Olhava para o túnel levemente familiar que se estendia a sua frente, a penumbra tomava o local.
"Outra vez aqui." Pensa ele, um pouco aflito.
Começou a caminhar, mas seus olhos não vêem nem um palmo a sua frente. Tateando as cegas pela parede, chega a uma bifurcação de caminhos.
"Dessa vez vou seguir por um caminho diferente."
Cansado do túnel sem fim, ele começa a correr. Ofegando, completamente desorientado pela escuridão até tropeçar em alguma coisa no chão.
"O que será que tem aqui?"
Como se acendesse uma centena de velas, tudo se ilumina e ele vê o que lhe fez tropeçar. Era um corpo ensangüentado, mas não um corpo qualquer, era um cadáver de um amigo; sentiu os olhos marejarem e ouviu uma risada maquiavélica, vinda de um mostro localizado mais ao fundo. Sem dar muita importância à criatura, ele cai de joelhos ao lado do corpo de seu amigo. Ao se dar conta da gravidade da situação, entra em choque e é tomado pelo pânico, se debruçando sobre o corpo com grossas lagrimas escorrendo de seus olhos e dirigi a palavra ao pequeno corpo em sua frente.
-Markus...?
É você? –ele pergunta com voz entrecortada, sem obter respostas.
Com seus temores aumentando, ele é tomado pelo terror da morte de
uma pessoa próxima e se descontrola. – Markus, responde! Não tem
graça, diga algo!!
Com uma ultima fagulha de esperança, e
receando o pior, ele sacode inutilmente o corpo.
-MARKUS!
–grita o jovem a plenos pulmões.
Abrindo os olhos rapidamente,
ele acorda coberto de um suor frio.
"Apenas um sonho..."
Pensa, tentando se acalmar.
Aquele era Sidney, um garoto alto. De uns tempos pra cá havia se tornado também muito forte, apesar de ser magro. Tinha olhos verdes iguais aos da mãe e o cabelo castanho claro.
Sidney levantou devagar, sentou na cama e se espreguiçou. Passou a mão na testa e secou o suor. Fica alguns poucos minutos sentado na cama, lutando contra o sono e tentando esquecer-se do sonho confuso. Ele ouve um barulho e se sobressalta então nota que era apenas o despertador.
"Por que eu sempre acordo antes do despertador?"
Uma coisa pula em cima dele e fica em seu colo, fazendo com que ele se assustar novamente. Era lokymon, um quadrúpede, parecido com um cachorro filhote, de pelo azul e um pequeno chifre na cabeça .
– A única vez que você não acordou nem com o despertador foi aquele dia né?
Sidney se sobressalta ao ouvir Lokymon falar sobre "aquele dia".
– Eu já fale pra você parar de ler meus pensamentos Lokymon!¹ E já falei também para não me lembrar mais sobre aquilo
– Desculpa, é que eu gosto de ver o que você está sonhando. Eu achei que você já tivesse superado isso.
– Basta você parar na hora em que eu acordo. É mais você não precisa ficar me lembrando todo dia.
– Sid, você já acordou? – A mãe de Sidney perguntou, em um tom preocupado.
– Já, mãe, estou acabando de me arrumar e já desço – ele responde, depois vira para Lokymon e fala – melhor você voltar a dormir.
– Sim, estou indo – Ele da um longo bocejo – bom dia na escola.
– Valeu.
Sidney troca de roupa e sai, fechando a porta, desce as escadas e vai para a cozinha.
A casa de Sidney era bastante espaçosa, com, 3 quartos, um onde ficavam o pai e a mãe dele, outro onde ele ficava e outro era o quarto de hospedes, (que estava sendo usado como depósito) cozinha, onde eles faziam todas as refeições, 2 salas grande, uma onde ficava a televisão e um sofá e a outra, onde ficava um aparelho de som, muito usado por Sidney, escritório, onde seu pai passava a maior parte do tempo e a biblioteca, onde a maioria dos livros eram da mãe de Sidney, e três banheiros, sendo 2 praticamente inúteis. A pintura branca e a mobília de mogno.
Sidney vai para a cozinha, onde a mãe e o pai já estavam tomando café. Eles comem em silencio por alguns minutos até que o pai dele pergunta:
– E ai filho, ta gostando da escola?
Já fazia algum tempo que eles tinham se mudado.
– Sim – ele responde sem dar muita atenção
– Já fez muitos amigos?
– Sim – ele continua sem prestar atenção
– Isso é bom, eu sabia que você iria gostar – a mãe dele, Lyli, fala, demonstrando felicidade.
Sidney se levanta, vai até a sala e fala:
– Bom até a hora que vocês resolverem se mudar outra vez – Ele se levanta, vai até a sala, pega a bolsa e grita – To saindo – Segundos depois atravessa a porta
– Filho espera – a mãe dele fala, com tristeza na voz, apesar de saber que foi inutil
Ele foi andando até a escola, que não ficava muito longe. Ao chegar lá, da um longo suspiro antes de entrar
"Mais um dia. Pena que não vá durar para sempre"
Logo que entra, Sidney já escuta uma voz o chamando:
– Sid, aqui!
