Disclaimer: Saint Seya e seus personagens relacionados pertencem ao Mestre Masami Kurumada e às editoras licenciadas.

E aqui estamos nós novamente, e por um motivo mais do que especial, que, na minha humilde opinião, merece uma comemoração... Sheilinha completa sete anos de fanfiction e 100 fics publicadas!

Eu realmente queria escrever algo especial para marcar a minha centésima fic, e por isso comecei a pensar, pensar e pensar, até que veio a idéia de unir duas coisas extremamente agradáveis para mim nestes anos de fanfiction. Uma delas é minha série "My Favorite Songs", ainda existem diversas músicas que amo e que renderiam boas fics. A outra são as pessoas mais do que especiais que conheci aqui no ffnet e que me acompanham desde sempre, incentivando, criticando construtivamente e dando risadas.

Por isso, eu pedi a cada uma delas que me indicasse um personagem criado por mim que mais tenha marcado a cada um e o motivo. Fiquei muito feliz em acertar alguns desses personagens, outros tive agradáveis surpresas e agora, aqui está o resultado desta união da série "My Favorite Songs" com personagens queridos para meus amigos: uma fic em que cada capítulo é uma oneshot independente, contando uma nova história ou passagem não esclarecida da fic de origem dos personagens escolhidos.

E a primeira contemplada é Pure – Petit Cat, que escolheu Melinda, de sua fic "Edo". Fiz como Universo Alternativo à Edo, para evitar choques e poder explorar de uma outra maneira o triângulo Shura x Melinda x Aiolos. A música escolhida é "Gangsta's Paradise", do rapper Coolio e trilha do filme "Mentes Perigosas". Mas adianto algo: a letra em si não tem absolutamente muito a ver com a fic, seria mais pelo instrumental e pelo que a história da música conta, de você ter que ser alguém que não é por conta de alguma convenção ou artimanha do destino.

Boa leitura a todos!

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One Shot I

Gangsta's Paradise

Shura x Melinda x Aiolos, escolhaby Pure – Petit Cat

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As I walk through the valley of the shadow of death
I take a look at my life and realize there's not much left
Coz I've been blastin and laughin so long, that
Even my mama thinks that my mind is gone
But I ain't never crossed a man that didn't deserve it
Me be treated like a punk you know that's unheard of
You better watch how you're talking, and where you're walking
Or you and your homies might be lined in chalk
I really hate to trip but I gotta, loc
As I Grow I see myself in the pistol smoke, fool
I'm the kinda G the little homies wanna be like
On my knees in the night, saying prayers in the streetlight

Enquanto eu caminho pelo vale da sombra da morte
Eu dou uma olhada em minha vida e percebo que não sobrou nada
Porque estou ferrando e rindo há tanto tempo
Que até minha mãe acha que meu juízo acabou
Mas eu nunca atravessei um cara que não merecesse
Eu, ser tratado como um imprestável você sabe que nunca aconteceu
É melhor que você preste atenção como está falando onde está e andando
Ou você e tua família podem acabar marcados com giz
Eu realmente odeio "viajar" mas eu preciso, "ladrão"
Enquanto crescia, me via na fumaça da pistola, "troxa"
sou o tipo de gângster que os garotinhos da família querem ser
Ajoelhado à noite fazendo orações à luz da rua

Shura Gonzalez

Procurado Vivo ou Morto

Inimigo Público nº 01

Os olhos castanhos e um tanto curiosos se detiveram por um momento na foto que estampava o cartaz de procurado. Coçou a cabeça, já tinha ouvido falar daquele tal de Shura Gonzalez, um assaltante de bancos famoso, diziam até que já tinha até assassinatos em suas costas.

Era um homem bonito, pensou, e mais nada. Não tinha tempo para ficar fantasiando.

-Ei! Eu te pego, moleque desgraçado!

Ouviu o grito de um homem no fim da rua, droga! Ajeitando os cabelos castanhos que teimavam em querer sair da boina surrada que usava, voltou a correr tal qual antes, para fugir do dono da banca de jornais, onde minutos antes roubara algum dinheiro.

Ágil, o garoto corria por entre as pessoas, sem trombar em ninguém ou derrubar algo. E, rapidamente, sumiu das vistas de seu perseguidor. Andou mais um tanto a esmo, para ter certeza de que não era mesmo seguido e então foi para um beco que ficava no subúrbio, onde alguns moleques o esperavam.

