As gotas de chuva continuavam caindo, lentas. Pesadas.
Nostálgicas no meio da noite.
Ele andou até aquele ponto – aquele lugar mágico; o roseiral, o rio. O lugar de suas memórias juntos.
Dor.
Aquele lugar habitava suas memórias e causava-lhe torrentes de sensações. Tudo ali parecia diferente do resto do mundo, as cores, o cheiro.
Tudo lembrava-o dela.
Sons atrás dele; folhas se movendo. Ele já sabia quem era.
Sentiu o coração parar e uma parte dele desejou com todas as forças afastar-se, andar para longe para sempre, sem nunca olhar para trás.
O desejo de vê-la foi mais forte.
Voltou-se.
Orbes azuis, os mais azuis do mundo. Devoravam-no, úmidos.
Subitamente, ela sorriu.
Fios de cabelos prateados, esvoaçando sob as gotículas de chuva.
O corpo dela bateu contra o dele quando ela se jogou em sua direção. Mãozinhas fechadas, agarrando suas vestes, rosto apertado contra seu peito.
Ele a enlaçou e a apertou contra si, fortemente, terrivelmente. O cheiro dela alcançando-o, finalmente.
A pele dela estava quente no meio da madrugada.
Ambos deixaram-se cair de joelhos, ainda acorrentados nos braços um do outro.
Ele a apertou mais. Cenho contraído, olhos fechados, temendo escapar do sonho.
- Eu senti sua falta.
Dor.
- Sonhei com você... todo o tempo.
Medo.
- Quando se afasta de mim... meu coração some. Vai embora com o senhor.
Você.
- Sua ausência é dolorosa pra mim.
O medo de perder você de vista.
- Prefiro a morte a uma vida sem o senhor.
Medo de não tocar você.
- Hynoto não deve saber... – Começou ele. – que cada passo que dou para longe de Hynoto é como morrer. Hynoto é a única vida para ele. Respiro por ela. Prossigo por ela e vivo por ela.
Medo de não te sentir mais.
- Taisho-sama...
Era só um sussurro em seu ouvido. E conseguia rasgá-lo por dentro como a mais poderosa lâmina.
Ele a soltou o suficiente para olhar seu rosto. Branco como porcelana fina, molhado de lágrimas, emoldurado pelos fios de prata. Eles se derramavam por seus ombros como um pesado véu de cetim.
Os orbes dolorosamente azuis cintilavam.
A aurora chegara.
A chuva cessara e ele sorria suavemente pra ela, por poder olha-la mais uma vez.
Felicidade, pura e simples.
- Hynoto-dono.
Você existe.
- Aishiteru.
Amor.
&
N/A: Bom, é o Inu no Taisho e a mãe do Sesshoumaru, que é invenção minha. Não simpatizei nem um pouco com a do mangá.
Foi escrita ás 00:30 da noite, por alguém entupido de café e "nostalgia romântica" graças á Basilisk, desculpem se não ficou realmente boa.
Pensando em dar uma continuação.
