Disclaimer: Só peguei emprestado, JK é que manda.

! ! ! ATENÇÃO ! ! ! Se "conteúdo adulto" te incomoda, se não tem idade pra ler ou se não tem gosto em imaginar Dumbledore nu (tô falando sério, hahahaha), então é melhor não seguir em frente. Você foi avisado.


FANTASIAS TODOS TEMOS
Uma fanfic ADMM, dedicada carinhosamente às queridas Pearll e Mounna, de cujas histórias tenho sentido muita falta. Voltem a escrever, gurias, voltem a escrever!


Capítulo 1

Era uma tarde fria, mas tão fria de inverno! O vento cantava uma melodia muito triste, enquanto tentava, à toa, fazer dançar os galhos congelados do Salgueiro Lutador. As janelas estavam muito bem fechadas atrás de esplêndidas camadas de cortina. A decoração dos aposentos particulares do diretor era de muito bom gosto e requinte, fazia dos ambientes tão agradáveis quanto alegres. Via-se logo o quão cuidadoso e minucioso era aquele que os habitava. Ligeiramente bagunceiro também, de uma desordem quase infantil, que não poderia ser plenamente combatida nem mesmo pelo elfo doméstico mais determinado de toda Hogwarts, isto é, se o mesmo já não tivesse desistido de fazê-lo.

Havia uma pequena sala-de-estar, com lareira, sofá, tapete felpudo e muitas prateiras abarrotadas de livros... também uma escrivaninha de madeira escura, com entalhes delicados, junto dela uma cadeira... ao lado do sofá uma mesa de centro, coberta com pergaminhos e com um enorme baleiro de cristal... aqui uma porta que levava ao escritório, ali outra que dava para o quarto, e mais outra para o banheiro.

De repente entrou Dumbledore. Dumbledore era alto, já ancião, tinha barbas e cabelos mui longos e mui brancos. Ele era o diretor da escola e um dos bruxos mais respeitados de todo o mundo. Tinha realizado grandes feitos. E por isso, e por outros motivos, muitos se esqueciam que ele fosse, sobretudo e essencialmente, um homem. E como todo homem, tivesse anseios, desejos, sentimentos, vontades e... dias de boa e de má sorte, bem como boas e má ideias. Por vezes as boas ideias nos parecem tão, mas tão boas, que nos fazem esquecer de tomar certos cuidados, sem os quais até mesmo a melhor ideia do mundo poderia se tornar um verdadeiro desastre. Algo bastante tolo, considerando-se se tratar de um alguém tão cuidadoso.

Pois sim, tomado por uma emoção forte de estar se atrevendo além da conta, ele soltou a grande e reluzente bacia prateada que trazia consigo, e esta ficou flutuando diante de si, no meio da sala. Com um aceno de varinha a porta que dava para o escritório se fechou, e respirando fundo, ao mesmo tempo em que mordiscava o lábio, ele tomou coragem. Depois de alguns momentos de concentração imaginativa, tirou como que da têmpora um filete muito brilhante do que parecia ser um tipo estranho de fluído... deixou cair sobre a bacia, e ao tocá-la o filete estranho se dissolveu, se desdobrando em flashs de imagens pouco nítidas. Com um arrepio e um suspiro, o velho homem se curvou e mergulhou a cabeça na mágica superfície de sua penseira.

As imagens todas rodopiaram desnorteantemente, para então começarem a se desanuviar, revelando um ambiente muito distinto daquele onde Dumbledore se via um segundo atrás. Estava agora em um corredor do castelo... um corredor extremamente familiar. Passou então por ele mesmo, caminhando com toda a tranquilidade do mundo. Sem espanto, fitou a si próprio, e se pôs a seguir-se a passos ligeiros. Chegaram ambos a uma porta, parecia maior, mais bonita e mais impressionante que o de costume. Um deles, o da frente, que não tinha a menor consciência da presença de sua duplicata, bateu na porta. O outro, o observador, ia só muito atento a tudo.

A porta se abriu sem que ninguém girasse a maçaneta. O cenário não era claro, apenas alguns poucos detalhes se destacavam, apenas aqueles que eram importantes. O demais era um esfumado de cores e tons secundários. Já tendo entrado ambos, a bruxa esbelta que o(s) esperava girou a varinha entre os dedos, fechando e trancando a sala de aula, sem nem mesmo se voltar ao(s) recém-chegado(s).

