Título: Beyblade: História de um Amor Conturbado

Autoria: FireKai

Género: Yaoi, não gosta, não leia.

Casal Principal: Kai Hiwatari e Ray Kon

Aviso: Beyblade e as suas personagens não me pertencem

Sumário: Yaoi, Kai x Ray. Os Bladebreakers vão de férias e para Kai e Ray será o início de um romance que tratará para ambos alegrias e tristezas, perigos e oposições. Os sentimentos serão testados e só um amor verdadeiro poderá superar tudo.

Beyblade: História de um Amor Conturbado

Sejam bem-vindos a esta história. Antes de mais, queria dizer que esta história tem duas situações: primeira, parte dos capítulos são um remake de duas outras histórias minhas, de há alguns anos, que foram logo das primeiras histórias que eu escrevi. As histórias são Beyblade: Outra História e Beyblade: Em Busca da Verdade.

Este remake vai juntar as duas histórias numa só e, apesar de manter a linha principal da história, tem bastantes diferenças, quer em termos de personagens, quer em termos de interacções e alguns acontecimentos. A segunda situação é que depois dos capítulos das duas histórias, esta história continua para além disso, acrescentando vários novos capítulos, aventuras e romances à história, que não aconteciam nas histórias já postadas.

Sendo assim, espero que gostem desta história. Podem sempre comparar alguns dos capítulos com as histórias originais, que estão no meu perfil, até que se cheguem aos capítulos inéditos, esses nunca vistos ou postados aqui. Esta história passa-se depois do final da terceira temporada e o casal principal são o Kai e o Ray, como deu para perceber no sumário. Boa leitura!

Capítulo 1: Férias no Rio de Janeiro

Depois da queda da BEGA, a BBA tinha voltado a ser a empresa mais reconhecida no ramo dos beyblades. Depois de algum tempo e muito esforço, um novo edifício tinha sido construído, com a melhor tecnologia e planos de treino e a BBA tinha voltado aos velhos tempos de glória.

Como prémio por terem conseguido vencer os bladers da BEGA, o senhor Dickinson tinha oferecido uma viagem de férias a Ray, Kai, Tyson, Max e Daichi. Daichi tinha recusado ir viajar, preferindo ficar em Bay City com Kenny. Hilary tinha aproveitado e tomado o lugar de Daichi, pois queria ir viajar e passar umas férias divertidas.

Tinha ficado decidido que os cinco amigos iriam passar as suas férias no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro. Nesse dia, de manhã bem cedo, os cinco tinham partido em direcção ao Rio de Janeiro, num jacto particular da BBA.

Dos cinco, quatro deles pareciam estar entusiasmados. O outro, Kai, permanecia calado como era costume. Hilary olhou pela janela do jacto e sorriu. Havia várias nuvens brancas por perto e em baixo havia a água do oceano, escura e misteriosa.

"As nuvens são tão bonitas. E o mar por baixo de nós, é lindo." disse ela, suspirando.

"Só espero que o jacto não caia." disse Max.

"Sim. Ou pelo menos, espero que se cair tenhamos tempo de comer qualquer coisa antes de morrermos." disse Tyson. "Morrer de barriga vazia não teria piada nenhuma."

Os outros olharam para ele e abanaram a cabeça. Tyson parecia só pensar em comer e desafiar pessoas para lutas de beyblade. Hilary ficou algo apreensiva com o pensamento de o jacto poder cair e despenharem-se no meio do oceano.

"Não há com que nos preocuparmos." disse Ray, calmamente. "Tenho a certeza de que o jacto não vai cair."

Kai não disse nada, mas abanou ligeiramente a cabeça. Obviamente que o jacto não iria cair. Só alguém alarmista, como Max, poderia sugerir isso. O jacto era um meio de transporte muito seguro.

"Acho que estas férias vão ser o máximo." disse Tyson. "Ouvi dizer que a comida brasileira é maravilhosa!"

"Tyson, pára de falar de comida." disse Hilary, irritada, encarando-o. "Devia ter-me sentado longe de ti."

