Algumas considerações iniciais... Primeiramente gostaria de dizer que não sou antropóloga forense, nem trabalho na área e menos ainda da policia científica, tudo o que escrevo aqui é ficção e "bobagens" da minha cabeça, algumas informações foram "googadas", mas não foram checadas... Esta fanfic é baseada na série televisiva "Bones".

Eu já postei uma fanfic neste site, mas desisti porque quase ninguém comentou e em um outro site que eu posto fic as pessoas comentam bastante, então fiquei um pouco decepcionada, mas eu escrevo essa fic por amor mesmo, por isso resolvi postá-la e até o final! Mas comentários são sempre bem vindos e me dão um gás a mais para escrever, então...

Não sou a Sthephenie e esses personagens a pertencem for ever...

Isabella.

Aquele dia estava sendo completamente atípico, primeiro que fazia um frio descomunal na cidade de São Paulo, não que o frio fosse coisa rara por aqui, mas estávamos em pleno mês de Fevereiro, um dos meses mais quentes do ano! Mas não naquele dia 19.

Acordei indisposta, eu era o avesso da maioria das pessoas que amavam dormir ouvindo o barulhinho da chuva, eu odiava o barulho irritante das gotas de chuva batendo no alumínio da janela do meu quarto, eu ligava o media player do meu celular em qualquer música que tivesse uma batida forte, apenas para não ter que prestar atenção nos barulhos externos, quando às 06:00 horas da manhã meu celular despertou e a primeira coisa que eu ouvi foi novamente o som da chuva eu já revirei meus olhos num sinal evidente de insatisfação.

Levantei-me e fui tomar um banho, a água estava tão quente que a minha pele branca ficou completamente vermelha, literalmente escaldada. Após o banho eu vesti uma meia fina e uma calça jeans por cima, coloquei uma segunda pele preta e por cima minha jaqueta de couro na mesma cor, nos pés eu daria tudo para colocar um all stars, mas eu não podia, coloquei minha bota cano alto com o salto agulha número 15, eu não entendia certas exigências do meu serviço, como antropóloga forense no Instituto Maia a maioria das pessoas que eu convivia estavam mortas, e geralmente a algum tempo, então por qual motivo eu tinha que ir trabalhar toda arrumada? Penteei meus longos cabelos lisos cor de chocolate e me olhei sem vaidade para o espelho enquanto passava um batom, outra exigência do Instituto. Eu melhor do que ninguém sabia exatamente o que acontecia com nosso corpo algumas horas após o falecimento, não havia como ser muito vaidosa sabendo exatamente o que me aguardava, não só a mim, mas até a mais loira e platinada das patricinhas.

Peguei minha bolsa no quarto e sai apressada para a garagem, liguei meu Escort Verde ano 1989 e como sempre ele não pegou na primeira tentativa, bombeei o pedal do acelerador e virei a chave na ignição; nada. Na terceira tentativa o carro pegou! As pessoas me viam dirigindo um carro antigo – antigo e não velho! – como aquele e ficavam se perguntando o porquê daquilo, sendo que o meu salário era relativamente alto e eu não tinha família para sustentar, nem nada dessas coisas. O fato é que aquele carro pertenceu a minha mãe, Renée, e eu me lembro dela o dirigindo para ir me buscar no colégio, ou para ir me levar no balé... Lembro-me do meu pai Charlie todos os finais de semana fuçando no motor deste carro que desde aquela época já dava problema, perdê-los aos 16 anos com certeza foi a maior dor da minha vida, eu perdi todo mundo que eu amava de uma só vez, meu pai, minha mãe e até o meu cachorro Bola em um estúpido atropelamento em um ponto de ônibus. Meu pai estava no ponto aguardando o ônibus da empresa que ele trabalhava passar, minha mãe estava fazendo companhia para ele e o Bola ia aonde ela fosse, foi quando um caminhão sem freios perdeu a direção e subiu na calçada, matando todos que estavam no ponto e eu que não estava fisicamente ali, mas também morri um pouco, digamos que o meu emocional morreu naquele dia, hoje eu era unicamente razão, eu só falava algo por empirismo ou por comprovação cientifica, eu nunca mais fiz planos de vida, eu nunca cogitava hipóteses, eu aprendi que a vida é completamente mutável e que se você amar alguém será para sofrer depois, porque no final alguém sempre sofre.

- Bom dia Dra. Bella. – A Dra. Alice me cumprimentou cordialmente assim que eu passei pela grande porta de vidro na entrada do Instituto Maia.

- Bom dia Dra. Alice, chegou mais cedo hoje?

- Sim, aproveitei e passei na cafeteria aqui ao lado e comprei café expresso extra forte sem açúcar para a minha antropóloga preferida.

Eu sorri com o jeito infantil da minha melhor – e única – amiga.

- Espero que seja eu essa antropóloga, até porque eu duvido que exista no mundo alguém que goste do café com as mesmas características do que eu!

- É obvio que é você Bella. – Disse-me estendendo o copo de café na minha direção.

- Obrigado. – Agradeci enquanto andava para a sala de necroidentificação.

- Alguma novidade quanto a este caso? – A questionei enquanto olhava fixamente para aquela ossada em cima da mesa de mármore, pertencia a um homem, de aproximadamente 35 anos, mas não fazíamos ideia do que havia o levado a morte.

- O Dr. Carlisle está examinando a parte frontal do fêmur esquerdo da vítima que ele alega ter apresentado um tom lilás, eu confesso que não enxerguei nada.

- Estranho. Não vi nenhuma cicatriz traumática no fêmur. – Disse intrigada. – Vou até a sala dele, você vem?

- Sim! – Ela disse sorrindo, caminhando na minha frente.

Toc. Toc.

Dei duas batidas leves na porta até que ele veio me atender, sempre com um sorriso largo nos lábios, eu não podia culpar metade das estagiárias do Instituto e mais metade das funcionárias efetivas que morreriam por um beijo daquele homem, ele era simplesmente fascinante!

- Bom dia Bella, estava pensando em você.

- Enquanto olhava esses ossos? – Disse espontaneamente.

Alice caiu na risada e o Carlisle a acompanhou.

- O que eu disse de engraçado? – Quis saber.

- Nada Bella, é que você fala as coisas de forma muito literal e nem percebe o duplo sentido das suas frases.

E eu não entendia mesmo.

- Sim, enquanto olhava esses ossos. – Carlisle me respondeu ainda sorrindo. – Veja aqui nesse microscópio se há algo de errado bem aqui embaixo desse osso.

Eu ajustei o microscópio e percebi dois pequenos furinhos pertos ao calcanhar da vítima.

- Uma cobra?

- Creio que sim.

- Dra. Alice, ligue para o agente James e diga que temos uma nova pista.

O Instituto Maia trabalhava diretamente com a polícia científica do estado de São Paulo e eu era a antropóloga concursada para ajudar os agentes a desvendar os crimes e mortes que já haviam acontecida há algum tempo, quando tudo o que restava eram os ossos das vítimas.

- Este homem foi encontrado enterrado de bruços em um terreno baldio, uma picada de cobra não faz sentido. – Disse pensativa enquanto pegava o telefone, rapidamente disquei o ramal do Jacob, nosso toxicologista. – Jacob, preciso de um exame clínico completo da vítima que está na sala de necroidentificação com ênfase em venenos de répteis, mais precisamente cobras.