Ela era magra, tinha a postura muito reta, e estava metida em uma capa esmeralda longuíssima. Os cabelos estavam mui bem presos em coque, escondidos debaixo um chapéu cônico preto. Aquela era Minerva McGonagall, a professora de Transfigurações. Eram colegas há anos, e bons amigos. Minerva era muito mais jovem que ele e possuía um tipo raro de beleza. Aquele que simples apontamentos não podem explicar. Que vai além de traços bem proporcionados, olhos vívidos ou corpo bem desenhado. Aquele que eriça os pêlos dos braços mesmo que você não possa dizer o porquê. Albus se sentia assim diante dela, se sentia encantado e certo de que poderia olhá-la o dia todo, durante todos os dias da sua vida, sem se cansar.

Era estranho que ela não dissesse nada, ou que ele próprio não dissesse nada, e só momentos depois... Os dois Albus estremeceram diante da visão. Ela era linda e não vestia nada além da capa de veludo e do chapéu. Sem óculos, deixava-se ver muito bem os olhos verdes, quentes. E sem roupas, deixava-se ver muito mais. O Albus intruso riu-se, e era uma risada nervosa, como se sentisse de algum modo culpado pelo que estava fazendo. Estava surpreso com o quão vividas eram as imagens formadas por sua própria imaginação. Quando Minerva, de modo muito sedutor, se pôs a caminhar na direção do outro Albus, o primeiro não conteve e se afastou, retirando-se de imediado de dentro da penseira, o coração ligeiramente acelerado.

De volta em seus aposentos, suspirou, riu-se mais um pouco, passou a mão pelos cabelos e esfregou os olhos por debaixo dos óculos. Não achou que conseguiria compor uma falsa-memória tão convincente. A ele pareciam muito claros os sinais de que não era real, mas... não era isso que importava, não era isso que estava tentando construir. Apenas queria... apenas queria ver. Apenas queria um curto momento... um... apenas um momento em que... talvez... talvez com muita imaginação, coisa que não lhe faltava... bem... Riu-se. Riu-se e resolveu tentar de novo. Dissipou a falsa-memória anterior, fechou os olhos e se pôs a imaginar uma nova situação. Com a varinha, mais uma vez retirou um filete luminoso das têmporas e o deixou cair sobre o prateado da penseira. Deixou-se então mergulhar em seu próprio devaneio.

À sua volta se formou o seu escritório, ligeiramente enevoado, é verdade, mas incontestavelmente o seu escritório... Diante de si, Minerva, a mesma Minerva, sua querida Minerva, lia um maço de pergaminhos, provavelmente documentos, sentada em sua poltrona favorita, com toda a calma do mundo. Virou-se para encarar a porta que se abria, e assistiu um duplo seu entrar. O outro Albus caminhou para dentro, sorridente. De seu poleiro, Fawkes assoviou notas melodiosamente agradáveis. Minerva levantou os olhos e também sorriu. Tudo parecia tão calmo, tão pacífico... tão encantador...

Com um sorriso triste nos lábios, Albus assistiu seu duplo caminhar até Minerva, e se curvar sobre ela, depositando um beijo carinhoso nos lábios com os quais há muito sonhava. Ele assistiu Minerva se apoiar no outro para se levantar... o abraçá-lo apertado e voltar a beijá-lo, agora com paixão. Sentiu um arrepio subir a espinha ao ver suas próprias mãos (isto é, do outro Albus) apertando contra si a silhueta tão bem delineada de Minerva. Como a queria abraçar assim! Como a queria sentir contra si! Fechou os olhos por um momento, resolvendo tentar algo novo, e diante de si as imagens todas se enevoaram, para então tornar a se fixarem.