Apesar de o jacto levar apenas os cinco amigos, era bastante grande e dava para levar pelo menos trinta pessoas. Hilary tinha-se sentado ao lado de Tyson. Max tinha-se sentado no lugar à frente deles. Kai e Ray estavam sentados no lado oposto do jacto.

"Hilary, se estás tão aborrecida, porque é que não mudas de lugar?" perguntou Tyson. "Tens bastante espaço."

"Vá lá, não discutam." pediu Ray.

"Parece que têm cinco anos." murmurou Kai, aborrecido.

"Sabem, eu acho que do que vou gostar realmente é das praias." disse Max, sorrindo. "Quero apanhar banhos de sol. Afinal, nesta altura do ano é verão no Brasil."

"Eu também quero ir para a praia, para ficar toda bronzeada." disse Hilary, sorrindo. "Trouxe uns biquínis novos e tudo."

"Eu quero ver a cidade. É capaz de ter vários pontos turísticos interessantes." disse Ray. "E tu Kai, estás interessado em quê?"

"Eu estou interessado em estar quieto no meu cantinho, sem ninguém a aborrecer-me." respondeu Kai, secamente.

"Mal-humorado como de costume." disse Hilary, abanando a cabeça.

"Porque é que o Kai nunca se consegue divertir?" pensou Ray. "Algumas vezes ele parece estar bem, a falar connosco e a conviver, mas de outras vezes é como se se fechasse numa concha e não quisesse ninguém por perto. Compreendo que ele queira ter algum tempo para estar sozinho e pensar, mas não precisa de ser rude connosco."

"Quando é que a hospedeira nos trás alguma coisa para comer?" perguntou Tyson. "Tenho fome!"

Hilary lançou-lhe um olhar fulminante e Max encolheu os ombros. Kai suspirou, olhando para os outros. Pareciam todos crianças, excepto Ray. Ray sabia manter a postura, sabia quando falar e quando estar calado. Talvez fosse por isso que Kai gostava dele. Talvez fosse por mais razões.

Beyblade: História de um Amor Conturbado

Várias horas depois, os cinco amigos chegaram ao Rio de Janeiro. Foram levados do aeroporto por um motorista que estava à sua espera. O motorista levou-os até um hotel de cinco estrelas onde eles iriam ficar. Na recepção do hotel, a recepcionista verificou as reservas no computador.

"Peço desculpa, mas houve um imprevisto com um dos vossos quartos. Tínhamos reservado cinco quartos, todos no mesmo piso, mas um hóspede acabou por ficar com ele." explicou a recepcionista. "Foi uma situação excepcional e de última hora…"

"E agora?" perguntou Max.

"Peço novamente desculpa, mas um de vocês terá de ficar num quarto no piso acima dos outros. Esse quarto ficou vago, entretanto. Mas para vos compensar, esse quarto é maior do que os outros e tem o melhor equipamento possível. E o quarto ficará ao mesmo preço dos outros, pois a situação de termos dado um dos vossos quartos ao outro hóspede é responsabilidade do hotel e não vossa." explicou a recepcionista.

"Ah, mas nesse caso, parece-me bem. Um quarto bem equipado." disse Hilary, sorrindo.

"Eu fico com ele." disse Kai, avançando.

"Ei! Isso não é justo." protestou Tyson. "Eu é que sou o campeão do mundo! Eu é que devia ficar com o melhor quarto."

"Mas eu sou o mais velho. Por isso, fico eu com ele." disse Kai, aborrecido.

Tyson hesitou, mas depois encolheu os ombros.

"Tudo bem, fica com ele se é isso que queres. Pelo menos, eu fico no mesmo piso que os outros."

A recepcionista entregou cinco chaves aos cinco amigos e eles dirigiram-se aos seus quartos. Todos ficaram agradavelmente surpreendidos pelo luxo dos seus quartos. Mas afinal, o hotel tinha cinco estrelas, por isso tinha tudo do melhor. Os quartos dos Tyson, Max, Ray e Hilary eram bastante espaçosos, com varanda, uma cama bastante grande e um armário para roupas e outras coisas. Havia também uma televisão e acesso a canais por cabo. Os amigos passaram algum tempo nos seus quartos, a apreciarem a vista da varanda ou a colocarem as suas roupas dentro do armário. Tyson foi o primeiro a sair do seu quarto.