- Tudo bem Bella, deixa comigo. – Ouvi o rapaz que há três anos me chama diariamente para sair dizer.

Inesperadamente Alice entra na sala, o rosto pálido e o semblante abatido.

- O que houve com você? – Perguntei. – Suas pupilas estão dilatadas e não há sangue na sua face...

- O James não trabalha mais na polícia de São Paulo, ele havia pedido transferência há algum tempo e a conseguiu ontem, ele já foi embora. – ela disse contendo as lágrimas. – Foi embora Bella e nem me comunicou, nem me ligou para dizer tchau, sendo que dormimos juntos na semana passada.

Minha vontade foi dizer: "Eu te avisei" - mas eu não fiz isso. Eu caminhei até onde estava a minha amiga e a abracei, era tudo o que eu podia fazer por ela.

- Você se deixou envolver emocionalmente?

- Não sei, acho que sim, mas não há como mandar no coração.

- Você sabe que o coração é um músculo não sabe, na verdade está tudo na sua cabeça, você comprou a ideia do seu cérebro e se permitiu se apaixonar. – Disse.

Vi a Alice revirar os olhos e sair da sala, ela não gostava muito das minhas teorias sobre o amor, o fato é que eu nunca havia me apaixonado na vida e estava certa que jamais cairia nessa ardilosa armadilha do cérebro. Estava tão entretida com a Alice que nem havia percebido o celular do Dr. Carlisle tocando, assim que a Alice saiu eu ouvi o final da sua conversa.

"... Fico feliz por você meu filho, me sinto honrado de trabalhar com alguém tão inteligente e responsável como você. Te vejo mais tarde."

Assim que desligou o telefone Carlisle se virou para mim e disse:

- Sinto muito pelo James e a Alice, mas isso serviu para que meu filho fosse promovido, agora ele irá trabalhar conosco no Instituto.

- Parabéns Doutor, sinta muito orgulho do seu filho, porque não é fácil chegar aqui! Qual a formação dele? – Perguntei, já que trabalharia diretamente com ele.

- Ele é Psicólogo Forense, mas não exerceu a profissão, preferiu ser Investigador da policia civil, agora trabalha junto com a polícia científica.

- Cada um com a sua vocação não é mesmo!

- Com certeza. Ele, assim como você estudou muito desde cedo e mesmo com pouca idade já possui cargos altos. Quando me falaram que eu trabalharia com uma antropóloga de 24 anos eu comecei a rir, jamais imaginava que você seria tão competente e brilhante como você é, assim é meu filho! – Ele disse me encarando.

Eu senti um nó se formar na minha garganta, eu não sabia lidar com demonstrações de afeto, mesmo que esse afeto fosse simplesmente admiração.

- O Sr. também é um antropólogo fantástico Dr. Carlisle, e muito jovem também!

- Nem tanto, eu aparento ter menos idade do que realmente tenho. – Ele me respondeu pegando o fêmur do microscópio.

- Vou para a minha sala. – Disse despistando. – Qualquer novidade sabe onde me encontrar.

Ele apenas acenou positivamente com a cabeça e eu fiquei grata daquela conversa ter terminado, "rasgação de seda" definitivamente não era comigo.

Sentada na minha sala e com os olhos fixos no monitor eu via e revia as imagens dos ossos do crânio daquela vítima, não havia traumas, nem furos, nem nada que indicasse que aquele crânio havia sido machucado. Por um segundo eu me distraí do serviço para pensar na Alice, será que ela estava sofrendo? Imediatamente peguei meu telefone e disquei o ramal dela, assim que ela me atendeu eu pedi para que ela viesse até a minha sala.

- Oi Bella. – Ela disse minutos após desligar o telefone, entrando na minha sala.

- Sente-se aqui na minha frente. – Eu pedi sorrindo, eu estava girando a minha caneta nas mãos, como eu sempre fazia quando estava apreensiva com alguma coisa.

- Está tudo bem? – Ela me questionou, melhores amigas conseguem perceber o mais sutil vinco na testa de preocupação!

- Comigo sim, mas eu gostaria de saber com você em relação ao James! Eu não queria ter dito aquilo...

- Tudo bem Bella, eu sei o quão racional você é, e sei também que você acredita fielmente que há um momento onde as pessoas aceitam se deixar levar pelos sentimentos e que elas praticamente escolhem se apaixonar.

Eu simplesmente balancei minha cabeça num sinal positivo, ainda girando minha caneta nos dedos.

- Então... – Ela continuou. – Mesmo sabendo que você discorda, eu queria que soubesse que eu não optei por me envolver emocionalmente, mas aconteceu, porém o mesmo não aconteceu com ele e ele preferiu ir embora e me deixar aqui... – Os olhos dela marejaram.

- Há algo que eu possa fazer para amenizar essa dor?

- Não. Mas eu estou bem, ou melhor, eu vou ficar bem! – Ela me respondeu e eu pude ver que ela estava disposta a fazer com que aquela dor passasse.

- Se você quiser sair mais tarde para tomarmos um Chopp... – Eu me ofereci.

- Sim eu topo! – Ela disse sorrindo o seu sorrisinho contagiante. – E muito obrigado por ser minha amiga Bella, eu sei o quanto você odeia sair. – Ela concluiu ainda sorrindo.

Eu sorri junto com ela, não adiantava eu tentar argumentar ao contrário, eu realmente odiava sair.

- Vou indo antes que os ossos que estão mergulhados em um líquido azul lá na minha sala se dissolvam.

- Você colocou os ossos num líquido que nem sabe o nome? – A questionei aflita.

- Eu sei Bella, mas esqueci! – Ela disse correndo para fora da sala.

Louca! – Pensei e sorri do jeito dela, como eu sempre fazia. A Alice era uma menina de ouro que merecia achar um homem que a amasse de verdade, ela desejava aquilo, ela tinha uma carência afetiva muito grande, tinha três cachorros e quando um deles ficou doente ela quase definhou; quando eu disse que por essas e outras que eu não tinha animais ela brigou comigo e disse que se fosse para viver se privando de sentimentos como eu fazia era melhor morrer! Eu não fiquei chateada com ela, eu respeitava a opinião das outras pessoas acima de tudo, se ela gostava de sofrer não seria eu que tentaria mudar o jeito de ser dela, a vida costumava mudar o nosso jeito de ser, após ela sentir a dor da perda a sua visão mudaria.

Encostei-me na minha cadeira e joguei a caneta em cima da mesa, só de pensar em sair naquela noite eu já me sentia chateada, óbvio que eu faria de tudo para tornar a noite da Alice perfeita, mas eu realmente não gostava de sair, eu tinha uma casinha confortável em um condomínio fechado, minha sala era grande e ampla, tinha um sofá de apenas três lugares, mas que era enorme, macio e virava uma cama; na parede como um quadro a minha televisão de 50", eu amava assistir filmes! O tapete da sala era daqueles hiper fofos, onde meus pés afundavam e sumiam de vista, do lado do sofá havia um frigobar com minhas long neck e algumas latas de coca cola. Era ali naquele ambiente que eu passava as minhas horas vagas, que eu eventualmente passava as minhas noites insones e onde eu queria passar essa noite também.

