Desconsiderem a família Malfoy na saga de HP... tudo aconteceu sem que os dois tivessem a chance de se conhecer.

Draco é um médico trouxa, de uma família riquíssima – não consigo imaginá-lo pobre... kakakakaka!

Ele tem 27 e Harryzito tem 20... ;)

Obs.: As frases em itálico são pensamentos ok?

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CAPÍTULO 1

- Por Deus mãe... já disse que estou bem... sim... não... não vou para casa... talvez 15 dias ou mais... NÃO... eu preciso de férias!

- Compostura dragão!

- Ok... Sinto muito, mas a senhora sabe que não paro há anos, demorei séculos para organizar o cronograma do hospital.

- Mas por que não vem para casa? Aqui teria todo conforto e...

- Mãe, apesar de estar de férias, eu preciso continuar meus estudos... é uma forma para me concentrar nas novas intervenções cirúrgicas...

- Essa casa pelo menos está habitável?

"Por que resolvi ligar logo agora?"

- Sim mãe, um funcionário foi lá e deixou tudo organizado e...

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Era sempre assim, embora adulto e médico respeitado pela comunidade, Narcisa sempre precisava ter o controle da vida de todos da família. Apesar da sua intransigência, Draco conseguira convencê-la de que a casa de verão que ficava em uma cidadezinha afastada, no sul da França, estava em bom estado, mesmo que não houvesse ninguém morando lá há mais de 5 anos.

Sinceramente... porque ter um lugar se ele não vai ser usado? Isso Draco não entendia.

Precisava ficar sozinho... repensar sobre alguns valores, rever suas prioridades... ele queria ajudar as pessoas, era por isso que escolhera a medicina mas, durante o percurso, sua mãe o convencera a se especializar em estética. Era um dos médicos mais jovens a conquistar uma clientela que ia de socialites e modelos, a esposas de presidentes.

Só de pensar qual era o seu sonho... e no que estava envolvido atualmente... sentia o sangue ferver!

Isso sem contar é claro, na sua vida amorosa... se é que poderia chamar assim... seria melhor vida "odiosa"... seu último namorado... bem, só queria ser visto ao lado de uma personalidade para ascender profissionalmente... Lucas... tantas trapaças e enganos...

Mas tudo já estava decidido, com algumas ligações a casa de campo estava limpa e com provisões para os próximos 30 dias, claro que Narcisa teria um ataque se soubesse dos verdadeiros planos do filho: 30 dias sem festas, entrevistas, reuniões...

Infelizmente não poderia aproveitar os passeios nas margens do rio Lot, um de seus passatempos preferidos quando ia a Cahors... estava chegando a época de inverno, chovia incessantemente e a temperatura caia dia-a-dia.

Olhando ao redor, depois de horas dirigindo, percebeu que já chegava perto da cidade, mais um pouco e estaria longe da civilização.

- Ei Husty! Que tal esticar as patas? Vamos garota!

Draco sempre viajava com uma companheira indispensável, uma linda cachorra de pelos brancos, um pequeno mimo que ganhara de um antigo admirador há 4 anos, era da raça pastor suíço... e por onde eles passavam, todos paravam para ver como ela era inteligente e esperta.

Desceram nas redondezas da cidade de Cahors, não queria ir ao centro, parou apenas para confirmar com o caseiro se tudo estava organizado. Parou diante de uma casa, de aparência muito antiga, arquitetura do século passado, uma coisa linda – pelo menos na opinião do jovem – para ser admirada diariamente.

- Olá... alguém em casa?

- Senhor Draco... que prazer revê-lo... venha... entre um pouco.

- Acho que não vai dar, já está escurecendo e até chegar em casa.

- Não! O senhor não pode ir para lá!

- Por que não? A casa não está limpa e pronta para ser usada?

- Sim ... claro... mas está chovendo muito...

- Ora Sr. Croise, não se preocupe... tudo o que eu quero é distância de tudo... e de todos, vou ficar lá o tempo todo, não pretendo vir à cidade.

- Mas e se acontecer alguma coisa?

- Nada vai acontecer dentro de casa homem! E fora dela, a Husty me protege! Não é garota?

Ao ouvir seu nome, uma linda cadela se aproxima com o rabo abanando, como se estivesse compreendendo a conversa.

Mesmo contrariado, o caseiro entrega as chaves a Draco, insistindo para que desistisse da ideia, coisa que o jovem se recusou a ouvir.

- Então... lhe vejo no final do mês... por favor – disse olhando diretamente nos olhos do Sr. Croise – NÃO QUERO SER INCOMODADO! Em hipótese alguma... o senhor está me entendendo?

- Sim... sim... senhor, pode ficar tranquilo com relação a isso.

- Ótimo!