"Vou comer qualquer coisa." disse Tyson, entrando no quarto de Max. "Também vens?"

"Tyson, nós comemos no jacto."

"Eu sei, mas foram só uma espécie de aperitivos. Não foi uma refeição a sério."

"Tu comeste dois pães mistos, uma maçã, uma embalagem de bolachas, bebeste dois sumos de laranjas e comeste ainda um pacote de cajus e achas que isso não foi uma refeição a sério?"

Tyson encolheu os ombros, não percebendo a situação. Para ele, até nem comera muito.

"Vá lá Maxie, vem comigo nem que seja apenas para me fazeres companhia." pediu Tyson.

"Está bem, Tyson. Vamos lá então." acabou Max por dizer, acenando afirmativamente.

Os dois amigos saíram do quarto de Max e bateram à porta do quarto de Ray. Ray, que estava na varanda do seu quarto, a apreciar a vista sobre a cidade, foi abrir a porta.

"Ray, nós vamos comer qualquer coisa. Queres vir connosco?" perguntou Tyson.

"Acho boa ideia. Já estamos quase a meio da tarde aqui e eu não comi quase nada no jacto. Vamos lanchar então." concordou Ray.

Tyson e Max foram chamar Hilary e Ray subiu até ao piso de cima, para ir chamar Kai. Ray podia ter dito a Tyson e Max que não teriam de ir ao restaurante do hotel, pois poderiam utilizar o serviço de quartos, pedir a comida e ela seria levada aos quartos, mas como Ray sabia que a única maneira de ter Kai por perto era conseguir levá-lo ao restaurante, optou por não dizer nada.

Ray bateu à porta do quarto de Kai e esperou um pouco. Kai não abriu a porta e Ray voltou a bater. Alguns segundos depois, Kai abriu a porta. Estava com o cabelo molhado e apenas com uma toalha enrolada à volta da cintura. Ray sentiu-se corar um pouco.

"O que foi, Ray? Estava a terminar de tomar um duche." disse Kai, aborrecido.

"Desculpa Kai. Não fazia ideia de que estavas a tomar um duche. Ainda agora chegámos…"

"Mas estava calor no jacto e aqui também, portanto um duche frio parece-me uma boa ideia." disse Kai.

Kai calou-se, pensando que não costumava justificar-se às pessoas. Não era obrigado a isso e ninguém tinha nada a ver com o porquê de ter querido tomar o duche. Mas com Ray, Kai acabava, por vezes sem querer, por falar mais do que era normal.

"Kai, eu vim aqui porque eu e os outros vamos ao restaurante do hotel comer qualquer coisa e queríamos que viesses connosco."

"Não estou interessado." disse Kai, rapidamente.

"Vá lá, Kai." pediu Ray.

"Já disse que não."

Ray suspirou. Por vezes era muito complicado lidar com Kai, que não cedia facilmente às coisas, principalmente quando eram actividades em grupo, sem serem treinos. Mas Ray não desistia facilmente também.

"Kai, os outros iriam gostar que estivéssemos todos juntos. E eu também." disse Ray. "Por favor, vem comer connosco."

Kai hesitou. Olhou para Ray, com os seus olhos brilhantes e com um pequeno sorriso encorajador. Kai acabou por acenar afirmativamente com a cabeça.

"Está bem. Eu vou. Mas tenho de me ir vestir. Vocês vão primeiro e eu vou lá ter." disse ele.

"Obrigado Kai. Até já."

Ray lançou um último olhar a Kai, com apenas a toalha pela cintura e depois afastou-se, sorridente. Além de ter conseguido que Kai fosse comer com eles, ainda tivera o bónus de o ver daquela maneira. Ray estava bastante contente. Já Kai, apenas tinha aceitado ir comer com todos por causa de Ray.