Toc. Toc. Toc.

Alguém bateu na porta me tirando dos meus devaneios.

- Bella, posso entrar? – Vi o Dr. Carlisle adentrar a minha sala com um sorriso enorme nos lábios e eu só consegui pensar: - Puta que o pariu, que sorriso lindo!

- Claro Carlisle; entre.

Ele então entrou e logo se sentou.

- A nossa vítima se chama Edson de Souza, estava sendo procurado a mais de um ano pela família, já localizamos os parentes, a policia está chegando para vocês irem até lá!

- Ótimo! – Disse realmente entusiasmada, era sempre assim, após a identificação da vítima era bem mais fácil solucionar o caso!

Neste momento o Jacob entrou na minha sala, num rompante como sempre, ele nunca batia ou se anunciava.

- Bella, novidades! O exame deu positivo para veneno de Jararaca. O veneno dessa cobra causa hemorragia e necrose, o que explicaria o tom lilás do osso – Ele dizia enquanto me mostrava imagens dos ossos em seu Ipad - a principal toxina liberada no veneno dessa cobra é a Jararagina que se fixa às proximidades dos vasos, ligando-se a componentes de matriz extracelular, responsáveis pela estrutura do vaso, comprometendo sua integridade e induzindo o sangramento local. Eu não tenho dúvidas que este homem morreu de hemorragia interna!

- Bom trabalho Jake! – Carlisle o elogiou, eu evitava o elogiar, apesar dele ser o melhor toxicologista que eu já havia tido o prazer de conhecer – e isso eu já havia lhe dito, mas eu tinha receio dele achar que eu estava lhe dando alguma "condição", eu não queria alimentar ainda mais o sentimento que eu sabia que ele tinha por mim.

- Ótimo! – Eu disse me levantando, peguei a minha jaqueta que eu havia colocado no encosto da cadeira e a vesti - eu podia ver pela minha janela que a chuva ainda caía fina do lado de fora- Qualquer novidade eu te aviso Dr. Carlisle e você Jacob fez um excelente trabalho mesmo! – Disse não resistindo a carinha de cachorro sem dono que ele estava fazendo, ele merecia ao menos um elogio.

Caminhei até a sala de espera e peguei um café expresso extraforte e sem açúcar para eu tomar enquanto aguardava o James chegar, só depois me lembrei de que meu parceiro não seria mais o James e sim o filho do Dr. Carlisle. Sentei-me no sofá preto que tinha na sala de espera e fiquei olhando para a chuva caindo no teto de vidro da sala, o Instituto Maia era estabelecido em um prédio muito bonito, bem claro e amplo, todas as paredes eram extremamente brancas e o teto dos locais aberto ao público eram todos em vidro.

Eu ainda olhava para o teto quando eu ouvi uma voz masculina questionar por mim para a recepcionista, virei-me instintivamente para o balcão e avistei um rapaz alto, trajando uma calça de sarja preta e uma jaqueta na mesma cor, nos pés ele tinha um coturno e no cós da calça um cinto contendo uma arma. A recepcionista gesticulou com o indicador na minha direção e quando ele se virou eu pude ver o emblema da policia científica na sua jaqueta. No momento em que ele começou a caminhar na minha direção minha mente assimilou a sua beleza descomunal, os ossos do seu queixo eram marcados dando a ele um semblante masculino bem forte, seus olhos verdes cintilavam em baixo da claridade vinda do teto de vidro, sua pele era extremamente branca e não havia resquício de barba em sua face, seus lábios eram cheios e corados e todas as linhas dos seu rosto eram retas e perfeitas. Meu coração perdeu uma batida quando ele de forma displicente passou os dedos da sua mão direita nos cabelos dourados que cismavam em cair na sua testa, eu mordi a parte inferior dos meus lábios e tentei desviar o meu olhar daquele rapaz, mas não tive força suficiente, era como se ele emanasse uma energia magnânima, como se eu fosse um pedaço de ferro e ele um imã.

- Estou procurando a Dra. Swan. – Ele me disse franzindo a sua sobrancelha. – A recepcionista me pediu para vir até aqui, mas creio que ela se equivocou. A Srta. trabalha aqui?

Respirei fundo e balancei minimamente a cabeça apenas para que meus pensamentos voltassem ao seu lugar.

- Sim, eu trabalho! – Disse com a voz firme. – Sou a Antropóloga Forense aqui do Instituto!

- Então, você é a Dra. Swan? – Ele perguntou com a voz uma oitava acima do normal, me analisando dos pés a cabeça.

- Sim, eu sou!

- Muito prazer Dra. Meu pai fala muito do seu trabalho, sou um grande admirador! Eu me chamado Edward Cullen e acho que seremos parceiros! – Ele disse estendendo a mão na minha direção.

Eu peguei na sua mão rapidamente, mas foi tempo suficiente para sentir que mesmo naquele frio que fazia em São Paulo a sua temperatura corporal estava realmente quente.

- O prazer é meu! O Dr. Carlisle também me falou sobre o senhor.

- Não me chame de senhor Dra. Swan, sou muito jovem! – Ele me disse sorrindo. Céus aquele sorriso era de família então! Mas ele era aperfeiçoado ainda mais a cada geração, pois eu me esqueci de como se fazia para respirar quando ele sorriu.

- Tudo bem Dr. Cullen! Você é formado psicólogo certo? – Perguntei mordendo o lábio inferior, eu estava me sentindo infantil.

- Sim, sou um doutor! – Ele me respondeu sorrindo ainda mais abertamente. – Mas não me prendo a títulos, pode me chamar de Edward. – Prendi a respiração.

Ali eu vi o que a teia do destino estava tentando fazer. Imediatamente eu fiz alguns apontamentos na minha mente, eu precisava matar cada pensamento ali no ninho, antes que eu criasse algum tipo de fixação ou algo ainda pior: 1 – Ele era bonito, contra aquilo não tinha como eu argumentar. Mas ele não era o único homem bonito que eu já tinha visto na vida – Não era o único, mas era o mais bonito. – Mas, de que adiantava a beleza? Ela se dissipava em no máximo duas horas após a morte! – Boa cérebro! 2- Aquele sorriso... – Mesmo argumento da beleza! – Mas os dentes e os ossos ficam para sempre. – Mas de nada vai adiantar os dentes sem a moldura do sorriso! – Ponto pra mim de novo!

- Você está bem? – Ele me perguntou com a voz aflita reparando que eu simplesmente não estava mais respirando enquanto travava essa luta interna com o meu cérebro. Ele levou seu corpo para frente e ficou com o rosto a centímetros do meu, acho que para ver a minha pupila, eu soltei o ar quando meu pulmão começou a arder, baixei minha cabeça morrendo de vergonha daquele lindo desconhecido e quando eu respirei o ar ele veio impregnado com um aroma fascinante, era um cheiro amadeirado, misturado com algo doce e salgado, céus que mistura de cheiro era essa? Eu tive que conter ao impulso de levar meu nariz até o pescoço dele apenas para inalar no local exato que eu tinha certeza que o cheiro emanava.

- Sim, estou bem! – Menti. – Ás vezes faço isso, estava pensando na família da vítima, fico tensa antes de avisar os familiares da morte de parentes. – Menti parcialmente, porque aquela parte do meu serviço eu realmente odiava, o James nunca contava para os familiares e era serviço dele!

