If I Could Wish Upon a Star

Louise de la Vallière aproximou-se da janela do seu quarto. Lá fora, no céu azul escuro, duas luas brilhavam, incansáveis. O luar reflectia-se no seu olhar, outrora rosa. Agora, estavam vermelhos. Vermelhos de tanto chorar, de tanto lamentar. Louise de la Vallière estava arrependida.

Onde estaria Saito, neste momento? Nunca mais o vira, desde aquele dia...

O sol amanhecera radioso. Era o último dia de Louise naquela escola, onde tanto aprendera e... onde invocara Saito.

- Louise... - chamou-a Saito.

- Hum?

- Até mesmo no último dia tenho de lavar a tua roupa interior? - Saito olhou para a rapariga que, já tinha o chicote na mão. - Está bem, está bem...

- A que horas temos de estar lá fora?

- Sei lá!

- Animal de estimação inútil! Devias ter ouvi- - Louise foi interrompida com um leve bater na sua porta. - Entre.

A porta de carvalho abriu-se, deixando à vista uma rapariga de longos cabelos vermelhos.

- Kirche... - murmurou Louise.

- Saito, querido, acompanhas-me ao baile desta noite? - perguntou Kirche Zerbst, eterna inimiga de Louise.

- Claro!

Louise petrificou a meio de um passo. Saito aceitara? Mas… Ela pensara que ele iria acompanhá-la, e não a Kirche.

- Quer dizer... - Saito hesitou, olhando para Louise.

- Estás a olhar para mim porquê? - inquiriu Louise, no tom mais frio que conseguira adoptar. - Já tens idade suficiente para fazer as tuas escolhas.

- Finalmente algo de inteligente dito pela Zero Louise... - ironizou Kirche. - Então, Saito? Quem vais acompanhar? Eu ou a Zero Louise?

Saito olhou de uma para a outra, durante alguns instantes.

- Louise... - começou. - Eu... Vou com a Kirche.

Louise não conseguiu esconder o choque que se espalhou pelo seu rosto. Felizmente, Saito não reparara, por outro lado, Kirche...

- Isso incomoda-te, Vallière? - perguntou Kirche, provocando-a.

- Não! Claro que não! Nunca gostei desse animal de estimação! - Voltou-se para Saito. - Vai com ela! E nunca mais voltes! - terminou, gritando.

Saito ficou a olhar para Louise, por uns momentos. Aceitara ir com Kirche para testá-la; agora felicitava-se por tê-lo feito. Se valia assim tão pouco para a Louise, não havia necessidade de ficar com ela. Pelo menos Kirche amava-o; Louise não.

Remember when I said I won't miss you

The truth is that I do

I never stop thinking about you

Porque disse eu aquilo? Porque faço eu o que faço? Porque sou a Zero Louise? Gritei que não precisava dele, quando deveria ter gritado que o amo como nunca amei ninguém.

Há algum tempo atrás, acreditava no destino. O destino quis que eu fosse a Zero Louise, para assim invocar o Saito. O destino acreditava que o Saito completava a minha vida, e eu acreditava no destino. Mas... Talvez não haja destino algum, mas apenas o acaso e as nossas próprias escolhas. Pois foi o acaso que trouxe o Saito até mim(,) e foram as minhas escolhas que mo retiraram... para sempre.

No entanto... Continuo a acreditar que ele é uma parte de mim, a minha outra metade. Aquele animal de estimação inútil... Ele faz parte de mim, ele é meu.

We are meant together the two of us around

Now it seems like forever

I can't get you out of my mind

Já se passaram tantas noites... Demasiadas noites. Demasiadas noites sem ele, demasiadas noites a contemplar o céu, sozinha. Se pudesse pedir um desejo a uma estrela...

O meu único desejo é tê-lo nos meus braços, abraçá-lo uma vez mais... Tocar-lhe... Só queria... Só queria estar com ele uma última vez, dizer que o amo... Se ao menos as estrelas realizassem o meu desejo...

If I could wish upon a star

Then I will hold you in my arms

And if only we could love once again

If I could turn the hands of time

Then you will promise to be mine

And baby I will be right where you are

If I could wish upon a star

Volta para mim, Saito... Volta... Por favor... Sinto tanto a tua falta. Preciso de ti, preciso de olhar para os teus olhos azuis, esses olhos tão profundos, brilhantes, belos. Preciso de sentir o teu cabelo negro nas minhas mãos, preciso de acariciar a tua pele suave, preciso de encostar a minha cabeça no teu peito e ouvir os batimentos do teu coração... Preciso tanto de ti...

Se... Se pelo menos pudesse voltar atrás, ter uma segunda hipótese... Se pudesse provar-te o quanto te amo, o quanto preciso de ti...

If only as in everyone can see

Baby you and I are truly meant to be

But nothing turns out right

If only I could make you realise

If only time would give us just another chance

I'll prove it out to you

Louise encarou as estrelas uma vez mais, antes de se deitar. "Por favor, por favor, devolvam-me o Saito. Por favor..." Uma lágrima rolou pelo seu delicado rosto. "Só pelo mais uma oportunidade, apenas mais uma. Por favor..."

If I could wish upon a star

If I could turn the hands of time

And I'll be in your arms again

Louise abriu os olhos de espanto, a ver uma estrela cadente cruzar o céu.

- Por favor, dá-me mais uma oportunidade! - gritou para a pequena estrela reluzente. - Por favor! Eu amo-o! Eu amo o Hiraga Saito!

- Eu também te amo, Louise. - soou uma voz atrás de si.

Louise petrificou. Não foi capaz de se voltar. Podia ser apenas mais uma partida pregada pelo seu desespero. Não iria voltar-se. Queria viver aquela ilusão até ao fim.

Passos atrás de si indicavam que se aproximava. Estava bastante próximo, conseguia sentir a sua respiração no pescoço. Então, uma mão começou a afagar-lhe os seus longos cabelos. As suas mãos suaves tocavam-lhe delicadamente, como se Louise fosse de cristal. Era ele, mais ninguém era assim tão delicado.

- Saito... És mesmo tu? - murmurou Louise.

- Sim, Louise.

- Tu... Amas-me? Porque... Porque só voltaste agora?

- Tinhas de perceber... Tinhas de perceber...

Louise voltou-se e colou os seus lábios aos de Saito.

- Oh, Saito... Amo-te tanto, tanto... Preciso de ti, preciso muito de ti. - disse Louise, entre cada beijo. - Não me deixes... Por favor... Nunca mais me deixes!...

- Nunca mais, Louise. Agora, é para sempre.