The Favorite
Autora: Juliana Alves
Categoria: Major Crimes, Sharon e Julio, Romance
Advertências: Descrição ao sexo
Classificação: NC-17
Capítulos: 3
Completa: [x] Yes [ ] No
Resumo: Ele se tornou o favorito do jeito mais inusitado. E bem ele estava longe de renegar o posto.
Disclaimer: Os personagens aqui citados não me pertencem e sim a James Duff e a TNT.
Dedicatória: Eu dedico essa história inteiramente a Andreza, a nossa nova mamãe. Dê, eu sei o quanto tu ama Julio e convenhamos.. ele é nosso HOMÃO. Essa história é para você e para as Afrontosas de Mary ;) Divirtam-se.
Capítulo Um
"Julio, em meu escritório. Agora!" A voz dela não se elevou, mas todos ouviram que ela estava em seu limite. Sem segundo pensamento, o detetive pulou de sua cadeira e seguiu a Capitã.
A porta foi fechada mais forte do que eles estavam acostumados e em seguida as persianas fecharam também. Todos sabiam o que significava, Julio era um cara morto.
A equipe conhecia a rotina, Julio seria repreendido passaria alguns dias sem ir a campo e tudo voltaria ao normal, apesar de tudo ele era o favorito. Não que a Capitã assumisse isso, de jeito nenhum, ela era sempre justa e entraria na frente de qualquer um para proteger seu time, eles viram isso quando ela ainda era da FID. Nem mesmo Brenda podia negar. Contudo isso não quer dizer que ela não tenha um que proteja mais.
"Espero que dessa vez ele a escute". Provenza resmungou e voltou a atenção para sua palavra cruzada.
"Ele sempre a escuta, ele é seu favorito". Sykes falou um pouco sentida, ela realmente pensava que podia se tornar o braço direito de Sharon já que a mulher mais velha a tinha contratado e elas eram as únicas mulheres do departamento. Sykes não podia estar mais enganada.
Dando de ombros Tao e Flynn voltaram a seus relatórios, eles não ligavam muito para isso. Eles aprenderam rápido que para sair dali cedo e consegui um 'muito bem, Tenente' bastava obedecê-la.
Enquanto isso, Julio sentou em frente à mesa dela. Ele ainda não tinha dito nada, ele a conhecia bem e sabia que ela precisava de um momento para se acalmar. Respirando fundo, Sharon encarou o detetive com olhos cerrados, eles tiveram essa conversa inúmeras vezes e parecia que não estava dando resultado.
"Julio, o que diabos você estava pensando?" A voz dela era controlada, mas ele podia ver a raiva brilhando em seus olhos verdes.
"Ele resistiu à prisão, senhora. Eu tive que usar a força".
"Pelo amor de Deus, Julio, você pensa que sou idiota? Ele já estava contido, não havia necessidade de agredi-lo". A calmaria estava esquecida agora, ela elevou a voz e se levantou da cadeira. "Você faz alguma ideia de como é difícil negociar com a FID? Eu escrevi a maioria daquelas regras e não estou conseguindo encontrar brechas para suas estripulias".
Julio abriu a boca para responder, mas fechou assim que ela lhe encarou com fúria, ele não teria o direito de falar por enquanto. Sem saber ao certo o que fazer ele permaneceu quieto.
"Eu não sei mais o que fazer, eu não posso protegê-lo mais. Você deveria cumprir as regras e agora seu emprego está por um fio, Julio".
"Me desculpe". Ele sussurrou e ela podia ver que ele estava realmente arrependido.
"Desculpas não vão resolver dessa vem. Eu falei com o Sargento Elliot e ele propôs que você fizesse, mais uma vez, o curso de controle de raiva".
"O que? Mas senhora..."
"Isso não foi um pedido". A voz Darth que ela usava com seus suspeitos chegou em seus ouvidos e o detetive abaixou a cabeça em submissão. "Isso é uma ordem direta, Detetive Sanchez. Espero que você leve isso muito a sério".
Sharon o observou por poucos segundos enquanto ele mantinha a face abaixada, suspirando ela se aproximou e sentou na cadeira que estava ao lado dele.
"Julio, olhe para mim". Cautelosamente ele fez o que ela pediu e a encarou pesaroso. Sharon então cobriu as mãos dele com a sua. "Você tem que se manter na linha, Julio. Eu odiaria perder um detetive tão bom como você e sentiria sua falta ao meu lado. Você promete que vai ao menos tentar ser gentil e fazer esse curso? Por favor, faça tudo direito. Por mim".
