Título: Gossip
Autora: Bela
Tema: Precauções
Item: Risadas
Observações: Meio PWP, mas sem se aprofundar na NC. Sem romance nenhum, com uma Pansy completamente louca, e vocabulário pesado. Então, é, a classificação é M.
JUST GOSSIP
Eles riam, suas risadas ecoando pelo escuro.
Ele a arrastou pelo corredor, tentando ser silencioso, mas falhando miseravelmente quando as risadas novamente lutavam para sair de seus lábios. Ela se concentrou na sensação quente e acolhedora da mão dele envolvendo a sua, enquanto tomava cuidado para envolvê-lo também.
Sabia que o que estavam fazendo era errado, mas esses casais de romance sempre sabem, não? E não continuam fazendo? Então não há ponto nenhum em discutir isso. Era errado, mas parecia certo. Sempre essa conclusão, e Pansy já estava farta disso. Queria viver sua vida como bem quisesse, mesmo que as pessoas a rotulassem como clichê. Foda-se os outros, o que importava realmente eram os próximos minutos no escuro.
Deixou que ele a guiasse e se divertiu imensamente com isso. Ele conhecia bem o castelo, sabia o que fazia, e tudo o que importava para ela era a noite que teria. Não ligava a mínima para quem ele era, ou para quais as consequências desse e de todos os momentos antes desse que passaram juntos. Merlin, será que uma garota poderia dormir com um cara qualquer só por prazer, sem visões românticas?
Tudo bem que – ela admitia para si mesma – ele não era um cara qualquer. Era o herói do Mundo Bruxo e blá blá blá. Não importava. Acontecia que Harry Potter, depois de algumas noites de treino, se tornou muito bom de cama. Faria questão de informar as revistas de fofoca mais famosas a respeito disso, quando tudo aquilo que tinham acabasse.
E claro que ela contaria essa história para todo mundo que conhecesse! Ela e O Eleito? Daria altas fábulas no dormitório da Sonserina! Ela com certeza se tornaria a garota mais popular da Escola e ainda teria a satisfação de ver a cara da Weasley-fêmea de decepção. Riu alto e estridente com aquele pensamento, o que fez Potter olhar para trás, um brilho exótico em seus olhos verdes enquanto sorria para ela.
Eles entraram em uma sala vazia esbarrando em cadeiras e carteiras, colando os corpos, grudando os lábios. Potter se afastou um pouco dela para jogar alguns feitiços na porta, que Pansy sabia que isolaria os sons e os trancaria lá dentro, permitindo que suas risadas saíssem livremente pelos lábios. Mesmo assim, às vezes queria que ele esquecesse dessas precauções. Já pensou se realmente alguém os pegasse ali? Ia ser um escândalo!
Sem querer perder mais tempo, Pansy agarrou a camisa do moreno, puxando-o para si e enfiando a língua na sua boca. Sentiu os braços dele em sua cintura, aumentando ainda mais o atrito entre os corpos e o calor da noite. Deslizou as mãos para seus cabelos, agarrando-os e puxando-os, sem se preocupar em machucá-lo. Queria apenas sentí-lo, apenas aproveitar.
Saboreou a briga entre as línguas, que se enroscavam preguiçosamente, por vezes com mais intensidade, mais perigo. Abriu os olhos, estreitando-os para observar Potter enquanto a beijava. Ele mantinha os olhos fechados. Ela riu novamente ao perceber isso, quebrando o contato do beijo.
Ele abriu os olhos, encarando-a maliciosamente. Os lábios estavam levemente inchados dos beijos, os óculos tortos no rosto e a roupa um pouco amassada. E a noite nem havia começado! Pansy não conseguia segurar os risos que insistiam em escapar-lhe.
Deixou que ele a conduzisse, guiando-a, agarrando-a. Deixou que ele a deitasse no chão e saboreasse seu corpo da melhor forma que podia. Era dele, naquele momento, teria que o compensar de alguma forma pelo prejuízo que lhe causaria. E não tinha vergonha disso.
As mãos dele deslizavam por suas coxas, subindo sua saia, tocando-a e acariciando-a. A língua dele devorava seu pescoço, descendo para o decote da camisa que ela abria lentamente. Não se preocupava em tocá-lo também, sabia que tudo o que Potter queria era o corpo dela. E deixava que tivesse um pouquinho de cada vez. Nunca tirava toda a roupa, isso era sinal de fraqueza. Bastava que ele tivesse acesso às partes mais importantes.
Os lábios dele também estavam mais hábeis a cada noite, Pansy notou. Nunca saiam da pele dela agora, descendo por seus seios e sua barriga. Ela riu mais alto com os arrepios que passaram por seu corpo. Lembrava da primeira vez que transaram. Ele era tão tímido e inexperiente que Pansy divertia-se imensamente com as lembranças daquela noite. Agora, nem parecia o mesmo garoto que colocava a cabeça por baixo de sua saia, fazendo com que jogasse seus fios loiros para trás para rir. Ria sempre muito alto.
E as risadas dela eram acompanhadas de gemidos nesse ponto. Exigia muito de si mesma, ficando quase sem ar inúmeras vezes. Mas era bom demais rir tanto assim. Ria das sensações na sua pele, ria da situação, ria dele e do sexo com ele. Era engraçado. Era bom. E lhe renderia muita fama.
Ele finalmente cansou de beijá-la, como Pansy esperava. Abriu a própria calça e se deitou sobre a loira, lambendo seu pescoço. Ela gostava dessa parte em especial, porque era a mais prazerosa, e a principal. Ele entrava nela e começava já com um ritmo acelerado, acompanhando-a nas risadas e gemidos. Talvez essa era a hora que pareciam mais com um casal.
Tão rápido quanto começava, porém, acabava. E ela apenas se preocupava em anotar mentalmente todos os detalhes para saber responder as perguntas depois. Simples assim, quase impessoal. Mas podia evitar? Tratava aquela história como um negócio. Era mais fácil, sem correr riscos ou cair em desentendimentos. Como ele nunca reclamava, ela também não mudava.
Geralmente, eles acabavam, arrumavam o uniforme e saiam aos risos da sala, trocando uma ou outra frase com não muita substância. Funcionava assim. Naquele dia, porém, Potter estava com algum problema, pois rolou para o lado e ficou a encarando.
Pansy não disse nada. Ajeitou o sutiã, fechou a camisa, arrumou a saia e colocou a calcinha, ainda sob o olhar atento dele. Esperou que ele também se arrumasse, ajoelhada no chão, prendendo os cabelos com o elástico que estava em seu pulso. Mas ele continuou deitado a olhando. Levantou as sobrancelhas.
-Algum problema, Potter?
Ele hesitou, mordendo o lábio inferior e desviando o olhar.
-Sabe, isso entre a gente... pode funcionar. Podemos tentar algo sério se, é claro, mantermos segredo.
Ela riu pela última vez na noite.
-Potter, isso nunca foi destinado a ser um segredo. Achei que soubesse.
E, piscando para a face confusa dele, Pansy deixou a sala.
Sua última risada ainda ecoava no escuro.