-E aí, Ed? Conseguiu alguma coisa?

-Algumas notas, acho que dá para comer por esta noite...

Entregou o dinheiro para o mais velho do grupo, que saiu depressa atrás de comida. Sentando-se em cima de um caixote, encarou os demais meninos com seus olhos castanhos e cansados. Vivia correndo o risco de ser preso por míseras moedas.

-Isso não é justo...

-O que foi, Edward?

-A nossas vida, Shun... Não sei se vale a pena continuarmos nos arriscando por tão pouco.

-Isso vai mudar, Ed... – o mais velho disse, voltando, trazia um saco de papel com algumas frutas – Você vai ser promovido.

-Como assim, Ikki?

-Um cara veio me procurar hoje de manhã, perguntando se eu conhecia alguém que era espeto e ágil o suficiente para entrar despercebido nos lugares e inteligente o bastante para tapear alguns trouxas... Aí eu falei de você.

-Ágil eu concordo, mas inteligente a ponto de enganar os outros?

-Claro que é... Ou já se esqueceu de quem é de verdade, Ed? Ou melhor... Melinda?

O "garoto" da boina suspirou, é claro que não havia se esquecido de quem era. Isso lhe trazia medos e dor de cabeça todos os dias...

Been spending most their lives
Living in the gangsta's paradise
Been spending most their lives
Living in the gangsta's paradise
Keep spending most our lives
Living in the gangsta's paradise
Keep spending most our lives
Living in the gangsta's paradise

Desperdiçando a maior parte de nossas vidas
Vivendo no paraíso de bandidos
Desperdiçando a maior parte de nossas vidas
Vivendo no paraíso de bandidos
Continuamos a desperdiçar a maior parte de nossas vidas
Vivendo no paraíso dos bandidos
Continuamos a desperdiçar a maior parte de nossas vidas
Vivendo no paraíso dos bandidos

Naquele mesmo dia, Melinda fora levada à presença do tal homem que Ikki falara. E quase desmaiara de susto ao se deparar com Shura Gonzalez, o Inimigo Público nº 01 da ordem na cidade. Suava frio, como conseguiria esconder daquele homem quem era de verdade. Uma coisa era se passar por um garoto na frente de pessoas que veria apenas no momento em que as assaltava, outra coisa era manter seu disfarce na presença do bando do qual faria parte a partir daquele momento.

Com seus olhos negros e felinos, Shura estudou o rapazinho de cima a baixo. Era franzino, tinha traços marcantes, apesar de um tanto finos, magro, pernas e braços finos. As calças e camisa pareciam de um número maior, e a boina estava quase enterrada na cabeça, a aba encobria parte de seus olhos.

-Como se chama, garoto? – ele perguntou, aproximando-se e foi inevitável um certo arrepio por parte de Melinda, com aquele homem tão próximo de si.

-Edward Grant, senhor. – respondeu, engrossando a voz, já naturalmente rouca.

-Edward... Você será de grande valia para nós, moleque...

They got the situation, they got me facin'
I can't live a normal life, I was raised by the stripes
So I gotta be down with the hood team
Too much television watching got me chasing dreams
I'm an educated fool with money on my mind
Got my 10 in my hand and a gleam in my eye
I'm a loc'd out gangsta set trippin' banger
And my homies is down so don't arouse my anger, fool
Death ain't nothing but a heartbeat away,
I'm living life, do or die, what can I say
I'm 23 now, but will I live to see 24
The way things are going I don't know

Olhe a situação que eles me fizeram encarar
Não consigo viver uma vida normal, fui criado pelo Estado

Então tenho que ficar com a turma do bairro
Assistir televisão demais me deixou perseguindo sonhos
Sou um bobo educado, com dinheiro na cabeça
Tenho meus dez na mão e um brilho nos meus olhos
Sou um bandido trancado no lado de fora, um fogo de artifício ligeiro

E meus familiares estão deprimidos então não provoque minha raiva

Bobo! Morte não é nada, está apenas a uma batida de coração de distância
Estou vivendo a vida, vivo ou morro, o que posso dizer?
Tenho 23 anos agora, viverei para ver os 24?
Do jeito que as coisas estão indo, não sei

Em pouco tempo, Melinda se tornara o grande trunfo da qudrilha de Shura Gonzalez. Com sua habilidade, entrava em qualquer lugar, desarmava cofres e passava praticamente despercebida por guardas. Até presenciar o primeiro confronto entre a quadrilha e a polícia da cidade.

