Gente esse fic é totalmente louco e U.A. A Sakura tem 17 anos, sem magia (os personagens não se conhecem, na maioria), e o Touya está fora da cidade trabalhando, raramente vai a Tomoeda.
Um caso complicado de se resolver (acho que pra essa nem Dr. Dolittle).
Era manhã e Sakura descia as escadas tranqüilamente quando ouviu vozes na cozinha, uma de seu pai e outra que ela não conhecia. Era uma voz calma de mulher.
- Bom dia! – ela entrou, com seu costumeiro bom humor.
- Bom dia, minha filha. – disse Fuyutaka. – Essa é Yelan Li, lembra da mulher que comentei com você?
- Ah, a sua namorada, papai?
- É. – disse ele.
- Muito prazer, seu pai me falou muito bem de você. – disse Yelan.
- O prazer é meu, e meu pai não fala de outra coisa a não ser a senhora. – disse Sakura.
- Por favor, me chame de Yelan, sim? Dispensemos as formalidades.
- Tudo bem. – Sakura olhou para o relógio. – Opa, combinei com a Tomoyo de nos encontrarmos no portão da escola um pouco mais cedo. Tenho que ir. – ela pegou uma torrada, beijou o rosto do pai, fez uma reverencia a Yelan, correu e saiu com os patins.
- Ela é bem alegre, assim como você disse. – comentou Yelan.
- Só não sei se ale vai ficar muito bem quando contarmos a ela.
- Eu só espero que Shaoran também não cause muitos problemas.
- Desde que ele não pegue no pé de Sakura não precisa se preocupar, ela é bem calma e não vai encrencar com ele.
- Não sei como Shaoran vai lidar com outra irmã. Pelo menos eles têm a mesma idade.
- Isso deve ajudar, Sakura pode ajuda-lo a se enturmar, ela tem muitos amigos.
- Vamos ver.
Sakura chegou na escola e encontrou Tomoyo a esperando.
- Sakura, que bom que chegou!
- Desculpe, Tomoyo, me atrasei.
- Tudo bem, não se preocupe.
As duas passaram a entrada toda conversando.
- Ei, Tomoyo, lembra da namorada do meu pai que eu te falei?
- Lembro sim, o que tem ela?
- Ela estava lá em casa hoje, me parece ser uma pessoa boa.
- Ela e seu pai se dão bem, não é?
- Sim.
- Ela não pode ser uma pessoa má, seu pai sendo tão gentil...
- Verdade.
A aula continuou normal, na saída, Sakura encontrou Yukito (ele é somente um colega de escola, mas Sakura tem uma quedinha, por ele).
- Sakura?
- Oi, Yukito (eles têm a mesma idade, esqueci de falar isso).
- Tudo bem?
- Claro, por que a pergunta?
- Você me parece distraída e preocupada.
- Não é nada, só um pressentimento.
- Quer que eu te acompanhe até em casa?
- Se não for te atrapalhar, eu adoraria.
Os dois foram andando calmamente e conversando. Assim que pararam na frente da casa dela...
- Você não quer entrar? Posso fazer um chá e temos alguns biscoitos.
- Bom, eu...
- Sakura, você está aí fora? – seu pai a chamou.
- Estou sim, pai.
- Precisamos conversar, entre logo – ele saiu na janela. – Ah, olá Yukito.
- Boa tarde, Sr. Kinomoto. – disse ele. – Acho melhor deixarmos para outra oportunidade. – ele disse mais baixo.
- É, parece que meu pressentimento não estava errado. Eu te ligo mais tarde, se der.
- Não vou estar em casa, mas a gente se vê amanhã, tudo bem?
- Claro, até amanhã. – ela entrou em casa. – É bom que seja importante.
- Desculpe, Sakura, não sabia que estava com Yukito. – disse Fuyutaka.
- Tudo bem, fale. – Sakura olhou na sala e viu um rapaz da idade dela. Tinha cabelos castanhos escuros, olhos cor de chocolate e tinha um físico lindo. Notando o interesse da filha, Fuyutaka apresentou o rapaz.