Com um aceno de mão, entrou no carro e partiu por uma via secundária em direção ao seu destino, mais duas horas e estaria livre de tudo!

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- AU! AU!

- Ok... eu sei...

- AU! AU!

- Tá bom... eu vou encontrar um lugar e parar... mas te mato se pular em mim tá ouvindo?

Olhando ao redor, Draco pode observar que o nível das águas do rio Lot estavam um pouco acima do ele se lembrava.

Ao atravessar a ponte, parou na lateral da estrada para que Husty pudesse descer. Já era tarde... quase nove horas da noite... com certeza, se não conhecesse o caminho, já estaria perdido há muito tempo, faltavam poucos quilômetros para chegar mas, era impossível segurar sua companheira de viagem.

- Vai... e rápido porque está muito frio!

Abriu a porta e a cadela saiu saltitando pelo campo. Ele olhou para o banco, agradecendo a sua mãe a ideia de forrar todo o banco traseiro, pois ficaria muito mais fácil manter a limpeza do carro. Se bem que agora... argh! "Ele" que teria que limpar, já que ficaria um mês fora... não tinha como deixar aquela sujeira todo esse tempo...

- AU! AU!

- Entra logo sua encrenqueira!

Seguiram viagem por mais alguns quilômetros quando de repente, avistou um clarão por entre as árvores, uma luz muito forte... azul que depois ficou totalmente branca. Sem perceber, pisou no freio imediatamente e abriu a porta, a tempo de ouvir um grito de dor.

Aproveitando a porta que estava aberta, Husty saltou com toda agilidade e se embrenhou na floresta, latindo em direção onde havia aparecido a estranha luz.

- Ei! Husty, volte aqui!

Claro que ela não ouviu... e aos poucos seus latidos foram ficando cada vez mais distantes. Draco soltou um suspiro de frustração, pegou uma lanterna, fechou o carro e foi rumo aos latidos.

Caminhou por cerca de 20 minutos, caindo, tropeçando, já preocupado com o que poderia ter acontecido até que avistou Husty com o farol da lanterna, perto de um ... um saco preto?

Aproximando mais um pouco, pode perceber o desespero da cachorra, que latia e pulava tentando chamar sua atenção.

- Ei garota... o temos aqui heim?

Com um pouco de receio, Draco foi se aproximando e focou a lanterna em um tecido negro, olhando atentamente, pode perceber que era um corpo, e um gemido, muito baixo, confirmou seus pensamentos.

"Meu Deus... é uma pessoa que está aqui!"

Percebeu então que aquele tecido negro era na verdade uma capa, que cobria a pessoa que estava à sua frente. Agachou e delicadamente, tentou virar o corpo, que estava de bruços, para que pudesse verificar a extensão de seus ferimentos.

Pode observar que se tratava de um jovem rapaz. Ele respirava superficialmente, e ao tocá-lo, poder sentir que estava com a temperatura um pouco acima do normal.

Olhou ao redor, para verificar se realmente estava sozinho, e com o clarão de um relâmpago, distinguiu uma estrada mais a frente.

"Com certeza aquela luz... era um carro... claro, não pode ser outra coisa..."

- AU! AU!

- Muito bem menina... você fez um bom trabalho, agora senta e deixa eu fazer o meu.

Imediatamente Husty sentou-se ao lado do jovem inconsciente e cheirou seus cabelos, atitude um pouco estranha, pois ela só se aproximava de outras pessoas com a autorização de seu dono. Mas Draco resolveu pensar nisso depois, agora precisava saber se o garoto tinha algum osso quebrado que o impediria de removê-lo do local.

A chuva começava a ficar mais pesada, ele precisava sair dali urgentemente, pegou o celular, para chamar uma ambulância.

- Merda! Sem sinal... que porcaria de fim de mundo eu vim parar!

Confiando no pequeno exame que tinha realizado e pedindo a Deus para que realmente o garoto não tivesse fraturado nada, Draco não teve outra escolha a não ser tentar levá-lo para o carro.

Quando se preparava para carregá-lo, percebeu que ele abria os olhos... estavam desfocados e demonstravam confusão.

- Onde... onde ela está? – perguntou baixinho. Mal conseguindo manter os olhos abertos,

- Olha, fique calmo... eu vou ajudá-lo... sou médico... - respondeu Draco o mais calmamente possível.

- Me ajudar... isso é bom...

Ao dizer essas palavras o garoto voltou à inconsciência, tombando a cabeça no peito do médico, que ficou um pouco mais aliviado, pois se ele acordara, mesmo que por alguns instantes... podia significar que seu estado não era tão grave.

- Vamos Husty... temos que voltar ao carro...

