Disclaimer: As Crônicas de Nárnia e seus personagens pertencem a C.S. Lewis. Mas ainda bem que inventaram as fanfics, assim a gente pode fazer da história o que bem entendemos! mwahahahahaha! =P
Classificação: "M" para eventual conteúdo sexual. Não recomendado para menores de 18 anos.
N/A: Esta é a minha primeira fanfic, então sejam bonzinhos comigo, ok? =P
Gostaria de creditar a ideia inicial para esta fanfic a EclipsedofSoul, autor(a) das histórias Calming Slumber, Dream Spell e Waking Desire, entre outras (todas em inglês). Essas três one-shots em especial me inspiraram a criar minha própria história. E como senti falta de fanfics "Suspian" em português, resolvi tentar. Bom, espero que gostem! Reviews, please! :-)
Capítulo 1 - Just my imagination
Um mês havia se passado desde que Susana e seus irmãos retornaram de Nárnia pela segunda vez. Depois de terem estado naquele mundo por duas vezes – e reinado lá durante 15 anos em uma delas –, era muito difícil se habituar novamente à vida em Londres. De acordo com Aslam, Pedro e Susana jamais voltariam a Nárnia.
Porém, o sofrimento da gentil rainha parecia ser muito mais complexo e profundo do que o de seu irmão diante desse fato. Todas as noites, os pensamentos de Susana se voltavam às lembranças dos últimos acontecimentos em Nárnia, em especial os relacionados àquele que, em tão pouco tempo, roubara o seu coração: Caspian.
Era noite e Susana se recolhera ao aconchego de seu quarto, depois de mais um dia entediante. Era o único momento em que ela podia ficar realmente sozinha, entregue às próprias reflexões. Desde que voltara de Nárnia, Susana mergulhava em um misto de diferentes sentimentos que atormentavam seu coração sempre que fechava os olhos em sua cama.
Arrependimento. Será que ela deveria ter manifestado seu afeto por Caspian mais cedo e, assim, ter aproveitado melhor o pouco tempo que tiveram enquanto compartilhavam do mesmo mundo?
Saudade. Ela sentia tanta falta dele... Seu olhar meigo, sua voz cativante, seu sorriso irresistível, sua beleza arrebatadora... Sem contar seus lábios doces e macios. Susana só os sentiu uma única vez, mas foi o suficiente para imprimir em sua lembrança a sensação deliciosa causada por aquele primeiro e único beijo.
Tristeza. Susana sabia que nunca mais o veria novamente e isso dilacerava seu coração. Por quê? Por que foi permitido a ela se apaixonar dessa forma por Caspian se, desde o início, ela estava destinada a deixar Nárnia para nunca mais voltar? Não fazia sentido... Por que Aslam permitiria tamanha crueldade?
Lágrimas rolavam suavemente pelo seu rosto quando foi finalmente vencida pelo cansaço e caiu em sono profundo.
Susana acordou ao som das ondas se desmanchando na praia. Abriu os olhos e se deparou com um céu magnificamente estrelado diante de si, enquanto sentia a areia morna sob seu corpo. Levantou-se, virou-se para trás e, ao olhar para cima, viu as ruínas de Cair Paravel. Susana estava de volta à Nárnia. Mas por quê? Aslam não havia dito claramente que ela e Pedro jamais voltariam àquele mundo?
Mesmo sem encontrar respostas, uma alegria indescritível tomou conta de Susana. Ela estava em Nárnia, então poderia ver Caspian novamente. Mas como ela chegaria ao castelo àquela hora da noite e a pé...? Antes que ela pudesse começar a pensar no que faria, sentiu que alguém se aproximava. Quem poderia estar passeando por ali em plena madrugada?
Susana virou-se para ver de onde vinham os passos, mas, por conta da distância, não foi possível reconhecer a figura de imediato. Mas, à medida que o desconhecido se aproximava, sua imagem ia se tornando mais clara. De repente ele parou, aparentemente tão surpreso quanto Susana ficaria em seguida.
Ela então o reconheceu. Seu coração pareceu parar por um instante, para logo depois disparar, batendo descompassado, e seus olhos se encheram de lágrimas. Era Caspian.
Os dois começaram a caminhar um em direção ao outro, até ficarem frente a frente, sem saber o que dizer. Depois de alguns segundos de silêncio, Caspian tomou coragem para falar.
- Eu desejei tanto poder passar mais tempo com você... Acho que meus desejos foram realizados... – disse Caspian, sua voz mal conseguindo disfarçar a emoção.
- Caspian... Eu não queria ter partido... Se ao menos eu pudesse escolher, eu ficaria em Nárnia, ficaria com você... Mas...
- Está tudo bem, minha rainha... – Caspian se aproximou mais um pouco e alcançou as mãos de Susana com as suas – Eu sei que devemos respeitar a vontade de Aslam... Mas por algum motivo estamos aqui, juntos novamente.
Susana não sabia o que fazer, como agir... Tudo o que ela desejou tão ardentemente desde que voltara a Londres agora era real. O que ela estava esperando? Mas, antes que ela pudesse tomar qualquer atitude, Caspian adiantou-se, reduzindo o pouco espaço que ainda havia entre os dois, e a envolveu em um forte abraço. Por alguns segundos ficaram assim, apenas abraçados, sentindo o coração aos poucos se preencher com um sentimento maravilhoso. Sim, estavam juntos novamente.
