Stelios chegou em casa e encontrou Clímene sorrindo, olhando para algo sobre a mesa. Ela se voltou na direção dele, ainda sorrindo. Parecia estar mais relaxada desde o dia em que haviam se casado. Retribuiu o sorriso com um ar divertido, esperando para ver o motivo de tal satisfação.

"Veja", ela disse apontando para a mesa.

Stelios baixou os olhos e viu um grande pedaço de favo de mel sobre um pano alvo. O mel tinha uma cor bonita, um dourado forte, que reluzia sob os raios de sol que chegavam suaves pela janela.

"É o mel de Knossos", ela explicou maravilhada, "é o mais doce que existe. Consegui esta manhã..."

"Hmm", fez Stelios arqueando as sobrancelhas. Clímene, ele podia ver, continuava sorrindo. Estava mesmo satisfeita. E ele estava tendo uma ideia...

"O mel de Knossos", ele disse aproximando-se da mesa com os olhos no favo de mel. Parou a poucos centímetros de Clímene. E então, devagar, mergulhou a ponta de um dedo no mel, formando uma pequena cascata ao erguer a mão e deixando que ela voltasse à poça dourada. Percebeu o olhar de Clímene, que parecia maravilhado ao ver o néctar líquido cintilar enquanto caía de volta para o lugar de onde tinha saído. "Parece ser mesmo bom", ele disse em uma voz baixa voltando os olhos semicerrados para ela, que retribuiu com um olhar ligeiramente confuso. Ele adorava isso...

Stelios olhou para os lábios entreabertos de Clímene, e aproximou o dedo deles. Devagar, como se os estivesse pintando, espalhou o mel, formando uma fina camada. Ela havia fechado os olhos ao sentir o toque, como se esperasse ele terminar. Stelios mordeu suavemente o lábio inferior, estava gostando da sua obra. Quando terminou, Clímene abriu os olhos e ele a contemplou: sua boca parecia um espelho dourado, mas não de um tom forte como o mel no favo, mas um tom suave, misturado à cor rosada da boca. E com o aspecto molhado, ela parecia aos poucos derreter. Deliciosamente tentador.

Stelios a beijou, ávido por provar da sua obra. O mel fazia com que seus lábios deslizassem pelos dela, de modo que tinha que ser firme para não deixar seus lábios escaparem. Ele brincava com a boca dela, traçando com a língua o desenho de seus lábios, mordiscando-os e sentindo os dentes deslizarem pelo néctar que cobria a carne macia. Sempre achara a boca de Clímene, pequena e bem desenhada, um de seus traços mais bonitos. E agora, então, gostava ainda mais dela. Estreitava mais Clímene nos braços, que docemente desnorteada tentava corresponder, segurando os ombros dele.

Ao fim do beijo, Stelios abriu os olhos e se distanciou devagar da boca de Clímene. Sem tirar os olhos dos seus, passou o polegar sobre a linha do lábio inferior dela, recolhendo um pequeno filete de mel. Levou-o à boca e depois de provar, disse:

"É mesmo o mel mais doce que existe".