Bom, meu nome é Kagome Higurashi, mas disso acredito que todos já saibam. Venho pra era Feudal através do poço come ossos, que liga a era atual à era Feudal. Aqui descobri que posso ser mais útil que apenas uma colegial. Luto com meus amigos para recuperar os fragmentos da joia de quatro almas, sou uma sacerdotisa, e bom, é ótimo viver com a adrenalina no sangue.

Meus companheiros de viagem são Sango (humana exterminadora de yokais), Miroki (Humano monge que possui o buraco negro na mão), Shippou (Yokai raposa, o tenho como um filho), Inuyasha (Meio Yokai, mais conhecido como Hanyou, ele possui a Tessaiga, espada que otimiza os poderes do Inuyasha).

Acredito que todos devem saber que nós estamos tentando derrotar o Narake, e estamos quase conseguindo, temos mais da metade da joia já purificada comigo, e é a partir daqui que seguirei minha história.

Nesse momento da nossa jornada eu consigo perceber que o Inuyasha nunca irá esquecer a Kikyou, já estamos nessa jornada há 2 anos, eu cresci muito, amadureci, e consegui perceber que na verdade o que eu sentia pelo Inuyasha era apenas um reflexo dos sentimentos da Kikyou por ele. Tendo conseguido aceitar esse fato, eu comecei a entender um pouco mais a Kikyou, e a aceitar ela no grupo. Agora ela está começando a seguir viagem conosco. Uma nova modificação também é a presença do Sesshoumaru, da Rin, do senhor Jaken e de Anh-hun, e essa parte eu vou contar em detalhes pra vocês.

Foi há umas duas semanas atrás, quando nos deparamos com uma aldeia completamente destruída, e mesmo com todos os aldeões mortos, senti a presença de 3 fragmentos da joia, e logo alertei a todos. Inuyasha começou a farejar, e logo em seguida apareceu um Yokai de 3 cabeças, uma cabeça era de lagarto, uma de urso e uma de lobo.

-Vejam o que temos por aqui! COMIDA! – Gritou o Yokai

-Feh, comida nada seu nojento, você irá conhecer a irá das minhas, GUARRAS RETALHADORAS DE ALMAS! – Inuyasha atacou.

-Meu nome é Ashimaru seu inútil, acha que com esse poder fraco poderá me derrotar? Engana-se! – O Yokai se esquivou e já veio para o contra-ataque, eu como sempre, estava no caminho, lancei uma flecha purificadora que ele logo se esquivou.

Porém de uma forma misteriosa o Yokai gritou, nossa atenção estava voltada pra ele, parecia que havia algo atrás do mesmo, seus braços foram arrancados, e um deles jogados em minha direção, exatamente o braço que continha os fragmentos, em questão de segundos Ashimaru estava morto. Retirei os fragmentos do braço e os purifiquei, ligando os mesmos aos que nós já tínhamos, e então prestei mais atenção em quem era a pessoa misteriosa que havia derrotado o Yokai.

-Sesshoumaru? – Perguntei ao vê-lo parado nos avaliando.

-Tolos... Rin quer vê-la humana – Falou se dirigindo a mim e já virando as costas para ir embora.

O segui, deixando meu grupo sem acreditar no que haviam visto. Cheguei perto de uma clareira, vendo que Sesshoumaru havia parado, ele se virou em minha direção.

-Estamos longe do acampamento, será mais rápido irmos por bolha de energia – Disse Sesshoumaru, e sinceramente, ele havia falado mais do que eu já o vi falar em todos os anos aqui na era Feudal. Logo entendi o que ele queria dizer, iriamos juntos na bolha de energia dele, o que significava que eu teria de ficar bem perto dele. Fiquei completamente vermelha, mas me aproximei.

Ele passou um braço pela minha cintura para me manter segura, eu acho, mas admito que alguma coisa dentro de mim se agitou com o contato. Mas também, eu não sou de ferro, tenho 17 anos, nunca dei um beijo na boca, nunca tive um namorado, só escuto histórias das minhas amigas sobre os encontros delas. Acho normal que uma adolescente se impressione com um cara como Sesshoumaru a abraçando assim. Mas, com certeza é tudo coisa apenas da minha mente.