O bando havia sido cercado, Melinda tivera tempo apenas de encarar o chefe de polícia antes de se abaixar de medo e ouvir a rajada de tiros que atravessava a lataria do veículo onde estava. E os olhos verdes esmeralda ficaram gravados em sua mente.

-Aquele louco está usando crianças... – disse o chefe de polícia, ao notar a presença do garoto franzino no carro onde Shura estava.

-Tem certeza, Aiolos?

O rapaz apenas fez um sinal de afirmativo com a cabeça...

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Ainda assustada, apesar de estar em segurança na casa onde o bando vivia, Melinda tomara uma decisão. Nunca sentira tanto medo em sua vida e por isso mesmo iria procurar por Shura e dar o fora, voltar a viver na rua praticando pequenos golpes. Pelo menos assim ficaria livre dos tiros e da polícia.

Entrou pelo quarto do chefe, sem bater na porta antes.

-Shura, eu preciso fa... Oh, meu Deus! – ela gritou, imediatamente baixando a cabeça, tampando os olhos com as mãos.

Shura, sem entender aquela atitude, ficou parado, segurando a toalha com a qual se enxugava, havia acabado de sair do banho. E estava completamente nu.

-Edward, o que quer aqui? E por que tanta vergonha, não tenho nada de tão diferente de você!

-Des – desculpe, senhor Shu – Shura... – Melinda respondeu trêmula, e saiu correndo do quarto do chefe, entrando com tudo no seu. Fechou a porta e escorregou para o chão, porque sentia tanto calor de repente?

E nunca, em toda sua vida, imaginara que um homem nu fosse daquela maneira... Sentindo-se zonza e estranha, a garota achou por bem tomar um banho e esfriar seus pensamentos...

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Eu seu quarto, a atitude estranha de Edward havia deixado Shura com a pulga atrás da orelha, por que o garoto agiu daquela maneira? A não ser que...

-Será possível que Edward gosta de homens? – perguntou a si mesmo, saindo do quarto decidido a tirar aquela histórioa a limpo e dar um passa fora no garoto, se fosse necessário.

A porta do quarto de Edward estava fechada, mas Shura tinha cópias das chaves de todos os cômodos da casa e abriu a porta, sem cerimônias. O quarto estava vazio, mas notou que a porta do banheiroe stava somente encostada e que as roupas de Edward estavam jogadas pelo chão, certamente estava tomando banho. Silencioso, ele foi até o cômodo e notou pelo chão uma faixa de tecido comprida, para que diabos serviria aquilo?

A banheira ficava quase de frente para a porta, mas Edwrd estava de olhos fechados, ensaboando suas costas. Sorrateiro, Shura abriu um pouco mais a porta e o que viu o deixou confuso e estarrecido.

Edward não era exatamente um garoto e sim uma jovem, ainda de seios pequenos, mas já formados. E aquela visão fez Shura quase perder sua concentração. Mas não evitou que seus instintos falassem mais alto.

Abriu a porta com tudo e Melinda abriu os olhos, assustada com o barulho. E foi inevitável o grito de espanto ao ver Shura parado à sua frente, usando apenas um moleton, a encarando de forma estranha. Imediatamente cobriu os seios com um dos braços, tencionando alcançar uma toalha com a mão livre e se cobrir. Mas Shura não deixou, tirando a toalha do alcance da garota.

-Por que... Por que mentiu? – ele perguntou, aproximando-se da banheira - Quem é você, afinal?

-E-eu... Meu... Meu nom-me é... Melinda... Senhor Shura... – ela respondeu, visivelmente envergonhada, o que faria a gora? Ou melhor, o que Shura faria?

O rapaz ficou a encarar Melinda por alguns instantes, com os cabelos soltos e molhados e o olhar assustado,s eus traços pareciam mais o de uma garota do que de um rapazinho franzino.

Então, sem dizer uma única palavra, Shura sentou-se na beirada da banheira e puxou Melinda para cima e para junto de si, enlaçando a cintura fina da jovem, até os pequenos seios encostarem em seu peito, provocando uma onde choque em ambos.