- Eu como psicólogo tenho mais jeito, se você quiser eu conto! – Ele disse solícito.

- Agradeço! – Disse respirando profundamente e colocando na minha cabeça que aqueles dois minutos de insanidade mental por um homem bonito acabava ali!

Ele olhou para dentro do Instituto e pensou em algo, depois olhou para mim.

- Eu ia falar com meu pai, mas acho mais prudente irmos falar com a família, na volta eu falo com ele.

- Vocês moram juntos? – O questionei enquanto caminhava para fora do Instituto.

- Sim. Moramos eu, ele, minha mãe Esme e meu irmão Jasper.

Irmão? Então tinha outro desses?

- Sua mãe deve ser linda. – Disse sem pensar e me arrependi imediatamente por aquilo.

- Ela é mesmo, além de ser a melhor mãe do mundo! Eu só saio de casa quando me casar, não me vejo morando sozinho. – Ele disse parando em frente a um Volvo Prata reluzente.

- Caramba! São esses os carros que os investigadores usam agora? – Perguntei sem ironia.

- Não. Este é meu carro particular, a minha viatura está sendo cadastrada em meu nome hoje, então só posso sair com ela a partir de amanhã, mas eu quero muito solucionar esse caso logo, meu pai disse que vocês estão há cinco dias o investigando, e que normalmente não demora tanto tempo assim!

- O Dr. Carlisle está certo, a nossa média de tempo para solucionar um caso é de três dias. – Disse orgulhosa, a nossa media era a melhor de todo o país!

Entramos no carro e eu imediatamente coloquei o cinto de segurança.

- E esse tempo recorde se dá especificamente pelo Instituto Maia ter a melhor antropóloga do país! – Ele disse enquanto colocava o seu cinto e ligava o carro.

- Há antropólogas melhores do que eu neste país!

Ele não me respondeu, apenas me olhou com o canto do olho e me deu um sorriso torto que fez meu coração se manifestar. Eu olhei para frente imediatamente.

- O Dr. Carlisle achou duas micros perfurações no fêmur da vítima, e o nosso toxicologista nos informou que deu positivo o exame para veneno de cobra. – Disse para sair do foco da conversa.

- Estranho... Se foi acidente, porque ele foi enterrado?

- É o que estamos indo descobrir. – Disse enfática.

Durante todo o caminho eu percebia que o Dr. Cullen ficava me olhando com o canto dos olhos, aquilo estava me deixando inconfortável. Apesar de que para eu saber que ele estava me olhando era necessário que eu também o olhasse. Teve um momento do caminho que meu olhar focou na sua mão passando a marcha do carro, ele tinha uma mão grande e bem masculina, ele descansava a mão no câmbio e eu ficava analisando os padrões da pele e dos músculos da sua mão, do nada meu cérebro, maroto e sem a minha autorização, imaginou aquela mão passeando pelo meu corpo, que sensação maravilhosa aquela mão grande e macia me fez sentir.

Bati a mão com força na minha cabeça para que ela parasse com aquilo. Eu nunca havia pensado em um homem daquela forma. Eu não tinha certeza, mas eu acreditava que era o cheiro dele que estava nublando a parte racional do meu cérebro. Ainda chovia, então os vidros do carro estavam todos fechados, e o perfume dele estava impregnado em cada molécula de ar ali dentro.

- Está tudo bem com você Dra. Swan? Algo de errado com a sua mente? – Ele disse logo após eu bater novamente com força na minha testa.

- Estou bem! – Respondi mordendo a parte inferior dos meus lábios. – Você se acostuma com o tempo.

- Não dói os seus lábios? – Ele perguntou do nada.

- O que?

- Ficar mordendo assim. – Ele disse intercalando seu olhar entre mim e a estrada. – Parece que você emprega bastante força nessa sua mania.

- Que mania?

- A de ficar mordendo os lábios. Vai me dizer que nunca percebeu?

- Nunca tinha notado. – O respondi, eu ia morder os lábios novamente, mas parei quando ele me olhou. – E não, não dói!

Abri a minha bolsa a procura de uma caneta. É claro que eu tinha notado essa minha mania, a Alice também já havia me informado, mas o estranho era uma pessoa me conhecer a vinte minutos e já falar das minhas manias. Fiquei olhando pela janela enquanto girava a caneta entre meus dedos até que finalmente chegamos à casa da vítima, que agora tinha nome: Edson.

O Edward foi andando na minha frente e foi ele quem apertou a campainha, uma mulher que aparentava ter 40 anos, tinha os cabelos bem pretos e muitas rugas de expressão abriu a porta e nos olhou desconfiada.

- Bom dia, eu sou o agente Cullen – Ele disse mostrando o seu distintivo para a mulher. – E essa é a Dra. Swan. Gostaríamos de conversar um pouco a respeito do Sr. Edson.

A fisionomia da mulher mudou completamente, seu rosto assumiu traços tristes.

- Não tenho muita coisa para falar dele! Ele sumiu a mais de um ano sem deixar notícias, eu não sei onde ele está.

- Mas nós sabemos. – Eu disse.

O Dr. Cullen me olhou franzindo o cenho e eu não entendi o motivo.

- Vocês têm notícias do meu marido? Então entrem, por favor. – Ela disse abrindo a porta completamente.

-... Ele saiu para trabalhar e depois não o vi mais. – Eu ouvia a conversa da mulher com o Dr. Cullen.

- E onde ele trabalhava?

- No instituto Butantã.

O Dr. Cullen me olhou de forma cúmplice.

- Ele tinha algum inimigo por lá? Ele te falou alguma coisa? – Ele a inqueriu.

- Inimigo não. Tinha outro tratador de cobras que achava que a chefe deles gostava mais do meu marido, às vezes ele chegava em casa reclamando, mas só isso!

- Qual o nome da senhora? – Ele perguntou segurando em uma das mãos da mulher que estava sobre o braço do sofá.

- Isadora.

- Senhora Isadora, é com muito pesar que eu venho lhe informar que o corpo do seu marido foi encontrado enterrado em um terreno baldio, ele foi envenenado por uma cobra e depois enterraram o seu corpo. – O Dr. Cullen disse com a voz suave, olhando fixamente nos olhos da mulher.

A esposa da vítima começou a chorar de forma desesperada, ela soltou das mãos do Dr. Cullen e saiu da sala, nos deixando sozinhos.

- Vamos até o Butantã? – Eu disse caminhando para a porta.

- Não podemos ir e deixar a Isadora aqui assim, sozinha. – Ele disse inconformado.

- Em primeiro lugar não devemos pegar os nomes das pessoas, isso tira a formalidade do tratamento! Ela é a esposa da vítima! E em segundo lugar, ela vai ficar bem, ela escolheu ter laços afetivos dessa magnitude com alguém já sabendo que nada dura para sempre!

- Que tipo de trauma você carrega menina? – Ele perguntou cruzando seu braço no peito, eu odiava quando me chamavam de menina. Eu tinha deixado de ser uma menina a muitos anos, no exato dia que eu perdi meus pais, naquele dia a dor me fez crescer, eu passei a ter que cuidar de mim, eu me fiz adulta!

- Não me chame de menina que não te dei essa liberdade! – Disse com raiva.