A última parte era golpe baixo, Sharon sabia disso, mas se a chantagem emocional era a única coisa que o faria agir, ela usaria isso sem problema. O importante era que Julio não fosse demitido.
"Eu tentarei, mi morena". Sharon não pode deixar de sorrir com esse apelido, ele sabia qual era o ponto fraco dela também e quando ele falava em espanhol geralmente a virava. Ela nunca quis tanto estar fora do escritório para poder beijá-lo sem sentido.
Poucos imaginavam que eles tinham um relacionamento, para a LAPD eles eram apenas a Capitã e seu detetive protetor. Mas quando eles ficavam sozinhos, a história era outra. Eles nunca tinham se encarado mais que duas vezes antes de toda essa faísca começar e bem... Sharon poderia dizer que a culpada era de Brenda.
...
3 anos antes...
Sharon chegou em casa e atirou a chave na mesinha ao lado da porta, em seguida tirou o casaco e por último os sapatos. Ela suspirou de alívio quando seus pés nus tocaram o chão de linóleo, mas isso ainda não aliviou a frustração que ela estava sentindo durante todo o dia. Ela estava no limite há meses e realmente cogitou a possibilidade de sair da força, mas ela não desistiria agora, não com uma proposta de promoção.
Sharon não pode deixar de sorrir ao lembrar a cara de Taylor quando Pope ofereceu o posto de Comandante, ela teve que manter a face triste, mas estava se divertindo com aquilo. Claro que toda aquela confusão de aposentadoria lhe rendeu mais conversas pelas costas, menos Provenza que fez questão de comemorar e mostrar sua alegria com isso. Brenda surpreendentemente se chateou ao descobrir por outra pessoa, e ela fez questão de apontar isso. Era como se as duas tivessem voltado para a estaca zero de seu relacionamento, onde mal podiam se suportarem. Os outros do esquadrão não falaram nada, mas ela não ligava. Major Crimes ainda era uma grande interrogação para ela.
Seu telefone começou a tocar e ela gemeu irritada, esperava seriamente que não fosse um caso.
"Capitã Raydor". A voz dela saiu mais rude do que ela pretendia, ela nem sequer viu quem chamava.
"Querida, você está precisando de uma bebida para amaciar esse humor". Gavin zombou com sua voz macia.
"Gavin..." Ela suspirou aliviada. "Que tal você me levar para algum lugar? Garanto a você que outras coisas ficarão macias com um pouco de álcool".
"Que tal um pouco de tequila?" Ele sorriu. "Mas deixe essas outras coisas macias longe de mim".
Sharon gargalhou alto com isso e sentiu a tensão sair um pouco de seu corpo, esses eram um dos motivos que ela amava Gavin.
"Seria maravilhoso, mas me recuso a ir naquele buraco que você chama de bar". Ela falou e seguiu para seu quarto. Era sexta feira e ela queria esquecer essa semana, e esperava que seu amigo lhe levasse a um lugar decente, da última vez que ele a levou para tequilas ela se viu em um lugar desconhecido e muito perigoso.
"Não, aquele nunca mais. Um cliente indicou um bar mexicano, fica distante, mas vale a pena. Comida boa, bebidas à vontade e claro muita dança". O entusiasmo na voz dele era contagiante e ela se viu animada para a distração.
"Dança? Desde quando você dança, Gavin? Você sempre arruma um jeito de fugir de mim quando peço que dance comigo". Ela reclamou.
"Claro, você quer o que? Você é uma mulher sexy e todos olham para você quando dançamos, eles pensam que sou um cara de sorte, não é exatamente esse tipo de admiração que eu quero deles".
Sharon bufou e revirou os olhos, ele não estava mentindo quanto a isso. Era realmente chamativo quando estavam juntos, eles poderiam se passar por um casal a qualquer momento e isso irritava o loiro.
"Ok, que seja. O que devo vestir?" Ela questionou olhando para o armário.
"Não sei. O que combina com tequila, música latina e um ambiente quente?" Ele provocou com uma risada maliciosa. Sharon sorriu também e já sabia qual era a roupa.
"Estarei pronta em 30 minutos, onde encontro você?"
"Eu passo aí para pegá-la. E não irei dirigindo, se essa era a próxima pergunta". Ele se despediu rapidamente e ela sentou na cama por um momento. Pensamento de que esse tipo de aventura já deveria ter acabado em sua idade encheram sua cabeça, mas ela descartou isso rapidamente. Ela não iria passar mais uma noite sozinha.
