N/A: Já me encheram o saco porque matei Castle em In Loving Memory, e quando apareci no NFF com essa fic, quiseram me matar de novo. Tenho essa coisa angst que me impede de parar com fics assim :x Enfim, Espero que gostem mesmo assim hahahah :D
Ele não sentia o chão sob os pés. Não sentia as batidas do coração no peito. O calor da pele havia dado espaço à gélida sensação de frio, um frio que o tomava dos dedos do pé até o último fio de cabelo. Um frio mórbido, cadavérico, de causar arrepios. O sol não era mais quente. O azul do céu começava a tornar-se cinza, cinza-fumaça, feio, sem vida. A pior coisa que existia naquele mundo era andar sem rumo por entre as ruas abarrotadas de pessoas em Nova York. Seus pensamentos enchiam-lhe a cabeça com angústias incuráveis ao mesmo tempo que suas pernas moviam-se, levando-o a becos sujos e ruas sem saídas. Era até uma bela de uma ironia, já que aquilo que costumava chamar de vida havia virado exatamente isso, uma viela que dava em lugar nenhum.
Lugar nenhum.
Gostaria de ir a lugar nenhum com ela.
Gostaria de perder-se em lugar nenhum segurando sua mão.
Gostaria de beijá-la, em lugar nenhum, e dizer num sussurro em seu ouvido o quanto a amava, e então senti-la arrepiar-se quando fosse beijar seu pescoço.
Mas eram apenas desejos. Fantasias. "Lugar nenhum" virou a movimentada Times Square numa tarde de sexta-feira. Mais e mais pessoas adentraram sua visão ao que sua imagem de "lugar nenhum" foi se dissipando a sua volta. Alguém havia esbarrado nele, mas era como se aquele corpo não fosse mais habitado. Era só uma carcaça andando pela cidade, enquanto o resquício de consciência que ainda o mantinha são o dava forças pra continuar de pé, naquele trajeto sem fim. Lá no fundo da mente era como se a voz que ouvia não fosse sua. Não, a sua já havia sumido no momento em que descobrira que nunca mais ouviria a dela. E lá estava ele, ouvindo palavras de encorajamento do que quer que fosse dentro de sua cabeça.
Talvez tivesse mesmo ficado louco.
Em outra ocasião não se importaria de ficar louco, como nas vezes em que ela o olhava como se o estivesse despindo com os olhos, ou quando ela mordia-lhe o lóbulo da orelha enquanto suas mãos finas passeavam pelo corpo rígido colado ao dela. Viveria aquele tipo de loucura pro resto de sua vida. Mas a que tomava conta de si enquanto passava por turistas e suas câmeras digitais o corroia por dentro, vagarosamente, como numa tortura.
Era uma loucura diferente.
Loucura de saudade.
E foi essa que o fez imaginá-la rindo do outro lado da rua, ou acenando para ele a menos de dez passos de onde estava.
Quis correr para alcançá-la. Gritar seu nome a plenos pulmões mas era como se seu cérebro não processasse mais nenhuma mensagem. Fechou os olhos, utilizando de suas forças remanescentes para fazer seus pés se moverem, mas não houve sucesso. Quando abriu-os, ela estava bem ali, na sua frente. Até podia sentir seu perfume. Só que ao piscar, ela havia sumido. Não havia mais perfume. Não havia mais verde.
Não havia mais nada.
N/A: Reviews, reviews, reviews :D:D:D