A garota tentou entender o que ele fazia, mas parou quando sentiu os lábios de Shura sobre os seus, em um beijo extremamente sedutor, no qual foi timidamente correspondido...

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Been spending most their lives
Living in the gangsta's paradise
Been spending most their lives
Living in the gangsta's paradise
Keep spending most our lives
Living in the gangsta's paradise
Keep spending most our lives
Living in the gangsta's paradise

Desperdiçando a maior parte de nossas vidas
Vivendo no paraíso de bandidos
Desperdiçando a maior parte de nossas vidas
Vivendo no paraíso de bandidos
Continuamos a desperdiçar a maior parte de nossas vidas
Vivendo no paraíso dos bandidos
Continuamos a desperdiçar a maior parte de nossas vidas
Vivendo no paraíso dos bandidos

Alguns dias haviam se passado, Shura não contara a ninguém que Edward era na verdade uma garota. Não que fizesse isso por pena, mas porque era necessário, afinal, Melinda era peça chave de seu bando. E também poque, de posse de um segredo como esse, poderia ter o que quisesse com a garota, em troca de seu silêncio e proteção. E este era um preço que cobrava todas as noites, na penumbra de seu quarto.

Mas, a sorte de Melimnda estava para mudar. Só não podia se diser se seria para melhor... Ou pior. Um assalto mal sucedido, a polícia conseguira chegar a tempo de pegá-los. Uma troca intensa de tiros havia começado, Melinda, com medo, fugira pelos fundos do banco, para ser pega por um dos policiais. Um soco certeiro em seu rosto a fez se desequilibrar e cair, um chute em suas costelas e estava a mercê daquele homem...

Jogada com violência para dentro do carro, não tinha como pedir ajuda...

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-Senhor Aiolos! – gritou um dos policiais ao ver o chefe da equipe vir pelo corredor da delegacia – Conseguimos pegar um dos homens do bando de Shura Gonzalez!

-Qual deles?

-Um rapazinho franzino, me parece que seu nome é Edward... Willhen está interrogando-o neste momento.

-O quê? – os olhos esmeraldas de Aiolos estreitaram-se – Como puderam deixar que um animal feito o Willhen conduzisse o interrogatório?

-Mas, senhor... Foi ele quem captrou o bandido.

Deixando seu subordinado falando sozinho, Ailos foi para a sala de interrogatórios, entrando no exato momento em que Willhen se preparava para mais um tapa certeiro na face já machucada de Melinda.

-Pare com isso! – Aiolos segurou a mão do homem no ar – Não vê que é apenas um adolescente?

-Mas, senhor...

-Já chega! Meu Deus, esse menino precisa de um médico...

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Tell me why are we, so blind to see
That the one's we hurt, are you and me
Been spending most their lives
Living in the gangsta's paradise
Been spending most their lives
Living in the gangsta's paradise
Keep spending most our lives
Living in the gangsta's paradise
Keep spending most our lives
Living in the gangsta's paradise

Me diga, porque somos tão cegos para perceber
Que aqueles que magoamos somos eu e você?
Desperdiçando a maior parte de nossas vidas
Vivendo no paraíso de bandidos
Desperdiçando a maior parte de nossas vidas
Vivendo no paraíso de bandidos
Continuamos a desperdiçar a maior parte de nossas vidas
Vivendo no paraíso dos bandidos
Continuamos a desperdiçar a maior parte de nossas vidas
Vivendo no paraíso dos bandidos

Praticamente desarcordada, Melinda fora levada para o hospital da cidade por Aiolos, que ficara no corredor aguardando notícias, até que um dos médicos de plantão saiu do quarto onde ela estava.

-Como está o garoto, doutor?

-Garoto? Tem certeza de que trouxe um garoto para este hospital, senhor Aiolos?

Confuso, Aiolos olhou para o médico com cara de quem não estava entendendo nada. Então o médico abriu a porta do quarto, permitindo que ele entrasse. E, apesar de estar vestida com uma camisola, dava-se para notar a elevação na altura do peito.

Era uma garota.

Aiolos aproximou-se, confuso. O rosto pálido estava cheio de hematomas, os dois olhos tinham marcas roxas, assim com os braços, além de pequenos cortes na boca e no pescoço. Uma revolta tomou conta da mente do rapaz, Willhen iria pagar caro por aquilo. Se já não era correto fazer aquilo com um moleque, o que diria de uma garota?

