Isso é totalmente ridídiculo.
Eu estou aqui, nos campos de morango, chorando como se fosse uma louca. É, eu estou chorando e o porque exatamente eu não sei. A paisagem está maravilhosa: é crepúsculo, com o céu púrpura e as estrelas brilhando no céu, o cheiro de morangos no ar. Mas nada disso parece bonito ou até mesmo convidativo. Na verdade, eu quero que tudo isso se exploda. Que se explodam os campos de morango, que se explodam essas malditas estrelas que me deixam pior do que eu já estou.
Quero dizer, eu só o vi com aquela estúpida filha de Afrodite. É normal. Estou falando de Travis e de Drew, aquele casal de perdedores. Dá vontade de vomitar quando eu os vejo. E isso quase aconteceu hoje, quando eu estava entrando no refeitório, toda feliz da vida e os vi se beijando.
Até aí, nada de mais. Agora eu não posso acreditar quando Silena diz que eu tenho essas reações porque eu gosto do Travis. Fala sério. Eu tenho milhares de razões para não gostar dele, ou seja, lá o que for que a minha querida amiga esteja tentando dizer. Ele é imaturo e se comporta como uma criança de 10 anos de idade. Ele não é inteligente, não gosta de botânica, é desorganizado e preguiçoso, além de ser ladrão. Ah, quase me esqueci do fato de ele, junto com o outro desmiolado do irmão dele, colocar coelhinhos de chocolate no meu telhado de grama!
Mas então porque eu tive essa estúpida reação vendo ele com aquela Drew? Por Deméter, eu sou Katie Gardner. Eu não posso me apaixonar por qualquer um, principalmente por ele. Pronto, eu não gosto dele, certo? Mesmo que todo mundo me fale isso. Eu não gosto e pronto, mas as estrelas me lembram os seus olhos. Eu não gosto, não gosto, não gosto; porém, não consigo me livrar dessa incômoda sensação no meu estômago, como se houvessem milhares de borboletas voando.
Eu tentei enxugar os olhos, mas foi em vão. Recomecei a chorar – deuses, que estupidez a minha! – porque, de repente, eu havia constatado um fato.
Eu estava apaixonada por Travis Stoll. Droga.