Sesshoumaru me apertou um pouco mais em seu abraço, no momento em que olhei pra baixo e escorreguei um pouco, nesse momento pude sentir que por baixo daquela armadura, ele possui um belo corpo, e por Deus, que corpo, senti todos os meus pelos se arrepiarem. E ele ficou me olhando de um jeito bem diferente, avaliativo, altivo, me senti minúscula. Chegando na clareira onde eles acamparam, logo ele me soltou do seu abraço, mas foi de um jeito tão gentil, muito diferente daquele Sesshoumaru que há algum tempo atrás tentara me matar.

Rin estava deitada, em uma espécie de cama de folhas, que o senhor Jaken havia feito, ela tremia muito, suava muito, aparência de febre bem alta. Me aproximei mais rapidamente.

-Senhorita Kagome, você veio... – Disse Rin quase sem forças

-Claro que eu vim minha linda, mas o que você está sentindo? – Perguntei muito preocupada, Shippou e Rin sempre foram meus protegidos, sempre os vi como uma espécie de filhos, vê-la assim, tão doentinha me mata por dentro.

-Eu me machuquei senhorita Kagome, minha perna dói, depois disso não me lembro de muita coisa, desculpe, desculpe por dar trabalho – Disse Rin chorosa.

Levantei um pouco o quimono dela para ver esse machucado do qual ela mencionou, era um corte de uns 15 cm, muito profundo, e o pior, infeccionado. Já estava explicada a febre.

-Sesshoumaru, ela chegou a te falar desse corte antes? – Perguntei me virando para ele, que estava encostado na árvore próxima.

-Não, estou sabendo disso agora. – Respondeu sucinto. Agora ele está voltando a ser o Sesshoumaru de quem conheço, mas ao mesmo tempo, o fato de ele ter me procurado já demonstra a preocupação dele com Rin.

O fato de eu poder ir a minha era através do poço, me faz ser bem precavida, remédios, antibióticos, seringas, injeções, comida, doces, tenho tudo dentro da minha mochila. Em minha mochila peguei alguns panos limpos, e uma pequena panelinha, na qual geralmente eu faço macarrão instantâneo, mas nesse momento iria servir para apenas esquentar água. Peguei uma seringa esterilizada, um pequeno pote contendo penicilina. Havia uma fogueira perto de Rin, para mantê-la aquecida, aqueci a água, e junto ao pano limpo eu limpei todo o ferimento, ela desmaiou de dor.

-Senhor Sesshoumaru, ela irá matar a pequena Rin! – Esbravejou o senhor Jaken

-Eu vou ajudá-la, pra isso que me trouxe Sesshoumaru, e é exatamente isso que eu farei. – Falei sem nem ao menos olhar para eles. E durante o ataque do Jaken eu fui terminando o que eu havia começado, apliquei o medicamento, esperei.

-O que fez com ela? – Sesshoumaru perguntou

-Apliquei alguns ensinamentos da minha era, daqui a pouco vou enfaixar a perna dela, só não o fiz ainda porque cobrir um ferimento não é muito bom, estou deixando respirar, em seguida vou suturar o corte e manter os remédios antibióticos em comprimidos. Fiquem tranquilos, ela vai ficar bem. – Disse me encostando a uma árvore.

Nesse momento parei para pensar nos meus amigos, os quais deixei naquela vila sem nenhuma explicação, mas acredito que eles tenham entendido, afinal, vou precisar me ausentar só um pouco. Passaram-se algumas horas, a febre da Rin baixou, suturei o corte, enfaixei, e agora sim fiquei mais calma. Aprendi um pouco de primeiros socorros na última vez que fui a minha era, achei bem necessário, nesse momento vejo que foi realmente muito bom.

Sesshoumaru continuava naquela árvore, agora sentado em algum galho, e eu estava divagando sobre ele, sobre como ele estava agindo, preocupado e ao mesmo tempo tentando ser menos frio, acredito que pelo fato de saber precisar da minha ajuda, só sei que sendo esse fator o correto ou não, eu espero que não mude, não é nada legal ser tratada como uma pária só por ser uma humana.