Após algum tempo de silêncio, melinda abriu os olhos, devagar, gemendo um tanto ao sentir as dores das panacdas recebidas. Tentou virar a cabeça e ver aonde estava, mas sentindo dor, desistiu.

-Não se mova, está muito ferida... – disse-lhe Aiolos, ajeitando o travesseiro para ela.

-Quem... Quem é você? – ela perguntou, reconhecendo os olhos verdes e o rosto que vira há algum tempo, no primeiro tiroteio em que estivera presente.

-Aiolos Kinaros, inspetor de polícia. Mas não se preocupe, não está presa e sim em um hospital... Peço desculpas pela atitude animal que um de meus homens tomou com relação à senhorita.

Melinda assentiu, lembrando-se então do assalto frustrado e também da sua fuga, que havia acabado nas mãos de um policial que batera em si. O medo que sentira fora tamanho que, por mais que aquele homem batesse em si, não conseguia falar uma única palavra ou responder suas perguntas.

-Qual o seu nome?

-Melinda, senhor...

-E por que estava vestida com um garoto, no bando de Shura Gonzalez?

-Essa era... – Melinda engoliu um suspiro, por que estava prestes a dizer aquilo a um estranho? – A minha maneira de sobreviver a este mundo, senhor... Uma garota sozinha jamais conseguiria, mas um moleque... As coisas são diferentes para vocês...

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Após algum tempo, Melinda acabara dormindo, com Ailos ao seu lado, pensativo. Como parecia ser bonita aquela garota, apesar dos ferimentos. E muito sofrida também. Suspirando, ele saiu do quarto, indo até o médico que cuidava da garota.

-Preste atenção, doutor, pois preciso de sua ajuda e discrição... Ninguém pode saber que esta garota está internada aqui, entendeu? Se lhe fizerem alguma pergunta, o garoto que lhe trouxe conseguiu fugir antes que algum médico o examinasse...

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-Alguma notícia de Edward? – perguntava Shura a seus homens, cada vez que alogum deles voltava da rua, ams a resposta era sempre negativa.

Aquilo o estava deixando nervoso, como Melinda poderia ter escapado da polícia? E, se conseguira fugir, por que não voltara ainda?

-Senhor Gonzalez? – um de seus homens o chamou, um tanto temeroso ao ver como seu chefe parecia nervoso.

- O que foi?

-Eu ouvi comentários de que um rapazinho foi levado ao hospital da cidade pelo chefe de polícia, na noite do nosso assalto frustrado... Talvez seja Edward, senhor...

-Ótimo... – Shura disse, abrindo uma das gavetas de sua mesa, onde havia uma arma – venha comigo, temos uma visita a fazer a um doente do hospital da cidade...

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Power and the money, money and the power
Minute after minute, hour after hour
Everybody's running, but half of them ain't looking
What's going on in the kitchen, but I don't know what's kickin'
They say I gotta learn, but nobody's here to teach me
If they can't understand it, how can they reach me
I guess they can't, I guess they won't I guess they front

That's why I know my life is out of luck, fool

O poder no dinheiro, o dinheiro no poder
Minuto após minuto, hora após hora
Todo mundo está fugindo, mas metade não está olhando
Está rolando na cozinha mas não sei o que está cozinhando
Eles dizem que tenho que aprender
Mas não tem ninguém aqui para me ensinar
Se não conseguem entender isso, como podem me alcançar?
Acho que eles não podem, acho que eles não vão

Acho que eles estão encarando

É por isso que sei que minha vida está sem sorte, bobo!

Todas as noites, desde aquela em que Melinda dera entrada no hospital, Aiolos a visitava e ficavam horas conversando, ele ajudava com os curativos e medicamentos e até a fazia rir. Gostava da companhia dele, de ouvir sua voz e... Até sonhava com ele, quando se via sozinha.

Em suas fantasias e sonhos, ao sair do hospital Aiolos a pedia em casamento e juntos começavam uma nova vida, longe das ruas, dos assaltos e de Shura. E pensar no chefe a fazia se sentir inquieta, como ele reagiria ao saber onde estava? Ele viria atrás dela?

-Melinda... – Aiolos a chamou, ao notar que seu semblante ficara sério de repente – O que aconteceu?