Ele vira para o lado e se depara com uma garota de cabelos lisos e verdes, alta demais, mais ou menos do tamanho dele, com pele alva e olhos azuis como um par de safiras.
– Oi Isabella.
Ao dirigir a palavra a ela, viu um tom rubro tomar suas bochechas.
– Vem aqui comigo... Digo, com nós, não só comigo, mas com meus amigos também... –o vermelho só aumentava.
– Acho que é melhor não, prefiro ficar sozinho por enquanto.
– Tudo bem então, -a decepção era clara em seu rosto- Eu vou... Vamos ficar esperando.
– Certo eu vou... Depois.
Isabella se afasta e volta para junto das outras pessoas com quem ela estava anteriormente.
– Ele não vem Isa? – pergunta um garoto que estava ao lado dela.
– Ele disse que vem depois, Igor, mas acho que ele não vem. – A garota fala, em tom tristonho.
No fim da aula ele ia indo para casa, porém sente que esta sendo seguido, e vira de repente.
– Que foi? – a voz dele soa um pouco rude. Era ela novamente.
– Você não foi se encontrar com a gente hoje. –ela o acusa, com um tom de magoa.
– Ah, é mesmo. Eu... Esqueci.
– Tudo bem – a garota sorri – hoje a gente vai se reunir na minha casa pra jogar Blood Roar. Você quer vir com a gente?
– Talvez eu vá. Onde você mora?
– Na rua aqui em cima, na única casa lilás! –diz ela, radiante.
– Humm, vou ver se eu posso ir.
– Certo. Espero você lá! – A garota sai com um sorriso contagiante.
"O que será que ela viu em mim? Ela não para de me seguir"
Sidney da meia volta e continua seu caminho para casa. No caminho, recebe uma ligação no celular. Atende rapidamente:
– Alô?
– Alô, filho?
– Fala mãe.
– Só queria avisar que eu e seu pai não vamos almoçar em casa, temos uma reunião e vamos almoçar por aqui mesmo.
– Certo, eu trouxe minha chave.
– Tchau, filho, se cuida!
Sidney desliga o celular e continua andando.
"Pelo menos vou poder ficar algum tempo com o Lokymon" Ele pensa.
Ao chegar em casa ele abre a porta e entra e vai em direção a escada. Alguns segundos depois a porta bate e ele vira para trás.
"Como a porta bateu se não está ventando?"
Ele da os ombros, mas quando vai voltar a subir a escada, mas quando esta no meio do caminho uma luz o cega, e ele começa a recuar, mas acaba caindo da escada. Logo quando se levanta ele vê um bicho verde, com uma clava na mão e pergunta:
– Quem... O que é você?
– Você é o Digiescolhido que mora nessa casa?
– O. O que... O que é um digiescolhido? E... Eu não sei do que você está falando – responde Sidney.
– Não tente me fazer de idiota – o monstro avança para cima e vai acertá-lo com o bastão.
– Pancada espiral – de repente o monstro leva uma pancada que o faz bater na parede.
– Lokymon? O que...? Como...?
Na frente de Sidney outra luz aparece. Dela sai um Digivice².Sidney pega o aparelho.
– Lokymon, me explica o que está acontecendo aqui agora!
– Não temos tempo Sid, ou o Goblimon vai nos atacar de novo!
– Goblimon? Quem é esse?
– Aquele que acabou de te atacar.
O digivice começa a piscar e dele sai uma voz.
"Goblimon é um Digimon rookie/crianç é perverso, atira bolas de fogo rapidamente contra seus oponentes, esse pequeno Digimon ogro adora a desordem e fazer maldades. Seu principal ataque é a Bomba Goblin."
– O que é isso – Sidney pergunta.
– Um Digivice – Lokymon responde – isso significa que você é um digiescolhido.
– Bomba Goblin – Uma bola de fogo vai em direção a Sidney.
– Bomba cósmica – Lokymon rebate o ataque com uma bomba em forma de estrela .
– Investida goblin – Goburimon ataca novamente.
– Pancada espiral – o Chifre de Lokymon fica envolvido por uma camada de gelo e acerta Guburimon, que leva a pior e acaba na parede novamente.
– Bomba goblin – Ele se levanta e logo volta a atirar bombas contra os dois.
– Se esconde, Sid – Lokymon empurra Sid pra debaixo da escada, onde os dois ficam seguros das bombas.
– Me explica o que está acontecendo aqui, Lokymon.
– O Digimundo está com problemas. E nós vamos ter que ajudar.
Ao longe fez-se ouvir um grito de terror. Por alguma razão estranha, Sid sentiu n alma que era de Isabela.
– Acho que o digimundo terá que esperar um pouco... Temos probelmas aqui mesmo. –disse Lokymon.
Continua...
