O primeiro passo é a negação.
Não, eu não poderia estar amando minha melhor amiga. Era uma ilusão. Uma disfunção de sentimentos, que logo passaria.
Eu apenas acordaria curado – qualquer dia desses - e voltaria à caça, como o bom e velho lobo de sempre.
O segundo passo é a preocupação.
Por que tais sentimentos demoravam tanto a me deixar? Seria qualquer efeito mórbido de uma poção do amor mal preparada? Seria uma confusão de sentidos causados por estresse ou algo similar? Eu já não sabia.
O terceiro passo é o desespero.
Era real. Eu a amava e a desejava mais que tudo. Para aqueles que passam a vida fugindo do amor, se apaixonar pela melhor amiga é a maneira mais sórdida de desejar o sofrimento.
Eu queria sair da cidade, me isolar em um iglu. Mas eu não faria, não sem Hermione. Nunca consegui fazer nada bem sem ela.
O que eu faria da minha vida? Era um desastre.
O quarto passo é o conformismo.
Era o fim. Não havia o que fazer. Eu tinha que aceitar e lidar com aquilo como um bom lobo faria. Um lobo feroz sem medo de uma manada de elefantes selvagens.
Se eu a amava, por que não conquistá-la? Sempre tive determinação o suficiente para conquistar a todas.
Ainda assim, ela era Hermione.
O quinto e último passo?
Ir à caça como um bom e velho lobo, mesmo que a presa seja minha melhor amiga.