A esposa da vítima entrou na sala novamente trazendo nos braços uma bandeja com duas xícaras de café, ele estendeu uma para o Dr. Cullen que pegou a xícara na mesma hora.

- Está adoçado? – Eu a questionei.

Ela fez um sinal afirmativo com a cabeça.

- Sinto muito, não bebo café doce! – Disse educadamente.

- Vou preparar outro para você sem o açúcar! – Ela se propôs, mas o Dr. Cullen interveio.

- Não precisa Isadora, nós já estamos de saída – Ele disse bebericando o seu café, depois estendeu um cartão para a mulher - Ligue para nós para a liberação da ossada do corpo do seu marido e fique tranquila que localizaremos o assassino, seja ele quem for!

- Eu te agradeço muito, nenhuma dor é pior do que a angústia da dúvida! Agora ao menos eu tenho uma certeza.

Naquilo eu tinha que concordar com ela.

A mulher nos levou até a porta e eu caminhei na frente até o Volvo, o Dr. Cullen abriu a porta do carro para mim e eu me sentei passando o cinto e cruzando os braços no peito.

- Você não sente compaixão? – Ele me perguntou assim que deu ré no carro.

- Ás vezes. – O respondi.

- Só Deus para te ajudar. – Ele disse sorrindo.

- Deus não existe Dr. Cullen! – Eu o respondi de pronto.

Ele deu um sorrisinho de escárnio e eu percebi que ele silenciou apenas para não comprar uma briga.

A viagem até o Instituto Butantã foi de apenas vinte minutos, porém o silêncio enervante entre nós fez parecer uma viagem de mais de uma hora, só quando estávamos a uma quadra do instituto foi que ele me deu uma informação sobre o caso.

- Você percebeu que a Isadora estava mentindo o tempo todo?

- Mentindo? – Repeti franzindo a sobrancelha. – Como assim?

- Não sei, mas ela não estava sendo verdadeira! – Ele disse assim que estacionou o carro em frente ao Instituto.

Assim que ele entrou já mostrou seu distintivo para a recepcionista e pediu para falar com o supervisor do local, não demorou muito até que uma loira estonteante entrasse no meu campo de visão. Ela tinha os cabelos lisos e compridos até as costas, vestia uma calça jeans muito agarrada ao corpo e uma blusinha frente única na cor preta.

- Bom dia, sou Rosalie, a supervisora do Instituto. Em que posso ajudá-lo? – Ela disse para o Dr. Cullen encostando-se no balcão da recepção, jogando o seu corpo para frente em direção a ele.

- Queremos fazer algumas perguntas sobre um ex-funcionário desaparecido. O Edson.

- Claro. Queira me acompanhar. – Ela disse antes de piscar para ele.

Eu ia ficar ali esperando, já que não me senti incluída na conversa, mas inesperadamente o Dr. Cullen pegou na minha mão e me puxou para juntos seguirmos a supervisora. Eu caminhei junto dele, mas rapidamente puxei a minha mão, acho que a última vez que alguém segurou na minha mão daquela forma eu tinha 15 anos. Foi estranho.

A supervisora nos levou até uma pequena sala que tinha uma mesa encostada no canto e um sofá de dois lugares. Eu me sentei no sofá e ela ao meu lado e o Dr. Cullen encostou-se na mesinha de frente para nós. Depois de contar que o corpo do ex- empregado dela havia sido encontrado morto ele começou a questioná-la de forma bem sútil, eu duvido que ela tenha percebido que estava sendo interrogada.

- E então Rosalie, você tinha conhecimento de alguma rixa que ele tinha aqui dentro, ou mesmo fora daqui?

- Não. Ele era um homem muito educado e atencioso. Amava as cobras. Sempre que eu precisava de alguém para fazer hora extra ele se propunha sem maiores problemas, quando uma das nossas cobras adoeceu, ele chegou a leva-la para a sua casa, para poder ministrar o remédio de hora em hora durante toda a madrugada, foi nessa época que ele desapareceu. Eu achei muito estranho porque ele quis tanto cuidar dessa cobra, para depois abandoná-la.

- Que cobra era? – Perguntei fazendo-me presente ali, porque ela não tirava os olhos do Dr. Cullen.

- Uma Bothrops Jararaca.

Eu e o Cullen nos olhamos furtivamente.

- Tem como eu levar uma amostra do veneno dessa cobra? – Solicitei.

Só naquele momento ela virou no sofá e me olhou.

- A cobra não resistiu e morreu.

- Sinto muito. – Eu disse sentindo realmente.

- O Dr. Cullen tirou o seu cartão do bolso e entregou para aquela mulher.

- Qualquer novidade ou se lembrar de algo não hesite em me ligar. – Ele disse sério.

- E se eu quiser apenas sair com você? Posso te ligar? – Ela disse se levantando e caminhando retamente para onde o Dr. Cullen estava.

Ele não a respondeu, apenas sorriu de uma forma que eu ainda não tinha visto ele fazer e baixou a cabeça.

- Ficou com vergonha bebê? – Ela disse em meio a uma gargalhada.

Que cena patética!

Levantei-me e fui me despedir, não aguentava ficar ali olhando aquilo.

- Muito obrigado por nos receber. – Eu disse para ela que permanecia de costas para mim, eu pude ver que as suas costas estava toda descoberta, mas eu estava sentindo um frio absurdo! – Desculpe-me a pergunta, mas a Srta. não está com frio?

Ela sorriu e se virou para mim, me olhando de cima a baixo.

- Não, não estou!

-Uau! – Eu disse entusiasmada. – Os seus receptores de Krause devem ser desconectados, você se arrepia nos braços?...

- Vamos Dra. Swan! – O Dr. Cullen me interrompeu. – Tenha um bom dia Rosalie.

Ele me puxava pelo braço para fora o Instituto Butantã e eu podia ver que ele estava segurando o riso, quando finalmente entramos no carro ele caiu na gargalhada, era um som agradável e que me dava uma sensação de felicidade.

- Do que está rindo? – O questionei sorrindo da risada dele!

- Sarcasmo tem limites! Ela estava prestes a te agredir fisicamente!

- Sarcasmo?

- Sim Dra. Swan. Você estava zombando daquela mulher, por ela estar praticamente sem roupas em um dia tão frio.

- Não, não estava zombando, ela me disse que não estava com frio, e eu achei aquilo fascinante.

Ele parou de rir.

- É sério? Você nunca ouviu a expressão: Piriguete não sente frio?

- Não doutor, nunca ouvi. O que é uma piriguete? – O questionei.

Ele revirou os olhos e sorriu aquele sorriso torto perfeito, que era de família!

- Nada doutora! Esquece. – Ele disse ligando o motor do carro. – E pare de morder os lábios.

Droga. – Pensei antes de parar de morder a parte inferior dos meus lábios.

Fiz uma anotação mental para pesquisar no google o que é uma "piriguete". Eu deduzi que devia ser alguma gíria usada por determinado grupo de pessoas, mas não fazia ideia do que ela queria dizer. Eu não assistia programas televisivos, salvo os documentários, eu só assistia filmes por acreditar ser uma vida paralela, um universo de ficção onde o amor existia, as pessoas eram altruístas e o mal sempre perdia! Era somente ali, assistindo filmes que eu me permitia sonhar um pouco, mas nunca na vida real! Eu não tinha contato com ninguém que não fosse os médicos e cientistas do instituto, então era praticamente impossível eu saber gírias de "rua".

