Nada é meu.
Fic feita para o Projeto Filthy Tales, da seção DHr do 6v \o\
Cala a boca e me beija
por Dark K.
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Não é como se eu tivesse pensado antes de fazer o que eu fiz.
Eu não pensei.
Porque se eu tivesse pensado, eu não teria feito. Entende o que eu estou querendo dizer? Eu não quero pensar no que eu fiz, porque isso só me faz lembrar de que se eu tivesse pensado antes eu não teria feito, e se eu não tivesse feito, eu não teria me arrependido, e se eu não me arrependesse, eu não teria porque me sentir culpado.
É meio patético, acredito.
Tão indigno.
Foi tão grifinoriamente impulsivo.
E foi tão bom.
Bem.
Tão bom quanto beijar Granger poderia ter sido.
E deixe-me acrescentar que é muito melhor do que eu pensei que seria. Não que eu ficasse pensando sobre beijar Granger, por Salazar!
Mas... É. Enfim.
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Imbecil, idiota, fuinha, desgraçado, covarde filho de uma elfa gaga com um gigante retardado!
Quem ele pensa que é?!
Quem, exatamente?
Não quem ele é de verdade, isso é um fato. Porque ele não tem direito algum de me beijar.
Me-beijar!!
!
Eu!
Hermione Granger, a futura namorada de Ronald Weasley, fiel escudeiro de Harry Potter – ou tão futura quanto a massa encefálica daquele ruivo lerdo conseguir fazer ser, porque se ele não fosse tão lento, não seria futura, seria atual, e aí eu duvido que aquela... coisa... PÁLIDA tivesse tido coragem de fazer o que fez!
O ultrage!
Só me resta ir pensar.
E eu detesto pensar sobre coisas idiotas.
E foi idiota, pode acreditar.
Não só ele me beijar, claro.
Foi muito mais idiota eu corresponder.
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Ela deve ter algum parentesco com um elfo doméstico.
Porque, sinceramente, se não for essa a razão, por que], exatamente, ela está batendo a cabeça contra a parede desta forma? Ou tentando bater??
Fecho a porta da sala desocupada atrás de mim e a encaro.
Não consigo deixar de sorrir ela fica tão bonit... er... vermelha quando está com raiva.
Isso, vermelha.
Vermelha é uma boa palavra, ela é gryffindor, vermelho é uma ótima palavra.
Combina com ela também.
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Eu o encaro e ele sorri.
Eu faço uma cara ameaçadora, ele me olha de cima abaixo e, quando eu simplesmente desvio o olhar – o que não tem NADA a ver com eu não conseguir olhar para o rosto dele e não querer beijá-lo, mas tudo a ver com o fato de que olhar para ele é... hum... não-saudável.
E ele sorri outra vez.
"Poupe-me do seu sorriso de escárnio, Malfoy. Diga o que quer e saia."
"Qual o problema, Hermione?" Ele voltou a sorrir do jeito odioso. "Achei que a ironia barata fosse o melhor código de comunicação entre nós."
Eu apenas o encaro e conto até dez.
E vinte.
E trinta.
E ele é burro ou o quê?
Não vai sair e me deixar em paz para poder botar meus pensamentos em dia?
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Ela me olha, exasperada.
Eu a encaro, confuso.
Por que diabos eu tinha que descobrir todas as vantagens e qualidades de Hermione Granger? Por que foi que me passou pela cabeça que ela fica bem de vermelho, e que os lábios dela parecem se destacar do resto do rosto? Por que que eu penso, enquanto me aproximo e toco o rosto dela com as pontas dos dedos, que a pele dela é quente e fresca como chuva e sol em um dia de verão?
Por que É que eu estou fazendo metáforas cafonas e baratas como chuva e sol em dias de verão?!?!
Meus lábios de aproximam dos dela, mas não se tocam.
Eu vim até aqui para... para... para...
Alguma coisa.
Não envolvia beijá-la de novo, envolvia?
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Ele olha e olha e se aproxima.
E toca meu rosto.
E as mãos dele passam de leve pelo contorno dos meus lábios, e as pontas dos meus cabelos.
E eu penso que Draco Malfoy beija bem.
E que Ronald Weasley não beija tão bem quanto ele.
E, quer saber o que, eu vou beijá-lo de novo.
E quando resolvo isso, ele abre a boca para dizer alguma coisa, que parece ter lembrado.
Ah, não, meu amigo.
Não mesmo.
**
Eu lembro!
Eu vim até aqui para dizer que eu só tinha beijado para comprovar para mim mesmo que a boca dela NÃO TEM gosto de chocolate, e eu estava certo.
Ela tem gosto de cereja, e eu acho que tem alguma coisa a ver com as balas que ela come.
Que seja, eu sei o que eu vou falar, e agora tudo que eu tenho que fazer é abrir a boca e...
"MALFOY!"
O grito é tão estridente que eu me surpreendo e não falo.
Nem me mexo.
Ela me encara.
Eu encaro de volta.
"Malfoy," ela repete, bem mais baixo.
"Hum?", eu respondo, distraído.
"Cala a boca e me beija."
E eu cumpro as ordens.
Pensar dá trabalho demais.
Fim!
R E V I E W !
