À primeira vista

Sinopse: Tropeçar e cair em cima de uma mulher não era como James planejou conhecer sua futura esposa. Mas, ele deveria ter previsto, afinal, os Potter sempre têm a pior forma de conhecer o amor de suas vidas.

Classificação: T – linguagem e insinuações.

Harry Potter não me pertence. Se pertencesse, Draco Malfoy e Sirius Black seriam meus escravos ^^

~O~

James Potter era um homem morto. Bem, ainda não, não se ele conseguisse se arrumar a tempo, o que parecia ser uma tarefa à altura do seu xará James Bond. Não era culpa dele. Sério. Para começar, o despertador não havia tocado. Em seguida, ele não encontrou uma cueca limpa (sim, ele estava sem) e, agora, os dois banheiros estavam ocupados.

– Pelo amor de Deus, saiam do banheiro, eu vou chegar atrasado!

Uma risadinha meio ensandecida chegou aos seus ouvidos. Ele não precisava ver para saber quem era, assim como já sabia quais eram os ocupantes dos banheiros. Não precisava ser um gênio para saber, não quando eles moravam em quatro. Por que cada um não tinha o seu próprio banheiro? Eles deveriam trabalhar – novamente – na lista de prioridades. Ou talvez não, já que batatinhas, cerveja e sorvete de Ovomaltine com nutella sempre eram os primeiros da lista.

– Por que você não está desesperado?

Agora sim veio a risada modo "Louco-como-o-Coringa" ligada. Sirius parecia muito tranquilo, só de cueca, comendo cereal amanhecido de um mês.

– Minnie me ama.

– Minnie te odeia, Pads.

Ela não gostava de nenhum deles, na verdade. Ambos eram uma dupla de "desordeiros desocupados que só davam muita dor de cabeça", nas palavras da própria Macgonagal. Minerva Macgonagal. Pensar em sua chefe fez James gemer em puro desalento. Ele tinha uma matéria para entregar, por isso, bateu com mais força na porta. Foi Peter quem saiu dali, com alguma coisa diferente nele que James não tinha tempo para analisar.

– Bom Deus, Wortmail, a maquiagem demorou tanto tempo assim?

O rapaz abriu a boca para responder, mas a gargalhada abrupta e escandalosa de Sirius o fez se calar. James não tinha tempo para isso, ele entrou, fez o que tinha de fazer e saiu. Percebeu que Remus tinha feito o mesmo. É lógico que ambos os banheiros estariam desocupados quando ele não precisava mais.

– Sirius!

O rapaz de longos cabelos escuros bufou diante dos três pares de olhos sobre si.

– O quê? Eu tirei o dia. Estou doente.

James suspirou, correndo pela sala à procura de sua pasta.

– Você não está doente – foi a observação astuta de Peter.

– Quem disse? Cof, cof.

A pasta azul. Azul. Azul como as ondas do mar varrendo seu corpo morto para longe da praia. Ele parou quando um objeto azul identificável foi entregue nas suas mãos.

– Você deixou perto do mural da vergonha ontem à noite – Remus ainda jogou algo saudável e comestível em sua direção.

– Moony, eu te amo.

– Hey! – alguém gritou ao fundo, mas o loiro apenas sorriu.

James gritou que os veria mais tarde e saiu porta afora do apartamento. Ele e Sirius eram os que normalmente saíam mais cedo, depois havia Remus em seu caminho para a faculdade e Peter, por último, rumo ao restaurante.

Os quatro viviam juntos há três anos e oito meses. Ele e Sirius eram amigos de infância, Peter veio no ensino médio e Remus logo no primeiro ano da faculdade. Embora fossem diferentes em muitos aspectos, eles se complementavam e James confiava sua vida nos três. Uma vida que seria muito breve se ele chegasse atrasado.

Acelerando o passo a ponto de correr, ele olhou para o seu relógio por um segundo, mas foi o suficiente. Sem ver o que estava a sua frente, ele trombou em alguém menor e macio. Infelizmente (para ele), o outro caiu por cima e ele sentiu algo molhado e quente cair em sua camisa. Algo quente pra caralho. Ele resmungou, empurrando a outra pessoa alguns segundos mais tarde, sem conseguir parar de pensar no seu atraso e na porcaria do café que queimou o lado da barriga.

– Com licença?

Ele olhou para a mulher, pegando um vislumbre de verde e vermelho.

– Ah, sim, desculpe.

– O quê?

James suspirou, apertando a ponte do nariz. Sua pasta, caída a alguns centímetros dali, tinha sido pisoteada.

– Olha só, minha senhora...

– Senhora? Escute aqui, idiota, eu sou uma jovem mulher! Eu sou uma senhorita!

Dessa vez, ele realmente olhou pra ela. A louca tinha cabelos vermelhos, cacheados, um rosto fino, com várias sardas e olhos verdes. Era bonita. E completamente pirada.

– Eu estou atrasado, meu despertador não tocou, não havia mais nenhuma cueca limpa e seu café me queimou. Então, tenha um bom dia, senhorita.

Tudo isso logo na segunda de manhã, à entrada do metrô. Deveria ser um mau presságio.

Minnie realmente brigou com ele, seu gato maldito rondando as pernas de James, procurando uma oportunidade para arranhá-lo ou arrastá-lo para os portões do inferno. Após resmungar sobre o estado da pasta dele, sobre Black, atrasos e desordeiros, ela entregou três folhas a ele e o mandou ler.

Depois de desviar de Longbotton e suas conversas intermináveis sobre plantas aquáticas, ele ignorou Jones e suas tentativas nada sutis de obter informações sobre Sirius. Já na sua mesa, ele pegou os papeis e os leu. Eram do jornal concorrente, dirigido por mais um professor das antigas, com um enorme nariz e cabelo escorrido, com o qual Minnie tinha uma rixa desde sempre (a aposta de James era a de que eles já foram amantes). O artigo, muito bem escrito, era sobre a situação dos imigrantes e foi escrito por uma tal de Lily Evans. Ele bebeu um pouco de água, mas, cuspiu tudo em cima da planta de Jones ao ver a imagem de uma mulher ruiva de olhos verdes. Era a louca do metrô.

~O~

– Wortmail, o que você fez no seu cabelo?

Remus estava em choque; Peter, constrangido, e Sirius desatou a rir.

– Eu tentei cobrir as entradas.

O que ele tinha feito era pintá-las com tinta guache preta. Sirius, ainda só de cueca, caiu no chão de tanto rir.

Remus bateu na própria testa, inconformado e incrédulo, porém, logo pegou o celular do bolso e tirou uma foto.

– Essa vai para o mural da vergonha.

~O~

Ideia louca que surgiu na minha cabeça. Já deu pra ver como vai ser, né? ;)

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