"Mais uma vez, cedi perante algo que ele me pediu." pensou Kai, fechando a porta do seu quarto. "Mas é algo que eu não consigo evitar… apesar de dizer que não e não, ele insiste… e eu cedo, mas isso não acontece com as outras pessoas. Só com o Ray…"

Alguns minutos depois, Kai desceu do seu quarto, já completamente vestido e juntou-se aos outros no restaurante do hotel, que estava sempre aberto e servia comida desde o pequeno-almoço até à meia-noite.

O grupo pediu o que queria comer e quando foram servidos, pareceram satisfeitos, até mesmo Kai. Tyson tinha pedido imensas coisas, sendo que várias delas eram comidas típicas brasileiras, enquanto Ray, Kai e Hilary se tinham contentado com alguns bolos e Max acabara por ser convencido por Tyson e pedira um prato típico para si também.

"Adoro o meu quarto." disse Hilary, que mudara de roupa para um vestido branco e fresco. "É uma maravilha."

"Esta comida é mesmo boa." disse Tyson, sorrindo e abanando a cabeça.

"Tyson, tu achas sempre que a comida é boa, mesmo que não preste para nada." disse Hilary.

"Pois, mas neste caso o Tyson tem razão." disse Max. "A comida é mesmo boa."

Ray sorriu ao ver os dois amigos a comer alegremente, enquanto Hilary ia comendo e olhando à sua volta, para o restaurante do hotel, que era luxuoso e Kai comia silenciosamente

"A vista do meu quarto é muito boa Consegue ver-se uma boa parte da cidade." disse Ray. "O que acham de, quando terminarmos de comer, irmos dar uma volta pela cidade?"

Após aquela sugestão, Max, Tyson e Hilary concordaram de imediato. Ray virou-se para Kai.

"E tu, Kai? Também vens connosco?"

"Apetece-me descansar." disse Kai.

"Compreendo. Mas gostava que fosses connosco." disse Ray.

"Pois é, Kai. Descansas depois." disse Tyson, energeticamente.

"Vem connosco." pediram Max e Hilary.

"Íamos gostar mesmo da tua companhia." disse Ray.

Kai encolheu os ombros e os outros interpretaram o gesto como sendo um sinal de concordância.

Depois de a refeição terminar, os cinco amigos foram passear. Max e Tyson ficavam sempre entusiasmados ao verem lojas de beyblades e faziam questão de entrar em todas. Hilary, por seu lado, estava mais interessada em lojas de roupa. Ray seguia os outros, entrando nas lojas, apesar de não ter um interesse total nas lojas de beyblades e muito menos nas lojas de roupa. Queria apenas ver a cidade.

Depois de entrarem em algumas lojas, Ray reparou que Kai ficava sempre à porta da loja, de braços cruzados, encostado a uma parede, parecendo aborrecido e entediado.

"Porque é que ele não se diverte ou pelo menos se tenta divertir? Devia ser mais unido a nós. Afinal, somos todos amigos." pensou Ray.

Depois de mais algumas lojas serem visitadas, Kai continuava a ficar à porta. Tyson e Max encontraram mais uma loja de beyblades e quiseram entrar.

"Anda Kai, vem ver a loja." disse Ray.

"Não me apetece."

"Mas Kai, não podes ficar sempre aqui fora à nossa espera."

"Eu é que sei o que quero fazer." respondeu Kai, de maneira fria.

Nesse momento, Ray sentiu uma onda de fúria invadi-lo.

"Kai se não nos queres acompanhar, podes voltar para o hotel ou ir dar uma volta sozinho! É melhor do que te aturarmos sempre com essa cara entediada." disse Ray. "Insistimos para que viesses, mas parece que foi má ideia."

Kai demorou alguns segundos a pronunciar-se.

"Tens razão. Não estou para vos aturar, sempre a entrar em todas as lojas. Adeus. Vejo-vos ao jantar."

Dito isto, Kai deu meia volta e afastou-se, perante os olhares de Ray, Max, Tyson e Hilary. Kai estava zangado com todos, até consigo próprio.

"Estúpido." pensou ele. "Porque é que eu não entrei nas lojas? Porque é que precisei de aborrecer o Ray? Porque é que não consigo divertir-me como os outros? Bolas, devia conseguir comportar-me como os outros e ser simpático, mas não consigo…"

"O Kai é sempre o mesmo." disse Hilary, vendo Kai afastar-se.

