Gênero: Romance/ Comédia/ Drama/ Amizade/ Família/ Ação/ Aventura

Censura: +18

Disclaimer: vocês sabem que eu não sou dona disso. T_T Não forcem mais a nossa amizade...

Aliás, pretendo escrever sacanagens durante todos os capítulos! Vai ser grande! :)


Introdução


Ele sabia o que ele estava fazendo era errado. Muito errado. Tão errado que poderia por a vida da família inteira dele em risco e isso era, com certeza, o pior dos fins que aquela situação iria levar.

Entretanto, seu corpo negava qualquer ordem que o lado consciente, fiel e inocente de seu cérebro o mandava fazer. Seu coração, apesar de dividido e recheado de remorso, o traía todas as vezes que os olhos verdes tinham em sua visão a malévola felina em preto e laranja, a malha colada ao seu corpo deslumbrante, suas curvas marcadas e as imperfeições eram tão magníficas que se transformavam em perfeições.

Os lábios rosados sempre repuxados num sorriso para um lado só; carnudos e clamando pela atenção dele. A pele de um tom tão exótico, peculiar, oliva, destacava-se de todas as outras mulheres que ele já tivera experimentado em toda sua vida. Todas tinham um tom básico, comum em qualquer outra por aí.

Essa vilã era exceção e isso o corroia.

Vilã, assassina, seca e repulsiva. Ele repetia as palavras, mas seu corpo o traía e ele já não sabia mais a serventia de um cérebro. Ele podia não ter nenhum e continuar vivendo normalmente.

-Você veio então? – a voz rouca, áspera, que devia ser tão tenebrosa, o preenchia com prazer enquanto suas feições eram desenhadas bruscamente contra a luz de velas no antigo prédio abandonado de Gotham.

Sempre Gotham.

Ele não respondeu, seus lábios numa linha reta e desajeitada. As mãos cobertas pela luva vermelha com detalhes em amarelo do seu uniforme de super-herói faziam movimentos nervosos e incertos na lateral de seu corpo. O orgulho do genioso ruivo estava com as feridas repletas de pus.

-Queria ter certeza que você não mataria ninguém hoje. – ele respondeu, hesitando dizer a verdade para a maliciosa mulher do outro lado da sala.

-Ainda não acabou a noite e não tem ninguém em um raio de dois quilômetros daqui. Tenho uma chance ainda. – ela mordeu os lábios, uma risada presa e a pintura de listra sobre um de seus olhos cinza tornou-se sensual, de repente.

-Eu não sou o homem mais rápido vivo a toa, Tigresa. – o jovem herói retrucou, cruzando os braços e tentando fazer pirraça.

Pronto. Era o que precisava para fazer a mulher maléfica se desfazer numa gargalhada irônica e deixar o herói escarlate corando mais do que suas sardas laranjas permitiam.

-Só ouço palavras e não vejo atos, Flash. – ela disse seu nome da mesma forma que dissera o dela, o mesmo tom superior e provocativo, a língua entre os dentes.

Ela pensou que ele fosse demorar um segundo ou dois para reagir a sua acusação, ferindo seu ego cada vez mais. Porém, ele provou que não era a toa o título de veloz que possuía, sentindo os braços musculosos e contornados pelo material elástico envolverem sua cintura estreita, os lábios finos, que costumavam sempre cuspir palavras ferozes e ofensivas para com ela, ansiando o gosto de hortelã de sua pasta dental; o corpo esculpido, trabalhado para o seu tipo de tarefas voluntárias, implorando o toque doentio das mãos calejadas da mulher.

Fazia um mês que eles não se viam; um mês que ele não vinha a Gotham ajudar seus amigos da Liga Junior a salvar a cidade da criminalidade de sua escória. Um mês sem ver o brilho amarelo dos raios desenhados em seu uniforme chamativo percorrerem por aí... Um mês que ela não sentia a pele quente e cheia de manchinhas laranja, de todos os tamanhos e formatos, os tons alternados, dégradés e sólidos. Os lábios que a beijavam como beijava a um amante; as mãos que a tocavam como aquelas que regem uma orquestra.

Por mais que aquele herói dizia horrores a seu respeito, a respeito de seu alterego, a forma como ele a tratava contradizia todos os insultos ditos nos campos de batalha e pré-relação deles. Ele não ficava com ela como qualquer outro amante que já tivera anteriormente.

Esse herói era diferente de qualquer um dos outros.

Mas ela não era tonta de acreditar em um amor impossível, de mundos diferentes, entre rivais, um Romeo e Julieta do século XXI. Vinte e um anos na cara, vividos de todas as formas que uma pessoa pode se machucar, não permitiria que o coração calejado da vilã tornasse a se machucar por causa de outra pessoa. E era muito boa essa história de ficar de vez em quando – pelo menos ela não ficava cansada de ver o cara novamente.

A parede de tijolos, áspera e esburacada, encostava suas costas nuas; as pernas cumpridas enlaçadas na cintura do veloz e as mãos grandes e calorosas estavam sem luvas, causando arrepios em suas costas todas as vezes que encontravam o local certo, usando a intensidade certa de pressão.

A língua quente partia os lábios finos do herói, nem pedindo permissão para vasculhar cada canto daquela boca com sabor de chocolate e cereais; os lábios carnudos da vilã faziam questão de sugar os do herói quando ele parava para tomar um pouco de ar – ela, dentre todos os outros caras maus, era a única que o deixava ofegante.

Depois disso, o início de uma pequena luta por domínio, o momento em que a vilã mostrava como ela gostava de dividir o prazer e como o herói queria estar em comando. Ela usou de suas mãos cobertas pela luva com garras, para arranhar o uniforme na altura dos ombros e na nuca, mordendo os lábios do ruivo e apelando para a obscenidade enquanto ele a empurrava mais contra a parede, apertando a curvatura chamativa de sua bunda e vagando suas mãos lá e cá, tentando trapacear da mesma forma que ela fazia – além de escapar dos beijos esbaforidos, cursando mordiscadas na pele exposta sobre seu queixo e até a metade de seu pescoço.

Apesar da dor da brincadeira com arranhões, Tigresa deixando-o com vergões nos ombros e nas costas ou tirando uma faixa de pele por vez, aquilo tudo era tão excitante quanto às noites românticas que ele tivera com sua ex-namorada, Linda Park, no banco do carro do pai dele durante o colegial ou no grêmio da faculdade.

Tudo era muito diferente, novo, envolvente. Perigoso. O perigo é deslumbrante, caso contrário ele nunca estaria metido no ramo de super-herói.

Mas ele cedeu assim que a vilã loira, de cabelos extremamente longos e trançados, como cestas artesanais de palha, arrancou a proteção de suas orelhas, sussurrando sacanagens em seu ouvido, mordendo a cartilagem e ronronando sensualmente ao mesmo tempo em que roçava sua parte íntima coberta (vamos combinar que a malha de uniformes não deixa muito para a imaginação) contra a rigidez abaixo da cintura do ruivo.

Na cabeça do ruivo, perguntas para diminuir a dor de seu ego inflado perambulavam, como: por que ele iria se esforçar para ganhar uma batalha dessas se ele sentira tamanho prazer com ela no topo? Era melhor guardar a energia para depois.

O único lugar em que ele se negava a brincar com ela era no campo de batalha, onde eles não só eram rivais por dominação, mas, também, protegiam e agrediam a vida de outras pessoas, ferindo muitos nesse meio caminho.

Daquela vez, não era nada mal.


Que tal vocês, lindos e maravilhosos leitores, me deixarem alguns reviews? Vou esperar ansiosa, okay?

Beijos e Até Mais!