- Esse é Shaoran Li, é filho de Yelan.
- Olá. – disse Sakura. – O que era tão importante assim?
- Sakura, já disse para você não ficar tão obcecada por esse rapaz.
- Pai, você sabe que estou tentando marcar algo com ele há meses e quando finalmente estou tendo algum progresso você vem e acaba com tudo. Esqueça, logo isso passa. Fale logo.
- Bom, é que eu e Yelan temos algo para dizer a vocês.
- Vai continuar com essa enrolação? – Sakura se sentou no sofá.
- Nós vamos nos casar. – Yelan entrou na sala.
- Ah... Eu... Parabéns. – disse Sakura, surpresa com a notícia.
- Shaoran? – perguntou Yelan.
- Vocês me arrastaram aqui para isso? – ele se levantou e saiu da casa batendo a porta.
- O que deu nele? – perguntou Sakura.
- Eu imaginei que isso fosse acontecer. – disse Yelan. – Mesmo depois de dez anos ele não se conforma com a separação minha e do pai dele.
Sakura olhou pela janela e viu o rapaz correndo sem rumo.
- Ele conhece a cidade? – perguntou ela.
- Não muito bem.
- Essa não. – Sakura saiu dali correndo, mas seu pai a segurou pelo braço.
- O que foi?
- Ele está indo para a área da guerra das gangues, acho que ele não sabe disso. – ela se soltou e saiu dali correndo. Foi na direção que ele correra e logo viu um cara apontando uma arma para ele pensando que ele era de uma gangue inimiga. Ele não vira e ela notou que ele iria acertar em cheio. – Li! – ela correu e se jogou em cima dele, derrubando-o no chão. A bala pegou seu ombro de raspão.
Ao ouvir a voz de Sakura, Yukito saiu de um dos esconderijos da gangue e viu Sakura ferida.
- Pare já com isso, Touma! – disse ele, correndo para ajudar Sakura. – Ela não é de gangue alguma. – ele a virou. – Você está bem?
- Acho que sim, só foi de raspão.
- E o que você está fazendo por aqui? – perguntou a Shaoran.
- Ele é novo na cidade, não sabia de nada. Não se zangue com ele.
- Certo. – Yukito se virou para um dos rapazes. – Traga um kit de primeiros socorros, Toshizou.
- Certo. – ele saiu correndo e voltou com um kit.
- Obrigado. – ele limpou o ferimento e enfaixou. – Nunca mais faça uma loucura dessas, Sakura.
- Não podia deixar que ele se ferisse por não conhecer a cidade. – disse ela, se sentando. – Agora melhor irmos antes que meu pai venha atrás de nós.
- Vejo você na escola amanhã.
- Está certo. – os dois saíram dali. – Li?
- O que significa tudo aquilo? – ele perguntou, finalmente falando algo.
- Não conte nada a meu pai ou à sua mãe. Meu pai não sabe que Yukito é de uma gangue, se souber nunca mais vou poder vê-lo. Sei que isso pode não importar muito para você, mas, por favor, não conte sobre Yukito.
- Tudo bem. Acho que te devo isso por me salvar.
- Obrigada. – ela sorriu.
Eles chegaram e Fuyutaka se assustou ao ver o braço de Sakura enfaixado.
- O que houve?
- Ah, pai, Li foi parar no meio de um território de uma gangue e ia levar um tiro, mas o cara errou e acabou me acertando de raspão. Um dos membros da gangue é da minha sala, pediu desculpas e limpou o ferimento, não é nada demais.
- Deixe-me ver isso. – Fuyutaka tirou a faixa e viu um ferimento superficial que já havia sido limpo e cuidado. – Desculpas não são suficientes, e se tivessem acertado?
- Não se preocupe, pai, está tudo bem. – ela olhou no relógio. – Bom, tenho que me trocar para ir à aula de dança.
- Não queria que você fosse sozinha. – disse Fuyutaka.
- Pai, isso foi um acidente, não sou criança.
- Pode deixar, eu vou com ela. – disse Shaoran.