Não nos falamos mais aquela noite, eu adormeci velando Rin, e no dia seguinte me levantei com ela mesma me cutucando.

-Senhorita Kagome! A senhorita me curou! – Disse Rin toda serelepe

-Não Rin, você tem que tomar os remedinhos, tem que ir com calma, porque o ferimento ainda não cicatrizou está bem? Se sentir a perna doer, avisa, e por favor, se você acabar se cortando ou se machucando de qualquer forma, deverá avisar ao Sesshoumaru está bem? Se não pode acabar infeccionando como este.

-Pode deixar senhorita Kagome! Vou me cuidar melhor, e qualquer coisa aviso ao Senhor Sesshoumaru ou ao Senhor Jaken! Senhorita Kagome, porque a senhorita não fica conosco? Assim teria alguém que pode me curar sempre! – Rin batia palminhas ao dizer isso

-Menina Rin, ela tem o grupo dela, não seja idiota menina, o Sssenhor Sessssshoumaru nunca iria aceitar isso! – Disse o Senhor Jaken batendo o cajado dele no chão.

Desconversei, e assim que encontrei uma brecha, fui conversar com Sesshoumaru. Ele estava sentado na beira de um lago, sentei ao lado dele, não tão próxima.

-Sabe, nós conseguiríamos encontrar os fragmentos da joia mais fácil se estivéssemos todos juntos, derrotaríamos Narake, eu poderia cuidar do ferimento da Rin, seria bem melhor não acha Sesshoumaru? E você nem precisaria de conviver muito com o Inuyasha, ele sempre fica com a Kikyou quando paramos para descansar. – Disse tentando convencer o Sesshoumaru a se juntar ao nosso grupo.

Ele ficou quieto, simplesmente não me respondeu. Naquele momento eu vi que apesar de ele ter me ignorado, não respondido nada, ele iria. Pois se não fosse, eu teria recebido uma bela de uma resposta. Me alegrei, percebi que consigo o decifrar mesmo no silêncio, quem sabe não pudéssemos ser amigos?

Pouco tempo depois, algumas horas na verdade eu já estava pronta pra seguir até os meus amigos. Rin estava meio triste, cabisbaixa até.

-Rin, pegue suas coisas, monte em Anh-hun junto do Jaken, eu levo a humana. –Disse Sesshoumaru já chegando perto de mim. Rin ficou toda feliz, puxou o Jaken pela mão, e subiu em Anh-hun, eu olhei pra Sesshoumaru, ele me olhava como se esperasse que eu me aproximasse para que pudéssemos ir.

Me aproximei um pouco mais e ele enlaçou minha cintura, desta vez foi um pouco mais diferente, ele me olhou fixamente, e eu começo a me perguntar o motivo disso, será que ele já se arrependeu de concordar em se juntar a nós?

Logo chegamos na aldeia em que meus amigos estavam.

-Feh, o que ele está fazendo aqui Kagome? – Perguntou Inuyasha abraçado a Kikyou.

-Boa tarde pra você também Inuyasha! Como está Kikyou? Cadê o Miroke, Sango e Shippou? –Nem precisou eu perguntar de novo que logo eles apareceram saindo de dentro de uma cabana.

_Ei Kagome! Como estão? – Perguntou Sango

-Estamos todos bem! Bom, gente, a partir de hoje o Sesshoumaru, Rin, Jaken e Anh-hun nos acompanharão na busca da joia, está bem?

-Feh, claro que não, ninguém entra no nosso grupo, começou conosco e será só nós! – Inuyasha como sempre falando besteira, pedindo uma bela resposta.

-Se é desta forma, Kikyou, se retire, pois você não faz parte do grupo inicial, se o Inuyasha tem o direito de adicionar membros eu também tenho! Somos mais fortes juntos, e eu não preciso do seu aval, maioria vence, o que dizem Sango? Miroke?

-Por nós tudo bem – Responderam Sango e Miroke em uníssono.

-Obaaaa, tenho a Rin pra brincar! – Gritou o Shippou já indo em direção da Rin.

E assim, nosso grupo aumentou, e é a partir daqui que a história vai realmente começar.