Capítulo 1: Lembranças e magoas
Desde que Dumbledore comunicou que Remo Lupin seria o novo professor de Defesa Contra As Artes Das Trevas, Severo Snape não teve mais sossego. Se por um lado estava ansioso por revê-lo por outra sentia ódio do diretor de Hogwarts por trazer alguém de seu passado de volta.
Por mais que tentasse dizer que não, estava perturbado pela volta de Lupin ao colégio, a simples menção ao nome dele, deixava-o nervoso, descontrolado, quebrava coisas ou deixava sua mente vagar para um tempo que não voltaria mais.
Quando o viu, levou um susto. Aquele homem maltrapilho era o mesmo que ele havia amado um dia? Toda a beleza parecia ter sumido embaixo daqueles cabelos e trajes horrorosos. Estava encostado num canto, longe dos outros que conversavam alegremente, quase imperceptível, quase invisível quando ele e se aproximou.
- Oi, Severo. Como está você? – perguntou suavemente.
Snape fechou os olhos as palavras pareceram voar e envolver o seu corpo, ecoar através dele, tocar seu coração e preencher sua alma, Sim, ele estava de volta. Sentiu vontade de se jogar em sus braços e beija-lo como se ainda fossem os adolescentes que namoravam entre os intervalos das aulas. Mas como num estalo, voltou ao presente. E respondeu secamente.
- Estou bem, Lupin – Ao contrario de você pelo visto.
- Não precisa ser rude comigo, Severo. Não você. – disse Lupin, balançando a cabeça quase que num lamento.
- Por que não eu? Não sou mais aquele garotinho que você abandonou. – volveu no mesmo tom ríspido que usara.
Os outros professores foram aos poucos se retirando, nenhum dos dois pareceu notar, ainda assim continuaram falando baixo que quem estivesse a mais de um metro de distancia não podia ouvir se quer um sussurro.
- Eu não te abandonei Severo. Sabe que não.
- Mentira. Você foi embora, me deixou apenas uma carta ridícula e diz que não me abandonou?
Lupin suspirou.
- Sabe que não podia ficar até a saída oficial. Não me culpe.
Snape tinha os olhos marejados com as lágrimas que ele lutava para não derramar, mas elas foram mais fortes e caíram por seus rosto, fortes e cheias de dor.
- Isso não é desculpas, Remo. – disse, chorando. Tudo o que não queria era chorar na frente dele, mas não consegui. – Podia ter me procurado na noite anterior ou antes ainda. Avisar-me que ia embora para eu me despedir.
Lupin também chorava, em silencio as lágrimas desciam pelo rosto magro de Lupin, dando a ele uma aparência ainda mais estranha.
- Acha que eu não tentei? Não consegui falar com você, Severo. Não podia confiar em ninguém da Sonserina para lhe dar esse recado.
- Outra vez você mente, Lupin. Se quisesse mesmo acharia meios para me trazer até você. Mas nunca me amou o suficiente, não é mesmo? – O ressentimento fazia-se fortemente presente nas palavras de Snape.
- Não, Severo. Nunca duvide de meu amor por você, pois ele nunca morreu.
- Pare! – gritou Snape afastando-se dele. – Não me faça reviver todo o sofrimento que me fez passar. Não diga que ainda me ama. Isso é absurdo, irracional. Lupin.
- Severo...
- NÃO. – gritou mais uma vez. – Pare com isso eu já falei. Não me procure mais. Evite-me, faça de tudo para permanecer longe de mim. Não adianta reviver o passado. Acabou entendeu? Acabou.
Limpou o rosto, mas novas lagrimas voltaram. Ele olhou bem nos olhos de Lupin. Podia ver que ele também sofria, mas não podia se importar com isso. Virou-se e foi embora.
Lupin deu um profundo suspiro. Só podia lamentar. Severo estava certo. Não podia reviver o passado, também não poderia muda-lo. Deveria mesmo deixa-lo em paz. Mas conseguiria?
Continua...
