Sakura e seus personagens nao pertencem a mim!
A historia sim!
É provavel que tenha um leve hentai mais pro final!
Olá amores! olha esse primeiro cap é só sobre Masaki, é preciso que voces entendam um pouco sobre ele e sonomi, pra nao se perderem mais tarde!
Ficou meio comprido, mas leiam a historia dele é bacana!
Boa leitura e desculpem os erros
Capitulo 1
Historias antigas
Masaki Kinomoto
O tempo às vezes parecia uma criança levada, se tirássemos os olhos dela passariam diante de nós e nem veríamos, sempre pregando peças e ao mesmo tempo resolvendo os problemas que nós mesmo não conseguiríamos sozinhos. Sakura naquela tarde terminará finalmente depois de um mês e meio arrumar seu 'novo' quarto no andar de baixo enquanto praguejava não ter colocado isso nas suas condições. Ela não quis discutir sobre ficar lá, pois apesar de ter que ficar perto do namorado também teria que aturar o velho que tinha o quarto bem próximo. Mas de certa forma ela estava feliz, do seu jeito, mas estava, as vezes eles não cumpriam o combinado, no entanto, bastava ela ameaçar e o garoto sossegava em casa. Depois de arrumar tudo ali olhou o calendário afim de saber quanto tempo de férias ainda tinha e para sua surpresa marcava menos de três dias, nem podia acreditar que tinha se passado tanto tempo desde a sua volta para mansão, afinal parecia que fora ontem que fizera o combinado com o velho e visto seu amado dizer as palavras que tanto queria ouvir.
Pensou então que já que tinha acabado de ajeitar o quarto seria bom começar a preparar os materiais para o colégio e nisso iniciou uma busca pelos objetos guardados em algum lugar no aposento que sinceramente não se lembrava. Vasculhou cuidadosamente as gavetas para depois não ter que arruma-las novamente deixando algumas coisa sobre a cama, para buscar com mais eficiência.
–Nesse ritmo você não vai terminar nunca menina!Peça as empregadas para te ajudar!_resmungou a avó após entrar no quarto dando um espaço para se sentar na cama.
–Não, vovó eu já terminei, é que to procurando meus cadernos..._Revidou sem dar muita atenção para ela.
–Seiii, se deixasse de ficar se agarrando com o borra botas por ai toda hora já teria terminado isso na primeira semana!_Disse deixando a menina vermelha.
–Não é tão assim viu? Passamos um tempo juntos e dai? Se me lembro bem você e o vovô viviam sumindo de casa!
–Se eu não tirasse ele dali você não largava do pé dele..._ Sonomi alisou o queixo abaixando o olhar recordando os tais encontros._...Bons tempos..._Murmurou pra si fazendo a neta a mirar curiosa.
–Falando no vovô, se vocês não se conheceram no ponto de ônibus como me contaram como é que o ele foi parar na China e trouxe a senhora de lá?E por que não contaram a verdade pra gente? E mais como ele foi ter vinculo com esse velho?_Agora ela deu espaço na cama para ela senta ficando ao lado da velha.
–Uma pergunta de cada vez, primeiro, não podíamos, quando viemos pra cá não confiávamos em ninguém e ficamos com medo que vocês contassem sem querer para alguém e ai pronto eu era levada e esquartejada!_Explicou fazendo uma pausa._Mesmo que duvide, foi Liang quem levou ele para lá!
–Aquele velho ajudou o vovô a ir pra lá? Por que ele faria isso?_Perguntou intrigada.
–Ele não ajudou, foi Masaki quem ajudou ele...Olha se eu começar por aqui você não vai entender nada, então vamos desde o princípio como ele mesmo me contou...
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4 de Janeiro de 1955
As batidas fortes na porta junto a um grito grosso e severo do lado de fora pareceu acordar um jovem rapaz de pouco mais de dezessete anos que no susto já sabia o que devia fazer. Saiu de dentro das cobertas e do enlaço de uma moça ao seu lado vestiu as calças e blusa jogadas em um canto e por fim calçando o sapato antes do senhor a fora quebrar a porta. A garota que também acordou com o barulho correu para vestir a roupa, mas seu parceiro parecia já está um passo a sua frente.
–Quando nos vemos de novo?_Perguntou a moça manhosa ao ver que ele se preparava pra pular a janela.
–Se tudo der certo... Nunca mais!_Já quase fora do quarto pendurado na janela apontou um pouco a cabeça com o olhar encabulado da jovem e completou.-Mas se serve de consolo: você é ótima no que faz!_Obvio que não seria, e também não era bem verdade, no entanto, gostava de dizer isso para todas assim tinha o sentimento que não as tinha magoado por completo. Correu por aquela rua ignorando os gritos do pai da garota com quem dormira dizendo algo como "Pega esse demônio!" e tudo que o rapaz fazia era rir.
A encrenca era sua marca registrada, de preferência que envolvia garotas que se fazia de santinhas, só que na verdade estavam longe de algo parecido. Depois de correr quase a cidade inteira chegou finalmente na sua parada em um subúrbio da cidade de Tókio.
–Quem foi a vitima dessa vez?_Perguntou o senhor que aparentava ser dono do restaurante em que ele entrou.
–Eu sou sempre a vitima Oji-san!_Com a expressão de quem tinha ouvido uma lorota continuou arrumando as mesas jogando um pano no rapaz.
Masaki havia nascido em uma família humilde, mas quando era pequeno sua mãe e seu pai decidiram ir para Hiroshima em busca de um certo parente que lhes prometeram ajudar, para o azar deles o país estava em guerra e foram para lá um mês antes de a cidade ser bombardeada. Assim quando soube da noticia seus tios resolveram tomar conta da criança que já estava com eles, uma vez que eles não tinham filhos.
Ele não deixou que esse fato de sua vida o afetasse, alegre e descontraído o rapaz não fazia planos tão prolongados por que pensar em um futuro que ainda não existe ao seu ver era burrice, viveria um dia de cada vez sem deixa que suas travessuras interferissem nos seus deveres.
–Não era para o resultado sair hoje?-Questionou uma mulher de idade ao avistar o sobrinho ajudando o marido.
–Não estou preocupado com isso tia, se você tivesse visto o tanto de gente que estava lá pra fazer a prova._Respondeu Masaki com uma expressão descontraída.
–Está sendo pessimista, além do mais você já está na idade de se virar sozinho, precisa pensar direito é ótimo com números e bastante comunicativo nunca se sabe! Tem muitas chances de passar!_E tinha razão, por trabalhar a tanto tempo atendendo as pessoas o jovem havia se tornado por necessidade uma pessoa de convivência agradável, atendia todos cordialmente e não exagerando tinha uma aparecia bem charmosa. Seus cabelos castanhos por serem bem rebeldes ele preferia deixa-los para trás, porém como toda rebeldia tinha sempre os fios que caiam sobre a testa do rapaz e outros que ficavam arrepiados, os lábios não muito rechonchudos e orbes negras bem marcantes como o fundo do mar, ele não era muito alto, mas estava perto dos um e oitenta e dois. Por conta do trabalho árduo no restaurante de faz tudo sua musculatura era bem tonificada.
–Sei disso tia, mas não quero sonhar alto, pra depois não ficar decepcionado, mas não esquente eu vou arrumar um lugar._Na verdade ele não se importava, se tratava de um concurso para ganhar uma bolsa de estudos em uma faculdade renomada em Tókio, seriam três bolsas sendo que quatro mil era o total dos que participaram.
–Pois que seja longe de Tókio, por que o que tem de pai de garotas querendo te botar pra correr não é pra qualquer um..._Murmurou antes de sair dali.
O rapaz de dezoito depois do serviço dirigiu para seu quarto um pouco frustrado, se praguejando por ter tido a brilhante idéia de contar a tia sobre o concurso. Ele não tinha esperanças, não acreditava tanto em si para acreditar que teria a grande sorte de sair com uma nota tão boa ao ponto de ser um dos selecionados. Mas o destino pensava de forma diferente e naquela mesma noite seu nome estaria entre os sete selecionados para a entrevista e receberia uma carta o endereçando ao local.
–Fique quieto!_Falou a mulher que tentava ajeitar a gravata nele.
–Tia deve ser alguma coisa errada, e se tiver outro Masaki por ai?
–Não seja tolo, apareça lá e seja agradável e convincente com eles, seu futuro depende disso._Sem querer discutir com a velha fez que sim e tomou rumo para o lugar onde precisava estar as uma da tarde. Havia quatro rapazes da sua idade na sala de espera e duas moças o curioso para ele era que nenhum dos presentes pareciam realmente serem humildes obstante para precisarem de uma bolsa. Respirou fundo com a idéia de se enturmar com os demais, obviamente se aproximou das jovens primeiramente no qual uma passava um batom e a outra decorava alguma coisa escrita no papel.
