Título: Imbecil
Autor: Yasmin
Categoria: Spoiler quinta temporada. E todo o resto.
Advertências: Hurt/ Comfort. Continuação de Cega.
Classificação: PG-13 (T)
Capítulos: Um / ?
Completa: [] Yes [X] No [] Maybe
Disclaimer: A série "Bones" não me pertence, não irá me pertencer. Eu estou tentando lidar com isso.
Resumo:
Eu li spoilers. E eu estou me contorcendo. Apesar disso, aqui não tem spoiler de episódios futuros. Só quero me libertar dessa frustração que é meu vicio por 'Bones'.
Eu odeio dizer isso, mas eu quero muito fazer Brennan sofrer (você entende se leu "Cega"). Então, por favor, me digam se eu conseguir isto aqui.
I can't wait to face you
Make you down so long
There's no place left to go
I can't wait to hate u (baby)
(H.A.T.E.U. - Mariah Carey)
"Andrew não é insano" pensou firmemente ao fechar a porta atrás de si. Ela suspirou meneando a cabeça negativamente enquanto descia as escadas do prédio, sabendo que não era isto que ia dizer se Booth não a tivesse interrompido.
-Andrew não é meu namorado – Brennan forçou as palavras enquanto fazia sinal para um taxi.
Lamentava, só agora, ter permitido Andrew buscá-la em seu apartamento. Ela saíra do restaurante com uma desculpa tola, conseguira um táxi e, distraidamente, informara, ao invés do seu, o endereço de Booth.
E então apenas quando pensou que sua noite já tinha dado suficientemente errado, encontrara-se "discutindo" com Booth.
Ela não podia evitar. Booth era a única pessoa que confiava o suficiente para ouvir conselhos desse tipo.
Ironicamente, agora se dava conta, em um de seus únicos e raros atos espontâneos, ela acabara estragando tudo. Parece, afinal, que agir de forma impulsiva não era o tipo de coisa que ela deveria fazer.
---- x ----
Na manhã seguinte, ele parecia o mesmo homem de anos atrás, e não aquele que a pedira gentilmente para que ficasse longe. Ele sorria e brincava, não havia vislumbre do homem amargurado que vira na noite anterior. Ele também havia dito uma de suas frases preferidas:
-Bones, nós temos um caso!
Ela não conseguia notar qualquer diferença em sua atitude – não era sequer a melhor pessoa para fazer algo sequer parecido, ponderou depois.
Ele parecia o mesmo amigável e arrogante Seeley Booth. Brennan realmente não podia se queixar. E enquanto as horas iam passando, ela ia esquecendo-se do episódio bizarro que ocorrera no apartamento dele. Seu melhor amigo parecia ter tido alguma espécie - bem vinda - de amnésia.
Brennan ainda não podia lidar com todas as "descobertas" que fizera – ou, mais bem, foram "atiras" para ela - e apreciava que ele lhe desse tempo. Não era bem assim, no entanto...
Ela só foi realmente se dar conta de que havia algo errado quando, no meio da semana, quando Booth, muito casualmente – oh tão casualmente – comentou que depois daquele caso estaria entrando de férias.
Um mês.
E que provavelmente a nova agente designada a ela nesse período, seria Peyton Perotta – possivelmente uma das únicas pessoas dispostas a trabalhar com ela apesar de sua precedente fama de "mulher difícil" (no mínimo), ele ainda brincou.
Ela não ia se queixar como uma criança e repetir que não gostava de trabalhar com qualquer agente além dele. Brennan sabia que Booth apenas lhe ofereceria um olhar e a ignoraria, resmungando o quanto ela era difícil e gemendo "É apenas um mês, Bones..." e lhe oferecendo, por fim, um sorriso charmoso ao pedir "seja uma boa menina, está bem?" e, no fim, ela sabia que ia suspirar pesadamente, lhe lançar um olhar atravessado e resmungar um "tudo bem" malcriado. Ele iria embora de qualquer forma. Ela decidiu por não tornar difícil.
Brennan estava um pouco aterrorizada que Booth a estava deixando. Mas ela podia muito bem superar isso. Ela superara coisas muito piores, mais dolorosas – até mesmo fisicamente.
Era uma mulher forte e independente. Ela não precisava de Booth.
---- x ----
Mas ela entrou em pânico quando ele não apareceu exatamente um mês depois, quando viu Perotta lhe sorrindo amigavelmente da plataforma. Não era suposto ser assim. Booth lhe deveria informar sobre o novo caso a ser analisado. Era Booth quem deveria estar lhe sorrindo da plataforma.
Brennan não estava hiperventilando, ou tremendo, ou em uma crise de choro. Ao contrário, ela se perdeu em si mesma, fortalecendo do único modo que sabia: ela tornara-se ainda mais racional e distante.
Ela estava quebrada, mas ninguém teria a satisfação de notar isso.
Era doloroso ver que realmente não podia contar com ninguém; e sentir-se tola por confiar tão cegamente em alguém. Ela queria feri-lo fisicamente por tê-la iludido com seus "eu peguei você", "eu estou aqui", "eu não estou indo embora", "eu estou com você, Bones". Mas, lembrou, ela não fazia idéia de onde ele estava.
Oh Deus, como pudera ser tão tola? Ela havia aprendido tão dolorosamente todas as vezes: seus pais, seu irmão, Michael. Ela podia listar todas as pessoas que a abandonaram à sua própria sorte.
Por que com Booth ela não conseguira racionalizar que, eventualmente, todos vão embora? E que ele não era uma exceção?
Ao momento, sozinha, sentada no sofá de sua sala de estar, escrevendo um capítulo de seu novo livro, Brennan permitiu-se rir amargamente. Ela sabia a resposta.
Perguntara certa vez: "você vai me trair?"
Sem hesitar, ele retrucara: "não"
Ao que ela retrucara: "Não obstante, devo ser vigilante"
Mas ela realmente não fora.
N/a: Esse trecho é do episódio 307.