- Bom, se você insiste... – disse Fuyutaka.
- OK, deixa só eu me trocar. – Sakura subiu e desceu em cinco minutos vestindo um collant azul marinho com o emblema da escola de dança, e uma saia curta da mesma cor do collant. – Vamos?
- Vamos. – os dois saíram.
- Por que quis vir comigo?
- Você acabou de salvar minha vida, pelo menos assim e sinto menos inútil.
- Não se culpe, você não sabia. Moro nessa cidade desde que me entendo por gente, conheço muito bem as áreas de gangues, seus regulamentos e etc.
- Como sabe tanto?
- Já fui de uma gangue. – disse ela. – Meu pai não sabe, foi por pouco tempo. Quando conheci Yukito. – ela suspirou. – Foi por uma semana, ou pouco mais que isso, Yukito percebeu que eu não agüentaria a pressão e convenceu os chefes a me deixarem sair sem problemas.
- Foi aquela mesma gangue que atirou em mim?
- Não, aquela era outra. Yukito logo saiu daquela gangue e formou a dele. Por isso aqueles outros o respeitam tanto e ele ficou bravo com você. Ele não aceita estranhos por lá, às vezes até briga comigo se passo por lá.
- Parece que vocês realmente se gostam.
- Ele só me vê como amiga, mas eu o amo muito. Não tenho coragem de dizer isso a ele, além do que, tenho medo. Yukito é muito procurado pelas outras gangues, seria perigoso demais eu me envolver com ele.
- Você é muito cara-de-pau, sabia?
- O que quer dizer com isso?
- Você mente muito bem, até eu quase acreditei naquela história que você contou a seu pai.
- Estou acostumada, para falar a verdade, meu pai não sabe de nada que acontece na minha vida. Antes ele estava estressado com o trabalho, depois, quando conheceu sua mãe, achei que ele estava tão bem que não tenho coragem de contar a ele.
- Você é a favor do casamento?
- Não sei quanto à sua mãe, a conheci hoje cedo, mas meu pai teve que criar a mim e ao meu irmão sozinho, acho que merece um pouco de felicidade. Pelo que sei, sua mãe criou você e mais quatro irmãs suas sozinha também.
- É, pensando bem, acho que eles merecem.
- É aqui, se você quiser pode voltar. – disse ela, parando em frente à escola de dança.
- Não, eu espero.
- Está bem. Vamos então. – os dois entraram.
A aula de dança foi bem calma. Shaoran observava Sakura atentamente, ela realmente era linda. Os longos cabelos castanho-claros estavam presos em uma trança que lhe caía até o meio das costas, aquela roupa justa definia as curvas de seu corpo. Realmente, ela parecia um presente dos deuses, e era tão doce e meiga...
- Li? Se importa se eu tomar uma ducha aqui? – perguntou ela, quando a aula acabou.
- Não, eu espero.
- Obrigada, eu não demoro. – e não demorou mesmo, deram dez minutos e Sakura voltou conversando com duas amigas. Shaoran a olhava espantado, ela estava linda, vestia um short jeans curto e uma camiseta colada ao corpo branca. – Li, essas são Tomoyo Daidouji e Sakuya Shiroyama. Ele é Shaoran Li, filho da minha futura madrasta.
- Muito prazer. – disseram as duas.
- Então, Sakura, você disse que ele ficou bravo com Touma só porque ele quase te acertou? – perguntou Sakuya. – Parece que você tem chance.
- É, mas vocês sabem que pode ser perigoso. Na verdade não sei se quero que ele corresponda ao que eu sinto.
- Bom, Sakura, isso você tem que decidir. – disse Tomoyo. – Tenho que ir, a gente se vê amanhã na escola.
- Até, Tomoyo. Tchau, Sakuya, também vou indo.
- Tchau, Sakura, até amanhã.
- Vamos, Li?
- Vamos.
Os dois foram calmamente e chegaram em casa bem na hora do jantar.
- Que bom que chegaram, o jantar está na mesa. – disse Fuyutaka. – Como foi a aula? – perguntou quando Sakura e Shaoran se sentaram.