–Devia ter uma cota só para as mulheres por que é injusto ter que competir com vocês..._Murmurou se sentando no chão ao lado da cadeira da moça que se maquiava.
–O que disse?_Questionou já revoltada imaginando que estivesse sendo machista.
–Ora e você acha justo nós nesse nível de estrutura competir com pessoas tão encantadoras, pois eu acho injusto! Quando chegarmos lá na entrevista eles nem precisaram pensar direito!_Revidou sério fazendo a jovem sorrir sem graça e assim ele iniciava uma conversa sem muito futuro para ele, mas bem gratificante para ela aos poucos a outra entrou no meio e quando o assunto foi a prova fizeram os rapazes também entraram no meio.
–Você fez aquela sobre o prédio? Eu não tinha idéia de qual responder..._Murmurou um dos rapazes tendo um deles concordando.
–É sempre assim, aprendemos quanto é cinco mais cinco no colégio e nas provas exigem que calculemos a massa do sol!_Revidou Masaki fazendo os outros rirem.
–Masaki Kinomoto!_Chamou uma mulher de traje formal e óculos procurando o rapaz com os olhos.
–Sou eu!_Se levantou do chão no mesmo instante correndo até a moça.
–Você é o primeiro, me siga!_Falou séria de frente para ele.
–Até o inferno se deixar..._Brincou arrancando um sorriso do rosto da secretária que chegou a ficar rubra.
–Se comporte menino._Comentou quando se distanciaram dos demais.
–Menino não! Eu já me visto sozinho..._Caçoou em um tom infantil e baixo._...Mas pra tirar eu aceito ajuda.._Murmurou de forma sedutora fazendo a moça sorrir completamente vermelha.
–Pode entrar ali._Apontou para uma porta larga de vidro com o rosto baixo sentindo o sangue ferver.
De forma rápida transformou seu sorriso vitorioso em uma expressão neutra e mais correta frente aqueles três senhores sentados atrás de um mesa conversando distraídos entre si.
–Pode se sentar ai.
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–O vovô era tão descarado assim?_Questionou a menina deitando na cama sem tirar os olhos da avó que ria.
–Acredite quase matei ele quando me contou isso!_Respondeu brincalhona_ Mas ele não estava como todos os que foram convocados, por que ao contrário deles Masaki não pensava em nenhum momento que ganharia a bolsa, por isso respondeu as perguntas de forma calma e de acordo com ele até fez brincadeiras com a cara de um dos donos da faculdade!
–E ainda sim ganhou?
–O pior é que sim, e ele teve a cara de pau de me contar que não sabia se tinha sido a conversa ou o fato de ter dormido naquele dia com a secretaria!
–E a senhora ouvia isso de boa?_Perguntou indignada.
–Bom eu pedi pra ele ser sincero...Mas enfim deixe me continuar a historia e você vai entender por que ele me contou sem cortar os detalhes!_Tomou mais um fôlego para retomar de onde parou._O seu avô ganhou a bolsa e tentava ser um aluno normal de administração de empresas, mas acabava se tornando um infortúnio para os professores, ele era o aluno que entedia tudo, mas fazia quem ficasse perto de dele não entender nada...Ele era muito esperto, compreendia a matéria toda primeiro que todo mundo depois fazia todos se desconcentrarem em especial as garotas que acabavam reprovando por sua culpa...
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–Você vai ter que refazer a matéria do ano passado?_Questionou a moça sentada a sua frente arrasada.
–Eu bombei Masaki, não querem nem que eu participe das aulas de finanças empresariais com vocês..._Revidou a japonesa em um bico._Pior é meu pai que vai me matar quando descobrir.
–Você se vira, não esquente com isso, seus pais são ricos..._Mirou o relógio e pegou a mochila em cima da cadeira._...Vou indo, minha aula já vai começar._Deu um leve beijo em sua bochecha e saiu dali.
A sala estava mais cheia do que o de costume, havia pessoas pelo que se lembrava não cursavam consigo e isso foi meio que um espanto para o jovem que agora teve que se sentar no fundo pela falta de lugares. Logo depois descobriu que sua turma estava tendo aulas junto ao acadêmicos de economia, pois a matéria era mesma e a faculdade estava sem salas e professores para atender todas as turmas individualmente.
Não demorou muito para Masaki fazer amizades com os acadêmicos do outro curso, sempre com um jeito despojado e comunicativo conseguia a confiança e amizade dos demais, ele sabia conversar, respeitar os pontos de vistas e argumentar de forma que não ofendia idéias opostas...Mas havia alguém naquela sala que nunca se aproximava, alguém que parecia estar sempre de cabeça baixa, que não largava o caderno e assim como entrava calado na sala saia de lá. Um rapaz de cabelos negros batendo nos ombros, olhos da mesma cor e roupas pouco convencionais. Masaki podia estar a dois meses sentado ao seu lado, porém até aquele momento não tinha percebido sua presença até o professor pedir para ele fazer par com o estrangeiro que todo mundo se recusava a fazer. Claro que ele aceitou sem nenhum problema, uma vez que também não podia ficar fazendo desfeitas com os educadores dali sendo bolsista.
–Olá, me chamo Kinomoto Masaki!_Cumprimentou chegando mas perto do garoto que se assustou um pouco, geralmente ninguém falava consigo.
–Liang Li_Revidou sério voltando seus olhos rapidamente para o livro aberto em sua mesa.
–Riang Ri?_Repetiu de forma erronia as primeiras consoantes.
–Hrhen...L, não R, mas tudo bem se não conseguir não será o primeiro..._Tentou ensinar já desistindo lembrando que sempre falavam seu nome de forma errada na lista de chamadas.
–Ohh e eu não sei o quanto isso pode ser chato?_Questionou de forma retórica._No colegial uma secretaria míope colocou Kimomoto Mazaki na minha ficha, fiquei o colegial todo sendo chamado assim, foi um desastre!_Comentou fazendo o rapaz de forma tímida sorrir._É onde...Hehrn..Eu vou acertar...R..Liang Ri?
–Uma hora você consegue!_Falou modestamente._Beijing ou Pequim como normalmente chamam no exterior, meu pai me mandou para cá, lá não tem muitas faculdades boas.
–Na China?_Ele fez que sim com a cabeça._Você mora aqui sozinho?_Ele tornou a concorda, enquanto o japonês ficou perplexo "Eu não consigo ficar sozinho nem cinco minutos e ele mora?". Só que isso não queria dizer que fazia isso por vontade própria, os acadêmicos da sua sala não eram muito amistosos e por ser estrangeiro sua situação somente piorava...Fazia tudo sozinho por que tinha que fazer, entretanto, essa realidade logo mudaria.
Liang se tornará a pessoa mais inteligente com quem o rapaz costumava conversar e seu jeito limitado só o divertia mais ainda, só que para os outros esses limites não chegar perto das garotas ou não falar sobre sua família queria dizer superioridade da sua parte e preconceito, mesmo que Masaki soubesse que não tinha nada haver com isso. O chinês era recatado, desconfiado e em alguns momentos o amigo via certo valores meio conturbados nele.
–Você é bom de conta!_Elogiou o amigo ao ver o dez enorme em sua prova.
–Eu sei, meu pai me fazia formular contas de cabeça quase cinco horas por dia._Comentou meio ressentido.
–Um 'extorquista', meus tios tinha o mesmo problema, só que graças aos céus com calculadora._Brincou._Mas um dez significa alguma coisa!
–O que?
–Que temos que comemorar! E não aceito uma desculpa dessa vez!
–Não Masaki, tenho outra prova nessa quarta.
–E eu tenho na segunda e não estou me preocupando! Vamos, um pouco de sake e algumas senhoritas mentindo aos nossos ouvidos não mata ninguém!_Ele negou mais uma vez com a cabeça já um pouco indeciso._Escuta, se você morresse amanha poderia dizer que teve diversão pra uma vida valer a pena?
–Eu não tenho vivido pra dar valor á vida..._Murmurou amargurado esquecendo que o outro ouvia.
–Então é um bom momento pra começar, não?_O chinês sorriu para o amigo se levantando dali confiante.
–Tem razão! Vamos!_Falou em voz alta frente ao rapaz que riu sem graça quando o professor tossiu fingido.
–Espero que seja lá onde vão tenha á ver com minha aula, do contrário sente se por favor Senhor Ri._Completamente envergonhado Liang sentou na cadeira dando um chute no japonês que por pouco não chorou de tanto. 'Deixa a aula terminar ai nós vamos' escreveu caçoando dele em um papel ainda rindo.
