Como nunca estive antes...

Castiel andava por uma linda floresta, com árvores de folhas coloridas, típicas de um agradável outono americano. Ele tinha uma expressão preocupada enquanto um menininho brincava em um balanço preso a uma árvore.

- Sabe, você não devia ter medo de contar a ele – disse o menino, ainda balançando, distraído, como se tudo aquilo não importasse para ele.

- Você sabe que eu não posso fazer isso. Nós estamos no meio de um apocalipse.

- Isso não importa, realmente. Você se sente culpado porque não deveria sentir isso, não deveria sentir nada. Mas você sente. E o que adianta sentir se não faz nada quanto a isso?

- Eu não devia falar disso com você – ele se sentia ainda mais culpado.

- Eu tenho 7 anos e falo com anjos desde que eu nasci – ele disse. – Eu não ligo mais para isso. Apenas deixe de ser medroso e fala logo com ele... – ele olhou para o céu. – Eu vou acordar agora. Tchau, Castiel.

- Em uma pequena casa em Minesotta, um menino acordou, sem lembrar de nada do que aconteceu em seu sonho.


Dean acordou em mais um motel escondido no interior do país. Olhou para o lado, onde seu irmão dormia em paz e sossegado. Nem parecia o homem amargurado e atormentado que se tornara desde que ele foi para o inferno.

Se sentiu culpado por pensar assim. Desde que Lúcifer voltou, ele tem se esforçado na luta, sempre dizendo não às investidas do inimigo. E ele tinha mérito por isso.

Entrou no banheiro e tirou toda a sua roupa. Precisava de um banho para relaxar um pouco. Enquanto a água fria corria pelo seu corpo, ele podia sentir a frustração ir junto com a água que ia pelo ralo, levando os pensamentos e desejos que não deveria ter. Por um momento pensou em Castiel, mesmo sem saber exatamente o porque.

Ele saiu do banheiro e foi a um restaurante na esquina tomar café enquanto Sam continuava dormindo.


Castiel andava pelas ruas movimentadas, com pessoas indo ao trabalho, e pôde sentir que Dean estava perto. Mesmo com o feitiço, se os dois estivessem próximos ele sabia. De repente foi porque o tirou do inferno, não sabia direito. O que sabia é que tinha que ir até lá.

Dean estava no estacionamento quando Castiel apareceu.

- Ei, Cas – ele disse, quando o viu. – O que vai fazer agora? Eu vou tomar café, quer vir comigo? – ele falava de um modo tão tranqüilo, como se nada tivesse acontecido, como se não existisse problemas nenhum.

- Como vocês conseguem? – ele perguntou, curioso. – Como podem fingir tão bem que tudo está ótimo e seguro quando não está?

- Eu não sei... – disse Dean, pensativo. – Acho que é da natureza humana. Nós somos muito bons em mentir, enganar e agir como se não sentimos algo quando é tudo diferente.

- Eu queria poder ser assim – disse o anjo, sincero.

- Você puxa muita coisa para suas costas, Castiel. Digo, você se rebelou contra seus irmãos, sua família, e acabou ficando comigo e Sammy, os irmãos mais complicados da história.

- Não é como se tivesse escolha...

- Sei, mas é que já aconteceu. Sei que se falharmos todo mundo morre, mas... Se ficar pensando nisso o tempo todo vou pirar.

- Você é humano, você pode pensar em outras coisas, sentir outras coisas.

- Você também – ele disse. – Senão seria um dos lacaios de Zacariahs. Ganhou o direito de sentir e pensar. Use isso. Vai, seja sincero. Se você fosse pensar em algo, qualquer coisa que não seja sobre essa guerra, o que seria?

Castiel pensou um pouco, olhando para as escuras nuvens que começavam a se formar no céu e apenas uma coisa passava pela sua cabeça.

- Diz, Cas... – o outro pressionava.

- Você – disse o anjo, envergonhado.

- Eu falei que não seja relacionado à guerra – o loiro sorriu.

- Não, não penso sobre a guerra. Desde antes de ter lhe tirado do inferno tomo conta de você, desde que você nasceu. Eu te vi crescer e passar por tanta coisa, ti tirei do inferno e agora tudo o que eu consigo pensar é você. Sua voz, sua pele, o calor que você emana. Sei que não devia, mas eu poderia passar horas olhando para você apenas tentando imaginar o que há embaixo dessa jaqueta...