...
Cumprindo com sua palavra, Gavin apareceu 30 minutos depois em um táxi. Assim que ela se aproximou do veículo ele assobiou baixinho. Ela usava uma calça jeans preta e bem justa, a blusa lilás era decotada o suficiente para fazer qualquer um olhar fixamente e a maquiagem era mais marcante que a usual. Os olhos verdes estavam em destaque e os lábios vermelhos. Sharon Raydor não poderia estar mais deslumbrante.
"Qualquer dia desses você vai me transformar em hétero, morena". Os olhos azuis dele brilhavam de malícia e Sharon se viu revirando os olhos para ele.
"Cala a boca, Baker". Ela tentou, mas não conseguiu esconder o sorriso com o elogio.
Sem mais demorada eles partiram para o bar, eles fizeram pequenas conversas e comentários sobre a divisão da Major Crimes e as fofocas do fórum. O tráfego estava livre no sentido que iam e eles chegaram rapidamente ao destino. De imediato Sharon achou que eles estavam no lugar errado, aquilo ali parecia uma boate, não que ela fosse contra isso, entretanto ela não queria passar a noite gritando para ter uma conversa. Ela encarou Gavin confusa e esperou que ele mostrasse o caminho.
"Bem... Acredito que teremos que esperar um pouco". Ele falou olhando ao redor.
"Você marcou com quem?" Ela questionou com olhos estreitos.
"Um amigo?"
"Gavin.. porque você não me disse que eu iria ser a vela do seu encontro?" Exasperação encheu sua voz quando percebeu a jogada dele.
"Não é um encontro". Ele protestou, mas a atenção estava em outro lugar. Acenando um homem se aproximou deles.
"Gavin, que bom que veio". O moreno era mais alto que Gavin e muito bonito, ele tinha um sorriso encantador e parecia ser bem simpático.
"Claro que eu viria". O sorriso de Gavin era doce e Sharon pensou em voltar para casa, ela não estava com muito humor para segurar vela. "Oh.. onde está minha educação? Sharon, esse é o Juan. Juan, minha amiga Sharon. Ela ainda não conhece o lugar e resolvi convidá-la".
"Você fez bem, eu estou com um grupo de amigos lá dentro. Não se preocupem, estaremos em boa companhia". Ele sorriu e estendeu a mão para cumprimentar Sharon, ela sorriu verdadeiramente para ele e aceitou o gesto. Quem sabe ela não conseguiria não matar Gavin até o fim da noite?
Eles não precisaram esperar na enorme fila que tinha do lado de fora e Sharon ficou agradecida por isso. Assim que entrou no bar ela olhou ao redor realmente surpreendida. O ambiente era diferente do que imaginava, a atmosfera era muito aconchegante. A música latina tocava alta, mas não incomodava. Várias mesas estavam espalhadas ao redor, o balcão do bar ficava no canto esquerdo do local e parecia ser bem confortável. Contudo o que chamou a atenção de Sharon foi a grande e impressionante pista de dança, vários casais já dançavam e ela se viu querendo está ali também. Mas antes ela precisava de tequila.
"Shar, você me deve uma". Gavin falou com um sorriso ao lado dela. Ele também estava bem impressionado.
"Eu pago depois". Ela piscou para ele com um grande sorriso. "Agora cadê aquela bebida que você me prometeu?"
Gavin revirou os olhos para ela, mas ainda estava sorrindo quando se virou para Juan atrás de informações sobre o bar. Enquanto isso o moreno guiou Sharon até a mesa onde estava seus amigos e a apresentou a todos. Haviam cinco pessoas ali, dois casais e um homem, ele parecia ser um pouco mais velho que a Capitã e tinha um sorriso fácil. Sharon gostou dele imediatamente.
"Aqui". Gavin falou ao lado dela e entregou uma garrafa a ela. "Tequila para minha garota".
"Gavin! Era só uma dose". Ela protestou.
"Você acha que eu vou ficar indo e vindo do bar?" Ele questionou como se ela tivesse enlouquecido. "Eu te amo, Shar, mas não vou ficar de vai e vem".
Todos na mesa sorriram com isso, ela revirou os olhos, mas agradeceu pela pequena quebra de gelo que o amigo proporcionou. Durante as próximas horas todos se divertiram, a conversa fluía sem ser forçada e Sharon se viu relaxando cada vez mais, claro que a quantidade de álcool era o fator principal.
