Olá, pessoas do fandom de SCC! (: Então, há cerca de meia hora atrás me veio esse enredo na cabeça e eu to escrevendo. Na medida em que escrever, vou publicar por motivos de a vida ter dessas 3. É pra ser um projeto bonitinho, enquanto eu termino minha fic de Ranma 1/2 e reviso a que eu postava desd 2008 de SCC e que está num limbo dozinfern. Aproveitando aqui nas férias, vamos ver o que rola (: A proposta dessa fic aqui é não ser MUITO longa, mas abrir a história dentro do espaço de tempo em que o Syoran sai, para o tempo em que ele volta. A princípio serão capitulos curtos que irão compor uma carta muito longa que Sakura vai escrevendo pro Syaoran. Espero que vocês leiam/gostem/comentem. Vlws 3
Eu queria saber o que dizer - saber o que TE dizer - mas eu não sei mais. Não é como se fosse a questão do tempo, ou da distância, ou qualquer uma dessas barreiras de onde vem todos os filmes de ficção científica. NÓS vivemos no irreal, e sabemos que não é disso que se trata. O tempo eu posso parar, as distâncias eu posso voar. Mas eu nunca pude alterar os sentimentos.
E é sobre eles que eu queria escrever. Tantos deles, todos eles. Você esteve tão longe e por tanto tempo que eu não sei como começar. É simplesmente… estranho, como tudo mudou nesse intervalo - até mesmo as menores coisas. E isso ainda não quer dizer que tenha sido por causa do tempo ou do espaço - foram, basicamente, os sentimentos. Justamente aqueles por quais a gente lutou há tantos anos atrás, você lembra? Eu sei que sim - espero que sim - porque se você não se lembra, acho que não há nem mais nada a dizer aqui.
Mas acho que eu tenho medo de que você não se lembre, então, não espero sua resposta. Não mais. Já esperei todas as cartas que pude esperar - e as recebi. Mas percebi que mesmo nessa comunicação textual que desenvolvemos ao longo desses anos em que esteve longe, existem lacunas incorrigíveis, e foi nelas que os sentimentos se alteraram. Eu creio que vi suas lacunas, e eu estive consciente de todas aquelas que deixei. E agora eu tenho um terrível medo de que elas se preencham. Acho que não estou preparada para saber dessas coisas. E é basicamente por isso que estou te escrevendo isso: é porque eu não espero mais.
Parece contraditório, eu sei. Comecei dizendo que não sabia o que te dizer e agora, veja só, te escrevo a maior carta que já escrevi na minha vida. Devo agradecer à tecnologia por me permitir digitar ela, e não precisar mais escrever à mão. Entretanto, eu creio que vou enviá-la pelos meios tradicionais. Não sei se suporto a agilidade dos e-mails para essas questões, querido. Ah. Aiai.
Eu confesso que estou bastante confusa (você percebeu), mas estou tentando por meios tortuosos te contar algumas coisas. É algo como as MINHAS lacunas, e são o tipo de coisa que eu não queria ler. Mas eu me sinto tão encurralada pelos meus sentimentos - veja só, Kero anda me importunando para que eu crie vergonha na cara e seja honesta - que não pude deixar de te expor justamente ao tipo de coisa que eu não queria ser exposta: às respostas que eu não espero mais.
Você se lembra que eu tinha te dito que estava na sétima fase de jornalismo em Tokio? Bem, não estou mais. Eu tranquei faz mais de um ano e tive receio de te contar. Eu sei que você detesta (parece detestar) a maneira como eu sou displicente com os meus estudos, e então eu tive medo que você brigasse comigo por correspondência. Faz sentido isso? haha. Então, é só o começo das coisas que eu preciso te contar.
Sei que agora você deve estar meio receoso com essa carta. Eu estou também. Sei o que ela significa para um certo nós que se formou durante nossa antiga amizade, e agora durante um relacionamento que eu nem sei qual é - e acho que aqui você precisa confessar que não sabe também. Syaoran, eu sei que não está tudo da maneira que queríamos que estivesse quando você foi pra China. Me desculpa. É por todos esses erros meus e lacunas minhas que eu não espero retorno. Mas espero uma coisa: que você tenha paciência e leia todas essas cartas que eu vou te enviar a partir de agora. Porque são elas que vão te explicar o motivo de a gente estar terminando.