- Você mora com seus pais? – O Dr. Cullen me perguntou em determinado momento do trajeto de volta.

- Não. – O respondi.

Eu comecei a bater o polegar incessantemente na minha perna e passei a olhar pelo vidro do carro para a paisagem chuvosa do lado de fora.

- Está tudo bem Dra. Swan?

- E porque não estaria? – O respondi.

- Bem, você ficou rígida no banco, a cor da sua face mudou para um tom de vermelho, lindo por sinal, sua respiração se alterou e esse seu polegar está me irritando! – Ele respondeu intercalando o seu olhar em mim e na estrada. – Ou seja, você está ansiosa, e tudo isso porque eu perguntei dos seus pais, você não gosta de falar sobre isso?

- Psicólogo né! – Disse bufando. – Por essas e outras que mantenho distância de psicólogos, estão sempre te analisando, achando que sabem exatamente o que passa na sua mente!

-Hey, menos aí menina! – Ele disse. – Não sei o que se passa, por isso te perguntei!

- Menina é o cace... – Respirei fundo. – E eu não quero responder.

Ele sorriu alto e eu me segurei muito para não sorrir junto com ele.

- Qual o seu nome? Isso você pode me dizer não pode.

- Se me prometer que não vai tomar a liberdade de me chamar por ele.

- Eu prometo.

- É Isabella! – Disse sentindo meu rosto corar, nem sei por quê.

- Lindo nome! – Ele disse olhando para frente.

Assim que chegamos ao Instituto percebi que era horário de almoço, pois todas as salas estavam vazias, olhei no meu relógio de pulso e constatei ser mais de meio-dia.

- Seu pai almoça a dois quarteirões daqui! – Eu disse para o Dr. Cullen que me seguia nos corredores do Instituto atrás do Carlisle.

- A senhorita não vai almoçar? – Ele me perguntou com a voz convidativa.

- Mais tarde talvez! – Eu realmente estava sem fome.

- Dois quarteirões? – Ele repetiu franzindo o cenho.

- Sim. Saindo do Instituto você vira a esquerda, depois anda dois quarteirões, é uma churrascaria de esquina chamada: Medalhão de Ouro. Não tem erro!

Ele estendeu a mão na minha direção.

- Muito obrigado doutora pela companhia e pelas informações.

Eu segurei na sua mão e juntos as apertamos reciprocamente.

- Sou paga para isso! – Disse em meio a um sorriso sem graça.

Ele então virou as costas e saiu, deixando-me em meio ao corredor observando aquelas costas largas e aquele bumbum redondo irem embora.

Google: Sinônimos para piriguete:

Cachorra,puta,vadia,prostituta,oferecida,assanhada,vagabunda,pilantra,aproveitadora, safada,interesseira,burra, marafona,biscate...

Eu não fazia ideia do que queria dizer alguns desses sinônimos, mas já deu para se ter uma noção do que era uma piriguete. O Dr. Cullen tinha razão, se aquele tal de Rosalie não fosse uma com certeza queria que as pessoas pensassem que ela era, ninguém se veste de forma tão vulgar e ainda exige respeito.

Fechei o Google e voltei o meu foco para o trabalho, eu não queria mais pensar no Dr. Cullen e nem em piriguetes, na verdade eu queria esquecer o Dr. Cullen, completamente. Eu era boa em fugir de sentimentos, sempre que eu precisei ser forte e fingir que nada estava acontecendo eu consegui, e naquele dia 19 de Fevereiro não foi diferente. Apesar da minha parte naquele caso já estar solucionada eu ainda tinha que fazer o relatório para a policia científica, contendo como chegamos a identificação do corpo e como descobrimos o motivo da morte. Descobrir quem matou era serviço do Dr. Cullen! O James não era muito bom, ele levava uma semana para descobrir quem era o assassino, os bons descobriam em horas!

Levei mais de duas horas para fechar o relatório. A impressora da minha sala estava quebrada então eu mandava as minhas impressões para a sala do Dr. Carlisle. Levantei-me satisfeita com o meu trabalho final e me dirigi até a sala dele para buscar minhas 8 laudas.

Toc – Toc- Toc.

Bati delicadamente na porta.

- Entre. – Escutei a voz forte do Dr. Carlisle dizer.

Assim que eu entrei meus olhos pararam no Dr. Cullen que estava sentado na poltrona ao lado da mesa do seu pai. Eu rolei meus olhos: - Droga!

- Não queria atrapalhar, mas sabe como é, não arrumaram a minha impressora até agora! – Me desculpei conforme entrava e ia até a impressora, eu estava me sentindo estranha pelo fato do Dr. Cullen estar ali, ridículo eu sei, mas eu não sabia como evitar, foi então que eu tropecei no piso plano, virei o pé no meu salto número 15 e disse um baita palavrão.

- Cacete! – Disse balançando a mão direita enquanto endireitava o pé, aquilo estava doendo, mas a vergonha de ter tropeçado na frente do Dr. Cullen doía mais.

- Está tudo bem Bella? – Escutei a voz do Carlisle me perguntar, mas antes que eu pudesse responder o Dr. Cullen estava ao meu lado. Ele pegou o meu braço esquerdo e o colocou no seu ombro, depois segurou forte na minha cintura sustentando o meu corpo.

- Eu estou bem. – Menti sentindo as minhas bochechas corarem, meu tornozelo doía muito. – Pode me soltar Dr. Cullen, estou realmente bem.

- Você mente muito mau Doutora! – Ele me acusou, depois me guiou até a poltrona sentando-me ali.

Eu revirei meus olhos novamente e mordi os lábios, mas que homem impertinente!

- Novamente achando que sabe o que se passa na minha cabeça! – Disse irritada.

Ele então sem prévio aviso pegou o meu pé e torceu levemente o meu tornozelo nas mãos para o lado direito, eu dei um grito tão alto e estridente que quase acordei os mortos que estavam em nossas geladeiras.

- "Estou realmente bem" – Ele disse fazendo uma péssima imitação da minha voz, depois foi a vez dele revirar os olhos.

Eu estava pensando em uma resposta quando a porta da sala do Carlisle se abriu e a Alice entrou num rompante.

- Bella, o que houve com você? Que grito foi esse? E que homem lindo é esse segurando no seu pé? – Ela disse disparada feito uma metralhadora.

- Nada Alice, só um entorce no meu tornozelo! – Disse tentando acalmá-la.

- E eu sou o Edward Cullen, filho do Dr. Carlisle. Estou trabalhando aqui agora no lugar do James. – Ele a respondeu em meio a um sorriso, aquele de tirar o fôlego!

- Nossa Edward, você é muito parecido com o seu pai! Metade das meninas daqui suspiram pelos cantos por ele! – Ela disse de forma espontânea.

Eu me levantei e quase gritei de dor novamente quando apoiei o peso do meu corpo em cima do pé, mas mantive a calma e tentei caminhar sem mancar até a impressora e é óbvio que eu não consegui.

- Deixa de ser orgulhosa! Sente-se aqui que eu vou pegar gelo para colocar na sua torção. – Ele disse num tom autoritário.