Entre uma conversa e outra todos se revezaram em dançar os vários ritmos que o DJ colocava. Salsa, merengue e tango era o que mais tocava e Sharon se viu agradecendo por ter feito aulas de dança durante a juventude. A veia artística de Emily não tinha aparecido do nada, a Capitã havia sido uma grande bailarina quando jovem, até que seu parceiro a derrubou e seu joelho não foi mais o mesmo, e após se recuperar ela optou por fazer dança de salão. Um mero substituto para seu sonho, mas que serviu para superar alguns obstáculos.
Já passava das onze quando um homem se aproximou da mesa, ele era um homem atraente com um olhar aquecido e azul. Era alto e forte.
"Hola, sou o James e gostaria de saber se a senhora gostaria de dançar". Ele encarou Sharon e esperou a resposta. Por um momento ela pensou em recusar, mas pensou melhor. Ela estava ali para se divertir e era uma garota grande. Ela sabia se cuidar.
"Claro, por que não?" Pegando a mão estendida eles foram para pista de dança que estava um pouco cheia para o gosto dela.
Sharon estava se sentindo bem, a salsa enchia seus ouvidos e o ritmo rápido pulsava em seu coração e fazia o sangue correr por suas veias ainda mais rápido. O parceiro da vez dançava bem e ela estava feliz em seu pequeno mundinho até que sentiu James descendo a mão por seu corpo, ela ficou tensa e segurou sua mão numa altura respeitável, mas ele insistiu e segurou em sua bunda com firmeza. Mesmo um pouco embriagada ela conseguiu segurar a mão dele e torcer em suas costas fazendo ele se contorcer de dor.
"James, eu não gosto de ser apalpada por quem não conheço". A voz dela tinha o tom frio que ela costumava usar com alguns policiais idiotas. "Sugiro que vá embora".
Sharon o soltou e ele deu um passo para trás, o rosto dele estava enfurecido, mas ele não fez nada. Apenas a chamou de louca e se afastou. Suspirando ela balançou a cabeça em desgosto e seguiu para o bar, ela estava começando a ficar com fome e alguns petiscos seria de bom grado. Com um pouco de luta ela conseguiu chegar ao seu destino e pediu ao garçom um pouco de comida e uma garrafa de água. Ao longe ela podia ver um dos casais da mesa onde estava se despedirem e sair, e ela lamentou não estar perto para trocarem contatos, Sharon gostou da companhia deles.
Agora satisfeita ela pensou em voltar para a mesa onde estava Gavin, Juan e o outro casal. Em meio a grande aglomeração ela foi empurrada e esbarrou forte em alguém, grandes mãos seguraram em sua cintura para ela não cair.
"Me desculpe". Ela falou e se virou. Seus olhos se arregalaram quando encarou Julio Sanchez, ela sentiu as bochechas quentes de vergonha ao ver o detetive.
"Você está bem, senhora?" A preocupação na voz dele a deixou um pouco confusa, mas ela apenas afirmou com um gesto de cabeça. "Bom. Quer que eu lhe acompanhe até a mesa?"
"Não será preciso, detetive".
"Julio". Ele a corrigiu rapidamente. "Aqui eu sou Julio, senhora".
"E eu Sharon" Ela sorriu. "Sugiro em deixar a formalidade só para o trabalho".
"Você tem um acordo". Ele deu um pequeno sorriso e ela percebeu claramente a ironia daquilo tudo.
Ambos seguiram rapidamente para a mesa onde Sharon estava, onde agora só restava Gavin e seu amigo.
"Oh.. detetive Sanchez". O loiro sorriu e acenou para ele. Gavin estava mais embriagado que ela e isso fez Sharon sorrir. Que Deus os ajudassem com a ressaca do dia seguinte.
"Sr. Baker" Julio o cumprimentou e recebeu em troca um revirar de olhos pela formalidade. Mas ninguém se corrigiu. "Vim trazer a Capitã até aqui".
O detetive estava um pouco sem jeito com a situação e era claro que ele queria sair dali. Sharon agradeceu e sentou, ela o dispensou como ele parecia querer. Entretanto, ele permaneceu ali trocando de pés, inquieto.
"O que posso fazer por você, Julio?" Ela quis saber curiosa.