Arrumou aquela estranha capa no corpo do garoto, que era uma forma de protegê-lo do frio e da chuva e se levantou, percebeu que ele não era muito pesado, o que facilitou o manuseio da lanterna.

Apesar de estar bem perto do carro, o fato de ser noite, não conhecer o terreno e de estar chovendo o fizera levar quase 20 minutos para chegar ali então, com uma carga extra, já estava "calculando" uns dez minutos de acréscimo, isso não era nada bom.

Caminhando lentamente, para evitar possíveis quedas e depois de falar muitos impropérios, finalmente chegou ao carro. Acomodou sua preciosa carga no banco de trás, para que ele pudesse ficar deitado, e fechou os olhos ao imaginar a sujeira do banco do passageiro, que era onde Husty ficaria.

Manobrou o carro e voltou pelo caminho, rumo à cidade mas... e esta noite estava cheia de "mas"... o rio havia transbordado... não tinha como se arriscar a atravessar a ponte.

- Porcaria! Nada vai funcionar hoje!

Depois de gritar em sinal de frustração, respirou fundo e lembrou-se das recomendações do caseiro:

"- Ora Sr. Croise, não se preocupe... tudo o que eu quero é distância de tudo... e de todos, vou ficar lá o tempo todo, não pretendo vir à cidade...

- Mas se acontecer alguma coisa?

- Nada vai acontecer dentro de casa homem! E fora dela, a Husty me protege! Não é garota?"

- Burro! Burro! Mil vezes burro! Ninguém vai vir aqui!

- Ahhhh...

O gemido no banco de trás chamou sua atenção... ele tinha que fazer alguma coisa. Sem ter outra alternativa, foi em direção a sua casa o mais rápido que podia.

Logo que chegou, acendeu todas as luzes, verificando se estava tudo em ordem, ligou o aquecedor geral, pois a temperatura estava ainda mais baixa e voltou ao carro para pegar seu novo paciente.

Deixou Husty na cozinha... onde ela poderia comer e descansar o resto da noite enquanto estava ocupado. Foi para seu quarto e colocou o garoto na cama, verificou enfim que, além de alguns cortes no rosto, havia um sangramento no ombro, que parecia ser grave. Sem ter outra altermativa a não ser cortar a camisa, pode enfim observar um corte profundo que estava no ombro direito, do peito em direção ao braço... que parecia ter sido feito por um bisturi, tamanha a precisão.

"Mas... que diabos aconteceu com você? Quem fez isso?"

"Será que havia sido sequestrado? Porque com certeza o garoto havia sido torturado..."

Após suturar o ferimento, pode observar vários hematomas que se destacavam em sua pele. O garoto começou a ficar um pouco agitado na cama devido à febre que estava um pouco mais alta. Terminou por retirar toda a sua roupa, passando um pano úmido para retirar toda lama que havia e o deixou com uma das bermudas de seda que usava para dormir.

Claro que, apesar de tentar ser totalmente profissional, não pode deixar de notar a beleza ímpar do garoto que estava deitado em sua cama. Os lábios finos estavam úmidos e entreabertos, a pele branca contrastando com um cabelo totalmente negro, que começava a grudar na testa, a pele do rosto um pouco rosada, demonstrando seu estado febril. Realmente, era um garoto muito, muito atraente... mas... agora não era hora para ficar pensando bobeiras...

Balançando a cabeça como quem pensa em abandonar alguma ideia, Draco trocou os forros da cama e pegou mais alguns cobertores, preparando-se para uma noite de vigília. Observando que a febre persisitia, foi à cozinha e pegou uma vasilha com um pouco de água, deu uma olhada em Husty que estava dormindo em cima de uma manta e resolveu pegar algo para comer. Fez um sanduíche, com presunto de peru e queijo de búfala, pegou um copo de suco e voltou para o quarto.

Ele passava uma toalha úmida pelo peito e rosto do rapaz, percebendo uma estranha cicatriz em forma de raio em sua testa.

- Olha... quando você acordar... vai ter que me explicar um monte de coisa...

- Ahhh... não... eu não quero mais... me deixe...

Devido à febre, o garoto começava a delirar... isso poderia se transformar em um problema se presistisse por muito tempo. Ele então resolveu aplicar alguns medicamentos que poderiam combater uma possível infecção e continuou utilizando a toalha... após alguns minutos, pode perceber que ele já respirava com maior facilidade e parecia ter um sono mais tranquilo.

Sentou-se então em uma poltrona, podendo finalmente fazer seu lanche, sentindo-se muito cansado, afinal, fora uma longa viagem. Olhou para o relógio e percebeu que já eram quase duas da manhã, acomodando-se um pouco melhor, preparou-se para tirar um cochilo.

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Bjs a todos que compartilham a fic...

Aguardo coments e sugestões ok?