Agora o outro Albus estava sentado no sofá, sem capa ou chapéu, apenas de túnica e botas, apreciando suas gotas de limão e companhia adorável de sua vice-diretora, que, também sem capa ou chapéu... e com os cabelos inacreditavelmente soltos e os pés descalços, foi até ele... ao invés de se sentar de modo a ficarem um de fronte para o outro, ou ainda lado a lado, ela escolheu o seu colo... ladeando suas coxas com os joelhos, a se sentar de frente, muito muito muito próxima. As mãos de Minerva contornaram o pescoço de seu Albus, o os lábios se colaram, de início de modo muito carinhoso, mas logo com a sede quente de quem deseja com muita urgência.

Albus assistiu em silêncio o seu duplo correr as mãos pelas coxas da bruxa, como se fosse algo a que ambos (ele e ela) estivessem muito habituados. Dentro de pouco, aquelas mesmas mãos estavam passeando por debaixo do vestido, expondo involuntariamente parte das pernas que ele só supunha que assim fossem. Um gemido baixo escapado dos lábios de Minerva fez os pêlos dos braços de Albus, do Albus real que assistia a tudo, se eriçarem todos de uma vez só. Imaginar um gemido dela definitivamente não tinha o mesmo impacto que ouvi-lo, mesmo que fosse falso. Imaginá-la ronronando não era nada se comparado como o vê-la e ouvi-la fazendo isso, com os olhos fechados, testa com testa de sua própria imagem e semelhança. E ela ronronava agora. Ele nem mesmo estava certo quanto a isso ser fisicamente possível, mas lá estava, e parecia tão convincente! Tão real! Tão real que acreditá-la era mais do que fácil! Suspirou, vendo suas próprias mãos (isto é, de seu duplo) alcançarem as mais secretas belezas escondidas debaixo daquele vestido tão longo... tão longo... tirá-lo parecia... tão fácil...

Menos que um gesto, apenas e tão somente um piscar de olhos, uma ordem em pensamento... foi só o necessário para que visse a ambos, ela e ele (o outro ele), sem nenhuma camada de tecido os separando. Sentiu no baixo-ventre um pulsar dolorosamente agradável se espalhando, ao vê-la colando a barriga e os seios macios nele (o outro ele)... as costas dela faziam uma curva bonita desde as nádegas até se sumir debaixo dos cabelos pretos. As mãos tão delicadas de Minerva tiraram a barba de seu Albus do peito, a pondo para trás, sobre um dos ombros... ao mesmo tempo em que o Albus real fazia o mesmo com sua própria barba, fazendo de conta ter sido ela. Ele fechou os olhos por um instante, correndo a mão por seu próprio peito, imaginando o toque dela, o peso dela de encontro ao seu...

Com um suspiro e o cenho franzido, assistiu os corpos se unirem sobre aquele mesmo sofá tão conhecido de ambos. Era-lhe impossível não imaginar a sensação... como seria... como seria estar dentro dela, se unir a ela em amor, o mesmo amor que tomava conta de si, como o mais doce dos vícios. Sem se dar conta, arranhou as próprias coxas, terrivelmente, absurdamente, mortalmente tentado... não é que nunca tivesse se tocado pensando nela. É claro que já, e muitas vezes, mas... o que estava por fazer lhe parecia quase pervertido. Bom Merlin, que ela nunca soubesse! Que ninguém nunca soubesse! Se pôs a desabotoar a túnica, enquanto mordiscava o lábio... exatamente do mesmo modo como mordiscava o lábio o seu duplo, em cuja face se estampava o mais puro deleite. Deleite de tê-la, a ela, tão bonita... de pele tão alva... tão quente... tão macia...

Fechou os olhos, escorregando a mão por dentro da roupa, e quando os abriu, mesmo sem ter ordenado qualquer mudança (e foi com surpresa que constatou), a imagem diante de si já estava ligeiramente modificada. Via-se a si próprio exatamente na mesma posição de antes, sentado no sofá, mas Minerva... Céus, Minerva estava de joelhos diante de si (ou melhor, de seu duplo), e ela... ela, com as mãos e com a boca... ela...

Albus se esqueceu de qualquer receio ou vergonha, para pura e simplesmente... assistir... enquanto, imaginando que fosse o carinho dela, deixou a mão fazer todo o trabalho. Incríveis as reações provocadas por imagens tão vívidas, e por sons tão convincentes... era pena que adicionar cheiros fosse tão mais difícil. Acelerando o ritmo, também o fez Minerva, enquanto se aceleravam as respirações de ambos os Albus.

