Capítulo 1 – Vento cortante
A vila estava um caos e todos tentavam reconstruir mais uma vez o que sobrara. Pra ser sincera, Sakura já estava ficando um tanto quanto cansada disso.
Todos estavam ajudando a consertar os estragos causados por mais um ataque, e ela retirava os destroços da casa de uma idosa que quebrou a perna.
Mas, ela estava feliz, se essa luta com Toneri serviu para alguma coisa, foi fazer com que seu amigo cabeça-oca descobrisse o amor verdadeiro. Naruto sempre disse que gostava dela, mas Sakura sabia que no fundo, era algo platônico, por que de amor verdadeiro, ela entendia.
Enquanto ela retirava algumas tábuas, objetos quebrados e observava o rebuliço do que sobrou da casa, encontrou um porta-retrato ainda intacto, debaixo de um monte de roupa queimada no chão.
Sakura sorriu observando a foto. Era a senhora, ao lado de um senhor emburrado, mas que sorria de um jeito tímido olhando os netos na foto.
- O que foi querida? – perguntou a idosa despertando Sakura de seus devaneios.
- Na-nada. Eu encontrei essa foto e está intacta. – disse ela sorrindo
A idosa começou a rir.
- Mesmo em uma catástrofe, esse velho resiste.
- Ele é o marido da senhora?
- Sim. Ele era. Ele faleceu e me deixou sozinha aqui. Baka! – respondeu ela
- Sinto muito.
- Hihihi não sinta. Nós fomos muito felizes, apesar dele ser um cabeça dura e mal humorado, no fundo ele era gentil e se importava comigo, amava as crianças, e ficava todo cheio de si quando nossos netos nasceram. Aquele velho babão!
Sakura não deixou de notar o saudosismo na voz daquela mulher marcada pelo tempo.
- A senhora parece que foi muito feliz não é?
- Apesar de tudo eu fui – a senhora olhou pela janela, e perdeu o olhar em tempos remotos – nem sempre foi fácil, em alguns momentos, eu realmente pensei em desistir. Todos diziam pra eu desistir.
- Eu acho que entendo. Eu também gosto de alguém assim – sentiu o aperto no peito - de um jeito complicado.
A mulher chamou Sakura para se sentar na beira da cama dela, e Sakura obedeceu. Ela pegou sua mão, e mesmo trêmula a apertou e disse:
- Minha querida, o que não é amor, se não uma série de desventuras, complicações e provações. Você deve ser perguntar é se tudo vale a pena.