O local no qual Liang pensava que seria levado e o lugar onde Masaki o levou eram completamente diferentes, o chinês imaginava um bar com bebidas e alguns jovens jogando baralho ou qualquer jogo entre eles, porém o ambiente onde estava até tinha jogos de baralho, mas os que perdiam ficavam sem trajes, e as garotas ali pareciam querer fazer muito mais do que simplesmente mentir em seus ouvidos como o outro disseram...Tudo á seu preço. Sentaram em uma mesa pedindo uma jarra de sake, enquanto um parecia estar em casa o outro estava totalmente desconcertado fitando o chão sem coragem de mirar as jovens semi-nuas ou com os kimonos caindo o suficiente para seduzir alguns.
–Pode olhar, elas não vão te cobrar por isso..._Cochichou o amigo para o outro rindo.
–É isso que você chama de espairecer?_Questionou indignado.
–Eu chamo muitas coisas de espairecer, mas te trouxe aqui por que a bebida é mais barata, dá pra encher a cara sem se preocupar com a conta!
–Dinheiro pra mim não é problema, é só que..._Olhou em volta._...Você não entenderia.
–É um daqueles homens que gostam de homens...?_Sussurrou novamente para o rapaz que se assustou com a pergunta.
–Claro que não!
–Então chega de frescura me acompanha!_Puxou ele pelo braço até um corredor cheio de quartos e alguns com umas jovens na porta sorrindo convidativas._Rika premie esse jovem como ele merece, tirou 10 em um prova na faculdade mais bem graduada de Tókio!_A moça sorriu maliciosa pegando no braço do chinês que parecia apurado sem palavras entrando no quarto e Masaki saiu de perto levando a jarra de sake para o terraço daquele lugar.
Em menos de vinte minutos o Liang apareceu constrangido indo até o amigo e sentando ao seu lado bebendo um pouco da bebida em silêncio vendo as luzes de Tókio.
–Ou você é rápido ou prático..._Comentou o japonês depois que o outro respirou fundo.
–Não seja indecente, eu não fiz nada! Pra você isso aqui pode ser diversão, mas pra mim é coisa séria!_Retrucou abanando o rosto zangado.
–Comece a falar ou nunca vou saber, e não fale como se houvesse um problema comigo!_Revidou no mesmo tom.
–E não há? Você ilude um bando de coitadas na faculdade e vem a esses lugares e quer a que os outros concordam ser um bom habito?
–Acha que eu prefiro as coisas como estão?
–E não? Por que suas atitudes mostram uma pessoa que se vangloria por a cada dia estar com alguém diferente!
–Olha eu tenho um sonho, onde eu encontro a mulher que torna ele realidade, ela será a parte que eu não consigo ser e eu vou ver em seus olhos mais do que um motivo de ficar só com ela, mas um motivo de continuar vivo..._Tomou um gole do sake amargurado._...Só que pro meu azar tudo que aparece na minha frente é isso... E já que elas vão me usar eu vou fazer bom proveito disso!
–Quanta tolice! Você parece meu pai falando "apenas aproveite enquanto ela faz o mesmo Liang"_Imitou_ Mas eu prefiro passar um minuto de conversa com 'ela' do que fazer isso com uma desconhecida!
–Ela?_Perguntou curioso._Sua namorada?
–Não exatamente, escuta não comente isso com ninguém Masaki.
–Ora não estou entendendo.
–Minha família se preocupa muito com essa coisa de classe, e se descobrem sobre ela eu não quero nem pensar, então simplesmente finja que não exista ninguém.
–Sei, é por isso que você nunca fala sobre sua família?
–Eu queria não ter nascido nela, eu não tenho liberdade, eu não tenho vida, eu sou só o que eles decidem que eu seja! Eu nem posso amar a pessoa que eu escolho..._Murmurou amargurado tomando um gole da bebida._...Você não sabe a sorte que tem ser livre e fica desperdiçando com essas garotas!
–Temos prisões diferentes só isso..._Meio zonzo Masaki se levantou apoiando na grade._...Eu preciso ter varias mascaras no dia para agradar os demais, o que essas garotas vem é o que lhes convém e não querem saber sobre minhas outras partes, e sinceramente eu estou cansado disso, estou cansado de dizer que está tudo bem, se tudo está desabando, estou cansado de tudo._Liang levantou ficando próximo ao amigo.
–E por que não faz alguma coisa pra acabar logo com isso?
–Pelo menos motivo que você não tem coragem de dizer aos seus pais sobre sua namorada...Estou preso a isso, se eu falo algo acaba tudo, eu perco tudo, mas eu vou sair dessa e se você realmente for meu amigo te tiro dessa também..Eu tenho um plano!
–Um plano?
–Liang...Você confia em mim?_O chinês fez que sim com a cabeça, se houvesse uma saída para seu martírio ele aceitaria de olhos fechados, o japonês sorriu feliz e ainda tonto._Então comece a preparar suas palavras para pedir sua garota em casamento, por que se tudo der certo nós vamos ganhar muito dinheiro, dinheiro suficiente para não depender de mais ninguém!
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–Então a idéia de criar as empresas Li foi do meu avô?_Perguntou a neta surpresa.
–Sim, mas no inicio não se chamava empresas Li, se chamava Gijutsu yoi (Tecnologia facilita)._Explicou a velha._Na época essa coisa de nanotecnologia era uma coisa muito vaga, mas alguns acreditavam que ela poderia dar lucro, outro já não pensavam da mesma forma, e na faculdade do seu avô existia um jovem que era simplesmente fascinado por isso, e Masaki acreditava que aquilo tinha futuro sim!
–E o vovô entendia disso pra poder investir?
–Ele não estava interessado na nanotecnologia em si, e sim nas facilidades que ela causaria, maquinas que precisavam ser gigantes para funcionar serem diminuídas graças a essa tecnologia minúscula, maquinas que antes demoravam agora fossem mais rápidas! Era isso que ele queria, facilitar, ele pensava que as pessoas comprariam o tempo se precisasse e facilitar uma ação como lavar roupa ou diminuir o espaço da maquina de lavar seria algo que as pessoas não pensaria duas vezes antes de comprar e com os investimentos nas pessoas certas, com a divulgação certa, logo a Gijutsu yoi seria uma empresa multinacional!
–E ela pelo visto foi bem além...
–Exato, seu avô era muito comunicativo, ele sabia usar as palavras corretas para um negocio dar certo enquanto Liang bolava as melhores propostas para ele fazer!_Explicou animada._ Quando essa coisa do computador, celular e vídeo games começou a surgir foi como se de um dia para outro o sucesso chegasse para eles, por que eles tinham as pessoas que pensavam em métodos para facilitar esses eletrônicos e tudo que elas precisavam era alguém que acreditassem nelas e investissem!
–Vovô não tinha dinheiro como pagou elas?
–Liang pagou, ele pedia dinheiro para o pai com desculpa de ser um trabalho e aos poucos isso já nem era mais necessário! Mas o pai dele não estava gostando nada dessa auto-suficiência do filho, uma vez que ele não pedia como antes gerou desconfiança e Liang foi convocado para comparecer nas últimas férias do seu período na faculdade!
–E vovô foi junto?
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–Ele estava estranho no telefone, tenho quase certeza que está tramando algo!_Comentou o chinês inquieto no escritório que montaram para a pequena empresa.
–Não tem muito segredo, vá lá finja e volte!
–Não é tão simples Masaki! Você não conhece minha família..._Nesse momento uma idéia brilhante surgiu na mente dele._...Já sei! Você vem comigo!
–O que? Endoido? Eu nem sei falar chinês homem!
–Mais alguns da minha família sabe falar japonês, digo que você é um amigo que me ajuda a prosperar na faculdade e como agradecimento te trouxe para apresentar a eles!
–E o que dizemos para os que trabalham aqui?
–Ahh até parece que você liga pra trabalho! Vamos faça a mala, você vem comigo meu amigo!_Bateu no ombro dele sorrindo._Quero aproveitar e já planejar tudo com Yu!_Correu dali enquanto o outro continou bebendo seu sake tranqüilo._MASAKI!_gritou lá de fora.
–Tó indo!
O japonês podia achar que Tókio era uma cidade muito cheio, mas Pequim era simplesmente lotada, havia movimento para todos os lados e as paisagens se perdiam diante tantas pessoas.
–Não sei o que eu vim fazer aqui..._Resmungou o japonês mais uma vez.
–Me ajudar, não esquente quando estiver ocupado mando alguém lhe mostrar a cidade!
–Dispenso, não gosto de ser vigiado! Só me dê os nomes e como se fala e eu me viro!_Finalmente chegaram em um local mais afastados, um templo se encontrava distante dali rodeado por varias casas._É aqui que você mora?
