A Solitária Manhã de Hermine

A chuva batendo no telhado de madeira faz um barulho esquisito, como passos ou batidas. É um barulho que acalma, no entanto. Ainda se sente sonolenta e o frio que faz lá fora não é nada encorajador. Termina de fechar o casaco e vai para o quintal onde o cachorro está ganindo visivelmente descontente por estar amarrado na chuva. Desamarra o cachorro e ambos voltam correndo pra dentro da pequena cabana, molhados e com frio.

A lareira está acessa e tem café pronto sobre o fogão, mas não há sinal dele. É sempre assim pela manhã. Ele desaparece, deixa um vestígio ou outro de sua passagem mais nada. Apenas algo a que se agarrar pra não enlouquecer.

No inicio ela se perguntava no que ele pensava enquanto estavam juntos: sentia remorso pelo modo como a tratou por tantos anos durante a escola ou apenas planejava um jeito de ir embora antes dela acordar. Ele não era de falar muito, nunca respondia suas perguntas nem quando, cheia de raiva, chegou a atirar coisas nele e gritar pra ele ir embora. Ele foi resmungando coisas sobre ela ser irracional e instável, mas voltou ele sempre voltava.

As mãos deslizando pelo seu corpo, os sorrisos maliciosos e as coisas que ele sussurrava ao seu ouvido mesmo depois de tantas vezes repetidas ainda a faziam corar. E depois desaparecia. Nada de adeus, sem nenhuma explicação somente o vazio ao lado dela na cama. Tentava entender o que a levava a fazer isso ela tinha um marido, dois filhos lindos e inteligentes um trabalho gratificante, embora exaustivo. Não se sentia cansada disso, da sua vida, amava tudo.

No entanto, sempre que aquele gato esfarrapado se metia entre as flores do seu jardim, ou aparecia na janela segurando na boca o pedaço de pergaminho com um desenho em movimento Hermione (Granger) Weasley arranjava uma desculpa pra passar a noite fora de casa. Muito trabalho, primas trouxas que não via desde os nove anos...

O desenho era sempre o mesmo, uma cena perdida de anos atrás, difícil não rir lembrando. A primeira vez que o viu teve de pensar um pouco antes de lembrar o soco que dera no Malfoy aquele dia, fora a tanto tempo atrás. Depois os dois ririam juntos deitados, com o desenho colado no teto até adormecer. Ele sempre leva o desenho com ele, o pergaminho envelheceu e algumas cores desbotaram nunca pareceu novo, na verdade. Ele apenas sorriu misterioso como sempre e se recusou a contar quando fez o desenho. Ela desconfia de que foi no mesmo ano do soco, ainda eram crianças e tanta coisa ainda iria acontecer. Parecia difícil imaginá-lo agora com lápis de cor debruçado sobre um pergaminho fazendo um desenho dela.

Mas o café esfriou e o um novo dia se inicia sob a chuva fria. É preciso voltar pra sua vida, o ministério, os filhos (que devem estar muito bem em Hogwarts agora). Hora de esquecer o Draco e voltar pra sua vida de Weasley. Pega sua coisas, deixa comida pro cachorro e aparata de volta pra casa.


Okay, isso foi dramione eu sei não consigo tirar o Draco da cabeça, mas eu sou louca já falei isso antes (se você não leu procura na minha fanfic 'sweet 16' que você vai enter o motivo). Entretanto, o Neville é meu amor pra vida inteira Draco é só um casinho coisa de uma oneshot e acabou (eu espero). Obrigado por lerem e comentem se puderem.

Bjão e até a próxima.