"Se calhar fui muito brusco com ele." disse Ray, agora mais calmo.

"Ora, não disseste nada de mal." disse Max. "Vamos ver a loja. Vemos o Kai depois. Ele fica bem."

Ray entrou na loja com Tyson, Max e Hilary, mas ficou bastante pensativo.

"Porque é que ele é sempre assim? Porque não é diferente? Talvez ele não goste de estar sempre a entrar nas lojas e eu percebo isso. Também não é o meu hobby favorito, mas se ele tivesse dito alguma coisa, podíamos ter ido onde ele quisesse. Se ele se abrisse comigo e com os outros, talvez o compreendêssemos melhor e talvez ele mudasse também. E eu poderia estar mais perto dele…" pensou Ray.

Os seus pensamentos acabaram por ser interrompidos por Tyson, que o estava a arrastar para fora da loja.

"Ray, estás muito pensativo." disse Tyson. "Tive de te puxar para fora da loja, senão ficavas ali parado, como uma estátua, a pensar. Se bem que as estátuas não pensam, mas tu percebes o que quero dizer."

"Desculpem, fiquei muito absorvido nos meus pensamentos e não prestei atenção a nada do que se passava à minha volta." disse Ray.

"É por causa do Kai? Não te preocupes." disse Hilary. "Ele está bem e ao jantar já estará como sempre… o que não é exactamente muito diferente de como ele estava ainda há pouco, mas enfim…"

"Esqueçam o Kai por agora." pediu Tyson. "Esta loja de beyblades tinha imensas peças, mas não sei se seriam adequadas ao meu beyblade. Se o Kenny estivesse aqui, ele podia dizer-nos que peças deveríamos comprar."

"Bem, o meu pai também tem uma loja de beyblades, por isso posso ajudar-te a escolher algumas peças." disse Max.

"Claro! Porque é que não pensei nisso?" perguntou Tyson.

"Porque a tua cabeça só tem vento e mais nada." disse Hilary.

Tyson mostrou-lhe a língua e virou-se para Max.

"É uma boa ideia pedir a tua ajuda. Obrigado Max."

Os quatro amigos continuaram a caminhar pela cidade. Tyson acabou por comprar uma nova peça para o seu beyblade e ainda quis ir comer uma pizza, apesar de ter comido há pouco tempo.

Beyblade: História de um Amor Conturbado

O tempo foi passando e começou a anoitecer.

"Que pena, já está a anoitecer." disse Hilary. "Acabámos por não ver as praias hoje."

"Amanhã teremos tempo para isso." disse Ray. "Agora, devemos voltar ao hotel."

"Está bem. Vamos lá."

Enquanto faziam o seu caminho de volta ao hotel, Ray ia pensando em Kai novamente. Esperava que, no dia seguinte, Kai estivesse mais sociável e bem-disposto e os quisesse acompanhar à praia.

"Não devia ter perdido a paciência com ele." pensou Ray. "Deveria ter-lhe perguntado porque não queria entrar nas lojas em vez de o acusar. Terei de falar com ele e tentar que nos entendamos. Não quero nada que eu e ele fiquemos chateados um com o outro."

Quando estavam já perto do hotel, Ray ia distraidamente a olhar para toda a rua. As pessoas que passeavam calmamente e os carros que passavam e paravam nos semáforos. O grupo de amigos passou perto de um beco e, por puro acaso, Ray olhou para lá.

Apesar do beco estar escuro, Ray viu distintamente que havia ali algo. Ficou intrigado e parou de andar, tentando perceber o que era aquilo. Um monte de roupa? Uma pessoa caída? Nesse momento, Ray ouviu uma voz.

"Ray… ajuda-me…"

Ray arregalou os olhos. Conhecia aquela voz. Depois de olhar mais atentamente para a figura estendida no chão, percebeu que era Kai. À volta de Kai estava uma poça de sangue. O seu próprio sangue.

"Oh não, Kai!" gritou Ray, horrorizado.

Continua…

E assim termina este primeiro capítulo. Será que o Kai vai ficar bem? No próximo capítulo irá saber-se. Até lá.