Olá novamente!
Nossa, já faz séculos que não entro no fanfiction... Bom, aqui está uma fic de Devil May Cry. Espero que gostem! n.n
Chocolates Adormecentes
Era dia 13 de fevereiro, véspera do dia de São Valentino. Mary entrou na loja Devil May Cry pela tarde, um lugar onde havia caçadores de recompensa que cuidavam de casos relacionados a demônios. Ela era uma moça não muito alta, de cabelos negros, curtos e repicados, com uma cicatriz transversal no nariz e olhos bicolores; um era verde e o outro era num tom vermelho vivo.
Na sala, deparou-se com Dante, que jogava sinuca em sua nova mesa de bilhar, e com Vergil, que polia Yamato sem qualquer sombra de ânimo.
-Boa tarde, Lady. –o gêmeo mais novo a olhou de canto.
-Boa tarde, rapazes. –respondeu. –Nenhum trabalho de novo, suponho.
-Bingo. –Dante deu um sorrisinho.
Há algum tempo, vinham enfrentando um período de escassez de demônios, que deveria ser algo bom, mas que estava entediando todos por ali.
-Onde está a Trish?
-Por aí. Ah, Lady...!- ela se virou para o mestiço de sorrisos sarcásticos, barba por fazer e cabelos brancos. Ele deleitou-se com a satisfação de vê-la curiosa, mesmo que só por um momento. –Sabe que dia é amanhã, não sabe?
-Hã... 14 de fevereiro...?- sugeriu, incerta.
-Yeah. E esse dia não te lembra nada?- ele insistiu.
-Me lembra que é domingo e que o comércio estará fechado... –a morena disse. –Portanto eu acho melhor comprar as munições hoje mesmo.
-Quando romantismo em seu coraçãozinho, Lady. –o homem ironizou.
-Certo: é dia de São Valentino. E daí? Eu nem tenho um namorado... –a garota deu de ombros.
-Você também presenteia amigos. –Dante abriu um sorriso, se esquecendo por completo de que jogava sinuca.
-Ai, merda... Não me diga que você quer um presente. –ela revirou os olhos. –No mínimo vai pedir uma pizza de brigadeiro...
-A idéia não é ruim, mas eu pensei em outra coisa. –o mestiço pareceu ponderar um pouco, então fez uma careta. –Quero chocolate com licor!
-Como é oferecido... Eu nem disse que iria te dar alguma coisa. –retrucou, mas desistiu antes que ele pudesse começar com milhares de argumentos nonsenses que não a levariam para lugar algum. –Ah, ta bom, vai... E você, Vergil? O que vai querer?
-Nada- disse o homem de olhares gélidos, barba impecavelmente bem feita e cabelos brancos meticulosamente arrepiados.
-Ai, ai... –a morena suspirou. –Eu vou presentear o Dante. Seria injusto não te dar algo.
-São Valentino é um santo. –ele ressaltou. –Não faz sentido comemorar essa data.
Então ele voltou a polir a arma e a ignorar os dois, como estava fazendo há pouco. De fato, não havia motivos para ele comemorar aquela data, considerando que era um meio demônio.
Mary foi para o segundo andar e deparou-se com Trish, a loira mais demoníaca e estilosa que já conhecera.
-Já está de saída?- a humana perguntou.
-Estou. –a mulher disse, descendo as escadas.
-Depois eu... Posso falar com você?- indagou, desviando o olhar assim que a mulher demônio virou-se para ela.
-E do que se trata?
-Eu queria presentear o Vergil e o Dante amanhã, mas o... –Mary corou. –Mas o Vergil se recusa a receber qualquer presente.
-Hm... –a loira pareceu pensar. –Compre algo para o Dante e deixe que eu me viro com o presente do Vergil.
-Ah, mas eu...!
-Você pode me pagar depois!- a mulher piscou e desceu, deixando a morena sem palavras.
Mary deu de ombros e foi para seu quarto, deixando-se cair na cama. O lençol estava bagunçado, como usualmente estaria, e suas armas estavam à mostra em vários cantos do quarto.
Por que era sempre tão difícil agradar Vergil? Ao passo que Dante era bem fácil de satisfazer. Ah, merda... Suspirou. O que Trish poderia comprar?
Cochilei. Constatou ao acordar no meio da noite. Ainda vestia a saia xadrez e a camisa branca, agora amarrotada, seus cabelos estavam mais bagunçados do que o normal e seus pés latejavam por dormir com suas botas. Em cima da mesa de cabeceira, havia uma caixa preta e um bilhete:
"Aqui está o chocolate para o
Vergil. Espero que ele aceite e
depois nós acertamos, ok?
Trish.
P.S: Você chama pelo Vergil quando dorme."
Mary enrubesceu e amassou o papel, nervosa. Fitou a caixa negra nada convidativa e a abriu, vendo uma dúzia de bombons de chocolate branco.