"Bem.. eu gostaria de saber se você quer dançar". A recusa estava na ponta da língua, mas Sharon se parou no último segundo. Por que não?
"Claro". Ela viu a surpresa nos olhos dele, mas não disse nada.
Julio a guiou até a pista mais uma vez, mas eles se mantiveram um pouco longe da multidão. Ela percebeu que eles eram do mesmo tamanho, mas o salto que ela usava a deixava em vantagem. Contudo isso não pareceu intimida-lo, ele mantinha uma mão respeitosa em suas costas e seus corpos estavam separados por poucos centímetros.
Depois de algumas danças eles voltaram para a mesa onde Gavin esperava por ela ansiosamente.
"Ei, o que houve? Cadê o Juan?" Questionou Sharon um pouco ofegante e sorridente.
"Você está bêbada!" Ela revirou os olhos, ela estava se sentindo bem entorpecida, mas isso não queria dizer que ela estava fora de sua mente. "Olhe... O Juan foi buscar o carro, e.."
"Você já vai?" O olhar desolado dela o fez sorriu um pouco. Ela parecia uma criança que foi avisada que o tempo no parquinho acabou.
"Sim, mas você pode ficar se quiser. Eu esperei para saber se você queria ir com a gente".
Sharon não queria ir agora, mas se esse era o único jeito ela não tinha opções. Ela não lembrava nem ao menos onde estava localizado esse bar e não sabia onde pegar um táxi. A estratégia mais segura era se manter perto de Gavin, então com um suspiro ela começou a balançar a cabeça quando a voz de Julio pegou os três de surpresa.
"Eu posso encontrar um táxi depois, caso a Capitã queria ficar". Ele estava um pouco envergonhado por seu impulso, mas não tirou o que disse. Apenas esperou às reações.
"Essa é uma opção muito boa". Gavin comentou e olhou para Juan que estava voltando para mesa.
Sharon sabia que iria atrapalhar Gavin e seu 'amigo', então tomou uma decisão que ela, definitivamente, se arrependeria na manhã seguinte.
"Tudo bem, eu fico" Ela forçou um pequeno sorriso para o loiro e se levantou para abraça-lo. "Estamos quites agora". O sussurro dela só foi ouvido por Gavin que beijou sua bochecha em agradecimento.
O loiro se despediu de Julio e foi embora. Por um momento nem um dos dois falou nada, a situação estava ficando mais estranha a cada segundo. Porém, decidida a se divertir, Sharon se levantou e encarou o detetive.
"Que tal um pouco de tequila, Julio?"
"Ótima ideia, Sharon" Ele disse o nome dela um pouco incerto, mas ela nunca ouviu seu nome ser tão certo quanto na boca dele.
Seguindo até o bar eles entornaram duas doses da tequila antes de voltarem para a pista de dança. Sharon percebeu que eles se mantinham na lateral da pista, nunca no meio ou perto de muita gente. E ela estava grata por isso, de algum jeito Julio sabia exatamente como ela pensava.
De repente a música mudou, ela não sabia o que fazer por um momento. Julio tinha um sorriso discreto no rosto e a encarava com curiosidade.
"Você nunca ouviu esse ritmo?" Ele perguntou divertido.
"Não. Minhas aulas de dança latina ficaram nas danças tradicionais". Ela retrucou.
"Bem... então acho que vou ter que ensinar como se dança". Ele falou e a puxou um pouco para si, mas ainda manteve a distância respeitosa. "Essa é a kizomba, esse ritmo chegou por aqui há pouco tempo, então não sou um dançarino tão bom do ritmo. E esse não é um ritmo latino, ele veio da Angola e bem.. a gente gosta dele".
"Você percebe que parece um professor de história falando desse jeito?" Ela o encarou divertida e soltou uma risada que deixou Julio encantado por esse lado da Capitã. Ele estava ansioso para conhecê-la ainda mais nessa noite.
"Você vai querer aprender ou não?"
Sharon afirmou e esperou pelas instruções, entretanto ela olhou rapidamente ao redor e arregalou os olhos ao ver o quanto sensual era o ritmo. Ela agora estava começando a repensar isso, não era apropriado dançar desse modo com um subordinado. Ela nem ao menos sabia se ele era o vazamento da divisão, isso tudo era contra as regras. Mas a verdade era que ela tinha muito álcool no sangue para poder pensar direito, a única coisa que passava na sua cabeça era: Que as regras se explodam!
"Está preparada?" A voz dele a tirou de seu pensamento e ela afirmou.
