Bem, essa é uma fic que merece explicações. Primeiro, devo dizer que se trata de uma Draco/Astoria - sim! -, o que pode soar bizarro para uns. Quem me conhece sabe que eu não sou uma fã particular do ship, porque não consigo ser fã de nada que envolva o Draco. Em segundo, aviso de antemão que é POV da Astie. Só assim para eu conseguir escrever hahaha. Em terceiro, assumo que eu gostei do resultado. Foi um desafio pessoal escrever, levando em conta o tamanho, os clichês do ship e a mestra do challenge para o qual a fic foi escrita. Espero sinceramente que tu goste, Mary. E em quarto, agradecimento especial à Moonlit, por ser uma beta tão prestativa e que me salva nas emergências. XD

Sometimes I just want to
por Mylla Evans

A descoberta mais significativa que um Greengrass faz quando criança é a de que ele pode ter tudo o que quiser. Eu podia ter as bonecas de porcelana da minha irmã quando quisesse e deixá-la simplesmente furiosa por isso, já que Daphne detestava que mexessem em suas bonecas. Eu podia calçar meus sapatos mais caros e saltar nas poças que se formavam nos jardins depois da chuva, para o desespero da minha mãe.

Eu podia provocar a histeria alheia e eu queria isso, porque eu gostava disso.

Sim, eu gostava de chocar as pessoas. De ver seus rostos se contorcerem em expressões ultrajadas, de observar seus esforços em permanecerem indiferentes. Gostava dos olhares descrentes e de calcular até que ponto elas conseguiam lidar com uma situação desconfortável.

Mais do que qualquer coisa, gostava de como as atenções pareciam invariavelmente presas em mim. Sempre em mim.

Não foi diferente na manhã em que eu voltei para casa muito além do horário estipulado pelos meus pais. Tinha passado a madrugada em um pub trouxa com alguns amigos, e não precisei me olhar em espelho algum para saber que minha aparência estava péssima. O olhar de minha mãe já denunciava claramente tal condição. Como em desafio, larguei-me no elegante sofá de nossa sala de estar e cruzei minhas pernas sobre a mesinha de centro, exibindo minhas velhas e imundas botas de combate. Senti-me vingada ao ver as linhas do rosto dela se espremerem em nítido desgosto.

Ela me perguntou se eu não achava que vinha chegando tarde demais ultimamente. Eu respondi que não, sorrindo de maneira agradável. Eu nunca havia perdido um café da manhã, afinal. Foi quando meu pai, que até então se mantinha entretido lendo seu jornal, comentou sobre os novos rumos das investigações pós-guerra. Eu simplesmente não agüentava mais aquele assunto, e servi-me de alguns biscoitos enquanto ele discorria sobre o confisco dos bens da família Malfoy.

Malfoy. Um nome que eu havia escutando desde sempre, mas para o qual nunca havia dado a devida atenção. Não até aquele momento.

Meus pais obviamente desprezavam sua família, Draco. Desprezavam o fracasso. Desprezavam você. E eu não demorei a considerar que você podia ser outro dos meios que eu podia usar para atingir os meus pais e arrancar deles aquela ridícula idéia de que os Greengrass estavam acima de qualquer um.

Naturalmente, eu consegui o que queria. Porque eu sou uma Greengrass, e os Greengrass realmente podem ter tudo o que querem. Mas pela primeira vez na vida, eu não precisei tentar chamar a atenção. Não precisei ultrajar, chocar ou ridicularizar; eu tive sua atenção por inteiro, desde o início. Tive você por inteiro. E eu quis você para sempre por isso, porque eu gostava disso.

Espero que tenham gostado da fic, pessoas! E espero reviews altamente gatos, que façam meu coração Lufar horrores ahahaha.

Beijos,
Mylla Evans.