliver!? — Harry ouviu a voz de Ron em estupor de bêbado — Cara, a quan-quanto-quanto tempo!
Ron praticamente se jogou em cima de Oliver para abraça-lo, e Hermione o tirou de cima do outro.
— Oi Oliver! Me desculpe pelo Rony... ele bebeu um pouco mais da conta hoje. — Hermione disse dando dois tapas na cabeça de Ron e recebendo um gemido indignado. Logo em seguida Ron desmaiou em seus braços.
— Era só o que me faltava... — A garota falou impaciente, tentando segura-lo como podia.
— Tudo bem, Hermione — disse Oliver rindo da situação — como você está?
— Estou ótima, e você? — apressou-se para apertar a mão de Oliver como podia — O que está fazendo em Londres? Pensei que tinha ido para a Bélgica estudar música.
— Como eu estava dizendo ao Harry, eu voltei para lecionar música aqui. Eu estou dando aulas nessa escola pública para crianças na periferia da cidade, não temos fundos de investimentos e nem instrumentos suficientes mas... estamos fazendo o possível para...
— Pegue meu violoncelo!
— O que? — Oliver disse diante da interrupção de Harry — Você toca violoncelo?
— Bem eu toco alguns instrumentos de corda, mas eu tenho este violoncelo que não toco há anos, está largado no meu guarda-roupas. Você precisa aceitar! Pode dar para um de seus alunos!
— Wow! — exclamou Oliver — Você tem certeza?
— Você quer pega-lo agora?
— Bem... hm, tudo bem! — Harry já estava se adiantando quando Hermione o segurou pelo pulso: —Vai me deixar aqui sozinha com Ron nesse estado, Harry?
Hermione estava tentando segurar Ron, mas quase não conseguia mantê-lo em pé.
— Leve ele para uma das mesas, eu prometo que volto para te ajudar. Prometo! — Harry juntou as mãos, como se para reforçar a sua promessa.
— Não, tudo bem — dispensou Hermione — vou leva-lo para casa dele. Não aguento mais ficar aqui mesmo. Ele já teve o suficiente por hoje.
— É, seu sei, vi vocês se agarrando bem ali — o moreno apontou para o canto do clube onde Ron e Hermione estavam se beijando e a garota ficou vermelha.
— Vocês estão namorando? Que lindo! — disse Oliver — Sempre achei que vocês eram perfeitos um pro outro, desde pequenos! Viviam brigando! Não há maior sinal de amor — Os dois garotos riram, mas Hermione não aprecia estar achando graça, parecia estar muito envergonhada.
— Desculpe, Mione. Já estamos indo ok? — Harry disse.
Oliver Wood se despediu de Hermione e saiu com Harry em direção à rua.
— Tudo bem, está aqui! — Harry exclamou enquanto saia do quarto em direção à sala de seu apartamento, onde Oliver o estava esperando. O apartamento de Harry e Hermione era simples: Uma sala dividida em sala de estar e de jantar, uma pequena cozinha, um banheiro e dois quartos. Todos os cômodos eram pequenos, mas os dois garotos não tinham muitas coisas. Era bom morar ali e o fato do local não ser muito grande ajudava a manter tudo organizado. Nesse momento, Harry estava saindo do corredor onde ficavam os quartos e o banheiro, estava olhando intensamente para o violoncelo, pela última vez, sem perceber direito o local ao seu redor. — Eu não toco isso aqui desde que Malfoy me prendeu na caixa dele na época da escola, haha. Ainda bem que eu... AH MEU DEUS! O QUE VOCÊ TA FAZENDO?!
Harry gritou ao chegar na sala e olhar para frente e ver Oliver Wood completamente pelado em frente ao sofá, com a maior cara de safado. Imediatamente virou o rosto vermelho de constrangimento jogando o instrumento à sua frente.
— Eu não sei... — disse o garoto em um tom provocante — O que será que estou fazendo?
— Eu não sei! Mas o que você tá fazendo?!
— Esse é meu negócio.
— Certamente isso é o seu negócio, por favor o cubra! — Harry exclamou ainda assustado e constrangido, com as mãos na frente do rosto, mesmo com ele virado.
Vendo que Harry não teve a reação que esperava, Oliver pegou o violoncelo e o pôs na sua frente, cobrindo-se e falou: — Não, eu quis dizer que essa jogada é meu negócio. É uma cantada. Eu chamo de The Naked Man. Eu usei uma vez num encontro e funcionou, e usei em outro e funcionou de novo... então achei que funcionasse o tempo todo.
— É, agora você sabe que não funciona sempre. — disse Harry virando o rosto lentamente e relaxando um pouco ao perceber que o outro estava coberto. — Mas o que é essa coisa de The Naked Man?
— Bem, vou tentar explicar... você e a pessoa que te acompanha na festa ou em um encontro já estão um pouco bêbados, você inventa uma desculpa para ir ao apartamento dela, espera até que ela vá para algum canto fazer algo, daí você tira a roupa e quando a pessoa volta o que acontece quando vê você? Ela ri. E fica tão admirada com sua confiança e coragem que acaba dormindo com você. Funcionou duas vezes e então achei que funcionasse sempre. Bem... duas a cada três vezes.