Julio a instruiu com uma contagem simples de um passo para cada lado. A batida da música era tão alta que Sharon acreditou que seu coração estava no ritmo da dança. Com os passos básicos o detetive sussurrou que começaria, contudo no último instante ele a puxou em seus braços, agora os corpos estavam colados e o braço direito dele havia a enlaçado. Ela soltou um pequeno grito surpreso com a nova posição, ela podia sentir a mão dele escavando a lateral de seu seio e isso a deixou muito quente. Ela queria acreditar que o calor era por causa da tequila.
"Não se contraia, eu tenho você. Só sinta a música". O sussurro dele bem ao lado de seu ouvido fez seus joelhos derreterem, mas ela tentou se manter firme e mordeu o lábio para evitar de gemer. Todo esse momento estava deixando ela atordoada.
Sharon tentou ao máximo acompanhar os comandos de Julio, mas estava encontrando dificuldade em se concentrar. Seus corpos estavam colados e cada passo que o detetive dava Sharon sentia seu corpo se aproximar mais do dele. O peito forte bem em sua frente a amparava, o braço a rodeava firmemente e a respiração suave dele fazia cócegas no seu pescoço. Aos poucos ela sentiu que ele descia sua mão até a curva de sua bunda, ele aplicou um pouco de pressão a guiando nos movimentos. A perna direita dele se encaixou no meu das pernas delas e ela não pode evitar o gemido, Julio não disse nada, mas ela podia ver os sorriso malicioso nos lábios dele.
As próximas três músicas foram um aprendizado mais que suficiente para Sharon revelar que esse novo ritmo era seu favorito. Ela estava apreciando cada segundo, e não pode deixar de se surpreender com o detetive. Depois de um tempo eles sentaram nos bancos do bar e Julio se mostrou ser uma companhia muito divertida, ele fez alguns comentários sobre os clientes mais frequente do bar. Incluindo o idiota do James. Ela ficou curiosa e descobriu que o dono do estabelecimento era um primo de quarto grau de Julio por isso a familiaridade do local.
"Então você já foi professor de dança?" Ela estava tentando, mas a gargalhada saiu de sua boca sem autorização. Ele a encarou surpreso, mas logo sorriu com ela. A risada dela era contagiante e ele desejou vê-la sorrir mais assim.
Em contrapartida, Sharon percebeu que por trás do detetive badass existia um ursinho de pelúcia com um grande coração. E ouvir as histórias sobre como ele gostava de ajudar as pessoas e amava as crianças aqueceram o coração da Capitã.
"Quer dançar mais um pouco?" Ele perguntou esperançoso. Sharon olhou para o relógio e arregalou os olhos ao ver a hora, eram quase três da manhã.
Por mais que ela quisesse ficar o resto da madrugada seu corpo estava cansado e seu cérebro estava começando a ficar mais turvo. A companhia de Julio era maravilhosa, mas ela estava se sentindo muito velha para tudo isso, principalmente depois do jogo mental que tevê que fazer nos últimos dias.
"Só mais essa, eu realmente deveria ir para casa". Ela informou e sorriu para ele.
"Eu entendo, estou cansado também". Ele comentou e ela o encarou e percebeu as olheiras embaixo de seus olhos. O caso não tinha sido fácil e ela entendia o fardo que, como policiais, eles tinham que carregar.
"Então vamos a saideira". Ela bateu palmas feliz e quase tropeçou em seus pés com empolgação. Ela estava definitivamente bêbada. Mas Julio a amparou no último instante.
"Calma, a tequila é mais forte do que você pensa". Ele falou divertido.
"Só posso afirmar com certeza amanhã". Ela piscou para ele e seguiu para a pista de dança.
Julio sorriu com isso e seguiu ela até lá, ainda encantado e confuso com a dicotomia da Capitã. Ele nunca pensou que a 'Bruxa má' fosse uma pessoa tão divertida e com o coração tão bondoso. Ele se viu tentado a contar a todos que ela era uma das melhores pessoas que ele conheceu. Porém, ele sabia o grande problema que se meteriam se descobrissem a interação entre eles.
"Vamos lá, Julio". O grito dela o tirou de seu devaneio e ele se aproximou.
Assim que chegou perto ele a puxou para si tirando uma gargalhada dela. A música tinha trocado novamente para salsa e Sharon estava claramente se divertido. De repente um grito no meio da multidão fez ambos se virarem alertas, mas antes que pudessem fazer alguma coisa eles se viram sendo empurrados por algumas pessoas que tentavam se afastar da briga.