–É sim, bem vindo a região Li!_Era como uma cidade dentro de outra cidade, um muro enorme separava as casas das demais de Pequim, o templo bem decorado e impecável ficava no meio dessa pequena cidade. As pessoas se juntavam fazendo referencia ao rapaz que chegara agora vestido seu pien-fu elegante, enquanto seu amigo não queria nem saber de vestir essas coisas, gostava das roupas ocidentais. Um senhor os esperavam na entrada do templo ao lado de um mulher que permaneceu a todo momento com a cabeça baixa. Uma conversa entre pai e filho se iniciou para a infelicidade do japonês curioso nada era dito em seu idioma.
–Quando pretende procurar a garota?_Perguntou quando entraram em um quarto á sós.
–Calado Masaki, não toque nesse assunto aqui!_Revidou o rapaz olhando para os lados._Essa tarde ainda tenho uma reunião com os anciões, amanhã eu vou atrás dela, mas lembre-se...Nem um piu sobre isso, essas paredes aqui ouvem.
–Desculpa perguntar isso Liang, mas sua família é sempre assim?_Questionou curioso.
–Assim como?
–Frios, distantes...Até minha tia que nem gosta muito de mim fica mais feliz que sua mãe quando me vê no final de semana!_O chinês engoliu seco tristonho.
–Ninguém aqui tem vontade própria...Pra mim a família Li deixou de ser uma família tem tempo.
–Suspeitei..._Disse um pouco sem graça pela confissão do amigo._...O dinheiro quebra qualquer laço...Mas enfim, eu vou com você amanha conhecer á...?
–Não, eu tenho um plano melhor! Você vai visitar qualquer lugar turístico aqui, e eu vou fingir que vou com você pra te mostrar a cidade, então enquanto eles pensam que estou te mostrando Pequim eu vou estar com ela!
–Ahh entendi isso é vingança pelas vezes que te fiz ficar na espera enquanto eu me divertia, não é?_Liang riu do jeito que Masaki fingiu estar zangado.
O dia seguinte para Masaki estava sendo pior do que o anterior, a única pessoa que falava com ele era o amigo, a comida não era das melhores e ficar em um quarto o dia inteiro esperando Liang se decidir era tedioso. Deu graças quando ele acenou para saírem dali uma vez que precisava da autorização do pai para sair da região dos Li e caminhar pela cidade. O japonês não podia acreditar no que via, Liang o havia tirado de um templo para ir para outro, o amigo certamente não tinha noção de diversão e assim que o deixou lá mandou que o esperasse enquanto ia atrás de sua tão amada Yu. Por um longo tempo sentou na escadaria do local vendo as pessoas passarem de um lado para o outro, conversaria se pudesse, porém quem ali falava sua língua? E foi então que percebeu que poderia se divertir, diria o que fosse para eles já que não o entenderiam.
Um grupo de meninas subia para adentrar no templo, bonitas e bem vestidas e pele branca como porcelana. As seguiu até onde elas finalmente pararam e pareceram trocar palavras umas com as outras olhando para o lado como se esperassem alguém.
–É a primeira vez que vejo garotas tão bonitas reunidas juntas, parece até um encontro de ninfas!_Elas fitaram o rapaz alto de sorriso bonito, mas para infelicidade nenhuma delas entendeu nada.
–Wǒ bù míngbái nǐ shuō shénme!(Eu não compreendi o que você disse)_Respondeu uma delas enquanto as outras diziam também não ter entendido.
–Oh tão bonitas e de voz tão doce, certamente são ninfas que embelezam qualquer jardim!_Elas sorriram mais uma vez sem graça até uma figura aparecer atrás do rapaz._Que pena que não me entendem, seria capaz de jurar amor a cada uma se pudesse ter um pouco do tempo de vocês!
–Pois para o seu azar a irmã mais velha delas fala quatro línguas! Francamente e eu pensava que americanos eram descarados!_Ele virou brutalmente assustado com a voz suave e meio grave atrás de si, a tal figura era tão graciosa quanto as meninas ali. Vestida em um pien-fu avermelhado e desenhos um tanto até surrealistas, entretanto, bastante elegante estampado em uma jovem de olhar forte e cabelos negros presos á um enfeite de uma flor vermelha e outras pequenas brancas misturado a um ouro que firmava em suas mechas, e uns pequenos fios de outro caindo fazendo a nuca se torna um charme perto dele.
Masaki não tinha palavras, os olhos escuros daquela moça lhe miravam com tanta intensidade que chegou a ficar constrangido como se estivesse sendo exposto, se amaldiçoou por ela ter ouvido ele brincar daquela maneira logo com suas irmãs, porém sentiu um frio percorrer sua barriga e espinha quando notou que ELA falava seu idioma, aquela mulher tão deslumbrante o entendia e isso para ele já era um caminho andando.
–Eu também ficaria calado no seu lugar!_Disse impassível fitando as irmãs que não gostaram nada do tom que a moça usara com um homem tão bonito._ Xiànzài qùle!(Vão já pra dentro!)_Gritou para as meninas que foram contrariadas, voltasse para ele nem um pouco contente._Que eu não veja o senhor fazendo gracinhas para minhas irmãs novamente ou da próxima vez vai se entender com os capangas do meu pai!
–Isso será um enorme prazer!_Retrucou ele um pouco abobado.
–...Pois bem então!_Revidou sem graça acreditando que ele contestaria, iria seguir junto á elas se o japonês não segurasse seu braço.
–Alguém já lhe disse que parece uma flor selvagem do campo?_Na verdade não era uma cantada, Masaki realmente achou que o modo como agia nesse instante fosse algo desse tipo.
–Eu por acaso não fui clara o suficiente agora pouco?_Soltou seu braço constrangida pela audácia.
–Foi bastante clara, não chegarei perto de suas irmãs nunca mais, só que não combinamos sobre eu não me aproximar da senhorita._Ela sorriu zombeteira.
–Claro é mais fácil dar em cima de quem fala sua língua!
–Eu aprenderia a sua se fosse preciso para termos um dialogo como esse...Santo Deus eu aprenderia todo dialeto do mundo se fosse necessário para conversar um pouco que fosse com a senhorita!
–Ohh guarde suas juras para outra senhor, eu não sou tola como as meninas pra quem o senhor diz isso..._Ia seguir novamente seu caminho mais Masaki pulou na sua frente novamente com o mesmo olhar encantado.
–Comecei a me arrepender nesse exato momento de qualquer coisa que eu disse para outra, pois garanto que é a primeira vez que as palavras fazem tanto sentido pra mim!
–Que audácia! Saiba que sou comprometida!_O japonês fechou a cara no mesmo instante tristonho com uma pergunta lhe torturando nesse momento.
–Você o ama?_ A moça abriu a boca para falar, mas a mentira simplesmente não conseguiu sair enquanto ficava rubra perante aquele sorriso aliviado que o rapaz lhe lançou.
–Ora o senhor já me tomou tempo suficiente! E isso não é da sua conta!_O empurrou para um lado, porém Masaki a seguiu até dentro do templo.
–Costuma sempre vir aqui?_Perguntou em um sussurro notando que algumas pessoas estavam ali.
–Já lhe disse senhor isso não é da vossa conta, pare de me seguir!
–Qual seu nome?_Perguntou ignorando o que ela dissera.
–Quanta insistência! Tem muitas chinesas por ai, vá cortejar elas!_Masaki sorriu deslumbrado com seu jeito mimado.
–Já não existe outras mulheres para mim..._Ela o fitou zangada.
–Há dois minutos atrás tinha um monte de ninfas!_Comentou indignada com a voz alterada e apressando os passos.
–A rainha delas me enfeitiçou, agora não existe mais elas...Só você._Apesar de não acreditar em suas palavras algo no olhar daquele rapaz a prendia como se a forçasse a crer, seu rosto branco pelo pó e sua própria naturalidade agora tomou um tom rubro como sua roupa, ela não parou subitamente frente a ele incrédula, mas logo recobrou a postura séria.
–O senhor já está abusando!_Andou mais de pressa sem evitar que ele a seguisse e segurasse seu braço a puxando para um canto.
–Diga-me a que horas posso encontrá-la aqui novamente?_Segurou os seus ombros firmes para que não fugisse sem dar a resposta, por enquanto era tudo que precisava saber, que teria a chance de vê-la novamente.
–Eu moro aqui! Solte-me!_Assustada com a aproximação disse a primeira coisa que lhe veio à cabeça, ao notar o que dissera tapou a boca no mesmo instante, se livrou rapidamente das mãos dele e dessa vez saiu correndo da sua vista indo para o local onde deveria estar nesse momento. Porém para Masaki isso já bastava por enquanto, nome e conhecimentos futuros viriam com o tempo e um dia...Bom isso ninguém poderia prever.