-Nâo foi nada, eu... Eu apenas pensei... Logo terei alta e... Como será a minha vida fora daqui? Vou ter que voltar para as ruas? Para o bando de Shura?

-Isso... Se você quiser, Melinda...- Aiolos disse, tocando a face da jovem, fazendo-lhe um carinho na bochecha agora rosada.

Melinda fechou os olhos, era um toque tão terno e quente o de Aiolos, era como se pedisse licença para continuar, diferente de Shura, que era exigente e não admitia recusas. O rapaz, sorrindo, ao ver como Melinda reagia aos eu toque, fez algo que há um certo tempo queria, mas que ainda não tivera coragem.

Delicadamente, para não assustar a agrota ou machucá-la, Aiolos beijou seus lábios, macios e tão doces. Era um beijo a príncipio tímido, um leve toque que se tornou mais profundo quando Melinda entreabriu sua boca. Pequenas lágrimas brotaram de seus olhos, aquele beijo era diferente, era mais... Carinhoso. Talvez fosse um beijo de... Amor?

-Solte-a agora mesmo, desgraçado!

A voz de Shura ecoou pelo quarto, ele estava parado junto á porta, suas mãos estavam junto ao seu corpo, seu olhar era inquisidor.

-Shura! O que faz aqui?... – Melinda perguntou, sentindo um arrepio percorrer sua espinha.

-Eu vim buscá-la... Vou levá-la de volta para casa.

-Melinda irá se quiser ir, Shura... E você irá para a cadeia... – Aiolos disse, aproximando-se de Shuira, que sacou uma arma do bolso do casaco que usava, apontando-a para o policial.

-Nem mais um passo.

-Shura, não faça nada!

Melinda pediu nervosa, ao apsso em que tentou descer da cama, mas ainda nãoe stava totalmentre recuperada e acabou caindo no chão. Por instinto, Shura tentou correr para ajudar, mas foi detido por Aiolos, que o golpeoou com um soco no estômago.

Shura caiu para trás, mas não largou a arma. Recuperando-se, ele a apontou novamente para Aiolos e atirou... Mas não foi o policial a quem acertou...

-Melinda! – Aiolos gritou, ao sentir o peso do corpo da garota, caindo sobre si, à sua frente.

Fora tudo muito rápido, Melinda havia se jogado em sua frente e o tiro acabou acertando seu peito. Ela caiu nos braços de Aiolos, que a amparou, mas já era tarde. O sorriso que ela dera a si seria o último antes de morrer...

Transtornado, Shura caiu de joelhos no chão, o que tinha feito? Aquele tinha sido o primeiro assassinato que cometera... E matara justamente a garota que, agora sabia, amava... Do seu jeito torto, mas amava...

-Melinda... – Aiolos a chamou mais uma vez, em vão. Abraçando o corpo inerte da garota, sentiu seu coração apertar e querer explodir dentro do peito.

Os sonhos que começava a ter, de uma vida ao lado daquela menina, evaporavam-se feito poeira pelo ar...

Been spending most their lives
Living in the gangsta's paradise
Been spending most their lives
Living in the gangsta's paradise
Keep spending most our lives
Living in the gangsta's paradise
Keep spending most our lives
Living in the gangsta's paradise
Tell me why are we, so blind to see
That the one's we hurt, are you and me
Tell me why are we, so blind to see
That the one's we hurt, are you and me

Desperdiçando a maior parte de nossas vidas
Vivendo no paraíso de bandidos
Desperdiçando a maior parte de nossas vidas
Vivendo no paraíso de bandidos
Continuamos a desperdiçar a maior parte de nossas vidas

Vivendo no paraíso dos bandidos
Continuamos a desperdiçar a maior parte de nossas vidas
Vivendo no paraíso dos bandidos
Me diga, porque somos tão cegos para perceber
Que aqueles que magoamos somos eu e você?
Me diga, porque somos tão cegos para perceber
Que os únicos que ferimos fomos eu e você?

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Quanto drama, meu Deus! Mas gostei desta one shot e espero que você também tenha curtido, Pure... Melinda é uma personagem pela qual tenho muito carinho, a maior prova disso são as duas sides que escrevi para ela e o presente que te pedi de aniversário em 2010 e que me emocionou demais...

E na próxima one shot, a ecolha de... Black Scorpio No Nyx!