- Uau – disse Dean, incrédulo. Ele nunca pensou que um anjo poderia se sentir assim, principalmente por ele. – Cas...

- Tudo bem, sei que não devia ter dito nada, eu... Não sou como os humanos, não consigo mentir ou enganar e não sei como lidar com sentimentos. Eu...

- Eu também não sei – admitiu o outro. – E sou humano desde que nasci. Só sei que nunca percebi o quanto penso em você até esse exato momento – ele se aproximou. – Seu cheiro, seu – ele tocou o rosto do anjo suavemente, como nunca fez com ninguém. Um carinho que dava e recebia com apenas aquele toque que nunca havia visto antes. – Vem comigo – ele disse, voltando para o hotel.

Logo eles entraram em um quarto, diferente do que Sam dormia.


Castiel olhava em volta, perdido. Não sabia o que fazer, como agir. Nunca estivera em uma situação como aquelas em toda a sua existência.

- Calma – disse Dean, percebendo isso, dando-lhe um beijo doce e suave, fazendo Castiel se sentir no céu de novo.

Eles caminharam até a cama, onde o anjo se sentou. Dean começou a tirar o sobretudo dele e depois sua própria jaqueta.

- Você não precisa mais imaginar – ele disse, pegando a mão de Castiel e colocando por baixo de sua camisa. O anjo passou os dedos pelo corpo do rapaz, sentindo cada músculo de seu abdômen parando com a mão encima de seu coração.

- É tão lindo. Ouvir e sentir seu coração bater – ele disse, encantado.

- Nesse momento, ele bate por você – disso o outro, o beijando de novo. Os dois deitaram na cama, com o loiro por cima e começaram a tirar suas camisas. Dean pôde sentir o corpo quente do outro, que passou tanto tempo escondido naquele sobretudo. Ele passou a mão por todo o corpo, até que atingiu o cós da calça. Soltando o botão e abrindo o zíper, ele entrou com a mão na calça jeans e depois na cueca, loco achando o pênis dele, que se contorceu.

- O que... – ele começou, sem conseguir terminar, perdido em prazer.

- Tudo bem – disse o outro, ainda o beijando. Suas línguas se encontravam suavemente, enquanto sua mão continuava deixando-o louco. Castiel começou a tirar a calça de Dean, deixando a mostra a cueca branca. Com suas mãos, apertou as nádegas do outro.

- Oh – disse Dean, descendo com a boca, beijando o queixo e o pescoço, indo até o peitoral de Castiel. Alguns pêlos cobriam o local e Dean se concentrou no mamilo do homem.

- Ah – suspirou o outro, sentindo a língua e as leves mordidas. Logo ele continuou descendo pelo abdômen, enquanto terminava de tirar a calça dele. E fez o que queria desde o começo.

Castiel se contorceu ao sentir a quente língua do caçador em seu pênis. Primeiro ele apenas lambeu, para depois colocar tudo na boa e começar a sugar. Ele se contorcia, enquanto o outro mexia em suas coxas. Depois de um tempo dessa deliciosa tortura, Dean se levantou e sentou no colo de Castiel, pressionando sua bunda no pênis do homem.

Aos poucos ele se ajeitou e, devagar, evitando a dor ao máximo, ele fez com que o outro o penetrasse. Mesmo em silêncio, eles se olhavam e percebiam que não precisavam dizer nada.

Logo Castiel estava todo dentro dele e Dean pulava, com uma expressão de prazer inesquecível.

- Eu nunca... Oh... – era o que Castiel conseguia dizer e Dean sorria.

- Eu sei – ele se abaixou devagar, de modo que se aproximou do outro e o beijou.

Um tempo depois, Dean pode sentir algo quente em seu interior e um grito de Castiel. Ele havia ejaculado.

Quando Dean começou a levantar, o anjo se sentou, capturando o pênis do outro rapidamente e colocando em sua boca. Podia sentir o prazer que causava a ele e não demorou muito quando ouviu.

- Cas, eu vou... – ele saiu, mas continuou com as mãos até sentir um líquido quente nelas.

Os dois deitaram um do lado do outro, abraçados, sorrindo. E juntos.


Um menino balançava distraído quando Castiel surgiu atrás dele.

- Obrigado – ele disse, com seu sobretudo ao vento.

-Você disse a ele! – o garoto levantou e abraçou o anjo, feliz. – que bom. Você está feliz agora?

- Como eu nunca estive antes... – ele disse, antes de desaparecer e o menino acordar.

FIM