Demorou um pouco para os amigos se encontrarem, Liang por quase teve um colapso preocupado com o rapaz que sumira e achar ele numa cidade tão grande seria uma tarefa impossível. Voltaram os dois para a região dos Li exaustos, ainda que um deles estivesse amargurado o outro parecia estar nas nuvens. Quando ficaram a sós um podia finalmente desabafar com o outro, mesmo que um preferia sonhar.
–Deu tudo errado Masaki, Yu não quer nem ver minha cara! O que eu faço?_O japonês continuou deitado mirando o céu de um janela._Masaki eu estou falando com você!
–Hun? Ahh me desculpe, estava distraído!_Respondeu sorrindo tontamente sem mirar o amigo.
–Sei, o que você tem? Está assim desde que voltamos..._O japonês se levantou e começou a dançar no espaço que tinha no quarto._..Você bebeu?
–Não, digamos que só estou apaixonado pelas belezas da China!_Ele pegou no braço do amigo e começou a girar junto com ele._Ahh meu caro vida finalmente sorriu pra mim!_Enraivecido o chinês se livrou dele e sentou na cama.
–Para com isso Masaki! Eu aqui estou cheio de problemas e você vem com essa conversa tola, já até imagino que tem mulher no meio! Tenha santa paciência!
–Ora larga de ser egoísta! Seus problemas por acaso são mais importantes do que os meus?
–Não, mas são mais difíceis de resolver!
–Não tem nada difícil, você que é um covarde e não sabe encarar as coisas como se deve!_Agora ele estava zangada e se jogou na outra cama.
–Você não entende, Yu está com raiva de mim, meu pai espalhou pra China inteira que eu estou comprometido...Eu não sei o que fazer!
–Está quebrando a cabeça atoa, diga a ela que espere só mais um pouco e voltará para buscá-la para se casarem, mas faça um pedido mais apaixonado, você com essa cara de 'tenho medo do meu pai' não vai ajudar em nada para convencê-la!_Reaprendeu Liang que sorriu sem graça.
–Amanhã vou lá falar com ela novamente, talvez eu leve flores para amenizar um pouco sua raiva.
–Perfeito!_Gritou o rapaz alegre.
–Está mais animado do que o de costuma quando se apega a uma garota, o que foi dessa vez?
–Ohh meu amigo, dessa vez é diferente! Ela é excepcional, é ela que espero que me dê filhos e faça parte do meus sonhos!_Falou de forma encantada._Me deixe no mesmo templo de ontem!
–Ela fala japonês? É uma dessas garotas que acompanha os turistas?
–Duvido muito, mas ela me disse que mora lá no templo!_Sentou na cama fitando o amigo que fechou a cara no mesmo instante.
–Ela mora lá?_O rapaz fez que sim._Então esqueça Masaki! Ela não serve pra você!
–Que historia é essa? E por que não?
–Masaki as únicas garotas que moram em templos aqui na China são noivas de porte...Vamos dizer que são meninas com pedigree, se envolver com um estrangeiro é considerado ofensa e se uma garota trás desonra ela tem o pior destino de todas! Não se meta com essa jovem!
–Olha só quem quer falar de desonra, logo o homem que está correndo atrás de uma filha de agricultor!
–É diferente! Eu amo Yu!
–Ora essa, eu também amo ela!
–Ela? Santo céu, você nem sabe o nome dela?_Perguntou indignado._Mas é claro você a conheceu hoje, deixe de besteiras Masaki! Esqueça ela, por que se ela mora onde disse, é demais pra você!_Como quem nem estava ouvindo o japonês voltou a se deitar.
–Pouco me importa sua advertência, como você mesmo disse tem seus problemas, pense neles e deixe que eu consigo cuidar dos meus sozinho!
–Louco! Vai destruir a vida dela se envolver com ela!
–Eu vou me casar com ela!
–Você a conheceu hoje! Não devia nem tocar na palavra amor em tão pouco tempo.
–Algumas coisas a gente compreende de cara! Estou dizendo meu amigo, ela é a garota que completa meu sonho! E amanhã descubro o nome dela se isso te incomoda tanto!
–Nem, eu não quero me meter na sua encrenca!
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–Minha nossa! O vovô já estava assim no primeiro dia?_A velha riu concordando.
–Para mim isso foi por que ele nunca tinha levado um fora! Mas se quer saber eu também naquela noite não parava de pensar no que tinha acontecido, claro muitos outros homens me cortejavam, porém Masaki falou de um jeito, se aproximou de um jeito, me olhava de um jeito...Foi tudo assustadoramente diferente pra mim!
–E o vovô era bonito?
–Bonito era apelido, ele tinha um porte forte, os cabelos sempre penteados para trás e um sorriso bem marcante...Mas a primeiro momento o que tinha me chamado atenção mesmo era sua voz, o modo como as palavras soavam de sua boca era ao mesmo tempo que divertidas, sedutoras e convincentes! Depois que ele me contou a historia, não achei tão surpreendente algumas pessoas caírem tão fácil na sua conversa...Mas deixe me voltar de onde parei!_Retomou o fôlego se recordando de onde parara._No outro dia eu sinceramente não esperava vê-lo, por que na minha mente esses mulherengos quando não conseguiam algo com umas partiam logo para outra, por isso fiquei mais tranqüila quanto a vagar pelo templo e fora.
–E você não tinha que ficar com suas irmãs?
–Não, eu tinha dezessete anos, já tinha feito tudo que precisava, ficava no templo para ajudá-las a pedido do meu pai! Por isso quando elas tinham as aulas eu ficava de bobeira lendo um livro, com a única sina de esperar meu pai achar um noivo bom suficiente para mim!
–Rico o suficiente ne?_Questionou desgostosa.
–É basicamente, por isso naquela tarde fui até uma barraca bem próxima a onde morava que vendia um doce para saborear e eis que o inesperado me aparecer...
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–Daria o céus se fosse preciso para ser esse doce..._A menina deu um pulo assustada com a voz sussurrada em seu ouvido.
–Argh meu senhor o que faz aqui? Me assustou!_Ele sorriu modesto de volta se aproximando.
–Como se eu precisasse responder essa pergunta, sobre o susto tenha como vingança por ontem!_Ela o mirou confusa.
–Ontem? Ora ninguém mandou ficar distraído enquanto fazia o que não devia!_Revisou brava.
–De fato, mas meu maior susto foi descobrir que alguém tão graciosa podia se comunicar comigo!_Ela lançou uma expressão de desdém terminando de comer o alimento e fazendo menção de sair.
–Gosta mesmo de desperdiça palavras com os outros não é?_Disse quando viu que ele a seguiria novamente.
–Usarei quantas forem precisas para que em uma possa notar a sinceridade de todas!
–Eu devo ter feito algo grave na vida passada para merecer alguém tão impertinente quanto você!
–Pois eu penso ter sido alguém maravilhosa, para vir nessa tão perfeita quanto uma deusa!_Replicou prontamente, mas qualquer coisa que dizia entrava por um ouvido e saia pelo outro dela._Confesso que no meu mais intimo é você a jovem de meus sonhos!_Falou sem mais delongas não agradando muito a moça.
–Por favor, não me idealize, nesse ritmo lhe garanto que cometerá um enorme engano, para ser franca com o senhor nada mais me irrita do que galanteios fajutos!_Disse com a voz grave e bem séria.
–Pois quem se engana é você se acha que estou mentindo! A senhorita me preenche de tal forma que nem imagina.
–Ohh por favor...Me poupe disso meu senhor, nem o conheço nem o senhor a mim, e ao contrário de sua fantasiosa imaginação eu estou longe de ser a carinhosa moça recatada, por que se você falar o que não deve dizer eu digo ao senhor o que não quer ouvir!_Ele se surpreendeu um pouco com suas palavras duras, mas isso o encantou mais ainda.
–Fala como se fosse uma pessoa ruim?
–Eu sou mais do que osolhos dos homens conseguem ver, posso estar aqui bem maquiada e vestida diante de ti, afinal eu tenho uma vida que às vezes precisa ser bem requintada, mas saiba que essa beleza não dura o tempo inteiro..._ Sua intenção era espantar, mas o modo como contou aquilo só o deslumbrou mais.
–A mais graciosa das flores se fecha a noite para que somente o sol deslumbre de sua beleza!_Disse em um tom poético.
–Você não está entendendo, não é mesmo?_Ela cansou daquela conversa e tentou ir para o templo a cima.
–Pelo contrário, se estou falando com você nesse momento é por que quero conhecer essa rainha das ninfas que tão poucas pessoas têm o privilégio de conhecer!_Ela parou subitamente já bem irritada.