Caspian interrompeu o abraço e levou seu rosto em direção ao de Susana. Suas mãos seguraram firmemente a cintura da jovem, enquanto seus lábios se uniam. O que se seguiu foi um beijo terno e delicado, tão doce quanto o primeiro. Então, Caspian começou a explorar os lábios de sua amada, que não ofereceu resistência. Susana abriu caminho para que a língua de Caspian se encontrasse com a sua, tornando o beijo cada vez mais íntimo e profundo e mergulhando ambos em um mar de sensações desconhecidas até então, já que não foi possível chegar a esse nível de intimidade durante o primeiro beijo – breve e presenciado por centenas de narnianos e telmarinos.
Depois de alguns instantes, Susana e Caspian interromperam o beijo, ofegantes, em busca de ar. Aquele beijo parecia ter exigido mais do que seu fôlego poderia suportar naquele momento. Caspian encostou sua testa na de Susana e os dois ficaram assim por alguns segundos, ouvindo a respiração um do outro. Susana manteve seus olhos fechados, sentindo o aroma inebriante de Caspian dominar seus sentidos. Caspian ergueu sua cabeça, deu um beijo carinhoso na testa de Susana e sentou-se na areia, puxando-a com ele.
Para Susana, não poderia haver momento mais perfeito do que aquele: estar em Nárnia, à beira da praia, sob um céu exuberantemente estrelado e ao lado do homem que ela amava. Parecia um sonho, um sonho do qual ela desejava jamais acordar. Tudo o que ela queria era aproveitar aquele momento ao máximo.
Susana olhou para Caspian e corou ao notar o modo como ele a olhava. Seus olhos pareciam fascinados, como se contemplasse uma deusa. Ele levou sua mão ao rosto da jovem e o acariciou.
- Eu te amo...
O coração de Susana voltou a acelerar ao som daquelas palavras. Ela nunca ouvira isso de ninguém, e ouvir isso de Caspian era como um sonho se tornando realidade. Era simplesmente perfeito.
- Eu também te amo...
Caspian puxou Susana mais para perto de si e a beijou novamente. Ela levou sua mão esquerda aos cabelos de Caspian e acariciou-os, antes de concentrar-se na nuca do rapaz, enquanto a direita se apoiava na areia. O beijo se tornava cada vez mais intenso e sensual, enquanto uma onda de sensações intensas tomava conta de Susana.
A jovem sentia seu corpo ferver a cada movimento mais penetrante da língua quente de Caspian em sua boca e a cada carícia mais ousada das mãos dele. Ela segurou-se mais firmemente na areia, como se precisasse de firmeza para não desfalecer nos braços de Caspian. Foi quando sentiu algo feri-la e imediatamente quebrou o beijo.
- A... Ai...
- O que houve...? – perguntou ele, preocupado.
- Acho que me machuquei... – disse ela, olhando para a palma da mão.
Caspian segurou a mão ferida de Susana entre as suas e analisou o ferimento. Havia um pequeno corte superficial, aparentemente sem gravidade, causado por uma concha enterrada na areia na direção em que Susana pôs a mão. Caspian rasgou um pedaço da barra de sua camisa, envolveu a mão de Susana com ela para estancar o sangramento e selou-a com um beijo.
- Logo sua mão ficará boa – disse ele, com um sorriso meigo nos lábios.
- Tenho certeza que sim... Obrigada...
Susana sorriu e aproximou seu rosto do de Caspian para agradecê-lo com um beijo, mas foi interrompida, iluminada pelos primeiros raios de sol.
Susana abriu os olhos e se deu conta de que estava novamente em seu quarto, em sua cama. Um sonho. Apenas um sonho. Mas fora tão real... Ela ainda podia sentir os lábios quentes de Caspian nos seus, suas mãos firmes em sua cintura, seu cheiro inconfundível e irresistível... Mas fora apenas um sonho. Ao constatar isso, Susana não pôde evitar as lágrimas. E não pôde contê-las durante alguns longos minutos.
A tristeza, porém, aos poucos foi substituída por uma sensação de conforto. Mesmo em sonhos, ela pôde estar com Caspian e dizer a ele o que não pôde dizer no dia em que partiu de Nárnia: que o amava. Na verdade, naquela ocasião ela ainda não sabia que o que sentia por ele era amor. A única coisa que ela tinha certeza era de que não queria voltar para casa sem transmitir a Caspian que ele havia tocado seu coração de alguma forma. E para isso, naquele momento, um beijo era o suficiente.
Mas, com o passar dos dias e das semanas, a presença constante de Caspian em seus pensamentos e a tristeza profunda que sentia por estar longe dele a fizeram perceber que aquele sentimento não era uma simples atração, nem uma paixão fútil e sem importância. Mas agora era tarde. Eles viviam em mundos diferentes, e a única coisa na qual ela podia se agarrar agora eram os seus sonhos.
Depois de algum tempo, Susana se deu conta de que já passava da hora de se levantar. A jovem secou seu rosto, pôs-se de pé e começou a se preparar para mais um dia. Mal reparou na pequena mancha de sangue que agora havia em seu lençol, no exato local em que antes estava sua mão direita.