Já era dia dos namorados e ela lembrou-se de que não havia comprado os chocolates com licor para Dante. Talvez ainda desse tempo de pegar uma loja de conveniências aberta. Tomou um banho rápido, vestiu uma roupa qualquer e desceu as escadas; todas as luzes da loja Devil May Cry estavam desligadas.
Estava frio do lado de fora e não havia uma alma viva na rua, o que fez a morena apertar o punho de uma de suas adagas.
-Boa noite- a moça da loja de conveniências lhe sorriu. Mary procurou pelo que queria e pagou no caixa, voltando para casa logo em seguida.
Algo estava diferente. Quando entrou, notou uma luz ligada e um vulto na penumbra. Ia sacar sua arma quando notou que era Vergil.
-Ah... É você- ele constatou. –O que faz fora a essa hora?
-Eu... Fui comprar chocolate. –confessou, então se recordou de que já passava de meia noite e subiu as escadas correndo. Logo voltou, segurando a caixa preta com chocolates brancos e sorriu para o mestiço em uma tentativa vão de imitar Dante. –Eu sei que você não queria, mas... Acabei comprando. Vou entender se não quiser comer, mas aceite, por favor.
-... –o meio demônio pegou a caixa e abriu-a em silêncio. Fitou os doces por um momento, então disse. –Obrigado.
-Feliz dia de São Valentino. –a morena disse, dando um abraço rápido no homem antes que pudesse se arrepender por não fazê-lo. Vergil permaneceu imperturbável, até oferecer um chocolate silenciosamente. –Obrigada.
Aceitou um bombom e levou-o aos lábios, sentindo o gosto adocicado aquecer seu corpo. Vergil também provou um; Mary perguntou-se se aquele seria o primeiro chocolate que ele provava na vida.
-Eu vou para o quarto. –Vergil anunciou, pegando outro doce da caixa em mãos e comeu.
Então se virou e subiu as escadas, deixando a humana a sós. Ótimo, a reação dele é de quem gostou! Comemorou mentalmente sua vitória pessoal.
Tomou um copo d'água, desligou a luz do abajour e foi para seu quarto. Tirou o sutiã desconfortável, pôs uma camiseta por cima e uma calça de malha, jogando-se na cama logo depois. Estranhamente, não demorou a dormir.
Acordou com o sol em seu rosto; deveria ser dez da manhã. Dormira a tarde inteira do dia anterior e a noite inteira, como era possível?
-Bom dia, Lady!- ouviu quando Dante abriu animadamente a porta do seu quarto.
-Dante, eu poderia estar trocando de roupa...
-Eu sei- ele piscou, maroto. –Aliás, eu vim para te perguntar o que você colocou nos chocolates do Verg.
-Como assim?- Mary arqueou as sobrancelhas.
-Ele ainda não acordou e havia um monte de chocolates faltando na caixa. –o homem sorriu. –Queria pegar ele de jeito e deu um sonífero! Ah, safada!
-...! –arregalou os olhos de leve, sem reação.
-E onde estão os meus?
-... –a morena apontou, no que o mestiço pegou a caixa bem embrulhada.
-Licor de cereja- ele exclamou, provando o bombom. Então a abraçou e jogou-a nos ombros, acordando a moça do transe. –Obrigado, Lady!
-Ugh... Feliz dia de São Valentino, Dante- a humana retrucou. –Pode me soltar agora...
-A Trish está me esperando, nós temos um trabalho. –o homem soltou-a e foi saindo com seu chocolate; antes de fechar a porta, virou-se para ela e disse, sério. –Abuse do meu irmãozinho.
-Vá se foder, Dante!- berrou, ficando vermelha de raiva e constrangimento, mas ele já havia fechado a porta.
Merda... Praguejou mentalmente, dirigindo-se para o quarto de Vergil; Trish era bem capaz de fazer aquilo com ela.
-Ver...!- hesitou vendo-o deitado de bruços na cama com o lençol cobrindo-lhe até os quadris. Com a mente vazia, a garota caminhou sorrateiramente até a cama do homem e examinou seu rosto. Droga, e como ele era lindo.
Tentando se afastar silenciosamente, esbarrou em Yamato e esta caiu no chão, tinindo. Lady ofegou e olhou para Vergil, como se esperasse que ele estivesse acordado.
-Ah... –gemeu, pegando, então, a maldita espada e colocando-a no lugar. Espera aí! Sua cabeça trovejou. Eu quero acordá-lo, então por que diabos estou agindo À surdina? –Vergil! Acorda, vai... Vergil!
Mary tentou acordá-lo, cutucando-o de leve. Ai, meu São Valentino! Ele dorme nu! Constatou, enrubescendo e cobrindo-o direito com o fino lençol.
Cambaleou até o banheiro e lavou o rosto, lembrando-se de que ainda estava com aquela roupa de dormir e descalça. Poderia voltar para o quarto, se trocar e deixar para se preocupar com o mestiço depois.