–As garotas com quem você sai engole isso? Devia mudar o contexto de suas palavras ou será que isso põe em risco seu galanteio? Poderia procurar algo mais útil pra fazer ao invés de ficar correndo atrás de alguém pra encher a paciência!_Disse agora de forma rude e no mesmo instante voltando a subir as escadas.
–Veja só já descobri algo sobre você, minha rainha é sincera e pelo visto não gosta de melosidades!_ "Sua rainha?" cogitou nervosa na mente descendo os degraus até ele.
–A rainha aqui também chora, sente, sofre, sonha, tem vontades, berra e fala palavrão!_Dizia em voz alta nervosa frente a ele._A rainha aqui também mente, encrenca, briga, tem preguiça, se irrita e perde a cabeça! Por isso para de falar como se eu fosse uma boneca de uma vitrine daquelas que você puxa a cordinha e só ouve o mandaram dizer!_Enquanto ela já estava vermelha de raiva Masaki simplesmente sorriu calmo para ela o que curiosamente a enfureceu mais.
–Eu soube no momento que a vi que era uma pessoa estourada!
–Eu não sou estourada, você que é insuportável!_Voltou a percorrer para dentro do templo.
–Como espera que as pessoas vejam uma coisa que você não transparece?_Ignorou o que ela falou a fazendo parar e olhar para ele.
–Só por que não quero jogar conversa com você não significa que faço o mesmo com os outros! O que o senhor quer não estou apta a lhe oferecer, por isso pare de perder seu tempo comigo!
–Você acabou de me dizer para não julgá-la e está me julgando?_Depois disso a moça não conseguiu achar uma resposta aderente à pergunta, decidiu repentinamente comer outro doce, uma desculpa inconscientemente para recomeçar o assunto. _Posso lhe fazer uma pergunta pessoal?
–Depende de que nível é esse pessoal!_Revidou de boca cheia sentada em uma mesa frente a barraca de doces.
–Já chegou a ver a pessoa com quem está comprometida?_Questionou de forma bem suave para que ela não se constrangesse.
–Não, quem mexe com o acordo é o meu pai! Pra que quer saber?
–Só estava pensando o quão nossos sentimentos são miseráveis nesse momento, deviam ser o maior motivo de uma união e se tornam uma questão de aprendizado, ou você aprende a gostar ou morre odiando a pessoa com quem vive.
–Não existe uma escolha meu senhor, ainda mais pra mim que sou mulher! Mas se eu puder honrar minha família já será um motivo de felicidade!
–Pensei que não fosse uma boneca que repete o que os outros mandam..._Ela o mirou surpresa e um pouco ofendida.
–Ora ninguém me...
–A ganância engole os valores mais bonitos de uma descendência, você seria só mais um vitima da ilusão de que o amor se aprende e não se recebe._Preferiu mais uma vez fica em silêncio enquanto ele a fitava sem desviar o olhar._Pretende se casar mesmo assim?
–Já disse, não é uma questão de querer! Afinal o que o SENHOR pretende com esses assuntos? Por que se engana se pensa que vou cair na sua lábia de que me mostrará o amor quando na verdade não quer mais do que me levar pra o senhor sabe onde!_Disse impaciente enquanto ele ria dela.
–Eu sempre tive um sonho, um sonho onde eu encontrasse uma jovem que...
–Pode parar por ai!_Ela acenou com a mão o interrompendo._Entre viver o sonho do senhor e o do meu pai, prefiro o do meu pai! Falou, falou, mas é egoísta como todos os homens!_Dessa vez se levantou já não querendo ouvir mais nada.
–Não, espere, não foi isso que eu quis dizer!_Mas ela já estava distante ainda que chegasse perto ela não pararia para lhe dar atenção e isso fazia seu coração se apertar.
–Não me importa, amanhã nem sairei do templo, por isso não perca seu tempo vindo aqui!
–Entendi, te procurarei lá dentro então!_Gritou para ela que estava longe.
Liang resmungava, resmungava e resmungava sobre algo que Masaki sinceramente nem estava ouvindo, pegou a jarra de bebida que comprou quando esteve pela cidade e começou já a se embriagar deprimido. Em alguns dias partiria e nem a simpatia de sua amada havia ganhado, e perto dela não conseguia pensar em nenhuma frase que fosse funcionar com ela...Ele não conseguia pensar direito essa era a verdade, seu corpo doía, sua garganta entalava, seu coração palpitava e ele não sabia o que fazer com isso.
–Eu disse a ela que quando voltarmos a levaríamos, mas Yu pareceu tão desacreditada!_Ele mirou o amigo que estava jogado na cama enchendo a cara._Masaki não é um bom momento pra beber desse jeito.
–Eu tenho um sonho, eu encontrei a garota que o torna realidade e agora não sei como emendá-los, ela não gosta de mim..._Terminou de virar a jarra dizendo infantil.
–Ainda a moça do templo? Poxa eu avisei que não eram do seu tipo meu amigo, elas só se casam com pessoas que tem posição, sobrenome e dinheiro! E o que você tem, dois tios que nem tem seu sobrenome no subúrbio de Tókio! Não terminou o curso de administração e nossa empresa ta crescendo, mas não é conhecida mundialmente pra dizer que tem uma posição. Desista Masaki você não tem o que ela quer._Tentou ser sincero para que o japonês pudesse ver o ponto de vista dele.
–O que você supõe que as pessoas querem e o que elas querem de verdade são coisas totalmente diferentes!_Falou meio zonzo levantando decidido._Amanhã vou propor tudo de uma vez, vou dizer quais minhas intenções e pedir a ela para fugir comigo!_Ele se desequilibrou e Liang o ajudou a deitar novamente.
–É, você já está bêbado..._Masaki pegou a coberta se embrulhando infantilmente.
–Meu coração dói, minhas pernas se desequilibram e eu já ficaria feliz de fechas os olhos e somente sentir a presença dela perto de mim...Te garanto que o efeito do álcool não faz isso..._Murmurou sentindo o sono chegar.
–E vai se apaixonar logo por quem não pode, sinceramente é típico de você meu amigo..._Revidou voltando para sua cama dando por fim naquela noite.
Mais um dia naquela cidade infestada de pessoas, depois de acordar tarde o japonês estava com a cabeça latejando de dor, maldita hora quando mandou o sake goela baixo sem pensar nas conseqüências, e mais um vez como sempre fazia prometeu para si não beber desse jeito novamente. Liang tinha uma reunião mais tarde, porém também queria ver sua amada e assim ele teve uma idéia, iria com Masaki até lá, mas voltaria mais cedo já imaginando que o amigo não sairia de perto da tal menina sem pelo menos meia hora de conversa, depois daria um papel para ele voltar tranquilamente para região dos Li. De ressaca e com aquele sol quente batendo em sua cabeça, o rapaz mal conseguiu subir as escadarias para adentrar até o templo e mesmo quando entrou lá dentro sentiu o mundo girar e aos poucos escurecer até completamente se apagar.
Quando abriu os olhos estava deitado no futon em um quarto amplo qualquer uma senhora de idade permanecia ao seu lado lhe fitando preocupada. Ela falou algumas coisas em seu idioma que o rapaz não pode entender.
–Eu não falo sua língua minha senhora!_Tentou explicar tirando o pano umedecido de sua testa._Agradeço por ter cuidado de mim!_Se reverenciou sem que nenhum pudesse entender o outro e assim saiu dali. Fora do quarto encontrou outro problema estava em um corredor com varias portas e nenhuma parecia à saída. Percorreu por todo lugar e quanto mais procurasse o lado de fora mais parecia estar dentro, e não adiantava tentar questionar o que ali estavam ninguém o entenderiam.
Já cansado de ficar dando voltas ao se recostar contra a parede uma música suave de um instrumento provavelmente de cordas soou por onde estava, apontando uma direção talvez não a que procurava, mas ao seguir aquela música notou ser a que queria. Pois lá em um jardim isolada das outras meninas estava uma jovem tocando o pipa de olhos fechados sentindo a melodia traspassar de sua mente para as mãos que tocavam delicadamente cada fio. Vagarosamente o japonês sem fazer o menor ruído se sentou na grama um pouco distante admirando além do som, mas moça que tocava com tanto fervor, seu coração se apertou mais uma vez, as palavras de Liang pareceram fazer sentindo, sentiu se pequeno e insignificante perto de alguém tão graciosa. Quando a melodia terminou e ela abriu os olhos vendo a figura novamente de um homem que mais um vez não esperava ver.
–Pelos céus!_Exclamou assustada._Senhor o que está fazendo aqui? Como me achou?
–Shh calma... _Falou suave._Eu me perdi pelo templo e olha só onde o destino me mandou!_Ela deixou o instrumento de lado desgostosa das palavras dela.
–O senhor não tem limites?
–Tenho até demais e disso a senhorita não pode descordar!