- Foi bem, estou acabada.
- Então vá dormir assim que terminar de jantar, uma boa noite de sono cura qualquer dor. – disse Yelan.
- É, tem razão. – disse ela, sorrindo.
Shaoran a observava com pena, sua mãe não tinha como saber que não era física a dor que Sakura sentia. Ele jantou sem dizer uma palavra e depois foi embora calado com sua mãe. No dia seguinte, Sakura foi calmamente para a escola e encontra Yukito indo pelo mesmo caminho.
- Esse não é o seu caminho habitual, o que faz aqui? – perguntou Sakura.
- Estava preocupado, nunca me perdoaria se algo acontecesse com você. Quem era aquele com você?
- Ele é o filho da noiva de meu pai. Ele teve um ataque quando nos contaram do casamento e saiu correndo. Eu vi que ele estava indo para a área da sua gangue e fui atrás dele.
- Então seu pai vai mesmo se casar de novo?
- Vai.
- E a mulher te trata bem?
- A conheci ontem de manhã, não posso dizer muito, mas parece uma boa pessoa.
- E ele?
- O nome dele é Shaoran Li. Não é uma pessoa má não, acho que vamos nos dar melhor do que eu me dava com Touya. – ela sorriu.
- Você e Touya viviam em pé de guerra, mas se gostavam muito.
- Eu sei, queria que ele estivesse aqui agora... – ela suspirou.
- Você sente muita falta dele, não é?
- É um pouco chato ficar em casa sozinha, mas acho que quando meu pai se casar e o Li for para lá vai melhorar um pouco.
- Não vai ser a mesma coisa, não é?
- Não, Li é uma pessoa boa, mas nunca ninguém vai poder substituir o Touya.
- As meninas da sua classe vão enlouquecer quando o conhecerem.
- Sakuya e Tomoyo já o viram, mas não comentaram nada. Conhecendo a Sakuya hoje mesmo ela vai vir com algo do gênero. "Ai, Sakura, você tem uma sorte, vai morar com aquele deus grego..." ou algo do gênero. – os dois riram. – Não posso negar que ele é lindo, mas tem algo nele que me intriga.
- O que?
- Bom, primeiro a mudança súbita de humor dele. Estávamos conversando sobre o que houve ontem e ele do nada disse que sou cara-de-pau, no maior tom de brincadeira. Concordo que precisa ser muito cara-de-pau para mentir do jeito que minto para meu pai, mas não era o momento para ele falar aquilo. Logo depois disso ele ficou calado e não disse mais uma palavra.
- É, você causa isso nas pessoas, Sakura. – Yukito riu.
- Ai, Yukito. – Sakura ficou vermelha, mas riu também. – Para falar a verdade acho que vamos nos dar muito bem, se ele não quiser andar comigo também corre perigo de levar outra bala, então acho que ele não tem escolha. – os dois voltaram a rir.
- E quando ele for perceber já não vai poder ficar sem você por perto.
- Ai, Yukito, não fala assim. – os dois riram.
- Sakura! – Sakuya se aproximava correndo. – Bom dia!
- Bom dia, Sakuya. – disse Sakura. – Por que tanta afobação?
- Você tem que me contar tudo sobre aquele deus grego que vai morar com você! Você tem uma sorte! – Sakura e Yukito começaram a rir.
Eles chegaram na sala e o professor anunciou um novo aluno que iria entrar.
- Entre, por favor, Shaoran Li. – Shaoran entrou. – Vejamos, sente-se atrás da Kinomoto.
- Por que não me disse que iria estudar aqui? – perguntou Sakura baixinho para ele.
- Porque você não perguntou. – disse Shaoran, se sentando. – Além do que, fiquei sabendo ontem de noite. – os dois riram. Esse seria o começo de uma boa amizade...
E então, gente, esse foi o primeiro capítulo de um fic nada a ver com o meu outro... Espero que estejam gostando, esse não vai andar tão rápido como o outro e o outro não vai andar até eu ter mais retorno naquele... Por hora é só isso, beijos para vocês.