Um piscar de olhos depois, Minerva subia, engatinhando sobre a cama na direção de seu duplo. Ele deitado, tinha o gosto de sentir as mãos dela correndo por seu peito... sensação fantástica que o Albus real só podia imaginar como fosse, como também só podia imaginar como fossem as unhas dela se enterrando em suas costas, enquanto se abraçavam a se unir novamente, agora deitados sobre a cama que Albus sabia pertencer a si mesmo, mesmo que os detalhes à volta fossem insuficientes para se concluir com certeza.

Agora os ruídos, respirações, murmúrios e gemidos se faziam muito mais claros, muito mais presentes... enchendo os ouvidos do verdadeiro Albus, que de onde estava, estremecia por completo. Quando escapou o nome dele dos lábios dela, com todas as letras, entre um meio-gemido e outro, ele não resistiu a respondê-la, sussurrando também o nome dela, bem como fazia o seu duplo. Cansou-se logo de olhar, acabou por fechar os olhos e só ouvir, imaginando-se lá, não ao seu duplo, mas a si mesmo... lá... com ela... a sentindo sobre si, debaixo de si, se sentindo dentro dela o mais profundamente possível. Tão doces os gemidos! Tão doces! Tão doce o modo como ela implorava para que ele não parasse, tão doce como pedia para fosse mais rápido... mais rápido...

– Albus!...

– Ah, Minerva...

– Albus...

– Minerva! Ah, Minerva... – e sem se dar conta, totalmente mergulhado em sua fantasia, aquele nome tão especial lhe escapava dos lábios em voz alta, alta e muito clara... cada vez mais alta...

– Albus?

– Minerva!...

Tão perto... ele estava tão perto!... Já sentia todo o seu corpo gritando de dentro pra fora, na expectativa daquele único e... estupendo momento... tão próximo... tão próximo...

– Hm, Minerva!

De repente, um estrondo e um grito de exclamação. Em uma voz muito muito muito familiar. Cruelmente familiar. Que em um milésimo de segundo o arrancou de dentro da penseira, sentindo os ossos como se tivessem sido substituídos por fluído criogênico... de volta a sua sala, o primeiro impulso foi esconder a terrivelmente constrangedora nudez, mas, ao levantar os olhos e encarar sua tão querida Minerva (agora a verdadeira), que tinha as faces muito rubras e os olhos desviados ao chão, ele infelizmente foi obrigado a admitir que ela já tinha visto muito mais do que devia.

Minerva, sem se atrever a olhá-lo propriamente, entreabriu os lábios, como que a falar algo, mas os tornou a fechar. Tinha o cenho muito franzido e os olhos grandes como ele jamais havia visto. Albus teria sentido vontade de morrer, se ela tivesse dado tempo para isso. Antes que qualquer coisa pudesse ser dita, ela cuspiu um "me desculpe" ríspido e girou nos calcanhares, para então sumir pela porta por onde tinha entrado. Ele engasgou, lembrando-se de respirar, e fez menção a suguí-la, dizendo:

– Minerva... Espere! Eu posso explicar!

Mas lembrando-se de sua situação descomposta, estacou. Gemendo inconsolavelmente e encolhendo os ombros, ele só pode fazer tapar o rosto com as mãos. A esta altura Minerva já descia, e a passos muito ligeiros, a escada de caracol, passava pelas gárgulas e se sumia nos corredores escuros do castelo.

Continua...


N/A: Por essa você não esperava (esperava?), hahahaha, sabe, acho que só pelo meu atrevimento eu já mereço um review. Deixe um review e me faça feliz, leitor/a querido/a! Beijo pra mamãe, papai, Pearll, Mounna, Deia, Minerva, Albus, Fawkes e todas as minhas leitoras lindas (e eventuais leitores também) que mesmo pensando que eu tinha morrido (eu sei, eu sumi! desculpa, gente! bloqueio criativo, sabem como é?) vieram aqui dar uma olhada na minha nova – e maluca – ideia. Ah, sim, a previsão é de que essa fic tenha 4 capítulos, talvez 5. No próximo, o "lado dela" da história. Não perca! Enquanto isso, tritões de gengibre e drops de limão pra todos/as!