–Se está perdido realmente, venha comigo o levarei até a entrada!_Falou o ignorando enquanto era seguida por ele.
–Por que este lugar está tão vazio?
–As noivas de porte estão em aula no outro pátio e a entrada aqui onde está só é permitido nos finais de semana e feriados!_Revidou impassível enquanto ele cogitava 'estamos sozinhos?' Ao realizar isso segurou seu braço a prensando contra a parede._O que pensa que está fazendo?_Perguntou assustada.
–Shh, por favor, se acalme, eu jamais faria mal a senhorita, só preciso de um pouco de seu tempo e de confiança..._Aproximou seu rosto bem perto ao dela sentindo seu aroma delicado em uma pele tão macia que parecia errado toca-la e na verdade era._Por tantos anos eu vivo em uma realidade vazia imaginando um sonho que nunca se realiza, até encontra-la e parecer tudo ser possível, em nenhum momento pensei em censurá-la, ser somente você será obstante pra mim enquanto eu posso tentar ser o que tanto sonha realidade..._Sussurrou em seu ouvido deixando a chinesa completamente rubra.
–Meu senhor, por favor... Eu..Já disse que..._Gaguejou incerta do que diria realmente._...Eu sou comprometida!
–Você não o conhece, quem lhe garante que será amada como merece?
–Não sei o que pretende com toda essa lorota!_Replicou nervosamente envergonhada.
–Se me permitir juntar nossos sonhos e torna-los realidade..._Ele tocou de leve seus ombros a fazendo arrepiar confusa._Prometo nunca decepcioná-la se casar comigo.
–Casar me com o senhor?_Ela o empurrou respirando fundo tentando espantar toda aquela tensão._Enlouqueceu? Você é japonês e qual seria o tamanho da sua da sua família você sua mãe e seu pai?_Perguntou em um tom zombeteiro.
–Pra falar a verdade só sobrou eu de Kinomoto, meus pais morreram na guerra._Retrucou no mesmo tom ajeitando a blusa recuperando o fôlego.
–Ah...Eu sinto muito, não queria ser insensível..._Murmurou sem graça.
–Tudo bem, pretendo fazer mais Kinomotos com você!_Envergonhada ela começou a caminhar depressa._Por que o espanto? Eu juro a você que sua felicidade será minha prioridade!_A impediu de seguir ficando em sua frente.
–Você não conhece muito bem a nossa cultura não é? Sabe o que aconteceria comigo?
–Qual o pior, viver uma vida infeliz ou morrer tentando ser feliz?_Tocou seu rosto a induzindo a mirar em seu olhos._Eu á protegerei de tudo e de todos, viveríamos uma vida simples, mas cheia de alegrias!_Abaixou um pouco para ficar do mesmo tamanho que ela com os lábios tão próximos que podia sentir a respiração nervosa liberada por ela._Eu á amarei do modo como desejar e ain..._Antes que terminasse qualquer que fosse sua frase a moça pouco mais baixa que si grudou em seu pescoço dando fim aquele curto espaço torturante que ele colocará, ela realmente tinha suas vontades e nesse momento ele se questionou quem seria ele para contradizer. O jeito desajeitado que ela pressionava seu lábios no dele dedurou a sua inexperiência para o japonês que a guiou nos passos a seguir, a abraçou pela cintura voltando a ficar ereto a tirando do chão dando passos lentos até encontrar a parede atrás dele para não se desequilibrar. Mesmo sendo um beijo inocente, Masaki sentiu o corpo ferver, seu coração já não doía, entretanto ao invés disso palpitava tão forte que o sentia pela garganta.
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–Você agarrou o vovô assim sem mais nem menos?_Perguntou a neta rindo.
–Como sem mais nem menos, ele ficou quase colado em mim, com a boca frente a meus olhos sussurrando e me provocando, eu já nem estava ouvindo o que dizia! Nunca tinha beijado um homem na minha vida, mas aquele instinto falou mais auto do que a razão!
–E depois?
–Ora parei quando fiquei sem ar, precisei dar alguns tapas nele para me soltar!_Contou sorrindo._Eu nem sabia o que tinha feito, poderia ser morta por aquilo, mas eu tinha gostado tanto que já cogitava se ele ia vir no dia seguinte...Mas as coisas não seriam tão rápidas assim.
–Como assim?
–No mesmo o anuncio do casamento de Liang saiu, uma coisa que nem ele esperava, o casamento entre ele e a outra seria em menos de três meses! E ele não acreditava estar instável o suficiente para fugir com a outra e foi ai que seu avô precisou agir novamente ao socorro daquele medroso.
–E qual era o plano?
–Muito simples, a empresa que eles criaram era completamente auto-suficiente, porém não gerava lucros altos instantâneos, então eles vamos dizer que rachariam uma parte para venderem e obterem dinheiro rápido, assim Liang teria condições de buscar, pagar e voltar com Yu, e seu avô tinha a intenção de que eu fosse junto, o que eles não esperavam era que quando chegasse lá suas partes estivessem valendo tanto, a demanda nesse tempo para a tecnologia era demais principalmente fora do país._Explicou ela séria._Para não deixarem de serem os patrões 65% da empresa era deles e os 35% seria de quem comprasse e isso já foi o suficiente e sobrou para construir essa casa aqui!
–Aqui? O vovô já morou aqui? E quando eles pretendiam voltar?
–Já sim, ele era dono também, mas abriu mão...Em dois meses combinaram de voltar, Liang já teria que ter coragem para enfrentar o pai e eu precisava dar uma resposta por que seu avô um dia antes de rir disse que voltaria para me buscar e que se eu quisesse que estivesse pronta para fugir com ele!
–E você foi sem medo?
–Medo eu tinha, mas os dois meses sem ele para me encher a paciência estava sendo tortuosos e no fundo eu gostava daquele rapaz persistente...O suficiente para ter coragem pra fugir._Ela fitou o nada se lembrando.
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–Está tremendo? Fique calma, meu amigo cuidou da sua identidade!_Disse o japonês contente por ver que ela consigo, ela já não teria opção estavam em Hong Kong para pegar um navio, por que eles tinham menos requerimentos.
–Isso é loucura, mas é bom que você faça isso valer a pena!_Revidou ela sorrindo ainda com medo entrando na enorme embarcação.
–A propósito..._Segurou sua mão entrando junto á ela._...Meu nome é Masaki!
–Mingmei Feng!_Retrucou nem um pouco aliviada por só agora saber o nome do seu futuro marido, só se acalmou por pensar que não seria diferente na china. Sentaram um banco no convés esperando o tal amigo do japonês que logo apontou ao lado de um jovem de roupas simples e sorriso modesto e calma, bem diferente da elegante ao seu lado nervosa e tremula.
–Liang até que enfim!_Ele fitou a moça que o cumprimentou com o olhar._Então essa é a famosa Yu?
–E você o famoso Masaki!_Respondeu ela singela._E essa jovem quem é?_Questionou para menina apurada no banco se sentando ao lado dela.
–Oh sou Mingmei Feng!_Murmurou fazendo somente ela ouvir.
–Feng? Dos Feng em Pequim?_Ela fez sinal de silêncio para ela amedrontada._Um li e um Feng fugindo? Isso certamente é algo em incomum..._Ela apontara para seu noivo e para ela, fazendo a menina se levantar assustada frente á Liang que também pareceu espantado.
–Você é um Li? Você é uma Feng?_Se questionaram ao mesmo tempo logo fitando Masaki que estava perto.
–Você é louco! Tem idéia do que vão fazer se imaginarem que fugi com ele (a)?_Perguntaram ao mesmo tempo novamente fazendo o rapaz gargalhar.
–Pelo visto eu e Yu somos os únicos que sabemos o preço da felicidade!_Comentou pegando a sua chinesa no colo e a rodopiando enquanto Liang se distanciava para se sentar ao lado da sua.
–Maluco._Bufou recebendo o sorriso da moça de volta.
Quando acertaram tudo sobre a passagem Masaki caminhou junto a Mingmei para o quarto onde dizia na passagem, ele se sentia alegre e resolvido, porém ela ainda estava nervosa e com a resposta na ponta da língua se ele tentasse algo.
–Oh meu Deus que loucura que eu vim fazer..._Murmurou para si apavorada.
–Deixe disso, finalmente estamos só eu e você..._Se aproximou sendo barrado pela pequenina mão e um olhar sério.
–No meu sonho esse tipo de intimidade só ocorre depois do casamento e nós ainda não casamos! Ohh O que eu estou dizendo, você vai me jogar na primeira casa de tolerância que encontrar no Japão!
–Eu? Jamais! Poxa, ainda não acredita em mim?_Sentou na cama de frente para ela.
–Eu nem te conheço! Vim saber o seu nome agora pouco! Como posso acreditar?