Julio então puxou Sharon do caminho e a empurrou na parede mais próxima, usando o próprio corpo como proteção. Ele percebeu o pequeno grito que ela deu em surpresa e ele a encarou preocupado achando que a tinha machucado. Porém, o pequeno gemido que seguiu o fez congelar, pois ele ficou em dúvida se foi por prazer ou dor.
"Sharon, você está bem?" Ela tinha os olhos fechados e tremia um pouco. "Ei, eu machuquei você?"
"Não". Ela sussurrou e abriu os olhos o encarando.
Foi então que ele percebeu que o gemido não tinha nada a ver com dor. Agora que eles estavam tão perto ele notou os sinais, os olhos dela estavam brilhantes e ainda mais verde do que ele já tinha visto, Sharon não usava óculos essa noite e ela estava deslumbrante com a maquiagem mais forte que o usual. E seus olhos mostravam desejo. A respiração estava mais rápida e as bochechas vermelhas.
Julio tentou se afastar, pois seu corpo respondeu ao olhar dela imediatamente. Porém, a mão que ela tinha em seu ombro se apertou.
"Não vá". O sussurro rouco dela começou a deixá-lo excitado e ele sentiu as calças apertarem.
"Ok". Ele se aproximou e empurrou o corpo para ela novamente, mas aplicando mais força esperando que ela reagisse de alguma maneira. O gemido que ela deu foi o suficiente.
Percebendo que ele estava querendo confirmação sobre o quanto ela estava reagindo a ele Sharon decidiu acabar com a miséria de ambos. Levando a mão que estava em seu ombro até o pescoço, ela o puxou para si e colou seus lábios com o dele. Julio foi surpreendido com isso, mas se recuperou rápido e devolveu o beijo com vontade.
Ambos agora lutavam para ter o controle, Sharon tinha uma mão firme em seu pescoço e ele em sua cintura. Sharon abriu a boca e deu todo acesso que Julio queria e ele aproveitou para tocar sua língua com a dela. O gemido que ela deu foi mais alto do que deveria, porém nenhum dos dois pareceram perceber. A briga no bar agora estava totalmente esquecida e a música ainda era alta os encobrindo.
Quando o ar se fez necessário eles se separaram relutantes, mas mantiveram as testas coladas, as respirações misturadas. Julio ainda a pressionava firmemente contra a parede e a tensão ao redor deles era palpável. E agora que estavam tão perto ele podia realmente olhar para ela, ele nunca a tinha reparado antes, claro que as pernas sempre chamaram atenção. Porém, Julio havia intitulado ela como inacessível, e sendo uma oficial superior ele não podia tocar.
Entretanto aqui estavam eles, corpo a corpo depois de um beijo de tirar o fôlego, desejo correndo nas veias e olhos brilhando com promessas de que viria algo melhor. Sharon podia ler as emoções em cada traço do rosto do detetive e ela não podia negar o temor em relação a isso.
Sharon tocou em seu peito e o afastou ligeiramente. Percebendo o que estava fazendo, Julio deu um passo para trás evitando invadir o espaço pessoal dela.
"Não vá muito longe". Ela pediu com a voz rouca e ele não pode evitar se excitar um pouco mais com isso. Agora seria difícil ele esconder o desejo toda vez que a ouvisse falar.
"Desculpe por beij..."
"Não se desculpe". Ela o interrompeu um pouco irritada. "Eu não me arrependo e você também não deveria".
Ele a encarou um pouco confuso, mas não disse nada apenas esperou por sua liderança.
"Julio, eu adoraria ir para casa com você agora. Mas estou bêbada e irei me arrepender amanhã".
"Eu entendo". Ele abaixou a cabeça e vergonha começou a marcar seu rosto.
"Ei" Ela tentou encontrar seus olhos, mas ela viu que ele ficou chateado. Sem escolhas ela o puxou pela camisa voltando a colar seus corpos, mas agora muito mais gentil. "Isso não é um não, Julio. Eu quero estar sóbria quando a gente fizer amor".
Com essa afirmação ele a encarou surpreso, primeiro por ela ser racional mesmo embriagada e segundo por ela dizer quando, o que implicava claramente que isso se repetiria. E se dependesse do detetive seria muito em breve, a atração que ele estava sentido por ela era sufocante e inebriante. Julio não via a hora de poder tocá-la sem sentido.