Caminhou em direção à porta, fitando o meio-demônio, e tropeçando violentamente contra a escrivaninha. Uma caneca caiu e quebrou-se, esparramando um líquido ralo e esverdeado no chão. Que... Parece cheiro de...! Fitou o conteúdo e sorvendo o cheiro doce e suave.
-... –olhou para a cama e notou que Vergil estava sentado, completamente acordado e lúcido.
-Ah... Vergil, eu... Me desculpe!- Mary exclamou, o que fez o homem arquear uma sobrancelha. –Eu pedi que Trish comprasse algo do seu agrado e ela me entregou esses bombons com sonífero! Eu juro que...!
-Do que está falando...? E por que está no meu quarto?- ele perguntou, passando a mão pelos cabelos.
-Ah... O Dante falou que você não acordava de jeito nenhum, então... Eu achei que fosse por causa do sonífero nos chocolates. –ela explicou. O mestiço tencionou se levantar, mas a morena corou furiosamente e acrescentou: - Não se levante...! É que... Pode ferir os pés com cacos de vidro...
-Eu posso me curar facilmente. –Vergil se ergueu, sem se importar com a sua nudez, fazendo com que a humana escondesse o rosto entre as mãos, constrangida. –Está assim porque estou sem roupas...?
-... –ela fez que sim com a cabeça, ainda sem olhá-lo.
O mestiço ignorou a dor a cada passo que dava, puxando as mãos de Mary para que ela o olhasse nos olhos.
-Não havia sonífero nos chocolates. –disse.
-Hã...? Mas...
-Eu só dormi demais porque tomei uns comprimidos com o chá que estava na caneca. –o homem explicou. Então um brilho de compreensão passou pelos olhos da moça.
-Ah... –fez e, antes que pudesse dizer alguma coisa, foi calada com um beijo. Arregalou os olhos de leve, surpresa, sentindo os lábios quentes sobre os seus e o corpo másculo ligeiramente próximo; então ele se afastou antes que ela pudesse corresponder. –O que houve...?
-Trish falou que você chama pelo meu nome quando dorme. –ele falou; Vergil não se cansava de surpreendê-la. –Pensei em realizar um de seus sonhos.
Deveria estar muito zangada com Trish por contar esse tipo de coisa ao Vergil, mas decidiu que poderia perdoá-la. Pelo menos daquela vez.
Sem que pudesse resistir, o mestiço empurrou-a na cama e pôs-se em cima dela, beijando-a com violência. Ai, meu São Valentino... Gemeu ela quando o homem mordeu-a na curva do pescoço.
E, para não perder tempo despindo-a, Vergil rasgou a blusa, revelando os seios da humana. Mary corou, mas rendeu-se às carícias e correspondeu-as.
-Que diabos nós estamos fazendo...?- perguntou aleatoriamente.
-Eu não sei você, mas... Estou te retribuindo pelos chocolates. –ele disse- Mas espere por algo no White Day.
-... –a moça sorriu internamente.
Já no fim da tarde, enquanto Vergil e Mary jogavam sinuca, Dante e Trish chegaram na loja Devil May Cry.
-Ah... Trish- Mary largou o taco de bilhar e foi até a loira. –Obrigada por ter comprado os chocolates e me perdoe por julgá-la mal.
-Hm? Julgar mal...?- a outra indagou.
-Na verdade, a culpa foi do Dante. –a garota olhou para o gêmeo mais novo. –Entra no quarto dos outros dizendo que o irmão está desacordado por conta de um sonífero que eu supostamente coloquei no chocolate do Vergil.
-Sua cara estava ótima. –Dante deu um risinho.
-Não importa mais. – o outro disse, dando uma tacada. –O que está feito, está feito.
-Oh! Que horror! Então a Lady abusou mesmo de você, Verg! – o mais novo exclamou, fazendo um gesto dramático em falsa indignação. –Bem que eu percebi que ela está rescendendo a sexo...
-Não estou, não! –a morena negou, corando.
-Hm, safado. –Dante piscou, maroto. –Não sabia que você fazia o tipo "como-quieto", Verg...
-Vá se foder, Dante! –Mary berrou, nervosa.
-E depois conte como foi. –Trish deu um sorrisinho malicioso, piscando para Dante.
-Opa... Lady nervosa- ele deu um sorrisinho para Trish- Posso deixá-la a sós para que o Verg te acalme. O que acha, Trish...? Você teria que ficar sozinha comigo.
-Hm. Posso fazer esse sacrifício... –a loira jogou os cabelos para trás, como se realmente quisesse parecer arrogante.
Dante e Trish viraram fucking friends. Vergil e Mary começaram a namorar definitivamente no White Day. Desde então, os dias de São Valentino nunca mais foram os mesmos para o pessoal da loja Devil May Cry.
Fim
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