–Eu sou um livro aberto, me pergunte o que quiser! Só...Não diga que está arrependida._Já que não tinha volta ela tentaria fazer isso dar certo.
–Já que não somos casados e nada vai acontecer hoje, me conte tudo e depois EU te conto tudo sobre mim...Sem excluir detalhes!_Advertiu o fitando séria segurando suas mãos.
–Tudinho? Sem tirar os detalhes?_Ela fez que sim, então ele respirou fundo e começou.
Dois minutos depois
–Você fez isso? Enganou aquelas coitadas e ainda teve a cara de...Argh mais que droga eu tinha na cabeça quando cai nessa também!_Dizia nervosa dando voltas pelo quarto.
–Hey calma!
–Calma? Era isso que você pretendia fazer com as minhas irmãs?
–Era._Disse sincero, Mingmei pulou encima dele dando alguns socos não tão fortes quanto merecia.
–Seu canalha! E ainda tem coragem de confessar!_Em um só momento ele fez ela ficar por baixo de si imóvel com seu braço sendo segurados com uma mão.
–Fica calma Mingmei, eu sempre tive uma vida muito vazia era minha forma de fugir disso, entenda, se eu fosse fazer o mesmo com você não estaria aqui lhe dando explicações...Eu amo você e é isso que a difere das outras, você é simplesmente o suficiente, só de olhar para você já me vale um dia ganho...Agora tenha calma e ouça tudo como se fosse uma historia sem me discriminar certo?
–Sai de cima de mim seu brutamonte!_Ele gargalhou as soltando, mas não deixando que se distanciasse.
–Eu vou poder continuar ou quer continuar a me bater? Por que sinceramente...eu até gosto..._Deu uma piscadela para ela que se enrubesceu.
–Pervertido! Mas ande continua a contar sobre sua vida boemia!
Quando chegaram na mansão que eles mandaram fazer, nela ainda faltava alguns moveis e decorações, mas os cômodos principais já estavam prontos, os dois esperavam que elas pudessem dar seu toque feminino.
–Eu pensei que você fosse pobre._Comentou Mingmei agora com o novo nome de Sonomi Kinomoto.
–Eu nunca disse que era, só que essa era intenção..._Ele fez ela se apoiar em seu braço seguindo para o andar de cima.
–Queria uma prova?
–Queria que fizesse a escolha certa._Animada ela correu na frente procurando o melhor quarto, uma das portas levava a um andar de cima em um quarto amplo e bastante luxuoso, mas ele já estava com duas pessoas dentro.
–Saia Li esse aqui é meu e do Masaki!_Ordenou para o chinês que a mirou incrédulo.
–Nem pensar, nós chegamos primeiro!
–Ora essa, não tem nada de chegar primeiro não, nós temos mais direito!
–Tem por quê?
–Masaki trabalha mais do que você!
–Ele dorme até meio dia, chega atrasado no trabalho e isso quando vai!
–Pois nem eu nem ele saímos daqui não é Masaki?_Disse pulando em cima da cama fazendo o chinês ir para lá também enquanto o japonês e a outra ria da cena, dois mimados egoístas.
–Eu e a Yu também não saímos daqui! Vamos ver quem agüenta mais!_Provocou o rapaz levando um chute da outra caindo no chão.
–Já perdeu!_Ele voltou apressado para lá furioso.
–Sai logo dai! Tem outros quartos por ai!
–Pois vá para lá vocês dois então!_Retrucou segurando na cabeceira da cama.
–Olha vamos fazer assim então, vocês dois ficam ai e eu e a Yu vamos para outro quarto não é?_Pos a mão sobre o ombro da outra fazendo ela concorda fingidamente.
–NÃO!_Gritou os dois, mas somente a menina saiu correndo dali o afastando da chinesa._Não, não..._Abraçou o rapaz que sorria da infantilidade dos dois.
–Certo, vem, tem um quarto aqui que tem uma coisa que em nenhum outro tem!_Saíram do aposento.
–O que?
–Calma, você vai ver!_Fingiu procurar algo em um e depois entrou no outro._Ah é esse aqui!
–Masaki, o que ele tem de especial? É igual aos outros!_Sonomi perambulou pelo quarto procurando algo diferente, mas não encontrou nada.
–Pois eu to vendo!_Sentou na cama a fitando realmente procurar alguma coisa.
–Onde? Afinal o que é?_Colocou as mãos na cintura já impaciente.
–E em qual quarto mais tem uma ninfa tão radiante quanto a que tem aqui?_Puxou ela para bem perto de si._Que importa o quarto se o que faz a diferença é a companhia?
–É, percebi o quanto a minha era importante quando propôs ir com a Yu!_Revidou fingindo estar zangada.
–E você estava deitada na cama ao lado do Liang, também não foi algo agradável, exceto a parte em que chutou ele!_Ela riu divertida lembrando da cena se jogando junto a ele no leito.
–Eu só não acho justo ele deixar você com os que convém a ele!
–Eu não ligo pra essas coisas, ele pode ficar com tudo, o que eu preciso eu já tenho!_Depois de dizer isso beijou a esposa avidamente com uma noite longa e apaixonante vindo a seguir, que isso desse inicio a sua lua de mel.
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–Ficamos por aqui uns seis meses, depois disso seu avô tomou birra de todos que o rodeavam, ele dizia que quando era pobre não tinha que aturar tanta falsidade e que isso estava acabando com ele.
–E a senhora topou ir viver com simplicidade e largar tudo numa boa?
–Masaki me ensinou muitas coisas filha e eu sabia exatamente a que ele se referia, eu vivi em mundo de mentiras e sofrimento na infância, por isso eu confiava nele...Quando saímos daqui chegamos em um lote vago e ele disse "Eis nossa casa", cheguei a pensar que tinha ficado louco, mas veja só no que a loucura dele resultou!_A velha sorriu meio tristonha por não passar de passado.
–Eu sempre soube que você amava o vovô, mas nunca pensei que fosse nessa extensão, sempre falava tão pouco._Comentou a menina chegando bem perto da avó.
–Me dói ficar lembrando, pensando que..._Ela respirou um pouco sem conseguir segurar as lágrimas._...Eu já fui muito feliz com ele...Quando Yu morreu...Eu fiquei meio transtornada, imaginando que logo eu estaria no mesmo lugar que Liang...Eu fiquei com tanto medo, que pedi centenas de desculpas a ele por todas as vezes que resmunguei que seria melhor estar na China.
–Eu também sinto muita falta dele..._Abraçou a avó chorando imaginando a dor que ela sentia._...Me desculpa por as vezes ter sido insensível com a senhora, eu não imaginei que sofria tanto por ele.
–Ora essa, pare com isso, eu tive a minha cota de alegria! E agora é a sua vez, não ligue para o que as pessoas falam sobre você e o borra botas, se brigam demais, se são grudados demais, se são diferentes demais...Esqueça isso, faça como eu e ele, apenas sinta e viva, sem medo de pedir desculpas e de amar...Não deixe esse velho amargurado tirar o que você achou de mais bonito!
–Tem razão, Liang pode ter seus motivos, mas ele não tem o direito de tirar isso da gente só por que não tá nos planos dele!_Ela se levantou dali indo correndo até a sala procurar o namorado, depois dessa historia a única coisa que queria era lhe dar um abraço bem forte e um beijo bem apaixonado antes de uma declaração.
Enquanto uma velha só podia contar com suas lembranças e em uma delas um pedido que sua amado lhe havia feito "Faça Sakura por um fim nisso" e em nome dele ela faria.
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–Masaki! Masaki! Acorde homem!_Chamou uma voz aguda e jovem de uma moça deitada despida sobre suas costas, ela olhava seu anel sorrindo tão largo que suas bochechas doíam mais do que tudo, mas simplesmente não conseguia parar de sorrir. Quando notou que o rapaz não acordaria tão cedo pelo cansaço colou seu rosto com o dele tendo certeza de que agora suas palavras valeriam a pena e as dele eram sinceras._Eu amo você._Sussurrou em seu ouvido levando um susto quando aqueles olhos castanhos se abriram.
–Eu também!_Revidou ele rindo dela se esconder envergonhada, mas não menos apaixonada, aquele era o inicio de longos anos de brigas, consensos amor e felicidades.
*No proximo ele ja nao será tão mencionado
*Sei que ficou longo mais, acreditem eu encurtei a historia o maximo que pude.
*Voces entendendo Masaki dai voces vao entender certas coisas que vao acontecer, paciencia que chegamos lá XD
*Pipa é aquele instrumento chines de cordas que aparece em muito filmes: youtube -v=WtK WYYIeDX0 ouçam se nao lembrarem.
*Tentarei manerar no proximo!
Bjos e até mais!
