Título: Fixação Por Sorrisos.

Censura: K – Livre.

Shipper: Edward/Bella.

Descrição: Sobre os sorrisos e a inalcançabilidade deles.

Disclaimer: Os personagens retratados pertencem à escritora Stephenie Meyer.

N/A: Bem, eu somente precisava escrever e saiu isso. Eu ainda não retomei as minhas histórias ou as tirei do hiatus, mas penso que esse é um passo para fazê-lo. Peço desculpas pelo final – não estava com humor para fazer melhor. E eu sei que esse texto não é um dos melhores que eu já escrevi, mas uma review me deixaria muito feliz.


Capítulo Único.

Era um sorriso. Os cantos dos lábios estavam puxados para cima, em uma expressão de pensamento. Expressando o sentimento. Certo, ela se rendia. Admitiria então que não era apenas um sorriso. Havia muito mais por trás. Talvez não fosse o sorriso em si que importasse realmente, mas sim o modo como os olhos dele brilhavam enquanto ele sorria. Porque os olhos eram a extensão de seu sorriso. Ou seria o início?

O sorriso deveria então começar lá. Nas esmeraldas que se assemelhavam a jóia somente em seu brilho, e não na frieza. Somente no tom que aquecia os corações que os olhassem por mais de alguns segundos.

Era o sorriso. Fora o sorriso. É o sorriso. Os lábios.

Tudo, ela tinha gravado em sua mente. A ação dos lábios de levantando e se separando pelo tamanho do sorriso, deixando os dentes a mostra. Um lado do sorriso, ela percebeu uma vez, ficava sempre mais levantado que o outro. Inevitável – sempre acontecia. Havia covinha também, em suas bochechas. Pequenos furos discretos que talvez ela somente notasse por ter essa fixação em sorrisos.

Mentira.

Fixação em sorrisos dele. Ela os desejava. Somente uma demonstração dos lábios levantados, um sorriso ensaiado que era dado somente por educação. Ela não se importava. Mas ela os necessitava. Tão somente quanto precisava admirá-lo. O que era muito. Essa compulsão obsessiva não fazia bem para ela. Não faria bem a qualquer um. Ainda mais quando se espera por algo impossível. Inalcançável.

Deixe o inalcançável de lado e concentre-se. Era um processo. Os olhos verdes se focavam em algo. Ou alguém. Como esse alguém nunca era ela, preferia então que os olhos se focassem em algo. Ficavam somente por alguns segundos concentrados no que chamara a atenção dele. Às vezes ele abaixava a cabeça e sacudia-a para os lados, como se estivesse se divertindo com algo que os outros desconheciam ou como se estivesse se chamando de bobo. (Mas as coisas bobas eram lindas por sua simplicidade.) Às vezes ele não mexia a cabeça. Somente seus olhos ficavam desfocados e lá estava ele. O sorriso. Os lábios avermelhados e cheios se torciam para cima, sendo repuxados pelos cantos como as cortinas vermelhas de veludo em um teatro.

O espetáculo começara.

Seus olhos se fechavam um pouco pelo tamanho do sorriso. Mas a difícil visão que ela obtinha deles era compensada pelos brilhos que eles ganhavam, tão radiantes quanto o Sol algumas vezes e em outras tão suaves quanto a luz preguiçosa que se esgueirava pela fresta em baixo da porta fechada de um quarto nas manhãs de inverno. As sobrancelhas meio escuras e meio claras acompanhavam a expressão que invadia o rosto dele, cedendo ao sorriso um lugar em toda a sua face. Elas curvavam-se levemente, e os músculos da testa dele suavemente se contraiam. O nariz era enrugado de um jeito que a fazia suspirar.

Ela não sorria com freqüência, mas o sorriso dele a fazia sorrir.

O sinal tocou, anunciando o intervalo. Bella suspirou e se levantou da cadeira. Ela iria mais um dia sentar-se ao lado dele. Sem ser notada.


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