- Não é orgulho Dr. Cullen, mas não há necessidade! – O respondi.

Ele então me encarou e suspirou profundamente, da forma que ele me olhava parecia que não havia mais ninguém naquela sala ao invés de nós dois, parecia que ele não estava enxergando o pai dele ou a Alice.

- Fazemos um trato. – Ele disse caminhando na minha direção. – Você me deixa ver o seu tornozelo, se ele não estiver roxo ou inchado eu te deixo ir sem maiores problemas, mas se estiver, então você irá deixar eu colocar a droga da bolsa de gelo para que os ligamentos do seu pé não fiquem ainda mais comprometidos.

Eu sabia que meu pé estava roxo!

- Não topo!

- Porque sabe que está roxo!

- Tenho certeza que não está! – Disse num tom desafiador e eu nem fazia ideia do porque eu estava fazendo aquilo, não seria mais fácil me deixar ser ajudada pelo filho do Dr. Carlisle?

- Isso não é verdade! – Ele disse com uma convicção que me assustou. – E antes que você venha me dizer que eu sou prepotente e que acho que sei o que se passa na sua mente eu gostaria de te contar que minha pós-graduação, meu doutorado e agora meu mestrado é relacionado à linguagem corporal e expressões faciais. Não é fácil mentir para mim Dra. Swan.

Um detector de mentiras ambulante. Eu mereço!

Sentei-me na poltrona de má vontade.

- Alice pega uma tesoura para mim, por favor. – Pedi de forma sutil.

- Mas para quê? – Ela me perguntou assustada.

Eu sorri para ela e depois balancei a minha cabeça num sinal negativo.

- Não farei nada imprudente!

O Dr. Carlisle foi mais rápido do que ela e tirou uma grande tesoura de dentro da gaveta da sua mesa, a Alice pegou da mão dele e me entregou. Eu coloquei a tesoura do lado do meu corpo e puxei o zíper da minha bota, depois a arranquei. Peguei a tesoura e cortei a minha meia fina que estava por baixo da calça deixando meu tornozelo a mostra.

- Há! – O Dr. Cullen disse assim que viu o meu tornozelo. – Onde eu consigo gelo? – Ele perguntou virando-se para a Alice. Depois que ela indicou o local ele saiu.

Meu pé estava extremamente inchado e muito roxo, e eu estava puta de raiva, que ódio que eu estava sentindo daquele homem!

- Desculpe o meu filho. – Escutei o Dr. Carlisle dizer de forma doce, eu me virei para ele e quase me senti arrependida de ter tanta raiva do seu filho. – Ele é muito protetor, é uma característica da sua personalidade, mas confesso que só vi ele agir assim com a mãe dele! E quanto as mentiras, bem, isso é realmente muito chato!

- Sim, muito chato! – Disse cruzando as mãos no peito.

- Eu não acharia nada chato um homem desses querendo colocar gelo no meu pé! – Alice disse sorrindo.

- Depois fica chorando! – Disse sem pensar. – E quanto ao nosso passeio, bem... acho que não vai dar, meu pé está doendo pra caramba. – Confessei olhando para a porta com medo que o Dr. Cullen escutasse.

Alice sorriu alto.

- Tudo bem Bella, sairemos amanhã então!

Eu apenas assenti com a cabeça.

Não demorou muito até que o Dr. Cullen entrasse com um pano que certamente continha gelo.

- Onde dói? – Ele perguntou se ajoelhando na minha frente. Aquilo era obra do tinhoso, eu precisava ir embora urgentemente.

- Na fíbula. – O respondi e ele sorriu o seu sorriso torto perfeito.

- E onde é? – Ele perguntou.

- A dor está bem na articulação tibiofibular distal. – O respondi de forma técnica de propósito.

Ele apenas balançou a sua cabeça e colocou o gelo bem em cima da parte mais inchada, acertando em cheio o local da dor, eu não pude deixar de fazer uma careta.

- Você deve evitar colocar os pés no chão. – Ele me aconselhou.

- Eu já estou indo embora. – O respondi.

- Moramos no mesmo condomínio, vou te dar uma carona!

- Como sabe onde eu moro?

- Meu pai me disse! Há muito tempo atrás.

- Moramos no mesmo condomínio e o senhor nunca me falou Dr. Carlisle? – O questionei ligeiramente irritada.

- O assunto nunca surgiu Bella. – Ele disse se desculpando.

- E como eu nunca te vi? – Perguntei para o Carlisle, mas pensei imediatamente no Dr. Cullen. Era impossível não ver um homem daqueles!

- Nós viajamos muito aos finas de semana e você não é de ficar na rua, então...

Fazia sentido.

- E amanhã eu passo na sua casa e te trago! – O disse sorrindo para mim.

- Não precisa, a Alice me leva embora! – Disse olhando para ela de uma forma que se ela não concordasse eu fatalmente a mataria.

- Sim, eu a levo! – Ela disse com o semblante emburrado.

- Ótimo – O Dr. Cullen disse ainda sorrindo, ele não tinha ficado chateado por eu não ir com ele, talvez ele não estivesse com segundas intenções como eu imaginei. – O importante não é com quem você vai e sim que você não irá forçar esse tornozelo!

Ele pegou a minha bota e a entregou para a Alice, depois estendeu a mão para mim. Eu segurei na sua mão e ele me ajudou a levantar, meu tornozelo latejou. Ele novamente passou suas mãos grandes pela minha cintura e sustentou o peso do meu corpo, o perfume amadeirado dele me atingiu fortemente e minha outra perna bambeou fazendo com que ele me apertasse ainda mais contra o seu corpo.

- Acha que consegue andar?

- Sim consigo.

Ele me ajudou a chegar até a garagem, a Alice veio junto conosco e eu a agradeci internamente por isso.

- Bem Doutora, agora é só descansar com esse pé para cima e lembre-se de colocar gelo de duas em duas horas.

- Vou me lembrar. – Disse de má vontade, entrando no carro da Alice.

Alice dirigiu muda durante mais da metade do percurso, ela me olhava e chegava a abrir a boca para dizer algo e desistia na metade do caminho, ela estava editando o que ia me dizer. Se fosse outro dia eu diria um: - Desembucha Alice! Mas eu não sabia ao certo se queria ouvir o que ela diria.

- Eu não ia dizer nada Bella, mas não aguento. – Ela disse em determinado momento, eu apenas rolei meus olhos, já esperava por aquilo.

- Como se eu não soubesse... – Disse.

- Bella do céu, aquele homem lindo estava querendo te trazer em casa e você preferiu que eu a trouxesse? Sei que você não quer se apaixonar e que não quer passar pela dor da perda novamente, eu não te entendo, mas te respeito! Porém ninguém aqui está falando de amor, você podia apenas tirar uma casquinha daquele tesão de homem!

- Ah Alice, por favor!

- Bella, faz quanto tempo que você não beija na boca? – Ele perguntou, mas já sabia a resposta!

- Você sabe que o último cara que eu fiquei foi a mais de um ano, aquele pesquisador gringo que veio fazer intercâmbio no Instituto, e eu só fiquei com ele porque eu sabia que ele seria obrigado a voltar para o país dele em um mês, não tinha como eu me envolver emocionalmente.