"Então não vou receber uma reprimenda por ter avançado em uma oficial superior?" A voz dele tinha um tom de deboche que ela apreciou nele e o pequeno sorriso que ele dava era contagiante.
"Pelo que posso lembrar, o que não é muito, a oficial superior que iniciou o beijo. Acho que você está seguro por enquanto".
"Que bom, pois preciso retribuir o favor". Com isso ele a beijou, e dessa vez ele não esperou, apenas empurrou sua língua entre os lábios dela explorando toda sua boca, sentido o gosto da tequila e um toque só Sharon.
Quando ambos estavam sem fôlego se soltaram relutante, Julio ainda mordeu seu lábio o puxando levemente fazendo-a gemer baixinho e empurrar seu quadril de encontro ao dele.
"Sharon, não comece o que não pode terminar". O tom baixo e ofegante dele trouxe um sorriso malicioso no rosto dela, mas Sharon resolveu parar. Ela falava a verdade minutos antes, devagar e sóbrio era o melhor caminho. "Que tal eu colocar você num táxi?"
"Isso seria adorável".
Julio a soltou da parede e pegou em sua mão entrelaçando os dedos. O gesto aqueceu o coração dela, pois parecia ser tão natural como respirar e ela se viu imaginando passar mais momentos junto com ele. Quando chegaram na frente do bar ele falou com um dos seguranças que tirou um celular do bolso e iniciou uma ligação.
Eles ficaram calados, aproveitando o silêncio da rua. Sharon se inclinou para ele quando um vento frio passou por eles. A blusa sem manga dela estava fazendo um péssimo serviço em aquecê-la, lendo seus pensamentos, Julio tirou o casaco que usava e colocou em volta dos ombros dela.
"Obrigada, Julio". O sussurro dela era um pouco envergonhado, eles estavam agindo como um casal de adolescentes depois de terem o primeiro encontro.
De repente ela começou a rir com o pensamento, o detetive a encarou divertido e com as sobrancelhas erguidas em confusão. Quando ela o explicou isso ambos voltaram a rir. Em meio ao momento descontraído um táxi parou ao lado deles.
"Aqui está sua carona". Ele falou e foi até o carro abrindo a porta para ela.
"Tão cavalheiro". Ela resmungou com ironia.
Julio revirou os olhos, mas não disse nada só fechou a porta e se apoiou na janela aberta.
"Eu sei que vai parecer inapropriado, mas você pode me avisar quando chegar em casa?" Julio tentou esconder, mas a preocupação brilhava em seus olhos e Sharon realmente se sentiu cuidada e afirmou com um sorriso suave.
"Oh.. sua jaqueta". Ela falou e a tirou dos ombros.
"Não, fique com isso. Me devolva da próxima vez que nos vermos, Sharon".
Com duas pancadas na porta o motorista arrancou e perguntou o endereço que deveria levá-la. Sharon falou no automático, pois ainda estava abismada com o comentário dele. Claramente ele queria um segundo round e a próxima vez deveria ser quando ambos estivessem fora do trabalho.
Sharon sorriu, ela estava tão ansiosa quanto ele. E ela se certificaria que não estaria embriagada.
Enquanto isso Julio voltava para casa a pé, o bar ficava a poucos quarteirões de seu lugar e ele teve esse tempo para refletir sobre sua noite. Ansiedade e desejo ainda ondulava seu corpo e ele se viu pensando nos olhos verdes da Capitã, nos lábios vermelhos e como seus seios subiam e desciam com a respiração rápida. Ele não via a hora de reencontrá-la, não a Capitã Raydor e sua armadura. Mas Sharon a mulher sensual e deslumbrante que o encantou.
Depois de um tempo de ter chegado em casa o celular de Julio vibrou e ele sorriu abobalhado quando viu que ele tinha uma mensagem.
"Cheguei em segurança. Muito obrigado pela atenção, Julio.
Nos vemos em breve. Com carinho, Shar".
O sorriso dele aumentou ainda mais ao ver o apelido. Eles teriam muita conversa para colocar em dia.
"Shar" Ele sussurrou para ninguém em especial. "Shar, mi morena". O espanhol enrolou em sua língua e ele suspirou feliz.
O próximo encontro seria uma explosão.
Continua...
N/A: Eu sei, eu sei... provavelmente algumas pessoas irão me matar, mas esse é um presente para uma grande amiga e bem... eu tenho uma queda por Julio também.