Harry estava começando a achar isso mais cômico e digno de pena do que constrangedor.
— Mas Oliver, eu sou homem! — Harry apontou para si próprio para frisar sua afirmação.
— Bem, eu não me importo muito com isso. A segunda pessoa com quem tentei essa cantada era um cara que se dizia hetero e funcionou. — Oliver se sentou no sofá lentamente, ainda com o violoncelo entre as pernas para se cobrir — Sabe, eu prefiro acreditar que todos nós gostamos das pessoas em níveis diferentes e existe um ponto para nos sentirmos atraídos por elas. Pra mim, gostar de um cara ou de uma garota não tem muita diferença, sabe? São pessoas. Se um dia for me casar, será com alguém que me faça feliz, não importa se for homem ou mulher.
— Nossa... — Harry levantou as sobrancelhas com o que o amigo disse — por um momento eu até esqueci que você está nu — O moreno sentou ao lado do ex-colega.
— Bem — Oliver respondeu com ar poético — não estamos todos nus, os seres humanos, de certa forma?
— Sim, mas... suas bolas estão no meu sofá.
Oliver riu, porém Harry abaixou a cabeça e passou a mãos cabelos, como se tivesse acabado de perceber algo.
— Ah, cara... será que assim que vai ser daqui em diante? Estar solteiro em Londres? Até mesmo as pessoas legais se tornam esquisitões? — Harry suspirou e então falou, mais para si do que para o outro: — Me sinto totalmente perdido agora.
Um curto silêncio se estendeu, a cabeça de Harry estava girando em torno de preocupações sobre sua vida. Passava a maior parte de tempo em casa, não se divertia, ficava apenas lendo e pintando quadros bizarros (na opinião de Hermione). Estava precisando de uma luz! Não estava nem ligando mais para o homem nu ao seu lado e o motivo dele ainda não ter se vestido. Então Oliver se pronunciou: — Eu posso lhe contar uma história um pouco embaraçosa?
— Essa de agora não conta?
— Eu também me senti perdido por tempo — continuou, ignorando o comentário de Harry — Depois que sai de Hogwarts, eu fiquei morando no porão da casa dos meus pais. Ficava jogando videogames, zapeando os canais da TV e comendo todo o tipo de porcarias. Achava que tudo estava bem, que minha vida estava perfeita.
"Porém um dia eu finalmente acordei, sujo de salgadinhos e refrigerante, suado como um porco, e, observando o meu próprio estado, foi que percebi que deveria tomar um rumo na vida e seguir meus sonhos. Meu sonho era lecionar música. Foi o que fiz. — olhou para Harry, que estava olhando para o chão, mas parecia estar escutando — Então aqui está uma dica, Harry: mesmo que pareça completamente absurdo e impossível, qual é o seu sonho? O que você quer fazer da sua vida?
Harry levantou a cabeça e pensou por alguns segundos antes de falar: — Isso soa muito absurdo mas... eu queria acabar com a pobreza no mundo. De verdade. Se tivesse alguma coisa que pudesse fazer de tão grande para acabar com a pobreza, eu me sentiria muito mais do que realizado.
— Ótimo! Então, a partir de hoje, todas as pequenas decisões que você tomar, devem ser tomadas em serviço disso. Foi o que fiz e, diferente dessa minha falha tentativa da minha cantada com você, isso é cem por cento eficaz. — Oliver deu uma piscadela para Harry, que sorriu.
— Uau... obrigado, Oliver. — disse Harry, agora incentivado.
— De nada! Então... um abraço? — Oliver abriu os braços para Harry, que hesitou.
— Na verdade, acho melhor remarcarmos isso.
— Mas está chovendo agora.
— Ah Deus! Meu guarda-chuva! — Harry se levantou de um salto e correu para a porta, esquecendo-se totalmente de Oliver. Quando a abriu, se deparou com Hermione à sua frente que arregalou os olhos ao ver o garoto nu no sofá.
— Ah, longa história! — Harry falou rapidamente, apontando para Oliver e depois passando correndo pela garota, deixando o apartamento.
— Nada aconteceu, eu juro. — o garoto nu disse, levantando-se do sofá.
— Então por que você está pelado?
Um sorriso pretencioso veio ao rosto de Oliver e Hermione riu.
— Desculpe, mas a partir de hoje já estou comprometida.
— Ah é, o Ron... vocês estão juntos. — e deixou os ombros caírem enquanto Hermione ia para o quarto ainda rindo da situação. Talvez Oliver devesse tentar outro dia, com outra pessoa.
Como eu disse no começo, ela é bem corridinha, mas depois fica mais devagar, prometo haha *-* como eu já disse tudo lá no início, o que me resta é pedir que para quem ler, algum dia no futuro e_e deixe review por favor! Obrigado a quem leu ^^