- E sexo Bella... – Ela perguntou com um sorrisinho idiota nos lábios.

- Lá vem você! – Disse irritada.

- Não é possível que você não sente falta Bella!

- Como eu vou sentir falta de algo que eu nunca tive Alice? Tenha senso.

- Mas você é uma mulher feita Bella, não acredito que seu corpo não solicite isso.

- Se você quer saber se eu tenho desejos Alice, eu te respondo que sim, eu tenho. Mas eles estão todos bem guardados.

- E não se manifestaram perante o jorro de testosterona do Edward?

- Você o conheceu a poucos minutos e já o chama pelo primeiro nome! – Disse sentindo uma leve irritação.

- Eu digo que você se sentiu atraída por ele! E que está com ciúme.

- E eu digo que você está louca! E que nunca me verá com ciúme de alguém.

Alice suspirou exasperada e só parou de falar porque chegamos na portaria do meu condomínio, o porteiro já a conhecia e abriu o portão sem que ela precisasse mostrar os documentos. Ela parou o carro em frente a minha casa e depois de descer do carro veio me ajudar a entrar em casa.

- Obrigado Alice, pode deixar que agora eu me viro. E mais uma vez me desculpe por não ir beber um chopp com você! – Disse assim que entrei em casa.

- Não por isso, quando estiver melhor nós iremos! E se esse tornozelo piorar não hesite em me ligar!

- Pode deixar. – Disse sorrindo.

Depois que eu fechei a porta eu olhei para o meu glorioso sofá, era ali que eu queria estar daqui a alguns minutos, mas eu tinha um problema. O meu quarto era no andar superior e o meu tornozelo estava realmente doendo, não havia a menor chance de eu subir escadas naquele momento. Havia um banheiro com chuveiro na parte de baixo, mas era o banheiro social e eu nunca o usava. Fui mancando até o banheiro e me senti feliz por constatar que havia uma toalha de banho dobrada e guardada dentro do armário em baixo da pia e pendurada no gancho da parede estava uma camisola azul que fazia séculos que eu não via, eu não fiquei muito feliz com isso, pois estava um baita frio, mas eu não tinha escolhas, era colocar ele ou ficar nua, apesar de que não fazia muita diferença, a camisola tinha um bojo azul escuro de sustentação e o seu tecido era de uma seda extremamente transparente, e para me ajudar ela era curta. Sai do banheiro mancando e fui até a sala apenas para ter a certeza que meu cobertor estava no sofá, sorri aliviada quando o avistei dobrado no canto esquerdo. Depois que eu tomei um longo banho bem quente – como sempre – eu me lembrei que a temperatura quente dilataria os meus vasos e pioraria a situação do meu tornozelo. Vesti a minha camisola – e somente ela, porque nem calcinha eu tinha naquele banheiro – e fui até a cozinha, peguei três pedras de gelo tremendo da cabeça aos pés de frio e as enrolei num pano de prato, depois fui até a sala e puxei a parte inferior do meu sofá para que ele virasse uma cama, liguei a televisão e peguei o controle remoto; ajustei os travesseiros atrás das minhas costas e sentei-me, passava um documentário sobre as megas construções de motores no mundo e como foi construído o motor do barco Titanic, eu achei interessante e deixei naquele canal.

Puxei a coberta até a minha cintura e quando estava confortável ouvi a minha barriga roncar, só naquele momento que eu me lembrei de que não havia almoçado e nem comido nada até aquele momento, olhei para a cozinha e me encolhi no sofá, eu não estava com a menor coragem de ir até lá, então decidi ir dormir com fome.

A primeira coisa que fiz ao acordar na manhã seguinte foi prestar atenção se ainda estava chovendo, sorri aliviada ao constatar que não. Eu tinha dormido com a televisão ligada – tinha essa péssima mania! Procurei o controle remoto em baixo das cobertas e a desliguei, depois me espreguicei demoradamente, eu puxei o cobertor de cima do meu corpo de uma só vez e tremi ao sentir o vento frio tocar a minha pele, sentei no sofá-cama e depois coloquei os pés no chão, quando eu fiquei em pé senti uma fisgada no me tornozelo. – Droga, Não tinha sido um sonho!

Levantei-me e acendi a luz, depois olhei para o meu tornozelo e constatei que ele estava bem melhor do que ontem, eu estava me preparando emocionalmente para subir as escadas que levariam até o meu quarto quando a campainha tocou, eu me olhei de cima a baixo e sorri debochada, quem seria uma hora daquelas? Olhei para o cobertor já imaginando uma forma de enrolá-lo no corpo quando escuto a voz de soprano da Alice chamar o meu nome.

- Bella! Já está acordada?

Caminhei mancando até a porta e a destranquei, depois andei para longe da porta para que ela pudesse abrir sem que ninguém que passasse na rua me visse.

- Pode entrar Alice, já estou acordada sim! – A respondi caminhando até a escada.

Eu ouvi a porta da minha casa se abrindo, eu tinha chegado aos pés da escada e me virei para ver a Alice entrando toda sorridente, eu sorri para ela e depois senti o meu mundo girar, conforme ela ia entrando era possível eu ver por cima da sua cabeça outra pessoa, alta e loira, estava todo vestido de preto e estava com um óculos Ray-ban estilo aviador na face, assim que ele entrou totalmente na minha casa ele tirou os óculos apenas para que aquele par de olhos verdes terminassem de me matar.

- Nossa Bella, ainda está assim? – Alice disse.

Eu não tinha palavras, não tinha discernimento, não tinha ar...

- Desculpe invadir a sua casa assim, mas eu estava passando bem no momento em que a Alice chegou, então decidi ver como você estava!

- Que horas são? – Perguntei esquecendo momentaneamente que a minha camisola era extremamente curta e transparente,

- Oito e meia! – Alice me disse e eu quase surtei.

- Tudo isso?

- Pois é amiga, por isso vim aqui ver o que estava acontecendo...

- E eu decidi entrar para ver se você está precisando de ajuda. – Ele disse parando a uns dois metros de distância da minha pessoa. Ele cruzou os braços no peito e me olhou de um jeito que homem nenhum já havia olhado.

- Eu perdi as horas, meu celular descarregou a bateria e o carregador está no meu quarto lá em cima, e eu não conseguia subir ontem, então dormi aqui mesmo no sofá! – Disse feito uma metralhadora.

- Quer que eu te ajude a subir? – Ele me perguntou solícito.

Droga! Eu queria que você fosse embora!

- Não Dr. Cullen, agradeço imensamente a sua preocupação, mas agora você já pode ir, estou muito bem. – Disse sentindo as minhas bochechas esquentarem.

- Tudo bem então. Você vai querer participar dos interrogatórios do caso da morte do Edson? – Ele perguntou enquanto ia até a porta.

- Eu...ahn... Sim!

- Te pego mais tarde! – Ele disse antes de sair e bater a porta de casa.

- Droga Alice! Como deixou ele entrar assim? – Disse irritada.

- Desculpe Bella, mas não podia imaginar... – Ela começou a se desculpar.

Eu comecei a subir as escadas quando a Alice deu um grito.

- Vixe Bella, você estava sem calcinha na frente do Edward?

- Alice, cala a sua boca e para o seu bem, não fale mais comigo sobre esse assunto!