Quando eu não me importar mais
Quando eu deixar de me importar, tudo não passará de aparências, um leve brilho daquilo do que foi um dia.
Capitulo único
Abriu os olhos e sentiu que estava sozinha na cama, olhou para o relógio de cabeceira e viu que eram quase quatro da manhã. Mas dessa vez não iria se levantar para saber o motivo do marido não estar ali.
Não perderia momentos preciosos de sono por causa dele, não valia a pena, não mais. Se fosse noticia ruim, já teria ficado sabendo.
Voltou a fechar os olhos azuis e logo adormeceu.
O dia amanheceu e quando abriu os olhos pôde ouvir o som do chuveiro. Ele tinha voltado, sempre voltava.
Entrou no banheiro e nem se deu o trabalho de olhar para o boxe, foi direto para a pia escovar os dentes.
Ele saiu do chuveiro e olhou para ela.
- Bom dia.
- Bom dia.
Ao contrário do que esperava, ela não fez perguntas, talvez não tivesse notado. Melhor assim, não queria brigar.
Estavam tomando café num silêncio sepulcral. A grande mansão Taisho não ouvia som de risadas ou via alegria a muito tempo.
- O que vai fazer hoje?
- Uma cirurgia e duas consultas. E você?
- Tenho uma reunião hoje.
- Não se esqueça do jantar na casa do seu irmão, InuYasha.
- Tenho que ir mesmo?
-Acho que seria deselegante recusar o sétimo convite seguido.
Ela terminou o café e se levantou.
- Nos encontramos lá?
- Ás nove, seja pontual, por favor.
- Serei.
Saíram para trabalhar, cada um em seu carro, ele deixou que ela passasse na frente. Não lhe custava essa pequena gentileza.
A residência de Sesshoumaru era muito luxuosa e bem decorada. Estava cheia de pessoas da alta sociedade em seus longos e smokings.
Kagome ao entrar foi o centro das atenções, um belíssimo vestido preto com calda de sereia. Colado até o joelho e abrindo e um belíssimo colar de diamantes negros.
O marido já estava lá!
Lhe estendeu a mão e recebeu um beijo nos lábios.
Todos que olhavam tinham inveja. Os dois pareciam ter tudo! Dinheiro, sucesso, amor, beleza...
- Pensei que não viria. – disse ela por baixo do fôlego –
- Eu disse que viria, não?
- Vai saber.
Depois de algum tempo perderam-se um do outro. E quase no final da noite quando queria ir embora, foi atrás dele e o viu com a boca no pescoço de Kikyou.
Ao contrário do que teria feito antes, não gritou, não chorou, não tirou satisfações, apenas deu as costas e tomou um taxi para casa.
Estava chegando em casa quando viu um carro escuro sair, estranho, já era bem tarde.
Entrou cauteloso em casa, não só por isso, também por medo de descobrir se a mulher tinha visto o que fizera.
Tudo estava calmo, entrou no quarto e viu a cama um pouco bagunçada. O chuveiro estava ligado e podia sentir um cheiro característico no ar.
Olhou para o lado e lá estava ela enrolada em sua toalha negra.
- Não te achei.
Ela sentou-se na penteadeira e passou a desembaraçar os cabelos.
- Quem estava aqui com você?
- Eu por acaso perguntei com quem estava? Não seja indelicado.
Estava perplexo. Então ela sabia. Então ela não se importava.
- Kagome eu...
- Não se preocupe, não me importo. – ela se virou –
- Como ficamos?
- Não creio que seria um bom negócio uma divisão de bens. Eu não me importo, você também não... Ninguém precisa saber.
Os olhos estavam vazios, cenas dos últimos anos passaram dentro da cabeça dele, onde o amor tinha os abandonado?
Quando passou a existir só a aparência?
Quando ela deixou de se importar?
- Tudo bem, mas troque os lençóis.
- Por quê? Você não fez isso quando a trouxe aqui.
Ela simplesmente foi se deitar. Ela sempre soube...
The end
Espero que gostem, é uma das minhas primeira tentativas de Inu!!!
Kiss e comentem!
