Gato caminhava através dos telhados de Madri. Ainda fugia dos guardas, e pela Espanha procurava um meio de limpar seu nome e recuperar sua honra.

Mas naquele exato momento, o que realmente O Gato de Botas mais apreciava era o aroma da cozinha de um restaurante. Era final de tarde na Espanha, por tal razão, com certeza estava vazio. Somente os cozinheiros e demais funcionários.

E em uma barraca de frutas, uma jovem garota de pouco mais de 25 anos. Cabelos negros e pele morena com um vestido simples. Típica espanhola. Segurava uma cesta repleta de maças vermelhas que acabara de comprar e estava indo em direção ao restaurante.

O estômago do grande Gato de Botas roncou assim que o felino avistou a cesta. Verdade que não comera nada desde manhã cedo, e somente uma maça daquelas daria pra satisfazer a fome do gato.

Acompanhou pelos telhados, então, a moça até se aproximar da porta dos fundos. E saltou para cima de uns caixotes a poucos metros da moça.

"señorita, se puder dar uma maça para este pobre gato...", o felino falou, neste mesmo instante, a moça deu pulo e gritou, "¡Diablo Gato! Ele está aqui!", o felino ruivo tentou acalmar a moça, "No, no, señorita. Não vim roubá-la. Por favor, tenha calma!", a moça parou de gritar e falou, "Então o que você quer?"

"Como disse antes, uma de suas maçãs já seria o bastante.", ele respondeu antes de lembrar que não havia se apresentado, "Oh, onde estão minhas maneiras", Gato retirou o chapéu e curvou-se, "Meu nome é Gato de Botas, señorita", a moça, com uma expressão surpresa, se aproximou do rosto do felino.

"Gato? O Gato de Botas?", o felino, estatelado, afirmou com a cabeça antes de colocar o chapéu de volta, "Sí, soy yo. Conhece-me de algum lugar?". Isso era um pouco óbvio já que a moça o havia reconhecido a primeira vista, mas em Madri, ele era mais conhecido como Diablo Gato entre seus muitos nomes.

"Não lembra de mim? Soy Josefina Hernández, ou como você e o Humpty gostavam de chamar, Pepita.", Gato ficou um pouco intrigado ao ouvir tanto o nome do antigo companheiro quanto o dessa Josefina. Até que, como um estalo, o Gato de Botas exclamou

"¡Pepita, La chica que vivía cruzar La calle Del orfanato!", disse Gato em espanhol, "Usted era a menina que costumava jogar pedrinhas no Humpty", ele continuou dessa vez sem o espanhol, com uma feição um tanto triste.

Josefina falaria mais alguma coisa, mas o som de raivosos passos vindos do outro lado da porta a parou. A jovem logo reconhecera o dono daqueles passos, "¡Ay caramba! Gato, você tem que sair daqui! Se o meu chefe lhe vir, não vai parar lhe ouvir como eu!", o felino não entendeu nada, "Só vá, Gato de Botas!", sendo assim, o gato não perdera tempo, pulou e pulou novamente até chegar ao topo de um telhado nas proximidades, mas longe da vista de qualquer um.

Ele vira a menina falar com um verdadeiro troglodita de avental. Ele gritava com Josefina e ela de nada tentava reprimi-lo, depois o cessar de reclamações, o Gato de Botas viu a moça desculpar-se e entrar no que parecia ser uma cozinha.

Pronto pra ir, ele ajeitou seu chapéu. Foi quando ouviu, "Psiu, Gato!", ele virou para a porta da cozinha do restaurante, onde ali estava uma maçã.